Denominações Anteriores: Vila do Sapé, Vila de Bariri.
Fundadores: José Antônio de Lima, Álbum Correa Arno, João Lemos da Rosa, João Alves Figueiredo, Manuel Pires do Prado, João Ramalho, Manuel Francisco de Ávila, Manuel Augusto Correa, Antônio José de Carvalho.
Data da Fundação: Ano de 1830.
A fértil região onde se localiza o município de Bariri foi, até a pouco mais de um século, habitada pelos índios Coroados ou Caigangs, da vasta nação Guaianás, embora já em 1718, época das descobertas das minas de ouro, nos sertões de Cuiabá, essa região tenha sido perlustrada pelos Bandeirantes que demandavam, através do Rio Tietê, às minas de Caxipó.
Em 1833, José Antônio de Lima, mineiro de nascença, juntamente com seu cunhado, Álvaro Corrêa Arnau, fixaram residência nestas terras, que faziam parte da vasta região denominada “Campos de Araraquara”. José Antônio de Lima assenhoreou-se das terras compreendidas entre o Ribeirão Sapé, Córrego Palmital e outros, até a barranca do rio Tietê, tendo Álvaro Corrêa Arnau se localizado nas barrancas do rio Jacará Pipira Mirim, para os lados dos bairros Barra Mansa e Santo Antônio.
Cabe, portanto, a honra de fundador da cidade de Bariri, ao mineiro José Antônio de Lima, que após ter organizado sua propriedade, denominada “Sítio do Tietê”, foi sendo coadjuvado por seus parentes e conhecidos, formando-se, então, um pequeno núcleo humano, conhecido pelo nome de Bairro do Tietê.
Em 1885, outro povoador se transferiu para o bairro do Tietê: João Leme da Rosa, que nesse mesmo ano doou de suas terras a área de 30 alqueires a Nossa Senhora das Dores, para a construção de uma igreja, com a inovação daquela santa.
Após a doação, João Leme da Rosa passou a vender lotes de sua propriedade e com isso, o pequeno povoado ia num crescente aumento demográfico, em virtude do aparecimento de novos proprietários. Aos poucos desapareceu o costume de se denominar “bairro do Tietê” a essas terras, que passaram a ser denominadas “Povoação de Nossa Senhora das Dores do Sapé” e mais tarde “Sapé do Jaú”.
A 7 de setembro de 1868, o Sapé elegeu, para seu representante na Câmara de Jaú, o Sr. Antônio José de Carvalho, do partido Conservador. Com o advento da República, Joaquim Lourenço Corrêa foi escolhido para dirigir a política local, não encontrando de começo, nenhuma oposição. Seu objetivo principal era a emancipação do Sapé, o que foi alcançado em 12 de julho de 1891 com a instalação do novo município já então com o nome de Bariri.
Outro vulto ilustre que se destacou na história do município foi Teotônio Negrão, chefe da política baririense durante 11 anos de grandes atividades.
Em 1898 com a nova doação de 4 alqueires da Fazenda Boa Vista dos Bueno, distante 12 quilômetros da sede municipal, erigiu-se numa capela em louvor a São Sebastião que seria o núcleo inicial do futuro distrito de Itaju.
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BARIRI = Torrente de água suja e BARIRI= Fruto de flor preta e sementes vermelhas.
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Joaquim Fernando Paes de Barros Neto
Dá nome ao Fórum da cidade de Bariri. Dr. Joaquim Fernando Paes de Barros Neto foi antigo advogado da cidade de Jaú, vereador, deputado Estadual e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Era filho de Joaquim Fernando Paes de Barros Jr. e de Ana Blandina de Almeida Prado. Foi casado com Clara Ferraz de Magalhães e Paes de Barros. Faleceu na cidade de Jaú no dia 30 de setembro de 1979, aos 68 anos de idade.
