Lava Jato

30/6/2020
Alex Prandini Jr.

"Li com interesse e apreensão o comentário 'Os estertores da Lava Jato' (clique aqui). Um retrogosto ruim, a uma por que não somos a Noruega, a duas por que a Lava Jato é subproduto de tudo o quê se plantou no Brasil, desde os primórdios. Com ou sem deformidades, a indigitada operação nasce justamente da obra brasileira, um fio de desatinos e de desvios, desde que nos sabemos por nação – e até mesmo antes – a perpassar o tecido de nossa história, de ponta a ponta. A fala do Migalhas, a quem rendo homenagens, põe muito peso nos membros da força tarefa, dá a eles por demais luz e holofote, anuncia um fim agonizante e triste para a operação – e aí, sem entrar no mérito das razões, ao fazê-lo, possivelmente sem querer, descontextualiza o papel relevante daquela força-tarefa. Sim, mormente em tempos de conformidade ("compliance"), e para além da moda, o Brasil precisa de um "law enforcement" vigoroso – vigilante, constante, e que não nos tornemos num Estado Policial, mas nem por isso o deixemos aos bandidos. O império da lei, do qual somos todos súditos, parece trabalhar dobrado – e ainda assim, sob cabrestos outros. O direito posto não deve ser menos protegido pelo fato de sermos o que somos, uma república de segunda categoria, longe disso, mas tomemos algum cuidado na hora da crítica, não estamos em Oslo, aqui não é a Noruega."

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