Invasão do Iraque

22/3/2004
Beatriz Binello Valério - Doutoranda em Direito Internacional Público pela UCL - Bélgica

"Com referência ao artigo escrito pelo eminente jurista Mário Gonçalves Junior sobre a Guerra do Iraque, gostaria de fazer algumas pequenas observações: A decisão tomada pelo novo governo espanhol de retirar suas tropas do Iraque não significa uma vitória do Al Quaeda, mas uma vitória da democracia e uma demonstração da evolução humana que hoje repudia a utilização da força para a solução de conflitos internacionais. Já durante a campanha eleitoral na Espanha, o Partido Socialista local afirmava sua intenção de se retirar do Iraque. Reação legítima, haja vista que a decisão de apoiar a política externa dos Estados Unidos com relação ao Iraque, fora tomada a título pessoal pelo então Primeiro Ministro José Maria Aznar que preferiu ignorar as inúmeras manifestações populares contra a guerra. Ora, além de querer aplicar a teoria ultrapassada de “l’Etat c’est moi” oposta ao que hoje entendemos por Democracia, o então governo optou, outrossim, por omitir a autoria do atentado do 11 de março, desviando a atenção da Mídia para o Grupo Separatista Basco ETA, pelo menos até o final das eleições, numa tentativa perigosa de se manter no poder. Por fim, cumpre observar que o atual Primeiro Ministro Socialista José Luis Rodriguez Zapatero afirmou pretender cooperar com o pós-guerra do Iraque caso o conflito seja delegado a quem de direito, ou seja, a Organização das Nações Unidas."

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