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Paróquia Nossa Senhora das Dores de Bariri
O século XIX foi marcado por sucessivas frentes pioneiras que vão ocupando o território paulista. Assim aconteceu com a região onde constituiu-se a Paróquia Nossa Senhora das Dores de Bariri. Por volta de 1833, José Antônio de Lima estabeleceu-se nesta região. Conforme a região era povoada, a religiosidade manifestava-se entre eles. Torna-se difícil estabelecer a data em que a primeira missa foi celebrada no patrimônio. Sabe-se, contudo, que o povoado ainda não tinha capela. A missa celebrada foi em louvor a Nossa Senhora das Dores e o local escolhido foi a casa onde residiu um dos primeiros posseiros, o falecido José Antônio de Lima. Com o falecimento de Lima, suas terras foram compradas por João Leme da Rosa, que, desejoso de ver desenvolver a nova povoação, doou uma faixa de terras para construção de uma capela, que passaria a ser, no futuro, o centro da cidade. No dia 5 de julho de 1858, João Leme da Rosa e sua esposa, D. Maria Luiza de Jesus, efetivaram, por escritura pública, a doação de 30 alqueires de terras, parte de sua fazenda do “Sapé”, desde que se construísse no local uma Igreja sob a invocação de “Nossa Senhora das Dores do Sapé”. Os trabalhos para a construção da capela logo se iniciaram. Seis anos após a doação, ou seja, em 1864, a Igreja já estava pronta. A imagem da padroeira foi doada por Francisco Gonçalves Pereira que veio de Piracicaba, através do rio Tietê, e o celebrante da primeira missa foi o padre Jeremias José Nogueira.
Atendendo aos anseios dos moradores do Distrito, em 16 de dezembro de 1885, o Bispo da Diocese de São Paulo, Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho criou a Paróquia Nossa Senhora das Dores do Sapé, desmembrada da Paróquia do Jaú. A criação da Paróquia deu nova vida ao povoado. Criada em dezembro de 1885, já em 1886 era nomeado seu primeiro vigário na pessoa do Padre Gabriel Lentini. Como a cidade de Bariri progredia e a capela já não satisfazia mais aos desejos da população, em 25 de julho de 1906 foi nomeada uma comissão para construção da Nova Igreja Matriz, presidida pelo vigário, Padre Affonso Moschella. No dia 11 de outubro do mesmo ano, foi lançada a primeira pedra dessa construção. Em menos de um ano foi erguido o novo Templo. Durante meio século, o Templo serviu aos fiéis de forma satisfatória. Mas com o passar dos anos, começaram a soar novos clamores para a construção de uma Nova Igreja. Diante dos apelos feitos, movimentou-se a comunidade e constituiu-se uma comissão para essa finalidade, isso no ano de 1961, cuja comissão sofreu algumas alterações em 1962. No dia 21 de julho de 1963, com uma missa celebrada na escadaria da Igreja pelo Bispo Diocesano Dom Ruy Serra, era abençoada e lançada a pedra fundamental do novo Templo.
Estação de Bariri
A estação de Bariri foi inaugurada pela E. F. do Dourado em 1911, como estação terminal do ramal de Bariri. Há fontes que dão a data de inauguração em 30/10/1910. E há fontes que dão mais de um mês antes disso:
"Tendo sido desapropriada pela Câmara Municipal, em 1901, uma faixa de terreno medindo 13,30 metros de largura por 350 metros de comprimento, do Sr. Antônio de Oliveira Forão, para abertura da estrada ligando a Vila de Bariri ao futuro "Porto do Sapé" no rio Tietê, essa faixa terminou sendo o seguimento natural da atual Avenida XV de Novembro a partir da margem esquerda do ribeirão "Sapé" até o ponto onde se estabeleceu a primeira estação de ferro, daí desse ponto e em terrenos cedidos por José Messias de Almeida (o Juca Messias) na sua invernada, foi estabelecida a Estação de Ferro da "Douradense", com seus armazéns de carga e descarga e o "Viradouro" das locomotivas, por ser ponta de linha. Tudo pronto e organizado, de acordo com a direção da Companhia Estrada de Ferro do Dourado. Afinal deu-se a inauguração com grandes festejos, com a presença do nosso povo e dos municípios vizinhos, e autoridades civis e militares convidados para assistir a chegada do primeiro trem de lastro da ferrovia a Bariri, cujo fato deu-se no dia 24 de setembro de 1910. O trajeto até Bariri foi feito sob a direção do engenheiro, Dr. Musa, em cujo comboio vieram as autoridades de Bocaina e de Jaú para se reunirem às autoridades do município e outras já aqui presentes. Na gare da estação, duas Bandas de Música, a "Lyra Baririense"e a "Lyra da Roça" e uma volumosa carga de rojões, que na chegada do primeiro trem à estação foram enviados para o ar ao som das bandas de música e aos "vivas" de toda a população presente. Discursos e mais discursos enaltecendo a nossa vitória contra o Jaú que sempre foi contra a vinda da estrada de ferro a Bariri." (João Baptista de Mello, Bariri e Sua História).
