Denominações anteriores: Entre Rios e São Sebastião do Ribeirão Preto.
Fundadores: Antônio José Teixeira e Luis Pereira Barreto.
Data de fundação: 28 de março de 1863.
Em meados do século XIX as terras que hoje compõem o atual município de Ribeirão Preto eram ocupadas por fazendas dedicadas, na maioria, à criação de gado, sujeitas aos Termos Reunidos de Casa Branca e Mogi-Mirim, distrito de São Simão.
Com o aumento dos habitantes tornou-se uma necessidade a ereção de uma capela para os atos votivos, pois a paróquia de São Simão, a que estavam subordinados espiritualmente, distava muitas léguas.
Coube a José Mateus dos Reis a glória de ser o primeiro a doar terras para formar patrimônio da futura capela, sob a invocação de São Sebastião; no dia 2 de novembro de 1845. Seu gesto foi seguido por diversos outros moradores nos anos seguintes, todavia, não foi possível a ereção da capela, porque as doações não foram aceitas pela autoridade eclesiástica, devido a cautelas legais.
Somente em 1856, depois de mudado o local das doações foi possível a formação do patrimônio, com a divisão judicial das fazendas Retiro o Barro do Retiro.
Em 19 de junho de 1856, data considerada como a da fundação, o suplente do Juiz Municipal dos Termos Reunidos, José Antônio Rodrigues Mendes, deferiu petição do fabriqueiro para que a área doada à capela fosse demarcada em um único quinhão, entre o córrego do Retiro e o Ribeirão Preto. Foi, então, ereta uma ermida provisória e começaram os primeiros arrumamentos do futuro povoado. Em 28 de março de 1863, o Padre Manoel Eusébio de Araújo demarcou o local definitivo para ser construída a capela, a qual levou muitos anos para terminar, tendo sido canonicamente constituída em 15 de julho de 1870, sendo seu primeiro vigário o Padre Ângelo Philedory Torres.
O povoado progrediu desde seu princípio, sendo elevado à categoria de freguesia, em 2 de julho de 1870, pela Lei n.° 51, promulgada pelo Dr. Antônio Cândido da Rocha, Presidente da Província de São Paulo.
Pela Lei n.° 67, de 12 de abril de 1871 foi elevado á categoria de vila, desmembrando-se do município de São Simão. Apesar disso, só a 22 de fevereiro de 1874 é que foram realizadas as eleições para a escolha dos primeiros vereadores e juízes de paz. A Câmara Municipal da Vila de São Sebastião do Ribeirão Preto ficou, definitivamente, constituída a 4 de junho de 1874, com a posse da maioria dos vereadores, tendo iniciado a 13 de julho suas atividades administrativas.
No ano de 1874, contava a vila com 4 ruas, 6 travessas e 2 largos. Pelo Recenseamento de 1873, habitavam-na 5 552 pessoas, das quais 857 eram escravas.
Com a libertação política e sendo suas terras de fertilidade espantosa, muitas famílias deslocavam-se para a região, fazendo expandir sua agricultura e seu comércio. Em 1876, a sábio brasileiro, Dr. Luís Pereira Barreto, acompanhado de seus irmãos, abandonou o Vale do Paraíba, estabelecendo-se em Ribeirão Preto, onde introduziu a cultura do café tipo “bourbon”, produto que havia obtido em Resende, após pacientes pesquisas científicas. O café “bourbon” trouxe a riqueza para Ribeirão Preto e para o Brasil. Formaram-se grandes fazendas sob a Administração dos Pereira Barreto, dos Junqueira, do Coronel Francisco Schmidt – imigrante alemão que se tornou o “Rei do Café” de Martinico Prado, e de Henrique Dumont – pai de Alberto Santos Dumont.
Pela Lei provincial n.° 34 de 7 de abril de 1879, teve a vila o nome mudado para “Entre Rios”, sob protestos dos moradores, que conseguiram em 1881 que fosse restabelecida a primitiva denominação.
