dr. Pintassilgo

Rio Claro

Denominações anteriores: S. João Batista da Beira do Ribeirão Claro, S. João Batista do Morro Azul.

Fundadores: Antônio Pais de Barros, Manuel Afonso de Taborda, Joaquim José de Andrade, Francisco Costa Alves Nicolau P. Campos Vergueiro, Manuel Pais Arruda, Estevam Cardoso Negreiros e Delfino Silva Barbosa.

Data da fundação: 24 de junho de 1824.



Corria do século XVIII. Intrépidos paulistas demandavam Cuiabá, no Mato Grosso, em busca de ouro, passando pela extensa e perigosa zona conhecida mais vulgarmente pela denominação de “campos ou sertões de Araraquara”, que além de São João Batista do Rio Claro, compreendia os atuais territórios de Araraquara, São Carlos e Descalvado.

No governo de Martins Lopes L. de Saldanha (1775-1782), o seu secretário, Dr. José Inácio Ribeiro, já obtiveram sesmarias nestes lados. Em virtude do cargo que ocupava, entretanto, ele expedia em nome de outros,que lhes faziam transferência da concessão.

Dessa maneira, chegou a Dr. Inácio Ribeiro a possuir os sertões de Araraquara, cerca de 13 léguas quadradas, concedida pelo citado Martins Lopes e pelo seu sucessor Cunha Menezes. Muito embora não cuidasse de todas, o Dr. Inácio abriu uma fazenda nas proximidades de Itaqueri, hoje município de Itirapina. No primeiro decênio do século XIX surgem as primeiras notas exatas acerca da existência do vasto sertão de Morro Azul. A Vila de Mogi-Mirim, como nos conta Antônio Augusto da Fonseca, mandou os primeiros povoados ao Morro Azul, como se denominava a vasta faixa de terras.

Atraídos pela Uberdade do solo e salubridade do clima, indivíduos de dinheiro e de prestígio por aqui conquistavam enormes extensões de terras. Em 1817 a família Galvão, que se transferiu de Itu, alcançava do dirigente do governo a primeiras sesmaria nos sertões do Morro Azul. Essa sesmaria foi demarcada e dividida no ano de 1817. Nela tinha parte, fundando o engenho de Ibicaba, o senador Nicolau P. Campos Vergueiro, quem em 20 de julho de 1816 fazia sociedade com o Brigadeiro Luiz Antônio, para exploração do fabrico de açúcar e a criação de animais. O senador requereu também aqui uma sesmaria de uma légua de testada e duas de fundo. Conseguiu-a pela carta de 6 de maio de 1818 e dela resistiu por encontrar na dita região do Morro Azul inúmeros posseiros. Em 1819, falecendo o Brigadeiro Luiz Antônio, continuou a sociedade, ficando com a parte de seu esposo, a senhora D. Genebra de Barros Leitão. Consorciada em segundas núpcias com o Dr. José da Costa Carvalho, em 16 de julho de 1822, ainda se mantiveram na sociedade até 1825, quando em ajustes, dividiram as partes e coube ao Senador Vergueiro o Engenho do Morro azul, que se conhecia por Ibicaba, e as terras de Tatu.

Começaram já em 1821 o grande trabalho de Colonização do Senador Vergueiro, ao qual se deve o povoamento da região de Morro Azul, confinada com os sertões de Araraquara, limitada com as sesmarias aqui citadas. Em 1818 o governo expedia concessão de sesmaria para Francisco Góes de Maciel, sesmaria dos Góes, como ficou conhecida, onde teve início a Fazenda Angélica, posteriormente passando a sesmaria a pertencer a Alexandre José Góes Maciel. A esse tempo, a única sesmaria que era zelada, demonstrando o equilíbrio de previsão de energia das gentes que abarrancaram por estas bandas, era a dos Pereira, situada às margens do Ribeirão Claro, que deu nome ao povoado. Pertencente a Antônio Pereira, essa sesmaria solapando grande quadra de terra, fora impetrada por carta de sesmaria num ano de 1821. Conheciam-na por “Curral dos Pereiras”.

