dr. Pintassilgo

São José do Rio Pardo

Corria o ano de 1870 quando o Coronel Antonio Marçal Nogueira de Barros, rico fazendeiro, achando longa a distância e intransitáveis as estradas para Casa Branca, Caconde e outras localidades vizinhas, congregou os moradores das cercanias para a construção de uma pequena capela, sob a invocação de São José e que servisse aos exercícios religiosos. Ao redor da capela logo formou-se um povoado, que prosperou e cresceu merecendo, assim, ser elevado à categoria de vila e distrito de paz.

Orgulham-se os habitantes desta cidade de terem sido os primeiros do Brasil a romper os laços com a Monarquia, antes de ter sido proclamada a República, em 15 de novembro de 1889.

O episódio teve seu prelúdio em junho de 1889 quando membros da Sociedade Italiana XX de Setembro, infiltrados entre os republicanos, depois de uma festa de assentamento da pedra fundamental de sua sede, saíram às ruas, cantando a Marselhesa e defrontando-se com monarquistas. Houve agressão, confusão e envio de tropas.

Dois meses passados, depois de aparente paz, a contenda recomeçou. Na noite de 10 de agosto, o Hotel Brasil, do republicano Ananias Barbosa, foi atacado pela polícia, depois de uma reunião e homenagens ao pregador republicano e líder, Francisco Glicério. Na manhã seguinte, 11 de agosto de 1889, os republicanos prenderam o sub-delegado de polícia, José Honório de Araújo, e o chefe liberal, Saturnino Barbosa. Apoderaram-se do edifício da Casa da Câmara e Cadeia, que representava a força e a lei, hasteando a bandeira revolucionária de Júlio Ribeiro, proclamando a República, sob o som da proibida Marselhesa.

O sobrado de Honório Luís Dias (hoje demolido) transformou-se em fortaleza e sede do governo municipal. No dia seguinte, à tarde, a tropa chegada de São Paulo retomou a cidade dos republicanos. Três meses depois, 15 de novembro, uma nova forma de governo se implantava no Brasil: a República. Em 29 de maio de 1891, Américo Brasiliense, Governador do Estado, pela lei nº 179, elevou a Vila de São José do Rio Pardo à categoria de Cidade, com a denominação de Cidade Livre do Rio Pardo, que vigorou por apenas oito dias, pois os rio-pardenses, embora engrandecidos e orgulhosos, preferiram a denominação primeira e original. O Decreto 207, de 6 de junho, retificou o anterior, passando a Cidade a denominar-se, novamente, São José do Rio Pardo, berço da República e de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha.

A Casa da Câmara, que abrigava os três poderes, aos poucos tornou-se pequena para o pujante município. Em suas dependências achavam-se instalados: a Câmara, a Intendência, o Fórum, a Coletoria, o corpo de guardas e duas celas para presos. A reforma pleiteada da Casa da Câmara e Cadeia não se realizou. A Câmara encontrou a solução para preservá-la. Adquiriu, em 1901, o terreno ao lado do seu, doando-o ao Estado para a construção do Fórum. Com o decidido apoio do Dr. Antônio Cândido Rodrigues, então Secretário da Agricultura, o edifício do Fórum e Cadeia foi inaugurado em 1902, desafogando a Casa da Câmara.

Em 1968, os poderes constituídos: Legislativo, Executivo e Judiciário transferiram-se da Praça Capitão Vicente Dias para edifícios próprios, construídos na Praça dos Três Poderes.

E a antiga Casa da Câmara e Cadeia, que abrigou tantos momentos históricos de São José do Rio Pardo, resiste. Hoje, está preservada pelo Município, pela Lei 1.067, de 3 de outubro de 1979, que a declara de interesse histórico e cultural.

  • Origem do Nome

Do santo São José, pela capela construída em homenagem a este Santo, e Rio Pardo, pelo rio que banha o município.