Com a chegada dos trilhos da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, a 29 de novembro de 1883, acelerou-se o progresso do município, sendo em 1885 o distrito de Sertãozinho (elevado a município em 1896) e, em 1893, o de Cravinhos que recebeu sua autonomia em 1897.
O Recenseamento de 1887 acusou 10 420 habitantes no Termo de Ribeirão Preto, sendo 1 379 escravos.
A Lei n.° 88 de 1 ° de abril de 1889, concedeu à vila de Ribeirão Preto foros de cidade.
A comarca de Ribeirão Preto foi criada pela Lei n.° 80, de 25 de agosto de 1892, constituiu-se de um Termo judiciário único, formado pelos municípios de Ribeirão Preto, Cravinhos e Serrana.
Segundo o quadro administrativo do País, vigente a 31 de dezembro de 1955, Ribeirão Preto é constituído de 4 distritos: Ribeirão Preto, Bonfim, Paulista (ex-Gaturamo), Dumont e Guatapará.
O rápido progresso de Ribeirão Preto no âmbito político-administrativo prendeu-se, sem dúvida, ao extraordinário desenvolvimento econômico da região. A cultura do café largamente explorada e a penetração dos trilhos da Mogiana, constituíram fatores decisivos para a evolução do município.
No primeiro quartel do século XX, os sucessivos períodos de crise não afetaram o poderio econômico municipal. O declínio do café – cuja produção em outros tempos deu a fama ao município e possibilitou o seu progresso – não arrefeceu as atividades das classes produtoras.
Hoje, a lavoura, o comércio e principalmente a indústria fazem de Ribeirão Preto um dos mais importantes centros de atividade econômica e cultural do interior paulista.
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Nome do ribeirão que atravessa a cidade.
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Raí
Sexto filho da família e o caçula, já na pré-escola Raí Vieira de Oliveira foi incentivado a praticar esportes. Ele primeiro se destacou no basquete, modalidade que praticou até os 14 anos, e sagrou-se vice-campeão estadual por um clube dessa cidade.
Antes de deixar o colégio, aos 17 anos, já estava casado e jogava futebol como semiprofissional. Após se formar, entrou na faculdade de história, mas parou no segundo ano. Depois foi estudar educação física e fisioterapia, fez dois anos e então foi pra São Paulo.
No futebol, começou sua carreira na equipe profissional do Botafogo Futebol Clube, em sua cidade natal, no ano 1985, aconselhado a fazer o teste por um amigo que atuava no clube. No ano seguinte, acabou sendo emprestado para a Ponte Preta mas, no entanto, retornou ao Botafogo, equipe na qual fez um grande Campeonato Paulista em 87.
Após o início promissor, foi para o São Paulo Futebol Clube em 1987, onde se tornou um dos maiores ídolos da história do clube. No tricolor ganhou vários títulos e, em 93, foi contratado pelo Paris Saint-Germain, onde novamente vestiu a camisa 10 e se tornou capitão do time e ídolo da torcida
Ao pendurar as chuteiras, Raí inaugurou a Fundação Gol de Letra, ao lado de Leonardo, ex-companheiro no São Paulo e no Paris Saint-Germain. A Gol de Letra visa à integração social de 260 crianças de 0 a 14 anos em situação de risco. A garotada é atendida em três programas complementares à escola ou em período integral, em São Paulo/SP e Niterói/RJ.
José Luiz Datena
Paulista de Ribeirão Preto, José Luiz Datena, um dos maiores sucessos da televisão brasileira, começou sua carreira como jornalista esportivo.
O primeiro trabalho foi em uma rádio em sua cidade natal. Ele era repórter do programa Plantão Esportivo, onde também exercia a função de locutor. Ainda em Ribeirão, trocou a rádio pela televisão. Além das reportagens esportivas, também passou a cobrir outros temas. Foi justamente uma reportagem sobre um lixão da cidade que deu a ele o primeiro de dois prêmios Vladimir Herzog de jornalismo.
Mas foi como jornalista esportivo que José Luiz Datena estreou na Rede Bandeirantes, onde atuou como repórter e locutor, participando da cobertura dos principais eventos esportivos no Brasil e no exterior.