Em 1822, confirmada a elevação de Constituição (hoje Piracicaba) a vila, começou formar-se no Curral dos Pereiras, situado entre o Ribeirão Claro e o rio Corumbataí, numa explanada um pouco inclinada para o córrego da Servidão, à vista das Serras de Itaqueri e Morro Grande, a povoação que recebera o nome de São João Batista do Ribeirão Claro. Os Pereiras eram os chefes. Zelavam com carinho o burgo nascente. Em 3 de março de 1821, o Capitão Francisco da Costa Alves, comandante das Ordenanças em Jundiaí, conseguiu uma sesmaria situada à margem norte do Rio Corumbataí, tendo trazido em sua companhia o Padre Delfino da Silva Barbosa. O virtuoso sacerdote, patrocinando a nascente fazenda, consigo trouxera uma imagem de São João Batista confeccionada na Bahia. Eram duas agora as sesmarias importantes: a do Curral dos Pereira e a de Costa Alves. A despeito do custo, foi ereta na Fazenda Costa Alves uma capelinha tosca e nela estava guardada a imagem que seria a do patrono da futura paróquia.

Em 1826, com o progresso crescente de Ribeirão Claro, surgiu a idéia de pleitear-se a criação da Capela Curada. Teve início, então, uma fixação da localidade. Queriam uns – os que possuíam terás ao sul do Curral dos Pereiras – que ali fosse a sede da futura Capela. Outros, por circunstâncias várias, insistiam em que se erigisse ao norte dos sertões de Morro Azul, onde se achava a Fazenda de Costa Alves. Esse tinha um argumento poderoso: havia em sua sesmaria uma igrejinha, primordiais questão para que o Bispado estabelecesse tais sesmarias domiciliavam, ficou assentado que Antônio Paes de Barros, mais tarde Barão de Piracicaba, arbitrasse a questão, sem paixões e muitos atendendo a rogos de amizades.

Este, para que ninguém ficasse magoado e não surgissem malévolas suposições,deliberou que adquirissem, por compra, os terrenos do chapadão, confinando com o Curral dos Pereiras e pertencentes a Manoel Afonso de Taborda e seu sogro Manoel Paes de Arruda, porém num gesto de muita simpatia, ofereceram os terrenos designados por Barros, graciosamente. Ao findar desse ano, terminada a construção da Capela, Manoel Paes de Arruda, Francisco Costa Alves, Estevam Cardoso de Negreiros, Antônio Paes de Barros, Manoel Afonso Taborda, Senador Vergueiro, Joaquim José de Andrade, os Irmãos Pereira e mais uma centena de moradores dirigiram ao vigário Capitular, em São Paulo, uma longa petição em a qual mostravam a necessidade de ser criada a Capela Curada no burgo de São João Batista do Ribeirão Claro. Atendendo a este pedido, o Bispado mandou passar a provisão de Capela Curada no dia 7 de maio de 1827 e só assinada em 20 de junho de 1827, sendo o primeiro capelão o Padre Delfino da Silva Barbosa.

Em 23 de março de 1828 são escolhidos para primeiro, segundo e terceiro Juiz de Paz, respectivamente, os cidadãos Estevam Cardoso de Negreiros, Manoel Paes de Arruda e Manoel Afonso Taborda, e a 26 de abril do mesmo é nomeado a escrivão de paz, Teodoro Luiz Godoy. Pouco tempo depois não satisfeitos com essa primeira vitória, os habitantes de Ribeirão Claro almejam alguma coisa a mais e graças aos esforços empreendidos por Estevam Negreiros, Paes de Arruda, Paes de Barros, Vergueiro e outros, em 9 de dezembro de 1830 o Governador da Província assina o ato de elevação a Freguesia, da Capela Curada de São João do Rio Claro, como já se chamava. O Bairro popularizava-se. Riscavam-se ruas. O comercio incrementava-se e no ano de 1830 era já em número 20 de casas. Em 1831 entrou a novel Freguesia numa fase de decadência, motivada pelo egoísmo administrativo da vizinha Constituição, Cabeça do Julgado, que via em Rio Claro uma futura e perigosa rival. Mas, em 1832 Rio Claro reagiu, criando a Sociedade do Bem Comum, que funcionou sob a forma de governo na administração dos interesses locais, inteiramente à revelia da Câmara de Constituição e até mesmo do Governo da Província, até o ano de 1839. A existência dessa Sociedade foi de todo benéfica. Em 8 de março de 1842, pela Lei n.° 25, a Freguesia de São João Batista do Rio Claro foi incorporada ao Município de Limeira e três anos mais tarde, ou seja, em 7 de março de 1845, foi elevada à categoria de Vila, pela Lei n.° 13, desmembrando-se assim do referido Município de Limeira. São João Batista do Rio Claro continuou a progredir vertiginosamente, contando em 1885 com uma população de cerca de 30 000 habitantes. Daí seus anseios por tornar-se a cidade, o que afinal, foi conseguido pela Lei n.° 44, de 30 de abril de 1857. Pela Lei n.° 26, de 6 de maio de 1859, foi criada a Comarca de Rio Claro, abrangendo os municípios de Rio Claro, Araraquara e Brotas, sendo que atualmente a mesma costa com os municípios de Rio Claro, Analândia, Itirapina, Corumbataí e Santa Gertrudes. A Lei n.° 975, de 20 de dezembro de 1905, simplificou o nome para Rio Claro.
_____________