São José

Orago de cerca de duzentas paróquias, muitos municípios brasileiros foram criados sob sua invocação. Sua devoção é antiga, mas no ocidente este culto público só teve projeção a partir do Século IX sendo desde então festejado sempre em 19 de março. A mais antiga igreja erigida em sua honra foi a basílica em Nazaré, obra dos Cruzados; no decorrer do século XII outras igrejas surgiram na Itália, na Inglaterra e na França.

A festa litúrgica de São José, inscrita no Breviário Romano pelo Papa Xisto IV em 1479, foi aceita em todas as igrejas e a partir do século XVII muitas ordens religiosas e confrarias, pôr exemplo a dos marceneiros, elegeram São José patrono especial; foi também escolhido como patrono da França e da Espanha. Nas antigas igrejas brasileiras, encontram-se imagens de origem ibérica do Santo de botas ou com o chapéu às costas; é o São José exilado para o Egito, o Santo peregrino protetor dos viajantes. Na representação da Sagrada Família, com o Menino ou só, com o cajado ou com o "lírio", sempre foi venerado nos lares e nos altares.

Os Santos Evangelhos apresentam São José como homem íntegro, religioso e laborioso, muito afeiçoado a Maria e a Jesus. Sua missão de chefe da Sagrada Família, missão cumprida em silêncio, deu-lhe uma dignidade jamais alcançada pôr nenhum outro santo; como prolongamento dessa missão, o Papa Pio IX proclamou-o, em 1870, Patrono da Igreja Universal.

O Rio Pardo

O Rio Pardo nasce de uma pequena mina, de águas límpidas, na Serra do Cervo, nos contrafortes da Serra da Mantiqueira, município de Ipuiuna no estado de Minas Gerais. Atravessa a região noroeste do estado de São Paulo e, após percorrer 573 Km, deságua no Rio Grande, na divisa com o estado de Minas Gerais. O Rio Pardo fertiliza os solos mais férteis do Brasil, os lactossolos de terra roxa, que possibilitaram o ciclo econômico do café, nas décadas de 20 e 30. Direta ou indiretamente, banha doze cidades mineiras e trinta e oito cidades paulistas. Eis algumas delas: Caldas, Poços de Caldas, Caconde, Tapiratiba, São José do Rio Pardo (que tem a única zona urbana cortada pelo Rio), Divinolândia, Vargem Grande do Sul, Mococa, Casa Branca, Serra Azul, Serrana, Jardinópolis, Ribeirão Preto, Barretos e Colômbia. Em São José do Rio Pardo os três afluentes mais importantes são o Fartura, o Verde e o Rio do Peixe. O maior afluente do Rio Pardo é o Mogi-Guaçu.

  • Personagens

Euclides da Cunha

Engenheiro, escritor e ensaísta brasileiro, Euclides Rodrigues da Cunha nasceu em Cantagalo, Rio de Janeiro, em 20 de janeiro de 1866, e faleceu em 15 de agosto de 1909. O escritor veio com a família para a cidade veio em 1898 para reconstruir a monte metálica sobre o rio Pardo, permanecendo até 1901. Enquanto dirigia o trabalho de reconstrução da ponte, escreveu o livro “Os Sertões”. Quando Euclides deixou a cidade, as duas obras estavam prontas e foram transformadas em monumentos nacionais e universais: a ponte tombada pelo Patrimônio Histórico e Cultural e "Os Sertões" traduzido para mais de uma dezena de línguas.

De lá o escritor seguiu com sua família para São Carlos do Pinhal e, de lá, para Lorena. E é em Lorena em 1902 que lhe chega a notícia da editora Laemmert de que o livro estava publicado.

São José do Rio Pardo conserva até hoje a memória de Euclides da Cunha por vários pontos da cidade, que comemora suas obras com a realização da "Semana Euclidiana" de 9 a 15 de agosto e o Aniversário da Ponte no dia 18 de maio.


