MP investigando

16/8/2004
Aloysio Azevedo

"Por que será que os grandes advogados dos grandes criminosos de colarinho branco abraçam fervorosamente causas como reduzir o campo de ação do MP, aprovar a famigerada lei da mordaça, abolir a lei dos crimes hediondos, restringir a ação de nossa imprensa livre e condicionar as obras de nossos artistas? Por que será que esta atuação marca também a gestão de nosso Ministro da Justiça e dos principais líderes da OAB? Por que, ao contrário, os prometidos presídios federais não são construídos e, ao invés, não se implementa uma política verdadeira de defesa e segurança da sociedade? Por que será que esse famigerado regime de impunidade/privilégios/concentração de rendas que caracteriza há séculos o nosso Estado bem como os aspectos dos códigos de processo e as práticas judiciais que protelam e libertam os grandes criminosos não são objeto de discussão nas eleições gerais ou regionais da OAB? Por que esses grandes advogados dos grandes criminosos são submetem à discussão pública a manipulação criminosa do Inquérito Policial que praticamente inutilizou nossas polícias e notabilizou alguns deles, libertando seus clientes já na fase administrativa? Por que será que a OAB não abre uma discussão pública sobre como foram "arranjados" os grandes precatórios que sufocam o Estado, o papel dos advogados/servidores faltosos em audiências chaves e dos peritos de bolso de certos juizes, mas, ao contrário, levam para a mídia as mais óbvias e prestigiadas teses 'de política geral? Será, senhor editor, que existe simples coincidência no fato de alguns grandes criminosos estarem sendo investigados e imputados após ter o MP conquistado em 88 sua autonomia? Será simples coincidência a saudável reação da banda boa da policia federal, vendo ameaçado o controle sobre o desmoralizado Inquérito Policial, após o advento das investigações do MP? Estas são algumas perguntas de leigo, simples cidadão, mas que, como todos os brasileiros recém saídos da fase idiota, estão doidos de vontade de vê-las respondidas."

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