  • Origem do nome

Dado ao fato de ter a cidade sido fundada às margens de um ribeirão denominado Ribeirão Claro.
_______________

  • Personagens

Ulysses Silveira Guimarães

Ulysses Silveira Guimarães nasceu em Rio Claro no dia 6 de outubro de 1916.

Filho do coletor federal Ataliba Silveira Guimarães e da professora primária Amélia Correa Fontes exerceu diversas atividades: foi advogado, professor, escritor e, até mesmo, diretor da Federação Paulista de Futebol.

Mas foi na política que desempenhou o papel de maior destaque para o País: o de defensor intransigente da democracia, da liberdade e de um Brasil mais justo. Foi o grande nome na campanha por eleições diretas no Brasil no início da década de 80 e na Assembléia Nacional Constituinte. Lutou para que a votação do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello não fosse secreta - como queriam alguns parlamentares, na esperança de reverter a decisão defendida pela voz das ruas.

Ulysses Guimarães ingressou na política cedo. Mas foi entre 1947 e 1950 que atuou como deputado estadual em São Paulo. E, por 11 vezes seguidas, venceu as eleições para deputado federal, também pelo seu estado natal. Ulysses Guimarães é o recordista de vitórias em eleições para a Câmara dos Deputados.

Formado em Ciências Jurídicas Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (1940), iniciou os primeiros estudos em Rio Claro. Depois, cursou o secundário no Grupo Escolar de Lins (SP). Em 1932, diplomou-se professor primário pela Escola Normal Livre de Lins.

Em São Paulo, aperfeiçoou seus conhecimentos no Instituto de Educação Caetano de Campos. Na capital paulista, deu aulas particulares e integrou o corpo docente de vários ginásios, ensinando latim e história. Na faculdade, se tornou presidente da Associação Acadêmica Álvares de Azevedo e participou das atividades do Centro Acadêmico 11 de Agosto.

Exerceu a advocacia em São Paulo, especializando-se em direito tributário. No início dessa mesma década é que se tornou diretor do Santos Futebol Clube e da Federação Paulista de Futebol. Em 1945, no processo de redemocratização do país, Ulysses ingressou no Partido Social Democrático (PSD), onde permaneceria até a extinção da legenda, em 1965.

Em janeiro de 1947, elegeu-se deputado à Constituinte em São Paulo. Em 1949 tornou-se o líder da bancada pessedista na Assembléia Legislativa. Em outubro 1950, aos 34 anos, disputou uma cadeira de deputado federal, permanecendo no cargo até os 76 anos, quando ocorreu o acidente de helicóptero, em Angra dos Reis, no Sul Fluminense, que lhe tirou a vida, a de sua mulher Ida de Almeida (a Mora), a do senador Severo Gomes e a de sua esposa. O acidente ocorreu em 1992, seis dias após Ulysses completar 76 anos.

