dr. Pintassilgo

Mirassol

Denominações anteriores: São Pedro da Mata Una

Fundadores: Joaquim da Costa Penha, mais conhecido nesta região por Capitão Neves.

Dada da fundação: 8 de setembro de 1910.

Município: Mirassol passou a município em 23 de dezembro de 1924.





















Quando São José do Rio Preto tornou – se comarca, desligando-se de Jaboticabal, em 1904, para aí convergiram homens afeiçoados ao trabalho e em busca de novas possibilidades. Muito contribuíram para o desbravamento dessa região os agricultores Frederico Meyer, Portugal Freixo e Francisco Crespo, que pela localização exata das áreas, identificaram as legítimas propriedades. Por volta de 1908, as primeiras glebas das fazendas Sertão dos Inácios, Bálsamo, Tatu, Campos e Barra Grande, foram adquiridas pelos novos povoadores e entre estes, Joaquim da Costa Penha e Vitor Cândido de Souza. Estes dois sertanistas, quando rapazes, haviam se encontrado em Motuca – MG, (posteriormente Vila Eloy), terra onde nasceu Joaquim da Costa Penha. Voltaram a se encontrar em Bebedouro e Monte Azul e, por fim vizinhos nas fazendas Campo e Sertão dos Inácios.

Na junção de suas propriedades, ergueram no dia 8 de setembro de 1910, o cruzeiro, marco perpétuo da fundação de São Pedro da Mata Una, (atual Mirassol).

Joaquim Neves, então, residente em Monte Azul, relata o seguinte no seu diário: “hoje, às doze horas, sigo de viagem para São José do Rio Preto e daquela cidade, com destino ao meu sítio, que é além duas léguas e três quartas mais ou menos; aí vou com pretensões de fundar a florescente e futurosa povoação da Mata Una, sita nos espigões das fazendas Três Barras, campo, Piedade e Sertão dos Inácios. Hoje, às 8 horas assistiu missa na matriz desta vila, mandada celebrar ao Bom Jesus pela Sra. Joaquim Nabuco (em 23-8-1910)”.

No dia 5 de setembro de 1910, após vivas a São Pedro e a Nossa Senhora Aparecida, deu-se início à roçada da densa mata. Em 1912, por proposta do Capitão Neves, Mata Una passou a chamar-se Mirassol, pois com as derrubadas das matas divisava-se melhorar o sol e também, segundo dizem por ter sido encontrada nessa região ocasião uma moita de girassol. Como havia espanhóis na região, começaram a substituir “gira” por “mira”, originando daí, o nome Mirassol. Nesse mesmo ano foi rezada a primeira missa, na capelinha erguida em terras doadas pelos senhoras Modesto José Moreira, Vitor Candido de Souza e Joaquim da Costa Penha.

Em 1914 foi criado o distrito policial.

No dia 3 de abril de 1920, foi instalado o distrito de paz, criado pela Lei n° 1667, de 27 de novembro de 1919.

No dia 24 de dezembro de 1922 foi instalada a paróquia de Mirassol.

Pela Lei n° 2007, de 23 de dezembro de 1924 foi elevada a Município, com os seguintes distritos: Bálsamo, Barra Dourada, Ubarana, Miralua, Colombo e Jacutinga. Continuou pertencendo à comarca de Rio Perto.

Em 1926, foram desmembrados os distritos de Cerradão e Ubarana, que constituíram o Município de José Bonifácio.

Mirassol foi elevado à comarca com o Município de Iboti pelo Decreto – lei n° 14.224, de 30 de novembro de 1944.

Em 1945 foram desmembrados os distritos de Nevese, Barra Dourada, que constituíram o Município de Iboti.



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  • Origem do nome

Durante dois anos a cidade manteve o nome de MATTA UNA, até que nas ruas da vizinha Rio Preto, a cidade começou a ser chamada de "MATA UM”.

Aborrecido com o apelido que os Riopretenses passaram a dar a cidade, o fundador resolveu então mudar o nome da cidade, mas ainda não tinha em mente o novo nome.

Até que um dia, o fundador passeava a cavalo, pelo largo da capelinha, onde se cultivavam roças de arroz, quando um dos enxadeiros chamou-lhe a atenção para a existência no local, de grandes flores redondas de cor amarelo-ouro, então ele disse:

- É Girassol!

O Roceiro retrucou...

- Não e não, seu capitão, o nome dessa flor é Mirassol!

(O nome da flor pode ser Girassol ou Mirassol)

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  • Personagem

Anísio José Moreira

A preocupação com o futuro do ensino público de Mirassol fez com que um morador da cidade tomasse uma decisão incomum. Anísio José Moreira, homem que abdicou da carreira de médico para investir na política na primeira metade do século 20, deixou em seu testamento 250 ações da extinta Companhia Paulista de Estradas de Ferro (Fepasa) em nome da escola estadual de Mirassol que leva o seu nome. O documento foi elaborado em 1957, um ano antes de sua morte. Anísio Moreira, que havia sido deputado estadual e federal e prefeito de Mirassol, morreu vítima de um acidente aéreo em 23 de outubro de 1958. O político se foi, mas as ações ficaram e se transformaram em R$ 81,5mil.

Madalena Moreira

Acusada de mandar matar o magistrado Jaime Garcia Pereira, titular da comarca de Mirassol e pai de três filhos, a tiros, em emboscada, pelo pistoleiro Augusto Severino da Silva, vulgo Juquinha, no dia 20 de novembro de 1961, naquela cidade.