"Semana Euclidiana"

Em 15 de agosto de 1912 um grupo de pessoas se desloca do prédio onde funcionava a sede administrativa da cidade até a cabana de zinco para recordar-se do amigo ausente. Este gesto marca o início da Semana Euclidiana de São José do Rio Pardo. A semana se inicia com um desfile na manhã do dia 9 de agosto com a participação de escolares, clubes de serviço, clubes sociais, entidades assistenciais, empresas e comércio e fanfarras de toda a região. As atividades culturais são baseadas em Ciclos de Estudos sobre a vida e a obra de Euclides da Cunha que se encerram com uma prova realizada no dia 15 de agosto, denominada Maratona Intelectual Euclidiana.

O médico Oswaldo Galotti e os professores de literatura brasileira Hersílio Ângelo e Vinício Rocha dos Santos estabeleceram decisivamente a confecção do formato da Semana Euclidiana com as feições segundo as quais a conhecemos hoje.

Um dos ilustres ganhadores da maratona é o ministro do STF Antonio Cezar Peluso, que venceu a XXII Maratona Intelectual Euclidiana (1960).

Peluso nasceu em 3 de setembro de 1942, em Bragança Paulista, São Paulo, filho de Daniel Deusdedit Peluso e de D. Maria Apparecida Bueno Peluso. Fez o Curso Ginasial no Seminário Diocesano São José, em São Vicente (1955-1958), e o Clássico no Colégio Estadual Arnolfo Azevedo, em Lorena, e no Instituto de Educação Canadá, em Santos (1959-1961), todas cidades paulistas. Foi o primeiro classificado no concurso vestibular quando ingressou na Faculdade Católica de Direito de Santos em 1962 e conquistou o diploma de Bacharel em Ciências jurídicas no ano de 1966.

Olimpio de Souza Andrade

Olímpio de Sousa Andrade nasceu em São José do Rio Pardo no dia 19 de dezembro de 1914, na Fazenda Fartura. Sexto neto do Marquês de Baependi; bisneto de Antônio Marçal Nogueira de Barros, um dos fundadores da cidade. Já nos primórdios da juventude, Olímpio começou a interessar-se pela literatura brasileira, quando ainda cursava o secundário em Casa Branca, onde também se iniciou no jornalismo. Em São Paulo trabalhou em A Noite, colaborando ainda no mensário O Planalto, onde publicou o seu primeiro artigo definitivo sobre Euclides e Os Sertões. Esse trabalho foi anexado à edição norte-americana do livro, traduzido por Samuel Putnam. Foi, no entanto, com um ensaio sobre Joaquim Nabuco que fez a sua estréia em livro, conquistando o prêmio UNESCO, em 1949: Joaquim Nabuco e o Pan-Americanismo: o Brasil na América, na 2ª edição, 1978, reduzido o título para Joaquim Nabuco e o Brasil na América.

  • Locais Históricos

Igreja Matriz

Em 30 de maio de 1873, o Vigário Capitular do Bispado de São Paulo assinou documento autorizando bênção e celebração da missa e dos demais ofícios divinos na Capela de São José do Rio Pardo, filial da Matriz do Espírito Santo do Rio do Peixe. A primeira missa só foi celebrada em 19/3/1874.

A Capela Curada de São José foi elevada à categoria de Freguesia em 14 de abril de 1880, pela Lei nº 70, da Assembléia Provincial. São José do Rio Pardo desanexou-se da Vila de Caconde, passando à de Casa Branca, constituindo-se em Paróquia, confirmada pelo Bispo de São Paulo, em 1º de fevereiro de 1881.

A primeira missa paroquial foi oficiada pelo Padre Antônio Sanches de Lemos.

Em maio de 1881, tomou posse o vigário Padre José Cantan Lisa, seguido pelos padres: Antônio de Freitas Novaes, Joaquim Thomaz Ancassuerd e, encerrando o século, o Padre José Thomaz Ancassuerd.

A nova Vila, florescente e progressista, única povoação a se espelhar no majestoso rio Pardo, apresentava, em seu primeiro ano de vida, um quadro urbano notável.