Em 1996, entrou para a equipe de esporte da TV Record. Na emissora, o já consagrado repórter esportivo ganhou mais notoriedade comandando o programa policial Cidade Alerta.
Rogério Cardoso
Filho de Paulo Cardoso Furtado e Maria Panizza, era o primogênito de uma família de cinco irmãos.
Depois de passar a infância e a adolescência na cidade natal, foi estudar odontologia por dois anos, em Ribeirão Preto (SP), mas interrompeu o curso para seguir a carreira artística.
Começou no rádio, como contra-regra, em 1952. Logo passou a atuar em programas, cantando e contando piadas. Desde então ele nunca mais abandonou o humor. Estreou no teatro em 1958, na peça “A ditadora”. Ao todo, participou de 19 espetáculos, dos quais apenas um, “Esperando Godot”, não foi comédia.
Na TV, Rogério atuava desde 1963. Participou de programas como “Times Square” e “Moacyr Franco show ”, na extinta Excelsior, e “Praça da alegria”, na Record.
Contratado da TV Globo desde 81, ele integrou os principais programas de humor da emissora, como “Balança mas não cai” e “Chico Anysio show”. Mas foi interpretando o Rolando Lero, na “Escolinha do professor Raimundo”, que o ator ganhou enorme popularidade. E lançou bordões: “Amado mestre!” e “Captou a mensagem?”.
Último personagem, foi o Seu Floriano, de “A grande família”, um sucesso nas noites de quinta-feira na Globo. Rogério também vivia o Epitáfio, do “Zorra total”.
Rogério Cardoso também adorava música. Fez versões de várias canções, como “Pequeno mundo” e “Tempo de sonhar”. Nos anos 60, ele gravou um disco com a comediante Célia Coutinho.
Formado em direito, Rogério foi vereador no Rio, em 1999 a 2000. Uma de suas leis foi a que obriga os hospitais municipais a fazer o teste da orelhinha (que detecta a surdez) nos recém-nascidos.
Ele se casou três vezes, a última com Isabel Vieira. Faleceu aos 66 anos, em sua casa, em Copacabana, vítima de um infarto fulminante em 24 de julho de 2003.
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Museu Histórico e Museu do Café
O Museu Histórico Plínio Travassos dos Santos e o Museu do Café Cel. Francisco Schmidt estão localizados na área da antiga Fazenda Monte Alegre de Ribeirão Preto. O primeiro proprietário desta área foi o cafeicultor mineiro Cel. João Franco de Moraes Octávio.
Em 1890, o então colono alemão Francisco Schmidt comprou essa fazenda empreendendo uma série de reformas no local, para atender a grande demanda da produção cafeeira. Na década de 30, o Estado a desapropriou e parte da área foi cedida ao município para implantação dos museus.
O acervo do Museu Histórico foi constituído baseado nas coleções dos museus de história natural, da história oficial, coleções etnográficas, dos artefatos da cultura popular e fotografias.
O acervo do Museu do Café é representativo da história econômica do café, quando os núcleos rurais substituíram a mão-de-obra escrava pelo imigrante europeu.
No final da década de 30, o Governo Estadual desapropriou a Fazenda Monte Alegre e, posteriormente, por volta de 1948, as terras da fazenda passaram a constituir o patrimônio da Universidade de São Paulo. A Prefeitura recebeu como doação do Estado cerca de 17.000m², para a formação dos acervos e da instalação desses museus municipais. Em 1994, a Fazenda Monte Alegre era tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado (Condephaat).
Theatro Pedro II
As obras de reforma, restauro e modernização transformaram o Theatro Pedro II no cenário ideal para concertos sinfônicos, shows de música popular e erudita, montagens de peças teatrais, apresentações de companhias de dança, performances dos mais variados tipos e, conforme seu propósito original, grandes espetáculos de ópera.
Na década de 20, Ribeirão Preto vivia o apogeu econômico. A maior produção de café dava à cidade ares de Eldorado. Nessa época, exatamente em 1928, o presidente da Companhia Cervejaria Paulista João Meira Júnior iniciava a construção de um grande teatro de ópera. O projeto foi inspirado em casas de espetáculos européias.
