Lava Jato

13/12/2016
Eldo Dias de Meira

"Mahatma Gandhi pregava que, para combater o mal era necessário deixá-lo crescer, só depois que o mal estivesse bem crescido é que se devia combatê-lo. A razão disso é que enquanto o mal ainda não cresceu o suficiente para ser visto, as pessoas não acreditam que ele existe, já que a maioria não o vê. Creio que o que nós precismos enxergar é que o modelo político e administrativo brasileiro, simplesmente não deu certo. Agora a corrupção cresceu e todos estão vendo, mas a origem desse mal, muitos ainda não viram, apesar do tempo de sua existência, nesse país continental, com um governo centralizado, com estatais por todos os lados, e pior quando público se associa ao privado é quando o roubo é ainda maior, como bem definiu o dr. Rui Barbosa: 'empregos inúteis e ociosos, as sinecuras de todas as espécies, os farnientes de todas as marcas, as folhas de encostados, os gabinetes dos ministros, as invenções de consulados, as ajudas de custo, as comissões de passeio com vencimentos em oiro no estrangeiro, as concessões, contratos, empreitadas, tarefas, licenças, acumulações, isenções e mercês de toda a ordem, entre as quais há isca e anzol para todos os gostos e categorias de corruptibilidade. Numa palavra, eram as mil tetas, os ubres, maiores ou menores, ressumantes de grosso leite em eterna apojadura, desse animal multimâmio, a que ora se chama nação, ora administração, ora fazenda, orçamento, ou erário, e de cujos peitos se dependuram, aos milhares, as crias vorazes na mamadura, mamões e mamadores, para cuja gana insaciável não há desmame'. É o quebra do caixa. Será que já se pode ver esse mal?"

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