_______________

  • Locais históricos

Museu Histórico e Pedagógico Amador Bueno da Veiga

Instalado no antigo solar do fazendeiro José Luiz Borges, o Barão de Dourados, foi construído em 1863. Arquitetura colonial que utiliza taipa, bairro e madeira, tem, no seu interior, móveis e utensílios da época do Império. Abriga, também, o Museu "Albertina Pensado Dias", de amostras minerais, rochas e fósseis, a Sala Barão de Itapura, a Sala Joaquim Ribeiro, a Sala da Primeira Mobília da Câmara Municipal, a Sala Comemorativa da Revolução Constitucionalista de 32, uma Sala Portuguesa, além de outros objetos, coleções e arquivos que complementam seu acervo (discoteca, fotografias, jornais)e, ainda, parte do acervo da documentação da Prefeitura de Rio Claro.

Foi tombado pelo patrimônio histórico estadual em 1963. No museu acontecem freqüentemente exposições e eventos histórico - culturais.

Gabinete de Leitura

O prédio, cujo início da construção data de 1876, no auge da cultura do café, foi concluído em 1889 e inaugurado no ano seguinte. Restaurado em 1997, é o único prédio no Estado de São Paulo que funciona com a mesma finalidade para que foi criado. Tombado pelo patrimônio, foi uma das primeiras edificações do estado a utilizar mão-de-obra livre.

O gabinete oferece aulas de xadrez, clube da leitura e o Centro Literário de Rio Claro. Há também espaço destinado a palestras, reuniões e eventos em geral. Seu acervo conta com periódicos, livros atualizados, obras raras da literatura e toda a biblioteca "Lenyra Fracarolle".

Jardim Público



Engloba as Praças XV de Novembro e Tenente Otoniel Marques Teixeira, onde Siqueira Campos iniciou, em 1886, o ajardinamento do antigo Largo da Matriz. Suas características paisagísticas, lhe conferem um aspecto de bosque, tornando-o um local agradável que contribui para amenizar o clima da área central.

Mercado Municipal



Construção de 1897, passou a ser usado como quartel do exército por um período, voltando às atividades de mercado em 1924.

Solar Dona Luiza Barreto Rinaldi



Suntuosa construção de dois pavimentos do final do século XIX, pertencente à dona Luiza até 1899. D. Luiza Botão, como era conhecida, nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul em 1838. As iniciais L.B.R. - "Luiza Barreto Rinaldi" podem ser observadas no frontispício do sobrado.

Em 1914 o imóvel foi transferido à Prefeitura Municipal de Rio Claro, que o repassou à Escola Profissional Masculina em 1918. Em 1994 passa a denominar-se Escola Técnica Estadual "Armando Bayeux da Silva".

Igreja Matriz de São João Batista






Edificada entre 1912 e 1926, em estilo neo-românico. Guarda a primeira imagem do padroeiro de Rio Claro, São João Batista, peça de valor inestimável, oriunda da fundação da cidade. O relógio da igreja foi instalado em 1920, com quatro faces. O interior do prédio, reformado entre 1976 a 1996, passou a ser ponto importante de visitação pelo bom gosto e correção arquitetônicos e recolhimento cristão.

Estação de ferro de Rio Claro



A estação de Rio Claro, no início, foi a ponta da linha-tronco; entretanto, alguns anos mais tarde, com a inauguração da linha para Porto Ferreira, saindo de Cordeiro, Rio Claro passou a ser ponta de um curto ramal. Em 1884, com a inauguração da linha de bitola métrica da Cia. Rio-Clarense, passou a ser ponto de baldeação de passageiros e cargas que vinham tanto de São Paulo como de São Carlos. Em 1892, a Cia. Paulista comprou a Rio-clarense dos ingleses, que a haviam comprado dos seus donos originais, e em 1916, a Paulista completou as obras de alargamento de bitola para além de Rio Claro, passando a ser parte da nova linha-tronco. O ramal de Descalvado passou a ser chamado com este nome. A estação original foi demolida em 1911, ano em que a Paulista inaugurou o prédio atual da estação.

Em 1884, a Cia. Rio-clarense não seguia o mesmo trajeto de hoje para São Carlos, mas sim, saía de Rio Claro subindo pela serra de Corumbataí até Anápolis (hoje Analândia), e daí descia para a estação de Visconde de Rio Claro, onde, a partir de alguns anos mais tarde, passou a bifurcar daí para São Carlos e Araraquara, para o norte, e para Jaú, para oeste. A retificação e alargamento de bitola de 1916, feito pela Paulista, transformou o trecho da serra de Corumbataí em ramal - o ramal de Anápolis, depois ramal de Analândia. Posteriormente, o trecho Anápolis-Visconde de Rio Claro foi desativado em 1941. O ramal remanescente funcionou até 1962. A estação de Rio Claro, portanto, de 1916 até 1962, era ponto de bifurcação.