O crack da bolsa de Nova York em 1929 e a crise econômica mundial refletiram na construção do teatro. Diversos padrões de acabamento foram alterados. Mesmo assim, o teatro surgiu como símbolo de poder da sociedade cafeeira.
Em 8 de outubro de 1930 o Theatro Pedro II foi inaugurado com apresentação do filme "Alvorada do Amor".
Durante cinco décadas o Theatro Pedro II foi a principal referência cultural de Ribeirão Preto. O Pedro II tornou-se centro de acontecimentos políticos e sociais. Grandes companhias teatrais e operísticas do exterior e corpos de baile do país se apresentaram nele.
Na década de 60, o prédio passou por reforma que o descaracterizou. Vários elementos decorativos foram destruídos, a platéia foi reduzida e placas de madeira encobriram camarotes, frisas e galerias laterais para transformá-lo em cinema.
Os sinais da decadência na década de 60 levaram o Pedro II a mudar de proprietários. A Companhia Cervejaria Antarctica adquiriu a Companhia Cervejaria Paulista, antiga proprietária.
Entre as décadas de 50 e 70, o subsolo do Theatro Pedro II foi transformado em salão de bailes de carnaval. Fora do período carnavalesco era transformado em sala de jogos. O local ficou conhecido como "Caverna do Diabo".
Em 15 de julho de 1980 o Theatro Pedro II viveu sua tragédia com o incêndio que destruiu a cobertura, o forro do palco e grande parte do interior. O fato ocorreu durante exibição do filme "Os Três Mosqueteiros Trapalhões". O fogo comprometeu a estrutura do teatro.
Artistas, intelectuais, cidadãos e políticos realizaram campanhas pela preservação do prédio e pelo resgate de sua função cultural. No dia 7 de maio de 1982 o prédio foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo).
Em maio de 1991 teve início a primeira etapa de restauração e modernização do teatro. Em janeiro de 1993 começou a segunda etapa. Um concerto de música erudita em abril de 1994 arrecadou US$ 10 mil para a recuperação.
Em 1996, o Theatro Pedro II foi reinaugurado.
O projeto de resgate do Theatro Pedro II demorou cinco anos. A reforma da estrutura do prédio, a modernização das instalações e o restauro das características arquitetônicas originais recuperaram o Pedro II e ampliaram suas funções, transformando-o no 3º maior teatro de ópera do país em capacidade de público. O Theatro Pedro II fica atrás apenas dos Teatros Municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo.
As obras de modernização ofereceram novos recursos ao Theatro Pedro II, como mecânica cênica e infra-estrutura de serviços, como elevadores especiais, painéis acústicos, sistema computadorizado de iluminação e de climatização, camarins e modernos mecanismos de combate a incêndio.
Uma fundação foi criada para administrar o Pedro II. Denominada Fundação D. Pedro II, ela tem como tarefa principal definir a forma de ocupação do teatro.
Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1883-1971)
FEPASA (1971-1976)
Depois de esperarem alguns anos pelos trilhos da Companhia Paulista, a estação de Ribeirão Preto foi inaugurada na linha da Mogiana, com alguma frustração por parte do povo da cidade, em 1883, com um prédio provisório. Estese situava em local diferente, no que hoje é a Vila Virgínia. Embora não se tenha certeza, alguns estudiosos afirmam que uma casa, que hoje fica na rua Caramuru, em sua parte alta, logo após a rua Guatapará, seria a que um dia abrigou essa primitiva estação.
Em outubro de 1884, foi construído o novo prédio, no lugar definitivo, para a estação, que teria sido inaugurado em 7/9/1885, e que passou a ser uma das mais importantes da Mogiana. Em 1914, foi concluído e entregue à companhia, pelo famoso arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo, o projeto da nova estação, "ampla e bela". Como a sua construção levaria tempo, optou-se por reformar a antiga, enquanto a construção não se iniciasse, o que acabou por nunca acontecer. Quadros a óleo mostrando o "futuro" prédio ficaram expostos por anos nas lojas da cidade.