Contava o município com quatro praças: a da Matriz, do Rosário, do Mercado e a da Estação; doze ruas largas e retas, exceto a rua Direita, que era tortuosa, e cerca de 800 casas, em geral bem construídas e na maior parte térreas com apenas três sobrados; o cemitério, não muito longe da Matriz, e todo fechado pôr muros de pedra.

A população consistia de 4.255 habitantes; os cidadãos sujeitos a todo o serviço de paz e guerra somavam 35 e o número de eleitores qualificados 89; a Câmara Municipal contava com 7 vereadores e a escola pública, com cerca de 50 alunos, tinha como professor Emílio Mário de Arantes e o inspetor literário do Distrito era o Capitão Vicente Alves de Araújo Dias.

Apenas a igreja, construção mais antiga, resultante da primitiva capela reformada, era de pequenas dimensões e destoava do conjunto, entristecendo os paroquianos. A Carta Régia de 1716 mandava que as igrejas deveriam ser construídas prevendo-se o aumento da população. Embora com o correr dos anos perdesse o diploma legal seu caráter normativo, seu espírito lógico permaneceu. Mas como poderiam as autoridades riopardenses prever que em quinze anos os habitantes passassem de pouco mais de 500 a 4300 ? Além disso, a capela foi construída com muito sacrifício, contando apenas com as doações dos povoadores. Assim a igreja era realmente pequena e carente de reparos.

Construção da Igreja Matriz

Em 29 de maio de 1887, o Vigário Joaquim Thomás, no consistório da Igreja, reuniu fazendeiros, médicos, negociantes, artistas e representantes de outras classes sociais, lançou a idéia da construção de uma nova Igreja, que foi aceita com entusiasmo pôr todos. Elegeu-se então uma comissão destinada a angariar donativos e a dirigir os trabalhos assim composta: Presidente - Vigário Joaquim Thomás de Ancassuerd. Membros: João Batista Junqueira, Major José Antônio de Lima, Tenente Luís Carlos de Melo e Capitão Saturnino Frausino Barbosa. Suplentes: Honório Luís Dias, Capitão João Teodoro Nogueira, Joaquim Custódio Dias e Saint-Clair de Andrade Junqueira.

A planta da nova Matriz foi elaborada pelo engenheiro Dr. Ramos de Azevedo, o construtor do Teatro Municipal de São Paulo e de tantas outras obras notáveis. Esta planta e orçamento encomendados pelo Vigário foram pagos pela Câmara Municipal em 1888.

Em fevereiro de 1889 foi, com grandes festividades, lançada a pedra fundamental da nova Matriz, no terreno ao lado da Casa da Câmara, onde se localiza atualmente o prédio azul da Casa de Cultura.

Só em julho de 1890 que pode ser assinado contrato com o construtor Felício Maria Calvitti, iniciando-se então a construção; entretanto sendo aquele terreno escolhido impróprio, a referida construção foi realizada em frente à primitiva capela e no centro do então Largo de São José onde hoje se situa a Matriz.

No dia 3 de novembro de 1893, estando pronto o corpo da igreja, vindo de Mococa chegou o Bispo de São Paulo - Dom Lino Deodato - para visita pastoral pela primeira vez em São José; com sua comitiva hospedou-se no solar de Honório Dias, na praça Tiradentes nº 21.

Procedeu-se à inauguração com grandes festividades e demonstrações de júbilo. A nova Igreja era: "grande, espaçosa, gosto romano misto; bem decorada, erigida de tijolos, torre alta, bons sinos e bom relógio na torre". (foi a apreciação do senhor Bispo).

