Denominação anteriores: Aldeia de São João de Queluz, Freguezia de Queluz, Vila de Queluz.
Fundadores: Capitão-general Antônio Manuel de Melo Castro e Mendonça e o Pe. Francisco das Chagas Lima.
Data de fundação: ano de 1800
A 12 de dezembro de 1801, Antônio Manoel de Mello Castro e Mendonça, comendador da Ordem de S. Tiago, governador e capitão-General da Capitania de São Paulo, concedeu aos índios Puris, que viviam disseminados nesta zona do vale do Paraíba e nos contrafortes da Mantiqueira, as terras compreendidas entre o aludido rio, os ribeirões das cruzes e Entupido, e a serra (território destacado do da vila de Lorena) a fim de que passassem a viver em sociedade legal e cristãmente organizados. Na mesma ocasião estatuiu o governo que a nova aldeia chamar-se-ia São João Batista de Queluz, e teria como diretor Januário Nunes da Silva, e como pároco o Padre Francisco Das Chagas Lima. A Paróquia foi criada pela provisão de 22 de março de 1803, instituindo-se o distrito de paz.
Pouco mais pode-se dizer da gênese e formação da aldeia, por se escassearem as fontes de consultas.
A razão por que o ilustre governador Castro e Mendonça deu o nome de Queluz à nova aldeia e os motivos que determinaram a escolha do Santo Precursor para padroeiro estão obscuros. Parece provável, segundo o professor Carlos da Silveira, que o nome escolhido significa uma discreta, mas oportuna homenagem que o governador quisesse prestar à família reinante, dando a uma localidade sob sua jurisdição o nome do solar onde nasceu o príncipe, que seria mais tarde o nosso imperador Pedro I, nos arredores de Lisboa. O nome Queluz, resultaria, assim, de um gesto de aulicismo. Outra hipótese é a de uma homenagem ao ministro Marquês de Queluz – é certo que João Severiano Maciel da Costa, político eminente do 1° reinado, recebeu de D. João VI o título de Marquês de Queluz, porém, é difícil crer que desse título provenha o onomástico da aldeia de São Batista. A aldeia já existia desde 1801, quando Maciel da Costa, moço ainda, não havia alcançado os altos postos políticos. A afirmação, igualmente destituía de crédito, de alguns pesquisadores de hipotéticas etimologias, segundo o qual o vocabulário Queluz seria uma transformação ou metaplasmo da palavra “cruz”, conseqüência da pronúncia defeituosa dos caboclos que aqui viviam. Dar-se-ia o caso do metaplasmo “suarabacti”. Tal fantasia não resiste à mais ligeira análise. Por muito que se estime o vocabulário cruz, impossível será admitir semelhante étimo. Queluz veio, mesmo do ultramar, e não padece dúvidas que deve ter tido uma origem cortesã e bajulatória.
Assim foi que, instalada a aldeia, a antiga taba do gentio se transformou numa povoação cristã. No local das ocas rústicas, ergueram-se a casinhas caiadas e cobertas de telhas.
A serena prosperidade de Queluz deve-se certamente, à dedicação do catequista, padre Francisco das Chagas Lima, e à energia do Capitão Januário Nunes da Silva.
O sacerdote pouco se demorou na árdua função, visto que já em 1808 era substituído pelo padre José Francisco Rebouças de Palma que instalou definitivamente a freguesia, e fez construir a antiga Igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde jazem os seus mortais. A igreja matriz é mais antiga, foi construída no local da primitiva capela, graças aos esforços do valoroso paulista alferes José Antônio Dias Novaes.
Mais do que os beneméritos sacerdotes Chagas Lima e Rebouças de Palma, fez pelo progresso da aldeia, o seu administrador civil Januário Nunes da Silva. Não porque fosse mais dedicado, mas porque viveu mais tempo, e sob sua direção o rebanho humano aqui congregado foi crescendo social, econômica e politicamente. Tanto que, já aos 4 de março de 1842, a Lei provincial n°15 erigia a próspera povoação em vila e sede de município cujo território se desmembrou do de Areias.
A primeira eleição de vereador realizou-se em 7 de setembro de 1844.
Segundo Emílio Zaluar, em 1859 a povoação contava noventa e cinco casas.
Com o título e foros de simples vila viveu Queluz até 10 de março de 1876. Nessa data, uma lei, que por coincidência recebeu, também o número 15, elevou-a à categoria de cidade, que até hoje conversa. No ano anterior, 1875, a Lei n° 29, de 17 de abril, criou a comarca de Queluz.
A cana, o milho, o café e a pecuária formaram a fontes da economia local.
Espalharam-se pelos campos as fazendas, que o braço africano escravo fez prosperar.
O governo provincial dotou a cidade de antiga ponte, sacrificada, por motivos estratégicos durante a revolução constitucionalista. A estrada ferro trouxe novo ritmo ao progresso da cidade.
Iniciada a era da imigração, o italiano veio colaborar com o progresso da cidade, dedicando-se sobretudo ao comercio e à pequena indústria.
O nome primitivo era Aldeia de São João de Queluz, tornando apenas Queluz em homenagem ao solar português onde nasceu Dom Pedro I. O Município desenvolveu-se com a cultura do café e que deixou importantes marcos rurais, como as sedes, ainda existentes das fazendas do Sertão, São José, Restauração, Bela Aurora, Regato, Cascata.