Em 01/06/1965, com uma das inúmeras modificações e retificações da Mogiana, os trens de passageiros passaram a seguir para a nova estação, então fora da cidade. A velha estação passou a ser chamada de Ribeirão Preto-ramal. Na verdade, a estação estava já aguardando o seu final desde maio de 1964, quando a variante Bento Quirino-Entroncamento, pronta desde o final de 1961, passou a ter o tráfego dos trens de passageiros.
As sete estações da linha antiga foram fechadas nesse dia, mas a estação de Ribeirão Preto-nova ainda não estava pronta. O trem vinha, então, pela variante, passava direto pela nova estação e entrava por uma ligação improvisada até a velha estação. Em junho de 1965, porém, isso acabou, no dia da inauguração da nova estação, que fechou para passageiros. O que se fazer com ela, então? A pressão de políticos, comerciantes e do jornal "Diário da Manhã", da cidade, contrários ao processo de tombamento que corria para o velho prédio, acabou por ser mais forte: a estação, que chegou a abrigar por algum tempo o Grupo Escolar da Vila Tibério, foi derrubada no final de 1967. A pressão começou no início desse ano, com o jornal referindo-se à estação como "monstrengo", "pardieiro", antro de imundície e mau cheiro, e ao pátio onde estava a rotunda (oficina das locomotivas, mais à frente), como "triângulo da malária".
Em 3 de janeiro, o jornal publicou uma reportagem, indignado com o fato de que a Mogiana havia nesse dia recomeçado o embarque e desembarque de passageiros na estação, para o ramal de Guatapará, além de o Grupo ainda estar sendo mantido no prédio. Conseguiram desajolar o Grupo, mas a estação ainda resistiu por algum tempo, com a Mogiana, que estava prometendo a sua demolição há tempos, não cumprindo suas promessas. Constantemente o jornal publicava a mesma fotografia aérea do pátio da Mogiana, afirmando que "por ali passaria uma grande avenida", etc.. Mas, até julho, a pressão cedeu. Em agosto de 1967, entretanto, a Mogiana e a Prefeitura firmaram um acordo para a derrubada das instalações e a construção, por parte da ferrovia, da estação rodoviária no local. No mesmo mês, começaram as demolições e, em outubro, vários dos edifícios estavam no chão, inclusive o da velha estação de passageiros, da qual somente restou a plataforma. Até dezembro, pouca coisa se alterou, os trilhos continuavam passando por ali, por causa do ramal de Guatapará, que era considerado de "segurança nacional", por unir os troncos da Mogiana e da Paulista, sendo considerado, até, a possibilidade da ampliação de sua bitola para 1,60m.
Em janeiro de 1968, mudaram-se as instalações que ainda estavam na rotunda e em outros prédios. A oficina do departamento de tração e a reparação foram para outras estações; a de locomotivas a vapor passou para as estações de Uberaba e de Franca; a de carros e vagões, para Campinas, e as de locomotivas diesel-elétricas, para Ribeirão-nova. No mesmo mês, foi finalmente erradicada a plataforma, a fim de unir as ruas General Osório, que era a que antes começava exatamente à frente da porta de entrada da estação velha, e a rua Martinico Prado, que era a sua continuação do outro lado. Antes, apenas a rua Duque de Caxias, no ponto em que mudava o seu nome para Luiz da Cunha, tinha uma passagem de nível que permitia aos automóveis cruzar a linha, exatamente ao lado da estação. Também em janeiro, vários desvios foram retirados do local e somente os trilhos que agora eram parte do ramal de Guatapará ainda sobraram.
Com essa união, desapareceu todo e qualquer traço do velho prédio de embarque de passageiros. A estação de Ribeirão Preto-ramal, com a demolição, havia sido transferida para um pequeno cubículo, perto de onde era a rotunda. Esta estaçãozinha era conhecida pelo apelido de JP, que era o seu código dentro da Mogiana (depois, já na Fepasa, o código seria alterado para RR). Tinha até chefe: o senhor Antonio de Freitas, que havia sido chefe da estação de Igaçaba, na linha do Rio Grande. Em 10/10/1969, a área que um dia abrigou a estação e todo o pátio de manobras e oficinas, como um todo, foi oficialmente extinta.
