Denominações Anteriores: Maria Chica e Santa Cruz do Avanhandava.
Fundadores: Dr. Manuel Bento da Cruz e Eduardo de Castilho.
Data da Fundação: 25 de outubro de 1908.
Penapólis, como todas as cidades da região noroestina, tem suas páginas históricas cheias de lutas sangrentas, quer na colonização quer na construção da estrada de ferro. Os primeiros habitantes desta região tiveram sérios obstáculos oferecidos pelos índios Coroados que tinham seu habitat nesta região, ocupando os campos do Avanhandava até às margens do Rio Feio. Os ataques feitos contra as fazendas, quase sempre culminados pelas horrendas chacinas, ou contra as turmas da estrada de ferro e dos engenheiros que loteavam as terras, foram os maiores entraves, perdendo a vida nessas lutas homens verdadeiramente pioneiros, pois apesar dos constantes ataques do silvícolas, teimavam em prosseguir os trabalhos que propuseram executar.
Assim, foi toda a região que hoje é uma daquelas que mais significação tem para o Estado, pela sua riqueza, em todos os setores da atividade humana.
Em 1900 o padre Monsenhor Claro Monteiro Homem de Melo, catequista, acompanhado de alguns homens, embrenhou-se nas matas alcançando o Rio Feio, onde pretendia entrar em contato com os índios e catequiza-los. A pequena expedição não logrou êxito, apesar da sua alta e nobre finalidade. O padre Claro e alguns companheiros foram barbaramente esbordoados pelos gentios.
No ano de 1904, 11 de agosto, Cornélio Schimidt, engenheiro a serviço do Estado, segundo a descrição em seu diário de impressões, penetra nas matas doze léguas, indo parar nos campos da fazenda Água Limpa, no atual município de Glicério, onde encontrou a antiga residência, de dezoito anos antes, de João Antônio de Castilho, pai de João de Castilho, único testemunho das andanças do homem branco naquela região, abandonada em virtude dos ataques contínuos dos índios hostis a colonização.
No dia 18 de agosto aporta no Salto Avanhandava, acompanhado de sua família e viajando em barcaças pelo rio Tietê, Fernando Ribeiro de Barros, morador de Jaú, onde era cafeicultor. Homem que viajou pela Europa e Estados Unidos perdendo a fortuna, vindo tentá-la novamente neste sertão. Conhece João de Castilho, já aí residente, com quem combina erguer o patrimônio do Lajeado, doado por José Pinto Caldeira e sua mulher, em 1863, a Nosso Senhor dos Passos, estabelecendo uma criação de gado no campo nativo, iniciando assim a colonização, atraindo os aventureiros e inspirando confiança àqueles que demandavam o sertão.
A formação de algumas cidades noroestinas está estreitamente ligada ao nome de um homem, Manoel Bento da Cruz, advogado provisionado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, exercendo suas atividades na cidade de São José do Rio Preto, de onde vinha a fim de ajustar inventário e adquirir terras. Naquela época, com notícia da vinda da estrada de ferro, afluíram para esta região muitas famílias.
No ano de 1907, Manoel Bento da Cruz prepara o loteamento das terras, atraindo com isso engenheiros e compradores, e faz uma oferta aos frades capuchinhos de São Paulo de uma gleba de cem alqueires de terras a fim de se estabelecerem. A 2 de dezembro é lavrada a escritura de doação em São José do Rio Preto, a qual é assinada por Eduardo de Castilho e sua mulher, doadores, visando a se edificar nela uma cidade.
Em março os trilhos da estrada de ferro atingem o quilômetro 202. Nesse mesmo ano Fernando Ribeiro de Barros transfere sua residência para a fazenda em São José de Urutágua, quilômetro 216 da estrada de ferro. A família Rodrigues Novo se estabelece com sítio nas proximidades da futura cidade.
Em 25 de outubro de 1908, Frei Bernardino de Lavalle toma posse do patrimônio de Santa Cruz do Avanhandava, posteriormente Penapólis.