Hoje, continua como estação ativa, situando-se a algumas quadras da praça central da cidade, ainda um ponto de grande movimento. A estação tinha grande importância também por ter a cidade de Rio Claro às oficinas da Paulista e da FEPASA, além do Horto Florestal Navarro de Andrade, de propriedade das companhias. Em 1980, foi aberta a estação de Rio Claro-Nova, também chamada de Guanabara, por se situar no bairro do mesmo nome. Esta estava na recém inaugurada variante Santa Gertrudes-Itirapina, que passa por fora da cidade, a oeste. As duas estações, em duas linhas diferentes, continuaram ativas para passageiros, dependendo dos trajetos feitos. A linha velha foi desativada entre Batovi e Itirapina, mas Rio Claro continuou tendo ligação com a linha nova, pouco antes de Batovi. Em 1986, o relatório da Fepasa (RIFF) mostrava que o abandono já havia começado. Com a Ferroban operando os trens de passageiros a partir de 1999, apenas a estação de Rio Claro-nova passou a ser usada, e a estação de Rio Claro permanece fechada, sem uso da linha antiga. Em março de 2001, o fim dos trens de passageiros fez com que a linha velha entre Santa Gertrudes e Camaquã fosse definitivamente abandonada; o trecho entre a estação de Rio Claro e a junção com a variante, perto de Camaquã, teve a linha retirada em 2002, enquanto o trecho Santa Gertrudes-Rio Claro passou a ser um ramal, levando para as oficinas da agora Brasil Ferrovias, com uma placa novinha em folha à entrada da oficina, logo após a estação (setembro de 2002). A estação, por sua vez, virou centro de eventos, realizadas debaixo da antiga gare na plataforma.

Histórico da Linha: A linha-tronco da Cia. Paulista foi aberta com seu primeiro trecho, Jundiaí-Campinas, em 1872. A partir daí, foi prolongada até Rio Claro, em 1876, e depois continuou com a aquisição da E. F. Rio-Clarense, em 1892. Prosseguiu por sua linha, depois de expandi-la para bitola larga, até São Carlos (1922) e Rincão (1928). Com a compra da seção leste da São Paulo-Goiaz (1927), expandiu a bitola larga por suas linhas, atravessando o rio Mogi-Guaçu até Passagem, e cruzando-o de volta até Bebedouro (1929), chegando finalmente a Colômbia, no rio Grande (1930), onde estacionou. Em 1971, a FEPASA passou a controlar a linha. Trens de passageiros trafegaram pela linha até março de 2001, nos últimos anos apenas no trecho Campinas-Araraquara.

Estação de ferro Rio Claro - nova



A estação de Rio Claro - nova, também chamada de Guanabara, devido ao bairro em que foi construída, foi inaugurada em 1980 quando os trens de passageiros da Fepasa começaram a passar pela variante Santa Gertrudes-Itirapina. A variante havia sido inaugurada em 1976, mas até então por ela apenas trafegavam trens de carga. Com a abertura de Rio Claro-nova, a estação tradicional de Rio Claro não foi desativada, pois alguns trens ainda continuavam a passar por lá, visto que o trecho da linha antiga que passava pela cidade continuou ativo. A estação nova fica num local ermo e perigoso, e pode ser vista do alto de uma das pontes da estrada de rodagem que liga Rio Claro a Piracicaba, logo após a rodovia Washington Luiz. Conta com um amplo pátio de estacionamento para veículos, que hoje vive totalmente vazio, e foi um local de muito movimento de cargueiros, com desvios longos. Foi desativada como estação em 1999, servindo apenas a sua plataforma, até hoje, para embarque e desembarque dos poucos trens de passageiros que ainda passam quase vazios por ela, duas vezes por semana. Está hoje totalmente abandonada.