Embora o traçado do ramal de Guatapará, ex-Jataí, devesse ser mudado para se ligar diretamente ao ramal de Sertãozinho, passando por área do campus da USP, somente a partir de 1972 a linha começou a ser alterada, e na verdade não tão longe, continuando a se ligar à estação de Barracão e não aos trilhos que iam para Sertãozinho. Até outubro de 1976, os trilhos do ramal ali ficaram, com tráfego, restos do antigo tronco da Mogiana, e, com a JP, até julho anterior, com os trens do ramal passando. Somente aí foram retirados, às pressas, depois do ramal finalmente fechado, para a inauguração da estação rodoviária, que se deu em novembro de 1976.
Para os lados da rua Guatapará, onde estava a rotunda, foi construído um prédio para abrigar a Câmara Municipal, e o resto do pátio foi transformado em jardins. Sobraram apenas algumas pequenas casas de turma, na parte de trás dos jardins, que ainda hoje estão bem conservadas. Do lado da estação, num outro prédio, saía, até 1940, o ramal da Fazenda Dumont, particular, dirigindo-se em direção ao que hoje é a cidade de Dumont, com bitola de 0,60 m. Este prédio, que continuou em pé com funções de escritório da ferrovia, também foi demolido no final de 1967. Veja também Ribeirão Preto-nova (Fontes: História de Ribeirão Preto, de Rubem Cione, 1987; Relatórios da Mogiana e da Fepasa, vários anos; Hélio Fávaro, ferroviário de Jurucê, abril de 2000; jornal "Diário da Manhã", de Ribeirão Preto, 1967/68).
Histórico da Linha: A linha-tronco da Mogiana teve o primeiro trecho inaugurado em 1875, tendo chegado até o seu ponto final em 1886, na altura da estação de Entroncamento, que somente foi aberta ali em 1900. Inúmeras retificações foram feitas desde então, tornando o leito da linha atual diferente do original em praticamente toda a sua extensão. Em 1926, 1929, 1951, 1960, 1964, 1971, 1973 e 1979 foram feitas as modificações mais significativas, que tiraram velhas estações da linha e colocaram novas versões nos trechos retificados. A partir de 1971 a linha passou a ser parte da Fepasa. No final de 1997, os trens de passageiros deixaram de circular pela linha.
Estação de ferro Ribeirão Preto-Nova
A estação de Ribeirão Preto-nova foi inaugurada em um ponto fora da cidade em 1965, mas está hoje dentro dela, que a envolveu. A estação foi entregue com atraso em relação à variante Bento Quirino-Entroncamento, aberta em dezembro de 1961 para cargueiros e em 01/06/1964 para trens de passageiros: como não estava pronta ainda, o trem seguia por uma linha improvisada (alça) até a estação velha, seguindo dali pela linha antiga. Pouco mais de um ano depois, em 01/06/1965, os trens de passageiros passaram a parar na nova estação, e a antiga foi definitivamente desativada. As linhas que se entroncavam na estação antiga de Ribeirão (a São Paulo-Minas e o ramal de Guatapará, antigo ramal de Jataí) passaram a sair, o primeiro de Evangelina, uma estação construída para isto, na linha nova, e o segundo, de Barracão. Por sua vez, a estação nova de Ribeirão Preto passou a ser o ponto de saída do ramal de Sertãozinho, que antes saía da estação de Barracão. Recebeu passageiros até 11 de agosto de 1997, quando estes trens foram suprimidos.
Anualmente se realiza ali a reunião dos ferromodelistas, promovida pela Frateschi. É uma das pouquíssimas estações que atualmente ainda estão abertas. Em 23/08/2003, na exposição de ferreomodelismo anual da Frateschi, a estação ainda estava sendo utilizada como escritórios da FCA e depósito dee locmotivas.