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Em homenagem ao ex-presidente da República Dr. Afonso Pena.
Afonso Augusto Moreira Pena (1847-1909). Mineiro de Santa Bárbara, estudou Humanidades no Colégio do Caraça e diplomou-se em Direito em São Paulo (1870). Membro do Partido Liberal, foi Deputado provincial e geral, Ministro da Guerra, da Agricultura e da Justiça. Sob o regime republicano, governou Minas Gerais, ocasião em que foi decidida a construção da nova capital estadual. A eleição de Afonso Pena para a Presidência da República resultou das decisões do Convênio de Taubaté. Auxiliado por políticos novos - seu ministério ficaria conhecido como Jardim de infância --, o governo de Afonso Pena (15/11/1906 - 15/06/1909) caracterizou-se pelos esforços de colonização e saneamento do interior do país, tendo à frente o Marechal Rondon, pela expansão da malha ferroviária e pela pesquisa e exploração de recursos minerais. Afonso Pena morreu em 1909, sem completar seu mandato.
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Manuel Bento da Cruz
Advogado originário da Ilha da Madeira, em Portugal, que se tornou prefeito de Penápolis, depois de Bauru no início do Séc. XX.
Frei Bernardino de Lavalle
Frei Bernardino (João Molling) nasceu em Lavalle (Wengen), no Tirol Austríaco, aos 30 de outubro de 1843. Seus pais eram piedosos e robustos agricultores de Badia, um dos tantos vales do antigo Tirol. Fez os estudos ginasiais na episcopal cidade de Bressanone e, sentindo o chamado à vida religiosa, decidiu-se a abraçar a Ordem franciscana dos Capuchinhos, atraído pelo espírito de simplicidade e de pobreza que sempre foi a característica dos filhos de São Francisco. Obtida a graça, vestiu o hábito aos 28 de outubro de 1862 e professou solenemente aos 30 de outubro de 1866. Ordenado sacerdote a 2 de fevereiro de 1867, foi distinguido pelos superiores com diversos cargos de responsabilidade e confiança. Como Provincial de Trento (1889-1892), enviou os primeiros missionários Frei Félix de Lavalle, Frei Luís de São Tiago, Frei Caetano de Pietramurata e Frei Virgílio de Trento, para nossa Missão de São Paulo. Concluído seu mandato provincial, ele mesmo quis unir-se a seus irmãos e partiu para o Brasil no dia 9 de outubro de 1894 e chegando a Piracicaba a 7 de novembro. Aqui assumiu o cargo de Superior Regular desempenhando-o por 13 anos (1894-1907). Foi ainda Guardião de Taubaté, de 1909 a 1911; de São Paulo, de 1911 a 1913. Conselheiro da Missão, de 1907 a 1911 e de 1916 a 1924. Em 10 de dezembro de 1907, acompanhado de Frei José de Cassana, visitou a região quase totalmente deserta da Noroeste, a procura de um local para fundar casa religiosa próxima aos índios e que se tornaria a atual Penápolis. Nesse mesmo ano celebrou Missa no antigo Lageado, futura fazenda Ríllo. Aos 25 de outubro celebra primeira Missa para a fundação de Santa Cruz do Avanhandava, Penápolis, ali deixando os missionários Frei Boaventura de Aldeno, Frei Sigismundo de Canazzei e Frei José de Cassana. Frei Bernardino faleceu no dia 15 para 16 de abril de 1930.
