Artigo - Jornada de trabalho reduzida só em 2007

14/9/2006
Francisco Cesar Pinheiro Rodrigues

"Sou favorável à redução da carga horária de trabalho como maneira de forçar a contratação de novos empregados (Migalhas 1.495 – 13/9/06 – "Jornada de trabalho", Sylvia Romano – clique aqui). Isso porque a automação, a robótica e a informática estão cada vez mais expulsando o homem para o desemprego e a conseqüente pobreza e criminalidade. Antes das máquinas agrícolas o homem tinha emprego no campo. Com tais máquinas, a solução era migrar para as cidades e arranjar emprego em fábricas e escritórios. Aí surgiu a automação, o robô e finalmente o computador, que substitui milhares de funcionários escrevendo e calculando. Para que contratar telefonista se o telefone conversa conosco - mal, impondo ditatorialmente o rumo da conversa? Para que porteiro se uma máquina nos dá um bilhete para entrar e sair do shopping? Para que o banco contratar funcionários se o 'caixa eletrônico' nos dá o dinheiro, o extrato bancário, o saldo e até aceita aplicações? Como a tecnologia tende, cada vez mais, a substituir, dispensar mesmo, o homem, a solução é reduzir o número de horas de trabalho semanal, para dar ocupação a quem não tinha nenhuma e hesita entre se tornar bandido ou mendigo. Uma providência complementar está em - isso é essencial - adotar políticas públicas de desestímulo à natalidade nas camadas mais pobres da população. Devido ao maquinário e a informática há, cada vez mais, um excesso de gente condenada à ociosidade forçada. Essa política, no entanto, terá que ser mundial. Se as mulheres pobres de todo o planeta fossem convencidas a 'fechar o útero' durante uma geração, tendo apenas um ou dois filhos, surgiria futuramente uma imensa carência de mão-de-obra, obrigando os empregadores a 'implorar' o surgimento de empregados, pelo menos para operar o maquinário e os computadores. É claro que, hoje, os patrões não querem essa redução da carga horária, porque terão que gastar mais. Mas por outro lado, o patrão indignado com essas despesas - automação, por exemplo - talvez se livre de ser assaltado e morto. O empregado admitido com má-vontade pode ser aquele rapaz que, desempregado, o mataria, em assalto, no dia seguinte. O tema é longo, mas fica aqui uma amostra dele. O Brasil está de parabéns pela iniciativa de enfiar o dedo na grande ferida."

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