Júlio César de Mello e Souza (Malba Tahan)
Júlio César de Mello e Souza nasceu há cem anos e celebrizou-se como Malba Tahan. Foi um caso raro de professor que ficou famoso. Escolheu a mais temida das disciplinas, a Matemática. Criou uma didática própria, até hoje viva e respeitada. Exímio contador de histórias, o escritor árabe Malba Tahan nasceu em 1885 na aldeia de Muzalit, Península Arábica, perto da cidade de Meca, um dos lugares santos da religião muçulmana, o islamismo. A convite do emir Abd el-Azziz ben Ibrahim, assumiu o cargo de queimaçã (prefeito) da cidade árabe de El-Medina. Estudou no Cairo e em Constantinopla. Aos 27 anos, recebeu grande herança do pai e iniciou uma longa viagem pelo Japão, Rússia e Índia. Morreu em 1921, lutando pela libertação de uma tribo na Arábia Central.
A melhor prova de que Malba Tahan foi um magnífico criador de enredos é a própria biografia de Malba Tahan. Na verdade, esse personagem das areias do deserto nunca existiu. Foi inventando por outro Malba Tahan, que de certo modo também não existiu efetivamente: tratava-se apenas do nome de fantasia, o pseudônimo, sob o qual assinava suas obras o genial professor, educador, pedagogo, escritor e conferencista brasileiro Júlio César de Mello e Souza. Na vida real, Júlio nunca viu uma caravana atravessar um deserto. As areias mais quentes que pisou foram as das praias do Rio de Janeiro, onde nasceu em 6 de maio de 1895. Júlio César era assim, um tipo possuído por incontrolável imaginação. Precisava apenas inventar um pseudônimo, mas aproveitava a ocasião e criava um personagem inteiro.
Júlio César de Mello e Souza viveu até adolescência em Queluz.
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Monteiro Lobato
![](https://img.migalhas.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/{DD2B88E5-DD6D-4456-AC4F-BB1E2FDF5FAD}_Monteiro%20Lobato.JPG)
Foi nomeado promotor público da comarca de Areias, município paulista próximo a Queluz, na divisa com o Estado do Rio de Janeiro.
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Estação Ferroviária
![](https://img.migalhas.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/{23696D5D-D7A0-4F5B-967D-CCF76F64B587}_Estacao%20Ferroviaria.JPG)
Construída em 1874 em substituição a outra destruída pelo fogo. Doada, em julho de 99, ao município está sendo preparada para abrigar um futuro Espaço Cultural. Localizada à Rua Tem. Manoel França.
Prédio do Desque
Datado de 1830, em estilo barroco, foi construído para servir de Casa Paroquial, posteriormente abrigou a Santa Casa. Hoje, é sede das Secretarias de Educação, de Cultura e Turismo, da Biblioteca Municipal e do Museu Malba Tahan (grande escritor e matemático, autor do livro Maktub). Localizado à Pça Pde. Francisco das Chagas Lima.
Museu Malba Tahan
Está para ser inaugurado na cidade paulista de Queluz, onde Mello e Souza viveu sua infância. Após sua morte, sua família doou para essa cidade todo o acervo de Malba Tahan (biblioteca, documentos, objetos pessoais).
Casa de Malba Tahan
Grande escritor e matemático, que viveu até adolescência em Queluz, autor de vários livros famosos, como Maktub e o O Homem que Calculava. Localizada ao lado da Igreja Matriz n.º 30.
Prédio do Fórum
Construído em 1900, em estilo colonial, já serviu também como Cadeia Pública, Delegacia de Polícia e Sede do Destacamento Policial da antiga Força Pública do Estado. Localizado à Pça. Portugal.
Prédio do Grupo Escolar
Inaugurado em 1915, em estilo da época, abriga hoje a Escola Municipal de Educação Fundamental Cap. José Carlos de Oliveira Garcez.
Ponte Sobre o Rio Paraíba do Sul
Construída em 1933, em substituição à antiga ponte (suas fundações ainda são visíveis) dinamitada pelas Forças Legalistas na Revolução Constitucionalista de 1932, para impedir a passagem das Forças do Governo da época.
Igreja Matriz de São João Batista
![](https://img.migalhas.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/{FF4D6AFB-848E-4243-931A-52A4FA07FBA8}_Igreja%20Matriz2.JPG)
Construção datada de 1830, sobre uma capela já existente, ainda conserva suas características originais. Abriga uma imagem de São João Batista, Padroeiro da cidade, esculpida em madeira e vinda de Portugal.
Sede da Fazenda Restauração
Construída em 1850, aos pés da Serra da Mantiqueira, em pleno ciclo do café, é propriedade particular e serviu como pouso para o Imperador D. Pedro I, quando de suas viagens. Acesso pela Estrada do Custodinho.
Mirante do Cristo
Imagem do Cristo Redentor que de braços abertos abençoa a cidade. Avista-se dali toda a cidade e uma parte do Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira. Acesso por automóvel pela Rodovia Queluz/Areias. Existe um acesso a pé pelo Alto de São Pedro, subindo pela montanha.
Ponte do Caroço
Construída em pedra, muito antiga e data de construção desconhecida, porém de muita beleza, por sobre o Rio das Cruzes. Localizada no início da Rodovia João Batista de Mello e Souza, antiga estrada que ligava SP/Minas.
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Hino de Queluz
"Pedacinho do Céu"
Letra de: Hilda e Paulo Lopes de Carvalho
Música de : Nogueira Santos
No azul da serra da mantiqueira
rebrilha ao sol com tanta luz,
sobre a cidade hospitaleira,
nobre e faceira,
linda queluz,
no campanário repica o sino
ao entardecer à média luz,
eu te revejo nesta saudade,
torrão da infância
minha queluz
Um pedacinho do céu,
é a cidade querida
onde deixei meu amor
saudades.....da minha vida (bis)
do paraíso ouço a canção,
que é sempre a mesma da mocidade.
por meu amor rogo à são joão.
padroeiro santo desta cidade.
o trem apita tão tristemente,
vai me levar longe daqui,
vem a saudade judiar da gente
queluz amada!
onde nasci.