dr. Pintassilgo

Bebedouro

Fundadores: Joaquim Jose de Lima, Isaac Francisco Pimenta, Francisco Inácio Pereira, Antonio Gonçalves Valim, padre Antonio Luis dos reis França, Sabino Gonçalves da Cruz, Rogério Alves de Toledo, Eleutério Joaquim Batista Venâncio Diniz Junqueira, João Carlos de Almeida Pinto e Fidelis Alves da Costa.

Data da Fundação: 3 de maio de 1884.

Está Bebedouro situada entre os rios Pardo e Turvo e nasceu a povoação em 1885, no município de Jaboticabal, no local denominado Bebedor ou Bebedouro, motivado pelo uso de uma água cristalina, procurada por animais e por tropeiros que por lá transitavam. Os primeiros ocupantes da terra lembraram-se de adquirir uma gleba que servisse de patrimônio à futura povoação. Assim, adquiriram de um senhor Corrêa e Mesquita, residente em Jaboticabal, um pedaço de terra, cujo pagamento deveria ser feito em três prestações de porcos, devido à grande escassez, então existente no local, de moeda corrente. O patrimônio adquirido foi doado à vila de São João Batista de Bebedouro, seu padroeiro. São apontados como fundadores os seguintes senhores: José Francisco Pimenta, João Francisco da Silva, D. Ana Cezária Pimenta, José Ignácio Garcia, Francisco Bonifácio de Souza Guerra, Francisco Ignácio Pereira e Padre Francisco Valente. Com o incremento da lavoura e do comércio, o povoado rapidamente se desenvolveu e em 6 de setembro de 1892, pela Lei. n.° 87, foi elevado à categoria de distrito de paz. Antes de findar o século já apresentava aspectos favoráveis de progresso, pois iam-se formando grandes lavouras de café que se tornaram, mais tarde, a maior riqueza do município.

Foi elevado a município pela Lei n.° 293, de 19 de julho de 1894 e à cidade pela Lei municipal n.° 34, de 11 de março de 1899. Foi constituído inicialmente com o único distrito de Bebedouro. Foram posteriormente incorporados os distritos de Monte Azul (Lei n.° 898, de 30 de novembro de 1903); Turvínia (Lei n.° 1864, de 31 de agosto de 1922) e Botafogo ( Lei n.° 1865, de 31 de agosto de 1922). Foram desmembrados: monte Azul (Lei n.° 1443, de 22 de dezembro de 1914) Turvínia (Decreto n.° 9775, de 30 de novembro de 1938 – extinto). O distrito de Turvínia foi criado novamente pelo Decreto-lei n.° 14 334, de 30 de novembro de 1944. Consta, atualmente, dos distritos de paz: Bebedouro, Botafogo e Turvínia.

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  • Origem do nome

“Y”= Guaba ou a bebida d’água. Bebedouro= Lugar onde se bebe.
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  • Personagens

Heleny Ferreira Telles Guariba

Heleny Ferreira Telles Guariba nasceu em Bebedouro, interior de São Paulo, em 1941 e se criou numa família essencialmente feminina. Orfã de pai, aos 2 anos de idade, foi criada pela mãe, pela avó e por uma tia. Filha única e centro das atenções de sua família, a pequena Heleny encantava a todos com seu jeito gentil e falante. Ainda adolescente, começou a dar aulas para crianças e jovens na Escola Dominical da Igreja Metodista Central , em São Paulo, cidade para onde sua família seguiu depois da morte de seu pai. Nesta escola, desenvolveu uma de suas características mais marcantes: saber ensinar e ouvir com interesse e respeito a consideração do outro.

Em 1965, um ano depois de se formar na Faculdade de Filosofia da USP, Heleny parte para a Europa para estudar teatro, política e artes. Na Alemanha, frequentou o teatro do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, o Berlinder Ensemble. Já na França, a diretora fez seu doutorado, além de estágios em diversos teatros do país, como o Theatre de la Cité, de Roger Planchon, também discípulo do teatro idealizado por Brecht.

Na volta ao Brasil, Heleny queria colocar em prárica tudo aquilo que tinha aprendido, visto e sentido na sua temporada no exterior. Para colocar seus ideais revolucionários de transformação política e de resgate da liberdade de expressão em prática, ela usou o teatro como instrumento. Passou a dar aulas na Escola de Artes Dramáticas da USP, onde seu objetivo de popularizá-lo ganhou força entre seus alunos. Assim como Brecht, Heleny queria fazer um teatro operário, que pudesse agir como ferramenta de conscientização política. Assim, foi em Santo André, no ABC paulista, que ela encontrou o campo favorável para isso. Na década de 60, a instalação de diversas fábricas faziam com que a cidade tivesse uma forte concentração de trabalhadoras e trabalhadores, além de uma grande representatividade estudantil, o que tornava o contexto perfeito para o trabalho de Heleny. Foi então que em 1968, a diretora fundou o grupo Teatro da Cidade, formado em sua grande maioria por operários. A primeira montagem do grupo, Jorge Dandin, o Marido Traído, do dramaturgo francês Moliére, foi vista por mais de 7 mil pessoas. Em 1969, o grupo montou A Ópera dos Três Vintens, de Bertolt Brecht, um dos autores preferidos de Heleny, por causa de sua intensa veia social.

