Denominações Anteriores: São Sebastião da Boa Vista e Mucoca.
Fundadores: Antônio José Gomes e sua mulher, Venerando Ribeiro da Silva, Gabriel Garcia, José Pereira, José Cristóvão.
Data da Fundação: Ano de 1839.
O povoamento da região onde se situa o município de Mococa teve início entre 1830 a 1840, em torno das fazendas Alegria e Água Limpa de propriedade, respectivamente, do fidalgo espanhol D. Tomaz de Molina e José Cristóvão de Lima. Porém o número primitivo da atual cidade localizou-se às margens do ribeirão do Meio, em terras de propriedade de José Gomes Lima, onde se agruparam em 1843, entre outros, José Caetano de Figueiredo, Francisco José de Barbosa, Joaquim Pereira dos Santos, Manoel Vicente da Rocha e Antônio José Gomes – que em 1839, havia doado a S. Sebastião cerca de 16 alqueires de terra para a fundação do patrimônio. Em 25 de fevereiro de 1841, pela Lei nº 15, o Bispo D. Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade erigia a capela curada, sob a denominação de S. Sebastião da Boa Vista.
Já em 1846, começou a ser praticada a lavoura de café, que mais tarde iria se tornar a principal atividade econômica do município. A vida social tornou-se movimentada e por volta de 1862, um grupo de amadores representava, em teatro improvisado, peças como “O ermitão da cabana” e “Napoleão de Santa Helena”. Como a vida social, também o movimento político intensifica-se e, em 1866, o Capitão José Gomes Lima, chefe conservador, reúne seus companheiros e organiza o primeiro diretório, cujo presidente foi o Sr. Gabriel Garcia de Figueiredo que em 1885, obteria do imperador D. Pedro II o título de Barão de Monte Santo. Em março de 1871, pela Lei nº 29, a freguesia é elevada à categoria de vila e em 1875, atendendo à insistente solicitação do ilustre Gabriel de Figueiredo, o Ministério do duque de Caxias, pela lei n° 20, de 8 de abril, conferiu à vila São Sebastião da Boa Vista os foros de cidades, com a denominação atual de Mococa.
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Tupi. MUCO + OCA = Casa Pequena.
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Galdino Siqueira
Galdino Siqueira, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do antigo Distrito Federal, nasceu em 23 de janeiro de 1874, na cidade de Mococa, em São Paulo. Foi professor catedrático de Direito Penal e Prática de Processo Penal da Faculdade de Direito de Niterói, Estado do RJ, membro da Sociedade Brasileira de Criminologia e sócio correspondente da Academia Mexicana de Ciencias Penales, México. Foi promotor público durante 21 anos: primeiramente em sua terra natal, nas Comarcas de Santa Cruz das Palmeiras e de Dois Córregos; depois, assumindo o Marechal Hermes da Fonseca o governo do país, Rivadávia Correia, então Ministro da Justiça, nomeou-o 5º Promotor Público do Distrito Federal, cargo que ocupou até agosto de 1919. Classificado em concurso público pela antiga Corte de Apelação do Distrito Federal, atual TJ/RJ, presidiu o Tribunal do Júri e foi Juiz de Direito da 4ª Vara Criminal, da 5ª Vara Cível e da 2ª Vara de Órfãos e Sucessões.
A sua obra de estréia – Prática Forense –, com a qual firmou crédito de escritor, foi redigida em 1907. Em 1910 deu a lume o Curso de Processo Penal, que mereceu francos elogios dos operadores do Direito. Seguiram-se várias monografias. Em 1911, o Congresso delegou ao Poder Executivo a atribuição de formular um novo projeto de Código Penal para substituir o Código Penal Republicano, vigente à época. O Ministro da Justiça e Negócios Interiores incumbiu Galdino Siqueira da elaboração do projeto, que foi concluído em 1913, não chegando, porém, a ser objeto de consideração legislativa. Com a publicação de Direito Penal Brazileiro (primeiras edições de 1921 e 1924) Galdino Siqueira notabilizou-se “cientista do direito”.