No altar-mor, montado no lugar do arco cruzeiro, Dom Lino oficiou o ato de benção. E para comemorar sua visita que se prolongou até dia 9, fez erigir no adro, um Cruzeiro. Sob a direção do Cap. Vicente Alves de Araújo Dias e José Rodrigues do Prado tiveram prosseguimento as obras até seu remate final; mas o Vigário Joaquim Thomás de Ancassuerd, que tanto batalhara por elas, não pode assistir a seu término; deixando a Paróquia em 1898, foi substituído pelo Vigário José Thomas de Ancassuerd.

A nova Matriz teve sua inauguração com festas no dia 29 de maio de 1898.

Ao findar-se o século XIX, a nova Igreja, com sua altanaeira torre gótica central dominando o casario, é o orgulho dos riopardenses. Aos domingos, a retangular praça fronteiriça à Matriz, toda engalanada de palmeiras, com seu Cruzeiro, recebe os habitantes da cidade e das fazendas. Casais com seus filhos, avós, moças e rapazes, crianças, todos em harmonia, com uma só família; os poucos que não ligados pôr laços de parentesco ou compadrio, ou são pela origem: vinham quase todos das Minas Gerais e formando um grupo à parte, os imigrantes.

Animam-se os alegres grupinhos de conversas, olham-se de longe os namorados e as crianças correm, até que o repicar dos sinos os chame para a missa. Na capela-mor espera-os o bom padre Joaquim Tomás.

Sobem-se alguns degraus de pedra e adentrando o portal encimado pôr ogiva, à esquerda, atrás do gradil de madeira, a pia batismal atrai os olhos pôr sua riqueza em mármore; à direita, o acesso ao coro onde se encontra o melhor harmônio da Diocese. Os bancos dispostos em duas alas e o púlpito são simples. A luz da manhã filtra-se nos vitrais colorindo o cristal dos lustres e as brancas paredes na seqüência da "Via-Crucis". O altar de Nossa Senhora Aparecida e o de São Sebastião, ambos em mármore, são laterais.

Através do incenso que evola do turíbulo, o altar-mor aromado de flores é obra de arte em madeira, com preciosas decorações em talha colorida. O dístico "ITE AD JOSEPH" encima o nicho central do Santo Padroeiro; o sacrário decorado com um pelicano alimentando os filhotes, símbolo da eternidade pelo alimento espiritual; nos nichos laterais, as imagens do Sagrado Coração de Jesus e Coração Imaculado de Maria são encimados pôr conchas que simbolizam o apostolado e pôr pequenas cabeças de anjos alados; emoldurando os três nichos, quatro colunas com capitéis de folhas de acanto; flores, uvas e trigo completam a decoração. Sobressaindo-se no fundo claro, o verde vivo da esperança e da penitência, além do vermelho que simboliza o amor e a caridade.

Na base do altar, o Senhor Morto.

Demolição e reforma da Igreja Matriz

Anos se passaram e em meados de 1943 os jornais locais já publicavam discussões sobre a aprovação ou não da demolição da Igreja e a necessidade da reforma da mesma. Já em 1948 foi celebrada a primeira missa na parte nova da Igreja - parte traseira, braço da cruz. Em 1962 houve uma pré-inauguração. Em agosto de 1964 finalmente a inauguração da Igreja. Em 1984 tiveram início as últimas modificações ocorridas na atual Igreja Matriz, sob coordenação do Monsenhor Denizar Coelho e a Prefeitura Municipal.

Foram executadas obras de paisagismo em toda praça que circunda a Igreja e a Igreja teve o seu acabamento final realizado com a confecção de uma barra chapiscada em toda sua volta, troca de todos os vitrais danificados, pintura completa, instalação de um moderno sistema de som e outros melhoramentos. As obras tiveram seu término em 1988.

Museu Rio-Pardense "Arsênio Frigo"

Localizado na Praça Capitão Vicente Dias, o museu foi instalado no antigo prédio que abrigou a Prefeitura, a Câmara Municipal e a Cadeia. Preservado e restaurado, foi transformado em museu cem anos depois de sua inauguração.

