Datas
O distrito foi criado em 18/5/1855, pela lei n.º 714.
A vila foi criada em 13/9/1870, pela lei n.º 1641.
A cidade foi criada em 1/12/1873, pela lei n.º 2042.
Com o declínio da mineração seus moradores foram se dedicando tanto à agricultura quanto à pecuária. Daí surgiram inúmeras fazendas, e dentre essas, a "Fazenda da Serra", de propriedade da abastada família Antunes Maciel, constituída de descendentes de destemidos sertanistas e mineradores, ora transformados em conceituados criadores de gado.
A proximidade com a zona cafeicultora paulista e a vocação agrícola, fez de Paraíso uma das maiores produtoras de café do estado, chegando a colher, no final do século XIX, doze milhões de sacas anuais.
A família Maciel fez com que Antônio Antunes e os demais parentes doassem, a 25 de outubro de 1821, uma sorte de terra de 5 (cinco) alqueires, para a edificação da capela e patrimônio a São Sebastião, que se constituiu um ponto de partida para a formação de um povoado que, num crescente tomou aspecto de Vila, até se transformar na crescente e pujante Cidade dos Ipês.
Em 1853, um grande passo é dado tendo em vista a emancipação administrativa paraisense. Dom Antônio Joaquim de Melo, Bispo de São Paulo, "cura" a capela de São Sebastião, o que vale dizer que religiosamente já não dependiam de Jacuí. No Livro de Batizado da Igreja Matriz de São Sebastião do Paraíso, encontramos os membros da família Antunes Maciel, ora batizando seus filhos, ora servindo como testemunhas.
Elevação à categoria de cidade
O comércio e intercâmbio com o Rio de Janeiro e São Paulo, foram intensificados através da propaganda e gazetiose dos mercadores e mascates ao alardearem a beleza impressionante destas paragens, que provocaram a cobiça e o interesse dos pecuaristas e agricultores de outras bandas que para ali foram chegando e dilatando os limites da respeitável Vila Paraisense.
Deste fluxo, composto de forasteiros de todas as camadas sociais, resultou emancipação político-administrativa, uma melhoria intelectual, comercial e social de São Sebastião do Paraíso, que já ansiava pela sua emancipação político-administrativa. E esta veio com a lei Provincial n.º 2.042, de 1o de Dezembro de 1873, que a elevou à condição de cidade, sede de um vasto município, reconhecimento do Governo Provincial Venâncio José de Oliveira Lisboa, do franco desenvolvimento e da influência liderativa da cidade dedicada a São Sebastião do Paraíso.
São Sebastião do Paraíso é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, na microrregião de mesmo nome. Sua população estimada em 2004 era de 63.097 habitantes. A área é de 822,295 km² e a densidade demográfica, de 76,53 hab/km². O município tem como principal atividade a produção de café, estando situado a 107 quilômetros de Ribeirão Preto.
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Locais históricos
Morro do Baú / Cristo Redentor
A 3 km da cidade, ao lado da MG/050, lá está o frequentadíssimo Morro do Baú, com sua capela dedicada a Santa Cruz, coreto e amplo galpão. Anualmente, às 10h do dia 3/5 é celebrada missa. O local é também lugar de oração e de oferta de "votos" em pagamento de promessas.
Tem-se notícia de que desde o tempo da fundação da cidade - 1821 - os primeiros moradores já se dirigiam ao cume para rezar. Tanto é que foram plantados dois portentosos cruzeiros no alto do morro. No sopé do Morro do Baú, face leste, existem duas modestas grutas que recebem os nomes de Nossa Senhora Aparecida e Santa Rita, e são muito visitadas por turistas.
Lagoinha
Em 1874, o historiador Bernardo Saturnino da Veiga, faz menção à existência em São Sebastião do Paraíso, de uma "formosa lagoa, ponto de descanso de viajantes e tropeiros, contendo ela mais de 200 "braças" de largo, rica de peixes, centro de atenção dos moradores da florescente Vila".
Com o passar dos anos, instituições foram organizadas explorando o aluguel de canoas, aos domingos e feriados. Isso levou o local a ficar destruído. Porém em 2000, o local foi revitalizado pela administração pública, com belos ornamentos, nova pavimentação, construção da passarela, plantação de plantas e árvores, etc. Tornando assim a Lagoinha em ponto turístico da cidade.
Morro do Ferro
Com cerca de 1.500 m de altura escondendo em suas estranhas minério de ferro, oferecendo visão de quatro cidades, incluindo a extensa cordilheira do chapadão, dista 24km de S. S. Paraíso, pela rodovia MG/050.
Igreja Matriz de São Sebastião
Praça da Fonte
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Curiosidades
Congadas e Moçambiques
As Congadas e os Moçambiques são as principais manifestações da cultura negra no município. Possuem características bem específicas, guardando seu carácter regionalizado. Em São Sebastião do Paraíso os ternos de Congo e Moçambique são ramos de uma mesma árvore: o misticismo diz que os moçambiques representam os anjos que "abrem caminho" para o séquito do Rei e da Rainha Conga, enquanto os congos representam o próprio santo homenageado.
São manifestações como forma de resistência dos negros escravizados e exilados de sua terra que, em meio à repressão, procuravam preservar suas referências elegendo um Rei e uma Rainha do seu povo. Por esforço de padres e senhores que não admitiam a religiosidade negra, estas manifestações foram sendo moldadas segundo ditames da Igreja Católica, na tentativa de pacificar os escravos nos seus arroubos de liberdade.
A essência das Congadas e Moçambiques é fruto das primeiras organizações de negros, que se reuniam em Irmandades de Nossa Senhora do Rosário, com aquela primeira fundada pelo lendário Chico Rei em Vila Rica, que também tinha como padroeira Santa Ifigênia, e que saiam pelas ruas da antiga Ouro Preto dançando e tocando tambores. Em São Sebastião do Paraíso toda essa história é revivida anualmente no mês de dezembro.
Hino
Ó! Paraíso, terra estremecida,
Que vive sempre em nosso coração,
Tu és o bem maior de nossa vida,
Celeste luz de nossa inspiração,
Teu doce nome que nos ilumina,
Traduz, cantando a glória batismal,
Que sintetiza o amor que nos anima
E nos transporta em busca do ideal.
Em ti revive nossa esperança,
Resplandecendo a tua luz,
E o teu céu todo azul bonança
A Deus e à fé sempre nos conduz.
Ó! Paraíso, terra da aventura,
Sempre terás um culto de amor,
Teus filhos de hoje gozam a doçura
Que o céu te deu um dia com louvor,
Terra querida, chão idolatrado,
Jamais te faltem bênçãos, que de Deus
Façam teu nome santo, iluminado,
Ser glória e luz maior dos filhos teus.
Em ti revive nossa esperança,
Resplandecendo a tua luz,
E o teu Céu todo azul bonança
A Deus e à fé sempre nos conduz.
E o teu Céu todo azul bonança
A Deus e à fé sempre nos conduz.
Letra: Ary de Lima
Música: Aniceto Matti
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