Histórico da Linha: Projetada desde os anos 50 pela Cia. Paulista, a variante que encurtava a distância entre Santa Gertrudes e Itirapina somente foi construída anos 70, já pela FEPASA. Aberta em 1976 para trens de carga, em 1980 ela foi aberta para passageiros e a linha velha foi suprimida, fechando-se cinco estações, exceto a de Rio Claro, que manteve o trecho de linha que passou a se encontrar com a variante, entre Rio Claro-nova e Camaquã-nova. Três estações novas foram construídas na variante. Trens de passageiros passaram por ali até o final de 2000.

___________________

  • Curiosidades

Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro "Oscar de Arruda Penteado"

Guarda documentos importantes da história da cidade. Foi a residência de Manoel Pessoa de Siqueira Campos, juiz e chefe da polícia. O Arquivo está aí instalado desde 1985.

Floresta Estadual "Edmundo Navarro de Andrade"















Criada em 1909, possui 2.230,5358 hectares com a maior variedade de espécie de eucalipto do Brasil, o que a torna referência no cultivo e pesquisa da planta e a faz conhecida como "berço do eucalipto".

Entre outras atrações, possui o Museu do Eucalipto, criado pelo agrônomo Edmundo Navarro de Andrade.

Originalmente a Floresta pertencia à CIA. Paulista de Estradas de Ferro, tendo sido transferida para a FEPASA na década de 70, época da estatização das vias férreas.

A partir de 1998 passou a ser administrada pelo Instituto Florestal da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, através do Instituto Florestal.

Chácara Orquídea



Propriedade particular, com mais de 35 anos de funcionamento, conhecida nacional e internacionalmente. Pioneira na criação de dois híbridos: Catleya pão-de-açúcar (1994) e Catleya corcovado (1998). O proprietário Aniel Carnier realiza palestras, pesquisas, e acompanhamento das visitas, onde pode-se observar a planta desde a germinação até à floração.

Cidade azul

Apontada pela Fundação Getúlio Vargas como uma das 100 melhores cidades brasileiras para investir, Rio Claro, a 180km da Capital, figura na história dos municípios paulistas como a primeira a substituir os lampiões a gás pelos postes de energia elétrica.

A vocação para o pioneirismo é outra característica de Rio Claro. A primeira cerveja em lata nasceu ali, na antiga fábrica da Caracu, referência nos cartões postais da cidade. Dotada de ruas largas e planas, seguindo um plano diretor projetado, ostenta um dos mais altos índices de ciclistas.

Usina Hidrelétrica de Corumbataí

Situada a 3 Km a sul da cidade, com acesso pela SP-127 (Rio Claro - Piracicaba). Na confluência do rio Corumbataí com o Ribeirão Claro, está a mais antiga e totalmente preservada usina hidrelétrica do Estado de São Paulo (1895). No local funciona o Museu da Energia, Usina-Parque do Corumbataí equipado com espaço para lanche, churrasqueira, copa, sala de vídeo, experimentos interativos, maquete com sistema de áudio explicativo, casa de máquinas de alvenaria de pedra, com simulação de geração de energia e visita ao interior de seu telhado do século XIX, exposição sobre a história da usina, piscina, estacionamento, monitores especializados, telefone e instalações para deficientes físicos.

Hino

"Salve! Salve! Rio Claro querida,
Linda Terra de céu sempre azul,
Quem te vê uma vez não te olvida,
Pois te embala o cruzeiro do sul,
O nascer no teu seio de ouro,
É trazer no feliz coração,
Pro teu nome sublime tesouro,
Protegido por meigo São João.

Rioclarenses, bem alto cantemos!
Este hino com todo fervor!
Pois a terra maior pertencemos,
Em carinho, energia e valor.

O teu sólo tão fértil encerra,
Mil riquezas, farturas, sem par,
Teu comércio engrandece esta terra,
Tua indústria operosa é exemplar.
E a instrução que é a estrela potente,
A brilhar no teu céu cor de anil,
Faz do jovem valor consciente,
Na defesa do nosso Brasil."

Poema - Professora Celeste Calil
Música - Professora Ligia do Carmo Polastri Vendramel

Crônica | Histórico da comarca | Histórico da cidade | Ocelo clínico | Dados atuais | A cidade na década de 50