Denominações anteriores: Acoty, Cotia e Capela de Nossa Senhora de Monte Serrat de Cotia.
Fundadores: Cel. Estevam Lopes Camargo, Pad. Mateus de Lara Leão, Fernão Dias Pais e Gaspar de Godói Moreira.
Data da Fundação: Ano de 1723.
As contínuas viagens entre São Paulo e A Vila de Sorocaba deram causa a que se formasse a pequena povoação de beira de estrada chamada Acutia. Em 1713 sua localização consolidou-se junto á capela de Nossa Senhora do Monte Serrate, quando os Camargo instalaram-se na região, após a luta com Pires em São Paulo.
Os fundadores da capela foram o Coronel Estevão Lopes de Camargo e o padre Mateus de Lara e Leão. Porém os paulistas Fernão Dias Paes e Gaspar de Godoi Moreira tem, também, seus nomes relacionados com a fundação do povoado.
Em 1723 a capela do Monte Serrate foi elevada á categoria de freguesia, sendo constantemente citada na historia de São Paulo. As crônicas de 1842, assinalam a participação da vila no levante chefiado pelo Padre Feijó e Brigadeiro Tobias, tendo sido local escolhido para o acampamento das forças liberais.
A Lei n° 7, de 2 de abril de 1856 elevou a freguesia de Cotia à categoria de vila; como município instalado a 7 de janeiro de 1857, foi criado com a freguesia de Nossa Senhora do Monte Serrate. Conta atualmente, com os seguintes distritos além da sede: Itapevi, Caucaia do Alto e Jandira.
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Chamou-se primitivamente Acoty, por ser banhada pelo Cotia que lhe empresta o nome. Foi assim chamado pelos indigenas, por ser cheio de curvas como são os caminhos dos animais do mesmo nome.
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Kenji Kira Kira
Kenji Kira Kira. Muitos já ouviram falar, vagamente se lembram de algumas coisas. Foi o único prefeito japonês de Cotia. Alguns falam, foi cassado, alguém cochicha baixinho, até torturado parece que foi, era época da ditadura militar. Poucos ou quase ninguém sabe realmente o que aconteceu com Kira-san. A história que é contada pelos vencedores, essa que aprendemos nas escolas, nem sempre encerra a verdade dos fatos. Muitas vezes o subterrâneo, o bastidor da realidade nos contam coisas que são a verdadeira história de uma época.
Kenji Kira nasceu em Cotia no dia 15 de novembro de 1932. Dia da proclamação da República. Ano de uma revolução constitucionalista (em que os paulistas queriam se separar do resto do país). Quantas emanações planetárias libertárias incidiram sobre esse escorpiniano, nativo de uma Cotia essencialmente agrícola, construída com a força do trabalho de imigrantes, principalmente japoneses, muitos recém-alforriados do contrato de 4 - 5 anos de empreiteiras que os traziam do Japão, onde pagavam pela viagem de navio com trabalho em condições degradantes. Alguns morriam de maleita, outros até debilitados pela subnutrição. O que ganhavam mal pagava a comida, e muitas vezes, findo o contrato, pediam demissão, mas os fazendeiros não queriam que os colonos japoneses saíssem, e muitos tinham que fugir para algum local e tentar começar a vida do nada, contando apenas com sua força de trabalho. Essa geração foi a do pai de Kira, Tomekiti Kira que apostou em terras brasileiras, que nasceu no Japão e veio ao Brasil com 12 ou 13 anos, no segundo navio, Kasato Maru. Era proveniente da cidade de Ino, província de Koty. Veio adolescente e aprendeu a falar a difícil língua da terra, o português, com o capataz na fazenda de café, na região de Ribeirão Preto, Guatapará. No meio da roça plantava verdura, para conseguir 1 casal de galinhas para comprar, andava uma noite inteira. Findo o contrato o patrão não liberava, não pagava o que devia, o pai de Kira fugiu e pegou o trem que ia até Itapevi. Veio até Cotia, onde acabou ficando. Era 1921, 1922, a estrada que cortava Cotia era a Estrada Velha, Kira pai produziu batata e ia vender no mercado de Pinheiros. Despachava a carga às 17 horas de um dia, e no outro dia pegava o cavalo às 4 da manhã rumo ao mercado para negociar a mercadoria.
Foi Kira pai, com Shimomoto, que trabalhou para montar cooperativa, CAC no Moinho Velho; depois saiu. Kenji Kira lembra-se do difícil período de 1932 a 1945, quando foram muito agredidos no Brasil mesmo após a guerra. Lembra-se do Shindo rem-mei - os próprios habitantes da colônia, que moravam no Brasil, não acreditavam que o Japão perdeu a guerra e agrediam quem falasse sobre isso; eram fanáticos adoradores do Império do Sol Nascente, fiéis ao Imperador. Houve também muita represália dos brasileiros contra os japoneses por causa da guerra. Kenji lembra de imagens da infância com o assoalho de sua casa sendo arrancado por soldados, um deles levou um carro do pai "na maior".
