Voando pelo céu deste Brasil, encontrei no sul do Estado de Minas uma cidadezinha tranquila, de gente simples e hospitaleira. Gente mineira. Aquela coisa de sempre, coração grande, ambição pequena. Pequena é modo de dizer, pra dizer sem arrogância, sem muita ganância, essas coisas que fazem mal.
Fui descendo o voo, passei pelo mirante do Lobo. Vim ouvindo o canto de outros pássaros, o mugido do gado e o estalar do mato quando o sol fica a pino. Pousei na sombra de um cafezal. Descansei um bocadinho.
Levantei voo pela cidade, ouvi uns ‘causo’ mau contado, achei que era mentira. E não é que era verdade? É um tal de biodiesel, moda agora no Brasil. Veio até o presidente. Veio ver a usina. No país é a primeira, e é mineira!
Mas Cássia não é só isso não. Com os pés e com as mãos, se modela a argila. O que era morto ganha vida e vira vaso, vira filtro, vira tudo. E depois de ficar bom, vai pra Franca e região.
Tem também muito som, de viola e violão, instrumento fino, violino, tem coral e alto astral. Quando a banda toca, o povo anima, canta, dança e ri na praça Barão de Cambuí.
Mas tem também a hora séria, a hora da reza. Tem gente que vem de longe e traz na mala a alegria de mostrar a fé em Santa Rita. Visita a matriz, sobe a Colina. Conhece o que julga ser sagrado e lá do alto faz a prece.
Lá do alto eu vejo tudo, e me despeço da cidade. Estou só de passagem. Estou só de curioso. Sigo com gosto as águas do rio Grande, feliz pelo passeio.
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