Cornélio Schimidt
Cornélio Schmidt nasceu no Rio de Janeiro em 1º de julho de 1886. Estudou engenharia na Escola de Ouro Preto, Minas Gerais. Foi major da Guarda Nacional e tomou parte ativa na defesa da legalidade, durante a revolta de 1893, desempenhando missão de confiança do presidente do Estado, Dr. Bernardino de Campos. Auxiliou nos trabalhos de construção e prolongamento, além do Rio Claro, da Companhia Paulista de Estrada de Ferro e Vias Fluviais, então Rio Claro Raiway. Em 1901 levantou todo o curso do rio Jacaré Pepira e do rio Tietê. A Carta Itinerária do Dourado ao Avanhandava que executou e reproduziu, onde o Tietê se revela desde a barra de Piracicaba até o importante salto paulista, foi o primeiro que fizera até então em detalhe. Nas cabeceiras de Juquiá e do Assunguí prospectou filões auríferos, e desde Itapetininga e São Miguel Arcanjo traçou o perfil geográfico da região e lançou em mapa os acidentes e detalhes topográficos. Profundo conhecedor do sertão paulista, participou da Comissão Geográfica e Geológica. Em 1922 foi nomeado chefe do Serviço de Exploração do subsolo para pesquisa do petróleo. Faleceu em Rio Claro em 14 de agosto de 1938.
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Museu Municipal do Folclore
O Museu do Folclore surgiu como um dos objetivos do Centro de Folclore da Fundação Educacional de Penápolis–FUNEPE – entidade criada pelas primeiras turmas de Educação Artística, da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Penápolis – FAFIPE - em 1974, com estatuto redigido em 1975 e aprovado em 1977. As peças que deram início ao seu acervo foram coletadas através de Pesquisas de Campo, realizadas por equipes de alunos da FAFIPE, da Faculdade Auxilium de Lins – FAL – e por pessoas da sociedade penapolense interessadas em folclore. Hoje, além das peças coletadas pela diretora do Museu, com apoio da Prefeitura, ainda o Museu recebe muitas doações feitas por visitantes. O acervo privilegia a cultura espontânea da cidade, da região e do país. Conta com mais de 12.000 peças, entre objetos, livros, revistas, apostilas, boletins, relatórios de pesquisa de campo, álbuns de recortes, quadros, fitas gravadas, discos, fotos, slides, filmes e selos. Há peças assinadas por artesãos folclóricos famosos no Brasil e no exterior. Esses objetos estão alguns em Exposição Permanente, distribuídos por tema.
Museu Histórico e Pedagógico - "Fernão Dias Paes"
Criado pelo decreto 33.980, de 19 de novembro de 1958, denominou-se Museu Histórico e Pedagógico "Fernão Dias Paes", para complementar a rede de museus de mesma natureza no interior do Estado de São Paulo, através do Instituto Histórico e Geográfico. O Museu conta com um acervo formado ao longo de seus 40 anos, no qual ocuparam a direção profª. Maria de Lourdes Freire de Souza Machado, profª. Maria Antonieta Dias de Aguiar Prouvot, profª. Anésia Vince Ferreira, profª. Elizabeth Bergner Dias de Aguiar e profª. Ana Maria Pereira Franco. É rico em significação histórica, em informação e em possibilidades de linguagens bastante variadas, criando condições de montagens de exposições temáticas, conforme a oportunidade.
Museu do Sol
Em 16 de março de 1972, na rua Diogo de Faria, 539 – V. Clementino, SP, a pintora Iracema Arditi reuniu os mais expressivos representantes da Arte Ingênua Brasileira e inaugurou o Museu do Sol. O objetivo desse Museu era permitir que a coleção da pintora ficasse mais próxima do público interessado, que frequentemente interrompia seu trabalho curioso em Arte Naif – Arte Ingênua. Iracema Arditi desejou e criou um espaço para prestigiar a obra desses artistas. Mas por que Museu do Sol? "Nossa terra é toda luz, calor, cores e a pintura ingênua também é isso tudo. É uma pintura de amor, cheia de detalhes" – explica Iracema. Outro sentido do nome Sol: "Tirar esses artistas da penumbra em que se encontram, quase desconhecidos do público". Inaugurado em 11 de outubro de 1980, a direção do Museu do Sol definiu as prioridades para a ação cultural da Instituição, centrando sua atuação na promoção da obra dos artistas primitivos, através da realização periódica de exposições.