Foi condenada a pesada pena após três julgamentos. Madela foi casada com Anisio Moreira, que morreu em 1959, em desastre de avião.

Mulher enérgica e voluntariosa, passou a administrar o vasto patrimônio deixado pelo marido. Não tardou a se indispor com o juiz Jaime Garcia, que presidia um processo no qual o Banco do Brasil executava uma dívida de 23 milhões de cruzeiros.

O juiz determinou a penhora das fazendas da milionária, assinando com isso a própria sentença de morte. Madalena viajou para Mato Grosso, onde contratou Juquinha, que executou o juiz quando ele conversava com a família, na varanda de sua residência.

Roída pelo remorso, Madalena confessou seu crime ao vigário de Mirassol. O padre respeitou o segredo do confessonário, mas a convenceu a se entregar à polícia.

Madalena foi condenada ainda - fato na época inédito na Justiça brasileira - a pagar 350 mil cruzeiros à família da vítima, face a uma ação de indenização proposta pelo advogado Edevaldo Alves da Silva.

Joaquim da Costa Penha

Sertanista, mais conhecido como Capitão Neves, junto com o Coronel Victor Cândido de Souza, fundou Mirassol sob a denominação de São Pedro da Mata Una.

Cândido Brasil Estrela

Sr. Cândido Brasil Estrela possuía em 1924 uma fazenda em Mirassol e pretendia formar uma quantidade grande de cafeeiros, objetivando atingir 1.000.000 pés de café, e no início iria plantar 100.000 pés. Nesta época só existia na região, Mirassol, Monte Aprazível, Tanabi e Cosmorama. Votuporanga, Fernandópolis e Cardoso ainda estavam sendo formadas. Com o objetivo de vir para o que viria a ser Mira Estrela, o Sr. Cândido contratou 200 peões, pois na época era muito difícil conseguir trabalhador na região. Esses peões vieram abrindo estradas para possibilitar a chegada até a atual área adquirida. O Sr. Cândido Brasil Estrela, fixou residência na sede do Córrego de Ouro Verde, ali construiu uma colônia, fez também a derrubada dos matos e iniciou o plantio da lavoura de café, quando o inesperado aconteceu, sem que ninguém pudesse fazer nada. Em 1929, o mundo inteiro entrou na maior crise econômica que já se conheceu na história do capitalismo. Vendo que não podia continuar com a cafeicultura parou tudo que estava fazendo, pois o café nada mais valia. E assim se o Sr. Cândido continuasse, perderia muito dinheiro e iria se quebrar, como grande parcela de fazendeiros do café quebraram. Era impossível reverter as conseqüências da crise, pois a depressão econômica era total. Optou por retornar a Mirassol, sua terra natal, e aguardar o desenrolar da crise. Deixou o Capitão Delfino tomando conta de sua fazenda, bem como de seus pertences. Em 1938 o Sr. Cândido B. Estrela retorna para Mira Estrela e espera a recuperação da grande crise econômica de 1929. O Sr. Cândido tinha uma propriedade em Mirassol, lá morava a família Castrequini, família de grande valor pessoal, de origem italiana, eles formavam um grande eucaliptal para o Sr. Cândido, eram muito trabalhadores. O chefe dos irmãos era o Sr. Benedito Castrequini, depois Paschoal Castrequini, Vicente, Paulo, Salvador e ainda outros irmãos, mas esse era o grupo maior. Convidados em 1941 a virem para cá (Mira Estrela), reiniciaram a abertura da fazenda que era de mais ou menos 4.000 alqueires de terras. O Sr. Cândido vendeu para os Castrequini 400 alqueires, que foram subdivididos entre os membros da família. A cidade de Mira Estrela foi fundada no dia 21 de fevereiro de 1941, no mesmo local onde está hoje, na época abrangeu uma das terras vendida aos Castrequini, e uma parte da fazenda do Sr. Cândido.



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  • Locais históricos

Museu Municipal

Instalado em prédio próprio, construído em parceria pela Prefeitura Municipal e Sociedade Cultural Mirassolense. Foi fundado em 22 de agosto de 1945 e só oficializado como museu a 8 de setembro de 1953. O fundador foi Jezualdo D’Oliveira.

Seu acervo já é considerável, não somente contando a história de Mirassol, Alcança várias outras áreas de Conhecimento e Cultura, seu acervo de fotografias está estimado em cerca de 20.000 fotografias. Encontra também material trazido pelos pracinhas que lutaram na 2ª Guerra Mundial e da Revolução Constitucionalista de 1932.

Infelizmente este museu, anda meio esquecido pelos governantes, talvez por falta de verba, talvez por descaso, o fato é que o mesmo já foi assaltado por mais de uma vez, levado uma antiga metralhadora e moedas de ouro.

Há ainda várias infiltrações que estariam danificando peças preciosas da história.

Casa de Cultura de Mirassol

Uma das obras arquitetônicas mais bonitas do Município. Está em projeto para ser tombada como patrimônio histórico e Cultural devido a sua bela arquitetura e sua história.

Funciona basicamente como cinema e serve também para apresentações de teatro e exposições de fotos.

Biblioteca Municipal

Mirassol conta também com uma boa biblioteca funcionando no segundo andar da Casa de Cultura de Mirassol.

Encontra vários livros, inclusive escritos em outras línguas, além de livros sobre a cidade de Mirassol e enciclopédias diversas.

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