Bruno Giorgi
Nasceu em Mococa, em 1905, e faleceu no Rio de Janeiro em 1993. Escultor, professor. Muda-se com a família para Roma, em 1911. No início da década de 20 estuda desenho e escultura. Participa de movimentos antifascistas. É preso e condenado a sete anos de prisão. Após ter cumprido quatro anos da pena é extraditado para o Brasil, por intervenção do embaixador brasileiro na Itália. Em 1937, em Paris, freqüenta as academias La Grande Chaumière e Ranson e conhece, nesta última, Aristide Maillol, que passa a orientá-lo. Convive com Henry Moore, Marino Marini e Charles Despiau. Em 1939, em São Paulo, trabalha com os artistas do Grupo Santa Helena e participa da Família Artística Paulista. A convite do ministro Gustavo Capanema, em 1943, vai a trabalho para o Rio de Janeiro e instala ateliê na Praia Vermelha, onde dá aulas, entre outros, para Francisco Stockinger. Dos monumentos públicos de sua autoria destacam-se Monumento à Juventude Brasileira, 1947, nos jardins do Ministério da Educação e Saúde, atual Palácio da Cultura, no Rio de Janeiro; Candangos, 1960, na Praça Três Poderes, e Meteoro, 1967, no lago do edifício do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília; Integração, 1989, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Germinal Artese
Nasceu em Mococa em 1903 e lá viveu até 1982. Conviveu intimamente com o rio Pardo retratando-o em inúmeras pinturas, as famosas cenas à "Beira Rio". Foram escolhidas duas obras que retratam períodos do dia e épocas diferentes. Uma vista ao entardecer reverte a ponte com a luz dourada e atmosfera mágica de total remanso. A outra registra a vegetação exuberante e uma luz que aviva as tonalidades da paisagem. O grande mestre da pintura estudou na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro no início do século passado, e foi companheiro de Cândido Portinari, entre outros famosos artistas e mestres internacionais que o influenciaram.
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Estação de Mococa
A estação de Mococa foi inaugurada em 1890. Ela nunca foi ponta de linha, embora fosse a estação designativa do ramal.
Em 1961, Mococa passou a ponta do ramal, até 07/11/1966 (*RM-1966), quando foi fechada, juntamente com o ramal. Hoje, está dentro de um centro da Prefeitura, funcionando como uma de suas divisões.
Histórico da linha: O ramal teve origem na Cia. Ramal Férreo do Rio Pardo, empresa particular aberta em 1884 entre Casa Branca e São José do Rio Pardo, e adquirida em junho de 1888 pela Cia. Mogiana, que a transformou no ramal de Mococa, prolongando os seus trilhos em 1890 para atingir Canoas, estação 11 km à frente de Mococa e terminal do ramal. A partir de 1903, da estação de Ribeiro do Vale passou a sair o ramal de Guaxupé, que seguia até essa cidade. Em 1961, o trecho final do ramal entre Mococa e Canoas foi extinto, e em 7/11/1966, o trecho entre Ribeiro do Vale e Mococa também o foi. O que sobrou do ramal, de Casa Branca até 1977, quando a queda de uma ponte entre S. J. Rio Pardo e Ribeiro do Valle interditaram definitivamente a linha. Em 1986 o trecho entre Casa Branca e S. J. Rio Pardo foi reativado por um curtíssimo espaço de tempo. Por volta de 1992 os trilhos foram retirados.