Histórico da Linha: Com obras que duraram quase dez anos, a Mogiana entregou em 1964 esta variante que substituía a linha-tronco original no trecho entre as estações de Bento Quirino e Alto, esta um pouco antes da estação de Entroncamento, então a última do tronco original. Com a retirada posterior dos trilhos, sete estações foram fechadas, uma (a de Ribeirão Preto original) foi desativada três anos depois e outra (Barracão) passou a servir o ramal de Sertãozinho. Por sua vez, cinco estações novas foram criadas na variante, que opera até hoje e trasnportou trens de passageiros até agosto de 1997.
Estação de ferro São Paulo-Minas (1928-c. 1970)
A estação de Ribeirão Preto da E. F. São Paulo-Minas foi inaugurada em 1928, para servir de ponto de chegada do chamado ramal de Ribeirão Preto, que passou a sair da estação de Serrinha (depois Ipaúna), para unir o tronco original da São Paulo-Minas a Ribeirão Preto. O ramal funcionou por pouquíssimo tempo, pois, em 1930, teve seu tráfego suspenso, por problemas financeiros da companhia. Somente em 1944 é que o ramal foi reativado, depois de uma reforma e com o tempo o trecho Ribeirão-S. Sebastião do Paraíso acabou por se tornar o mais rentável da ferrovia. Em 1964, com a supressão do trecho do ramal entre esta estação e Evangelina, as locomotivas passaram a seguir pelo desvio que levava à estação de Ribeirão-velha, daí seguindo para Barracão, Ribeirão-nova e daí pela linha-tronco da Mogiana. A estação ainda funcionou até cerca de 1970, quando a Mogiana já administrava a SPM. Quando a Fepasa chegou, a estação já estava desativada. Hoje, ela fica na rua Marquês de Pombal, 103, e todo o pátio de manobras foi vendido à Embratel pela Prefeitura, que era a dona do terreno, cedido pela Fepasa. A Embratel construiu ali a sua central de "call-center" e a velha estação ficou praticamente.
Histórico da Linha: O ramal de Ribeirão Preto, da São Paulo-Minas, foi inaugurado em 1928, pelos novos proprietários da linha, a Usina Metalúrgica Epitácio Pessoa, para transportar minérios entre Ribeirão Preto e Minas Gerais. O ramal se encontrava com a linha-tronco em Serrinha (depois Ipaúna). Em 1930, a usina faliu e a ferrovia foi desativada. Embora o tronco tenha sido reativado em 1934, o ramal somente o foi em 1944. Entre 1961 e 1964, o ramal foi cortado em dois pela variante Bento Quirino-Entroncamento, da Mogiana, e o trecho entre Ribeirão Preto e Evangelina foi desativado. O ramal passou a sair de Evangelina, agora uma estação nova na linha nova da Mogiana. Em 1968, a linha da SPM entre Bento Quirino e Ipaúna foi suprimida e o ramal passou a integrar a linha principal, administrada agora pela Mogiana. Em 1971, a Fepasa incorporou a linha, e extinguiu seus trens de passageiros em 1976. A linha ficou ativa para cargas até os anos 90, quando foi abandonada. Em fins de 2000, o trecho inicial entre Evangelina e Biagípolis foi reativado para cargas, mas o resto continua no mais completo abandono.
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Jardim Japonês
O Jardim Japonês, encravado no Bosque Municipal "Fábio Barreto", ladeado por densa vegetação com todos os requintes do paisagismo nipônico, oferece um cenário composto de lagos, flores, pontes, bancos, quiosques e plantas ornamentais de origem japonesa doadas pela colônia radicada na cidade.
Casa da Cultura
A Casa da Cultura "Juscelino Kubitschek", construída em 1976 conforme projeto do arquiteto Durval Soave, foi inaugurada em 26 de janeiro de 1977. Integrante do Complexo Cultural Alto do São Bento, abriga a Secretaria da Cultura de Ribeirão Preto, Biblioteca Municipal "Guilherme de Almeida", Sala de Exposições "Leonello Berti", Escola de Belas Artes "Cândido Portinari", auditório com capacidade para 50 pessoas. Atualmente cede espaço para a Oficina Cultural "Cândido Portinari", da Secretaria Estadual da Cultura. Encontra-se no Jardim da Casa da Cultura esculturas de Bassano Vaccarini e Thirso Cruz.
