Embora tal não pareça / Do mal da vida a razão / É pensar-se com a cabeça / E amar-se com o coração / A cabeça é que devia / Ter no amor interferência / Que, se assim fosse, amar-se-ia / Com juízo, calma e prudência. / E, provindo pensamento / Do coração, em verdade, / Estaria o mundo isento / De tanta perversidade. / Que este conselho mereça / De vós todos a atenção: / Vamos amar com a cabeça / E pensar com o coração.