9/4/2023 Antonio Sérgio Neves de Azevedo "Diógenes de Sínope, filósofo que fez da mendicância sua expressão de virtude, vivia perambulando com sua lamparina pelas ruas da antiga Atenas, atual Grécia, no Continente Europeu - quando era indagado por qualquer transeunte, alegava que estava procurando um homem honesto. Detalhe: ele morava em um tonel e buscava como ideal cínico uma vida sem luxúria a despeito das benesses da civilização à época; era ainda, conhecido como Diógenes, o Cínico, que enfrentou Platão com uma galinha despenada, atraiu a admiração de Alexandre, O Grande, pela franqueza e, praticava como nenhum outro filósofo de sua época a 'parrhesía' (do grego: fala franca, fala reta). Admirado por Foucault, outro filósofo que em seu livro 'Coragem da Verdade' descreveu-o assim: 'O cínico é o homem do cajado, é o homem da mochila, é o homem do manto curto, barba hirsuta, pés descalços e sujos, com a mochila, o cajado, e que está ali, nas esquinas, nas praças públicas, na porta dos templos, interpelando as pessoas para lhes dizer algumas verdades'. Segundo Foucault: 'O cinismo é a forma de filosofia que não cessa de colocar a questão: qual pode ser a forma de vida que seja tal que pratique o dizer-a-verdade?' A 'verdade cínica” é um grande desafio para a sociedade atual sob ponto de visto do badalado modismo pós modernista. Ela é o calcanhar de Aquiles; o ponto nevrálgico das relações humanas da vida em comum. É dificílimo aceitá-la, simplesmente porque a partir da 'verdade cínica', existem coisas que não são negociáveis, não são objetos do mercado, não são vendáveis, não são consumíveis e, nem muito menos comercializáveis. Entretanto, passados mais de um ano da guerra que sequestrou a verdade entre Rússia X Ucrânia e desnudou a sociedade pós moderna que de pós não tem nada, clamam justamente pelo contrário: por coisas negociáveis, vendáveis, consumíveis e comercializáveis, onde a corrupção e a mentira é destacadamente a regra e não a exceção vide o caso das joias apreendidas no Aeroporto de Guarulhos em São Paulo. Aliás, o combate à corrupção e as falsidades políticas da guerra somados às manifestações das minorias tem sido uma das principais bandeiras advindas do clamor das ruas nos últimos tempos e encontra desafios gigantescos advindos dos próprios protestantes que para as ruas foram decorrentes em grande parte dos seus próprios vícios. Ou seja, ainda é raro, é raríssimo, encontrar alguém que nunca tenha cometido pequenos desvios de conduta no seu cotidiano, como por exemplo: furar a fila do ingresso do cinema ou do teatro ou comprar produtos falsificados na feirinha da 'china'. Importante frisar que esses comportamentos não deslegitimam, de forma alguma, o grito das minorias ou o clamor que vêm das ruas contra a corrupção, contra a guerra na Ucrânia ou as manifestações na França contra a reforma previdenciária de Macron, pelo contrário, apenas exemplificam que o problema da corrupção, destacadamente a que acontece no coração da Europa, estão para além da esfera midiática que busca apenas altos índices de audiência. Assim, ao lançar um olhar mais sutilmente crítico sobre à corrupção, a denúncia de Tacla Duran sobre o possível crime de extorsão do lavajatismo, o caso Petrosix-Hardt que envolveu a possível venda de tecnologia da Petrobras para empresas estrangeiras, as joias apreendidas do 'capitão' pela Receita Federal, o que se encontra no horizonte é, estupefato e embasbacado, o arguto Diógenes de Sínope, o Cínico, perambulando com sua lamparina pelas ruas tentando encontrar um ser humano honesto."
10/4/2023 Gabriel de Britto Silva "Uma das maiores perdas do mundo jurídico dos últimos tempos. Um choque para a comunidade jurídica nacional. Ministro de extremada qualidade técnica. Além disso, era inovador, moderno, arrojado. Exercia com nobreza singular a arte de concretização da Justiça."
10/4/2023 Luiz Flávio Borges D'Urso - escritório D'Urso e Borges Advogados Associados "A triste notícia da prematura morte do ministro Paulo de Tarso Sanseverino (STJ) - com 63 anos - nos alcança entre a sexta-feira da paixão e o domingo de Páscoa, o domingo da ressurreição de Cristo. O ministro era um homem temente a Deus. Que isto possa consolar os corações que sofrem com o seu falecimento, em especial os de sua família e amigos próximos. Que Deus o receba em Sua glória. Registro que o ministro Sanseverino sempre foi afável com o semelhante, discreto e justo, muito cioso de suas atribuições jurisdicionais. Seu passamento é uma grande perda para toda a comunidade jurídica brasileira e de forma destacada para o Superior Tribunal de Justiça. Apresentamos as nossas homenagens à memória deste grande julgador e os nossos sinceros sentimentos!"
12/4/2023 Iaponã Fernandes Cortez "A ABNT (5892:2019) normatiza que as datas (abreviadas) devem ser grafadas com dois dígitos para dias e meses e quatro dígitos para anos (Ex.: 04.04.2023). Gramáticos/linguistas (pelo menos os que pesquisei), todavia, dizem para não escrever o zero antes (menos é mais). A uniformidade é geralmente a solução sugerida para casos como este, mas, em textos jurídicos, especialmente em decisões judiciais, existe algum uso 'mais recomendável' segundo a norma culta?".
12/4/2023 Leonardo Magalhães Avelar "Ao longo de dezessete anos, o ministro Ricardo Lewandowski atuou como um ministro técnico e equilibrado, um julgador justo e ponderado, um ser humano íntegro e culto. Um exemplo a ser seguido no que toca seu papel essencial no Supremo Tribunal Federal como incansável defensor do Estado Democrático de Direito, das liberdades individuais e dos direitos humanos."
12/4/2023 Sérgio Furquim "Estou achando que colocaram alguma substância na água que está deixando uma grande parte das pessoas doente. Pessoas que estão incentivando o ódio e a violência. Não seria o caso de fazer uma perícia na água para ver se realmente foi colocado alguma substância para deixar parte das pessoas transtornada passando a pregar ódio e violência?"