Expõe peças recolhidas em antigas fazendas da região; utensílios de farmácia; objetos que pertenceram a pessoas ligadas à história da cidade: o altar de madeira, em estilo barroquizante, de uma hoje demolida igreja matriz da cidade. Abriga ainda a Biblioteca Municipal “Monteiro Lobato” e a Hemeroteca “Jornalista Paschoal Artese”.

Cabana de zinco

Para que pudesse dedicar-se mais acuradamente a seu trabalho, Euclides da Cunha ordenou a construção de uma cabana de zinco e sarrafos próxima do local da ponte metálica. Lá foi escrito o livro "Os Sertões". Para melhor protegê-la, a cabana de zinco, monumento histórico nacional, recebeu uma redoma de vidro em 1928, sendo prefeito à época o sr. João Gabriel Ribeiro. Tornando-se monumento histórico nacional desde 1937.

Ponte Metálica

Tombada pelo Patrimônio Histórico e Cultural é o monumento símbolo de São José do Rio Pardo. Construída por Euclides da Cunha e inaugurada em 18 de maio de 1901, foi importada da Alemanha e sua função na época era facilitar o transporte de café da região que fica à margem direita do rio para a estação ferroviária para em seguida ser transportado para o porto de Santos e depois exportado. A ponte é bem conservada pelo poder público e sua última reforma geral foi em 1985.

Casa de Cultura Euclides da Cunha

Criada oficialmente em 1946, reúne extraordinário acervo sobre a vida e obra euclidiana. Na casa funciona um Museu e o Centro de Estudos e Pesquisas Euclidianos ligado virtualmente ao mundo inteiro, fornecendo informações sobre Euclides da Cunha e sua obra. Nesta casa residiu Euclides da Cunha entre 1898 e 1901, ocasião em que reconstruia a ponte metálica sobre o rio Pardo.

Nesta casa ele residia com a família e aqui nasceu seu terceiro filho, Manoel Afonso. A casa pertence ao Estado de São Paulo. O seu portal na internet é www.casaeuclidiana.org.br onde os interessados poderão obter informações sobre o movimento euclidiano.

A principal função da Casa de Cultura Euclides da Cunha é organizar as comemorações relativas ao movimento euclidiano na cidade que são: o aniversário de nascimento de Euclides da Cunha, dia 20 de janeiro; o aniversário da ponte metálica, dia 18 de maio, a Semana Euclidiana, de 9 a 15 de agosto e o aniversário de lançamento do livro Os Sertões ocorrido dia 2 de dezembro.

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O hino de São José do Rio Pardo foi criado pela Lei nº 776, de 18 de outubro de 1971. A música e letra é de autoria da Professora Ilse Sebastiana de Paiva Manita

Hino a São José do Rio Pardo

I

Nas páginas imortais da história a reluzir qual ouro sobre o azul,

Percorrendo brilhante trajetória, o Rio Pardo avança pelo rumo sul.

Nossa cidade em perene festa cultua a terra que a viu nascer,

Louvando em tradicional seresta o seu progresso, o seu engrandecer.

Estribilho:

Como sons maviosos de humana doçura, os rio-pardenses cantam este hino.

Feito de amor, de sonho, de ternura para louvar ó terra, teu destino.

Nós te saudamos ó linda cidade! Seja o teu nome um pendão galhardo.

De paz, de glória, de felicidade, querida São José do Rio Pardo!

II

Lembrando as prendas com que natureza te embelezou por entre mil rincões,

Uma ressalta, orgulho e beleza, serviu de berço para "Os Sertões".

Cantando versos que traduzem amor os rio-pardenses tecem loas, glórias,

À terra amada que, com tanto ardor, reverenciam por reais vitórias.

Estribilho:

Como sons maviosos de humana doçura, os rio-pardenses cantam este hino.

Feito de amor, de sonho, de ternura para louvar ó terra, teu destino.

Nós te saudamos ó linda cidade! Seja o teu nome um pendão galhardo.

De paz, de glória, de felicidade, querida São José do Rio Pardo!

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