O grupo tinha a alma de Helleny, que através de seu teatro popular buscava a intensificação do envolvimento político dos trabalhadores no contexto social pelo qual o Brasil passava. Mas sua história com o teatro ultrapassou as fronteiras de Santo André. Além das aulas na EAD, Heleny trabalhou com Augusto Boal, dando aulas no seminário de dramaturgia do Teatro de Arena, criado pelo diretor, A diretora também escreveu diversos artigos, publicados em jornais dos anos 60.

Censura dos militares cala a voz de Heleny

Tanto envolvimento político provocou a ira dos militares da ditadura que não toleravam nenhuma iniciativa de transformação no pensamento dos brasileiros. Em março de 1971, Heleny foi presa pelo Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social), sendo torturada por dois meses. Foi solta, mas detida novamente em julho do mesmo ano e enviada ao Destacamento de Operações de Informações, no Rio de Janeiro. Testemunhas afirmam que ela sofreu torturas por três dias e que foi assassinada na ''casa da morte'', em Petrópolis, um dos aparelhos clandestinos de repressão da ditadura. Depois disso, Heleny ingressou na extensa lista dos desaparecidos políticos da ditadura militar. A artista deixou dois filhos: João Vicente e Francisco.

Todos que conviveram com ela têm como lembrança a imagem de uma pessoa companheira e sempre pronta para enfrentar situações difíceis. ''De jeito alegre e cativante, pequena, arisca e bonita - beleza que a gente percebe que vem de dentro pra fora, enraizada no espírito ágil que lhe conservava, no corpo, o jeito de menina'', disse Frei Betto sobre Heleny. Uma brava guerreira, que apesar de permanecer no quase anonimato para a grande maioria dos brasileiros deixou sua marca na história recente do Brasil, como um exemplo de fibra, coragem e perseverança. Heleny provou que não importa de que maneira, o importante é lutar por mudanças.

Angela Rímoli

Angela Rímoli, gerente da sucursal da Radiobrás em São Paulo nasceu em Bebedouro, no interior paulista. Criada no Paraná, fez a vida em Goiás e está de volta ao ponto de partida. Na capital e em outro estágio.

Na redação informatizada da Radiobrás, não se sente mais aquele cheiro de papel da época em que o seu João tocava o jornal junto com o irmão dele, o seu Nilson Rímoli. João, o pai da Angela, foi o primeiro editor-chefe da Folha de Londrina, no início da década de 50. Anos depois, fez as malas e desembarcou em Goiás.

A voz da Angela é grave e firme. Em Goiânia o pessoal gostou. Faz mais de trinta anos. Angela, desembaraçada, cara-de-pau mesmo, foi lá e falou com a turma dos Diários e Emissoras Associados. Fez o teste e passou: no início foi locutora, e logo passou a apresentar os telejornais. Naquela época, tudo ao vivo.

Formou-se em jornalismo pela Universidade Federal de Goiás, foi em frente, em suma: no trabalho, as coisas iam bem. Então... foi criar galinha. Isso mesmo. Foi para o mato por uns tempos. Cuidar da família, essas coisas. Teve cinco filhos em seis anos. Como se não bastasse o trabalho que isso dá, também criava os porcos, as vacas e as galinhas, lá na fazenda em Araguaçu, que hoje fica em Tocantins.

Em 1977 Angela volta para Goiânia e fecha com a TV Bandeirantes. Lá apresenta telejornais e um programa de variedades, o ‘Carrossel da Tarde’, e ancora a versão regional do ‘Canal Livre’. Também foi chefe de reportagem. Só deixaria a emissora 17 anos depois, como diretora de Jornalismo. Nesse período, acumulou atividades em períodos alternados: repórter especial do Diário da Manhã, de Goiânia, correspondente do Estadão e redatora de Internacional do jornal Opção.

Com o pai, o seu João, abriu um jornal mensal de 20 páginas. O projeto era do tio Nilson. Sempre eles... O título: ‘Espalhafato’. Publicava textos de cultura, variedades e política. O projeto durou pouco mais de um ano e meio.

No ano de 1995 Angela sai da Bandeirantes. Muda-se para São Paulo e abre uma distribuidora nacional de CDs new age do músico Pacini. Angela desfaz a sociedade e em 99 assume a gerência da Radiobrás em São Paulo, a convite da então diretora nacional de Notícias, Maria das Graças Cruvinel, hoje ouvidora da estatal.

Angela volta e meia ainda tem de explicar por que o País precisa ter um programa de veiculação obrigatória como a ‘Voz do Brasil’.