MAP – Museu de Artes Plásticas "Quirino da Silva"
O Museu de Artes Plásticas "Quirino da Silva", situado no pavimento térreo do prédio da Câmara Municipal de Mococa, num local privilegiado, o entorno da mais bela e conservada praça da cidade, a Praça Marechal Deodoro, foi idealizado e criado pelo professor e artista plástico Carlos Alberto Paladini — que acabou se tornando o primeiro diretor da instituição —, pelo jornalista, crítico de arte e pintor Quirino da Silva e o jornalista Edgard Freitas, proprietário do jornal "A Mococa", tendo como suporte político o interesse todo especial e particular do então prefeito municipal, Francisco Coelho de Moraes. Inaugurado em 9 de setembro de 1972, o Museu de Artes Plásticas de Mococa teve seu nome modificado definitivamente, através do decreto nº 1090, de 3 de dezembro de 1981, para Museu de Artes Plásticas "QUIRINO DA SILVA", em homenagem ao maior incentivador da criação deste que seria, a partir de meados da década 70, o centro de difusão cultural da cidade de Mococa. Tal acervo foi conseguido graças a doações de artistas e colecionadores, entre eles, Assis Chateaubriand. Do acervo, constam pinturas, desenhos, gravuras e esculturas de grandes nomes da arte moderna brasileira, tais como Tarsila do Amaral, Flávio de Carvalho, Flávio Mota, Emanoel Araújo, Lívio Abramo, Antônio Henrique do Amaral, Glauco Pinto de Moraes, Renina Katz, Clovis Graciano, Rafael Galvez, Francisco Rebolo, Walter Levy, Octávio Araújo, Bruno Giorgi e Quirino da Silva, entre outros.
MAS – Museu de Arte Sacra "Iria Josepha da Silva"
Conhecido popularmente por Igreja do Rosário, a primeira capela foi construída em 1846, em louvor a São Sebastião. Em 1860 foi ampliada e transformou-se na Igreja Matriz da Vila. Deixou de atuar como Matriz em 1896, com a construção da Igreja Matriz de São Sebastião. Em 1919 foi demolida e reconstruída pela família de Francisco Garcia de Figueiredo, por voto de sua esposa, Iria Josepha da Silva, e inaugurada em 5 de maio de 1921. Encravada no polígono histórico onde a cidade se ergueu, preserva as linhas exóticas e insinuantes da eclética mistura de estilos, tão característica do final do século XIX e começo do século XX. Foi projetada pelo arquiteto italiano Gherardo Bozzani, predominando os estilos neobarroco e o neoclássico. A partir de 1951 foi desativada ao culto religioso regular. Foi tombada como monumento de interesse histórico, artístico e cultural em 1986 pela Prefeitura Municipal de Mococa, com ajuda financeira das famílias descendentes de Iria Josepha da Silva para sua restauração estrutural e artística. A restauração foi conduzida sob orientação do restaurador Messias Toledo. Com o tombamento, o Museu recebeu em doação de várias famílias tradicionais, rico acervo, do qual figuram quadros, peças e roupas que compõem o culto católico, e muitas esculturas de imagens sacras, em gesso e madeira, de excelente qualidade técnica.
MHP – Museu Histórico e Pedagógico "Marquês de Três Rios"
Decreto de criação: nº 38628 de 19 de junho de 1961. Inaugurado em 5 de abril de 1963. Em 1988 foi fechado por dois anos, após um incêndio. Reinaugurado em 14 de novembro de 1990. Seu acervo conta com inúmeras peças da Revolução de 1932 e objetos pertencentes a famílias tradicionais de Mococa. MHP conta com quase três mil peças de grande importância histórica.
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Hino
Cidade centenária,
o teu povo quer te festejar,
lembrando a tua História,
para que todos venham te saudar.
Do alto do Cruzeiro,
se avistavam casinhas singelas,
e se dizia que elas,
as casinhas
se chamavam MOCOQUINHAS.
Teu nome, então, MOCOCA,
daí surgiu num brado,
e logo se espalhou
ao povoado.
Mais gente foi chegando,
de fibra e religião,
fez-se a Paróquia de São Sebastião.
Mártir Padroeiro,
é de Mococa, o guarda protetor.
Foi também guerreiro,
e deu a Pátria sua vida e seu amor.
Sob estrelas mil,
do céu mais lindo deste canto do Brasil,
esta cidade assim surgindo,
aumentando, progredindo,
a trabalhar,
avante sempre há de brilhar.
Letra e Música do casal Elvira Dinamarco e José Barreto Coelho.
Oficializado por Lei de João Rotta em 1956.