Museu de São Francisco
Trata-se de uma homenagem profana que a cidade presta ao seu padroeiro São Francisco de Assis, cujo nome foi também atribuído ao Santuário de Penápolis, um dos raros no Brasil com o nome do Santo de Assis. A idéia de se criar o Museu de São Francisco surgiu em 1980, quando da realização do IV Salão de Artes Plásticas da Noroeste, após consultas aos artistas visitantes. Na ocasião, o então pároco frei Cirilo Bergamasco, em palestra mantida com o presidente da FUNARPE – Fundação das Artes de Penápolis – sugeriu a idéia, que foi aceita e proposta. No ano de 1982, quando se iniciaram, na cidade, as comemorações litúrgicos-religiosas pelo 8º Centenário de São Francisco de Assis, a idéia cresceu e tomou vulto, passando a ser executada. Diversos artistas brasileiros, convidados, elaboraram seus trabalhos – pintura, escultura, desenho, gravura e artesanato – e os doaram à FUNARPE para compor o acervo do Museu. Conforme proposto e aceito, o Museu é composto de um acervo que tem como tema um objetivo único, a vida e obra de São Francisco de Assis.
1ª Casa - Monumento Histórico
A "primeira casa" de Penápolis foi construída pelo pioneiro José Magalhães Matos..."Por intermedio do Senhor Barbosa Fontes, empreiteiro da construção da via férrea Noroeste, as tábuas nela utilizadas foram aparelhadas na única serraria existente em Bauru, da firma Irmãos Martha. Os mourôes foram tirados das matas da "Fazenda Santa Leonor" de propriedade de Bento da Cruz, que forneceu, também, telhas de sua olaria"...
Na administração Nagib Sabino, em 10 de agosto de 1961, sob o nº 311, foi Decretada a autorização para receber, em doação, o terreno e a construção de madeira para..."incorporar à Fazenda Municipal como elemento do Patrimônio Histórico desse Município..."
Sob a administração Edison João Geraissate, em 18 de fevereiro de 1966, no Cartório de Registro de Imóveis e Anexos desta Comarca, registrada no livro nº 147, folha 74, pelo preço simbólico de Cr$50 mil, lavrou-se a escritura de compra e venda do imóvel situado no lote 7, quadra B do Jardim Primavera, até então propriedade de Zenro Arakaki e sua mulher Ushi Arakaki. Desde então a cuidados da Prefeitura Municipal, a "Primeira Casa" não teve função específica, nem utilização adequada. No governo de Alidino Valter Bonini, arquitetos e funcionários da Prefeitura Municipal reestruturam-na, completaram os elementos de fechamento e a "Primeira Casa" foi inaugurada em 5 de novembro de 1995. Ao visitante é mostrado o registro arquitetônico das construções urbanas praticadas pelos pioneiros da 1ª década do século XX.
Estação Ferroviária de Penápolis
Autorizada em 1890 a construção da ferrovia Uberaba - Coxim. Alterada em 1904 para Bauru - Cuiabá, que, durante o processo de instalação, passa a Bauru - Corumbá. Adentra os sertões da noroeste paulista, buscando a produção e trazendo os estrangeiros para trabalhar. As cidades vão se formando. As matas foram violentamente desbravadas. Os índios, que sobreviveram, afastaram-se a medida que a estrada avançava. Os trens cortavam as fazendas, recolhendo a produção para comercializar nos grandes centros urbanos. Esse meio de transporte serviu à região oeste de S. Paulo e ao sul do estado do Mato Grosso. A primeira era formada por 27 municípios numa área de 26.500 km quadrados. No Mato Grosso (hoje do Sul), a região envolvia 13 municípios numa área de 239.000 Km quadrados. A Estação de Penápolis foi inaugurada em 1908, depois das estações de Bauru, Cafelândia, Lins, Promissão e Avanhandava.
Primeira sede da Câmara Municipal
Paço Municipal