Kira filho fala de Cotia, acha que têm uma bonita história, começa com briga no pátio do Colégio dos Pires contra os Camargos. Kira foi o único prefeito japonês desta cidade tão nipônica que é Cotia. Foi eleito vereador em 1960. Em 1964, ainda na Arena, foi vice-prefeito. Naquela época o salário público era irrisório, a Câmara de Vereadores era na casa ao lado da atual, onde hoje é o despachante. Em 1968 foi eleito prefeito pelo PSP, bem na segunda fase da ditadura militar de 1968-1972. Passou uns bons percalços, que todo bem intencionado na política, de peito aberto, costuma passar. Fez escola de aeronáutica, formou-se em Administração Pública, pela Fundação Getúlio Vargas. Kira, esse prefeito de vanguarda elaborou à custa do próprio bolso, em pleno 1971, um plano diretor de desenvolvimento integrado, custeando a vinda de técnicos, com grande apoio do sr. João Soares, do São Fernando Golf Club. Esse plano previa planejamento e revisão efetiva das questões como educação, vias de acesso, transporte e saúde. Os vereadores de época não entenderam nada, e não aprovaram o projeto. Amador Aguiar editou um livro sobre Kira prefeito. Numa época em que os japoneses da zona rural, confinados, isolados da sociedade brasileira, tinham os mais velhos dominando a família com pulso firme, deixando os filhos retraídos, Tomekiti Kira era diferente. No campo agrícola foi um baluarte, fez a estação experimental na Fazenda de Itapetininga. Mantinha em Pinheiros uma máquina de beneficiar arroz, tinha a Nipaku Bussanka Bushiki Gaisha, fazia quirera, fubá. Criou gado, produziu leite.
O primeiro intercâmbio cultural de Cotia com Koty-Ken surgiu quando o governador de Koty-Ken veio visitar o Brasil em 1968, passando por São Paulo e estendendo a visita à Cotia, para visitar os Kira, pois era primo do pai. Veio nesta a visita também o prefeito da cidade de Ino e um vereador. Houve uma recepção na casa dos Kira, para uns 150/ 200 japoneses de Cotia, que eram daquela província, prestigiar o governador e ouvir notícias de lá, ver fotos. Houve discurso do presidente da CAC, o governador de Koty falou sobre possiblidade de mais intercâmbio, Cotia-Koty. Prefeito de Ino referendou no discurso, aproveitando também a presença de um vereador de lá que estava presente, sugerindo ao colega japonês que apresentasse a mensagem à Câmara. O Prefeito Ivo fez idem, Kira era vice na época e foi no Japão assinar o Tratado Cultural, Brasil-Japão, custeado por dinheiro dele mesmo.
Kira iniciou o mandato de prefeito, no meio do caminho foi cassado e afastado por 60 dias, recorreu ao Supremo Tribunal, onde foi absolvido por sentença de 10 a 0. Voltou e cumpriu o seu mandato até o fim.
Benedicto Antônio Pires
Benedicto Antônio Pires nasceu em Cotia no dia 11 de julho de 1833. Em fins de 1880 transferiu-se para Sorocaba, onde adquiriu diversas propriedades.
Foi um dos fundadores do Partido Republicano de Sorocaba, sendo presidente dessa agremiação política por cinco anos, militando ao lado de Jeronymo Gonçalves, Elias Lopes, João Antônio Cardoso, Olivério Pilar entre outros.
Com a proclamação da República, tornou-se vereador da Câmara Municipal de Sorocaba por nomeação do Governo Provisório.
Era pai de Maria Amélia de Camargo Pires, João Clímaco de Camargo Pires (que foi prefeito municipal de Sorocaba) e de Joaquim Firminiano de Camargo Pires ( redator-chefe do jornal 'Cruzeiro do Sul').
Faleceu em 01 de agosto de 1910, vítima de úlcera no estômago.
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Igreja Nossa Senhora Monte Serrat
O primeiro santuário com o nome de MONTE SERRAT foi construído na Espanha, perto de Barcelona, e seu nome deriva da montanha onde está situado, cuja forma se assemelha a uma serra de agudos dentes.
Diz a 'estória' que a imagem da Virgem de Monte Serrat foi levada a Barcelona nos primeiros tempos do cristianismo e ali venerada pela população.
Na época da invasão sarracena, os cristãos esconderam a preciosa imagem e relíquia na serra escarpada, para que não fosse encontrada pelos sarracenos.
Tudo foi destruído e quase dois séculos depois num sábado do mês de abril, alguns pastores viram aparecer de repente, junto a montanha, um grupo de estrelas muito brilhantes, enquanto ouviam extasiados um harmonioso coro de anjos. Notificando sobre o estranho acontecimento que se repetia todos os sábados, o bispo da cidade de Manresa e o prefeito de Barcelona subiram a serra e encontraram numa caverna a imagem da VIRGEM MARIA, enegrecida pelo tempo.
Organizaram uma romaria para levar a imagem para Monresa, a imagem porém, que até certo ponto se deixara levar, ficou de repente imóvel e não houve quem a removesse dali.