Em 1949, passou a ser administrada pela Cia. Paulista. Foi desativada com o ramal em 1966. Foi demolida há anos, sobrando ainda alguns prédios da antiga vila ferroviária.
"Por ocasião das chuvas, quando nossas estradas de terra se tornavam intransitáveis, por mais boa vontade que tivessem os senhores prefeitos para evitá-lo, a velha Douradense quebrava o galho e não ficávamos isolados do mundo. Nos dias heróicos de 1932, era por ela que seguiam os nossos voluntários, com todo o povo da cidade, a corporação musical, acompanhando-os até a estação entre vivas e rojões. No tempo da Associação Atlética Baririense, quando havia jogos em Dourado, na Bocaina, às vezes se contratava um trem especial e a torcida entusiasticamente acompanhava os nossos jogadores. (...) De repente, porém, o Estado, qual Leviatã destruidor, encampou a Paulista. E num tempo em que em todos os países mais civilizados progressistas procurem aperfeiçoar as estradas de ferro (...) o nosso trem, a querida Maria Fumaça, que fez sua última viagem a 15 de setembro de 1967, ficou vivendo apenas na saudade de, ao menos, duas gerações de baririenses". (Eugênio Gatto Netto, Histórias de Bariri, 1993)
Histórico da Linha: O ramal de Bariri foi construído em 1910 pela E.F.Dourado, já em bitola métrica, saindo de Trabiju e atingindo a cidade de Bariri, com 8 estações e mais de 62 quilômetros. Em 1949, passou a integrar a rede da Cia. Paulista, que comprou a Douradense. O ramal foi suprimido em 16/12/1966, e os trilhos arrancados quase em seguida.
Santa Casa de Misericórdia
A idéia de se organizar uma irmandade e construir um prédio para acolher os doentes necessitados do município e vizinhanças surgiu quando a Sra. Dona Constança dos Santos Carvalho ofereceu e doou uma parcela de terreno para tal finalidade. Acontece que para concretizar essa doação por escritura pública, seria necessário que se instituísse tal comunidade. Em 18 de agosto de 1922, reuniram-se no Forum local, sob a presidência do MM. Dr. Juiz de Direito, José Pereira Machado sobrinho e um grupo de cidadãos idealistas e fundaram a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Bariri. Nessa reunião, foram designados os futuros irmão, Dr. Sylvio Teixeira Leitão (que serviu como secretário), o Coronel Godofredo Silveira Martins e Domingos Oréfice, Serventuário do 2. Tabelião de Notas da Comarca, para elaborarem os Estatutos da futura instituição de caridade. Em 1923, foi aprovado o Estatuto e eleita a primeira diretotia e a mesa administrativa, que foi assim constituída: Provedor, farmacêutico Antônio Augusto Pacheco; Mordomo, professor José Von Atzingen; Tesoureiro, Ângelo Megliorini; Secretário, Domingos Oréfice; Procurador, Pedro Honório Pereira. Mesário: Dr. Alberto Coelho, Dr. Aníbal da Costa Coelho, Padre José Loielo Bianchi, Demétrio João, José Gutierrez, Accácio Gomes de Barros, Elias Sabbag, Dr. Geraldo Ciríaco de Andrade, Sadi Fernandes da Silva e Paulo Maciel de Barros. Foram 12 anos de luta, transpondo obstáculos financeiros, arrebanhando irmãos beneméritos e associados, com a cooperação de todas as autoridades a começar pelos MM. Juízes de Direito da Comarca, Drs. José Pereira de Machado Sobrinho e Meira Neto, até sua conclusão. O edifício foi inaugurado no dia 10 de maio de 1934, com grandes festejos, nos quais foi incluída uma homenagem ao MM. Dr. Meira Neto.
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Hino
No Planalto Paulista se alteia
qual um sonho, soberba visão
é Bariri e teu nome campeia
nos quadrantes de toda Nação
Muitos séculos dormiste no bojo
dos anais da Nação que te fez
foste pérola guardada num estojo
hoje surge mostrando tua voz
Bariri! Bariri!
tu ostentas a esperança mais viril
és bandeira do progresso
Parabéns, Paulistinha do Brasil
Foste fada por um povo sonhada
o Estado calou, te esqueceu
João Leme na meta traçada
levantou-te, em teus braços te ergueu
vês agora um povo tão vibrante
que rendendo homenagens a ti
pela glória e força punjante
Parabéns! Parabéns, Bariri!