Sete Capelas
O Santuário das Sete Capelas foi idealizado pelos monges beneditinos, cada uma dedicada a um padroeiro. A construção se prolongou por quase dez anos. A primeira capela, de Nossa Senhora das Graças, foi construída em 1948. A de São Judas Tadeu em 1951. As capelas de Nossa Senhora Aparecida e Santa Terezinha foram construídas em 1954. A capela de São Jorge em 1955 e, encerrando o santuário, as capelas de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e da escadaria - a Capela da Penitência.
Cada uma mantém sua individualidade no que se refere ao conjunto arquitetônico, mas formam um interessante conjunto. Dispostas em semicírculo, as capelas são voltadas para o centro.
É importante notar que as capelas foram edificadas em uma escavação de pedreira, ficando assim o santuário guarnecido em todo o seu perímetro por rocha.
O Santuário das Sete Capelas situa-se no Morro do São Bento, ao lado do Mosteiro que deu nome ao morro, e é base do Complexo Cultural, que é formado pela Casa da Cultura, Teatro de Arena, Teatro Municipal, Cristo Redentor e Santuário das Sete Capelas. O Complexo Cultural abriga também ruas passarelas, praças, fonte luminosa, mirante, Casa do Rádio Amador, Serviço de Comunicação da Viação São Bento, Mosteiro São Bento e Parque Botânico.
Pingüim
O Pingüim, que tem o chope mais famoso do país, é um dos cartões de visita de Ribeirão Preto. Inaugurado em 10 de novembro de 1943 pelo seu fundador Nicolás Miranda, a famosa casa de chope está instalada no Edifício Diederichsen, também no Quarteirão Paulista, onde inicialmente funcionou o Snooker Pinguim.
Albano Celini, que em 1965 comprou a famosa choperia registrou que mais de 2 mil pessoas, diariamente, consomem mais de 2 mil litros de chope, servidos em tulipas de cristal em um processo de congelamento da cantina passando por mais de 800 metros de serpentina até a saída da bomba.
Os novos proprietários, liderados pelo empresário Antonio Alves, passaram a administrar o Pinguim em 1983, que é conhecido como Pinguim 1 porque em 1977, no Edifício Meira Júnior, do Quarteirão Paulista, em frente ao primeiro, foi inaugurado o Pinguim 2, aumentando a capacidade de fornecimento do melhor chope do Brasil.
Em 1990, a Câmara Municipal aprovou lei de preservação do local onde funciona o Pinguim 1 para que não seja licenciado outro tipo de comércio a não ser choperia, para manter a tradição.
Teatro de Arena
O Teatro de Arena "Jayme Zeiger", inaugurado juntamente com o Teatro Municipal em 1969. Considerado um dos poucos teatros totalmente em estilo grego, no Brasil, com capacidade para 2500 pessoas. Foi construído na encosta do Morro, tendo a preocupação de não alterar o meio ambiente. Este teatro foi o primeiro teatro de arena construído no interior do Estado de São Paulo. A peça Antígona (de Sófacles) foi o primeiro espetáculo teatral apresentado no Teatro de Arena.
Durante o ano de 1986 o teatro sofreu algumas reformas e foi reinaugurado em 1987.
Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali
O parque está localizado em uma área de antiga exploração de basalto. Esta rocha foi formada de erupções vulcânicas ocorridas há cerca de 130 a 60 milhões de anos. Inaugurado em 18 de novembro de 2000, o complexo ambiental de 152 mil metros quadrados de vegetação foi transformado no maior espaço de lazer da cidade. O projeto elaborado pela prefeitura, transformou o local num ambiente ideal para passeios e caminhadas. Foram construídas cachoeiras e lagos artificiais próximos a uma Praça de Eventos. Entrecortada por trilhas, a área é ideal para caminhadas e passeios de bicicleta.
Fazenda Arindeuva
Em 20 de julho de 1873, no Sítio de Cabangu, MG, nascia Alberto Santos Dumont, filho de Henrique Dumont e Francisca Santos.