Acreditando ser Vontade da Mãe de Deus permanecer naquele local, colocaram-na numa capela da aldeia, onde Ela começou a operar curas maravilhosas.
A fama desse santuário correu por toda a Espanha e os FRADES DE SÃO BENTO tornaram-se os guardiões e propagadores do culto. Foram eles que trouxeram essa devoção ao Brasil.
Alguns estados e cidades do Brasil tem um templo dedicado a ela.
A imagem de Cotia já existia na primeira capela do Monte Serrat em 1684. Ficava onde é hoje a estrada do São Fernando Golfe Club. Como essa capela não era cuidada, o bispo do Rio de Janeiro, D. Lencar ordenou que se derrubasse a capela e que seus pertencentes fossem levados para então, Vila de Itu (hoje cidade ).
Havia em Cotia o coronel Estevão Lopes de Carmargo que era proprietário das terras está a igreja hoje.
Além de doar estas terras para a igreja, construiu uma capela que constava do altar mor e a duas laterais onde estão hoje o SAGRADO CORAÇÃO E NOSSA SENHORA DAS DORES.
Esta capela foi inaugurada no dia 8 de setembro de 1713, com a entrada solene da padroeira no altar mor.
Os degraus do altar, lembram o MONTE onde a Virgem foi encontrada. E todas as capelas erguidas em seu nome têm esta característica.
A Virgem está sentada em um trono com seu FILHO MENINO no joelho esquerdo.Com a mão direita ela abençoa os fieis e e com a esquerda segura o menino que tem na mão Romã,f ruta abundante na região onde foi encontrada.Símbolo também do AMOR, pois o inverso da palavra Romã é AMOR.
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Praça Japonesa
Praça Japonesa, também chamada a Praça da Amizade, sela definitivamente a presença maciça de japoneses em nossa cidade, importantes atores na formação social e histórica de Cotia.
O conjunto " Praça Japonesa" foi construído como um marco de fraternidade das cidades irmãs COTIA- INO, província de Kochi.
Templo Zu Lai
O Templo Zu Lai, localizado em Cotia, na Grande São Paulo, é a única escola a formar monges no País. Lá, os alunos permanecem em regime de internato por um período de um ano e, aqueles mais habilitados são enviados para a China, onde fazem uma espécie de extensão durante dois anos.
Para ingressar na Universidade Livre Budista é necessário que a pessoa tenha entre 18 e 36 anos, pratique todos os cinco preceitos budistas (não matar, não roubar, não mentir, não ter má conduta sexual e não fazer uso de drogas ou bebidas alcoólicas) e ter bons hábitos.
Em outras tradições budistas, como o Zen e as tibetanas, por exemplo, é necessário que você seja discípulo de um monge ou de um mestre. É ele quem irá lhe ensinar todos os caminhos para que você possa seguir uma vida de iluminação.
Reserva Florestal do Morro Grande
Local das matas que envolvem as represas da Cachoeira das Graças e Pedro Beicht, situada nas bacias inferiores e superiores do Rio Cotia.
Sistema de adução do Ribeirão Cotia foi iniciado por volta de 1898, conforme ante-projeto do Doutor Teodoro Ramos, para fazer face a expansão do sistema de abastecimento da capital que, naquela época, era realizado com a utilização dos mananciais da Cantareira, Água Funda, e a captação das águas do Rio Tietê, na altura do Belezinho.
As represas de Graça (1916) e Pedro Beicht (1929), foram construídas entre 1916 - 1933, o Sistema Baixo Cotia entrou em operação após janeiro de 1963, com a inclusão das Barragens de Isoline Superior e Inferior.
O reservatório Pedro Beicht foi projetado para regularizar a vazão do Rio Cotia com sua descarga dirigida para a barragem da Cachoeira da Graça, que por sua vez vai elevar o nível de água para captação e edução por gravidade até a Estrada de tratamento do Morro Grande.
A Reserva do Morro Grande foi criada pela lei 1949 de 04 de abril de 1979, compreendendo as matas ciliares, para destinação de preservação de fauna e flora e proteção aos mananciais.
A Reserva faz parte do município de Cotia, a sudoeste de São Paulo e distante 34 km da marca zero da capital, latitude S 23º 36' 09" e longitude W 6 46º 55' 53". A região está situada na Província do Planalto Atlântico, na zona do planalto de Ibiúna.
Casa Grande do Sítio do Padre Inácio
Residência rural do início do século XVIII, é especialmente significativa por sua elegância de composição, pela excelência de decoração dos cachorros, colunas e alisares, pela qualidade da fatura da estrutura de seu telhado e pelo seu sótão que envolve a sala central, com acesso através de escada, recebendo iluminação e ventilação por janelas que abrem para as fachadas laterais e posterior.
Casa do Sítio do Mandú
Exemplar da arquitetura rural paulista do século XVII, distingui-se das outras ainda existentes por apresentar uma varanda posterior e sinais de piso assoalhado, coisa incomum nestas moradas. A capela interna possui pintura seiscentista na cúpula do altar-mor.