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  • Locais históricos

Estação de ferro de Bebedouro



A estação de Bebedouro foi inaugurada em 1902, como ponta da então linha-tronco da Paulista, em bitola métrica, construída em grande parte pela Rio-clarense. Somente em 1909 é que foi inaugurado o trecho até Barretos.

Em 1912, a E. F. São Paulo-Goiaz abriu uma linha entre a estação de Bebedouro e a cidade de Olímpia; como essa ferrovia tinha outra linha, de Passagem a Viradouro, em 1916 ela uniu as duas linhas, exatamente por Bebedouro, fazendo a partir daí que ela tivesse a sua linha-tronco unindo Passagem e Olímpia.

Em 1927, o trecho entre Passagem e Bebedouro da SPG foi adquirido pela Paulista, que, quase imediatamente, retificou-o, alargou sua bitola e transferiu a sua linha-tronco para esse trecho, fazendo o percurso Rincão-Passagem-Bebedouro-Barretos, com sua parte entre Guatapará e Passagem correndo pela margem direita do rio Mogi-Guaçu, passando a cruzá-lo em dois pontos, mas com um relevo melhor.

O trecho de bitola métrica entre Rincão e Bebedouro, passando por Jaboticabal e todo ele na margem esquerda do rio Mogi, tornou-se então o ramal de Jaboticabal. Por outro lado, Bebedouro passava a ser também o ponto de partida da SPG. Em 1966, o ramal de Jaboticabal foi extinto no seu trecho entre essa cidade e Bebedouro.

Em 1969, o ramal de Nova Granada (com esse nome desde a compra do trecho restante da SPG pela Paulista, em 1950), também foi suprimido. A estação tem gare dupla, visto que era um entroncamento de três linhas. No final dos anos 1990 foi fechada e abandonada. Em 1/10/2004, foi reinaugurada pela Prefeitura como "Memorial dos Ferroviários", depois de uma reforma e pintura geral.



Histórico da Linha
: A linha-tronco da Cia. Paulista foi aberta com seu primeiro trecho, Jundiaí-Campinas, em 1872. A partir daí, foi prolongada até Rio Claro, em 1876, e depois continuou com a aquisição da E. F. Rio-Clarense, em 1892. Prosseguiu por sua linha, depois de expandi-la para bitola larga, até São Carlos (1922) e Rincão (1928). Com a compra da seção leste da São Paulo-Goiaz (1927), expandiu a bitola larga por suas linhas, atravessando o rio Mogi-Guaçu até Passagem, e cruzando-o de volta até Bebedouro (1929), chegando finalmente a Colômbia, no rio Grande (1930), onde estacionou. Em 1971, a FEPASA passou a controlar a linha. Trens de passageiros trafegaram pela linha até março de 2001, nos últimos anos apenas no trecho Campinas-Araraquara.

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  • Curiosidades

Teatro Municipal

É um dos maiores do interior do Estado com capacidade para 570 pessoas. Foi reativado em 96 e é adequado para apresentações teatrais, musicais, palestras, etc.

Museu de Armas e Veículos "Eduardo Andréa Matarazzo"

Com mais de 100 automóveis expostos em 3000 m2 de área coberta, desde um Peugeot 1904 até um modelo Lincoln usado pelos presidentes Getúlio Vargas , Castello Branco e outros.

Parque Ecológico

Com cerca de 20 mil espécies, entre exóticas, nativas e ornamentais, o Parque Ecológico de Bebedouro,que está instalado em uma área de aproximadamente oito hectares, tem recebido mensalmente grande público, em especial, estudantes.

No rol de espécies ornamentais, podemos encontrar pingos-de-ouro, cinerárias, sangue de boi, ericas, cambarás, rubelíneas, sálvias etc. Entre as espécies nativas, encontram-se ipês branco, rosa, roxo e amarelo, paineiras, pau-brasil, pau-rei, entre outras. Das exóticas existem rezedá, flamboiã mirim, espirradeira e moringa.

Hino

"Salve o pouso singelo dos tropeiros,
que se fez em cidade deslumbrante
caridosa, gentil e hospitaleira.
Os teus filhos valentes pioneiros,
Procurando a grandeza bandeirante,
Enobrecem a Pátria Brasileira.

Bebedouro, Bebedouro, Fóco de Luz,
Hino de Fé, Sonho de Amor.
Grande e incansável oficina de trabalho
que produz nosso tesouro.

Em teu céu a nossa luz,
Em tua alma nossa fé,
Em teu seio nosso amor
Em teu céu a nossa luz

Que o teu futuro seja tão grandioso
Quão belo e nobre, foi o teu passado
E os dias sublimes que se vão.
Que teu nome prossiga vitorioso
E por Deus seja sempre abençoado,
Bebedouro cidade coração".

Letra - Oswaldo Schiavon
Música - Paulo Rezende Torres de Albuquerque

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