A estátua do belo garimpeiro é o guardião do lugar. No começo da cidade, ele olha firme e calmamente para o visitante, convidando-o, ao fazer a curva, a conhecer o que os moradores chamavam de “um verdadeiro paraíso terrestre”. O céu está nublado, o vento anuncia a aproximação de uma tempestade – mas o garimpeiro diz “tudo bem. Pode continuar”.
E lá vamos nós sobrevoar Patrocínio Paulista, desvendar os segredos que se escondem em meio à simplicidade de um lugar pequeno. Dentre eles, o maior talvez seja justamente o anúncio que o fundador faz: aqui, todos somos bem recebidos.
Começa pela exuberância da sapucaia, que se abre estrondosa no alto da cidade. E termina pelo acolhimento dos moradores, que mesmo em um fila interminável na Santa Casa da cidade, à espera de atendimento, se dispõe a conversar e contar o que pensam.
No Fórum, deixamos de virar intrusos e somos convidados a explorar todo e qualquer canto de um dos lugares que preserva viva a história da cidade e de seus habitantes. Da cela raramente usada aos processos empilhados, passando pela escadaria que leva ao Salão do Júri, notamos o zelo com o qual os patrocinenses cuidam de seu patrimônio.
Mais um voo, dessa vez até a praça da cidade, e finalmente entendemos porque o garimpeiro estava tão seguro e tão certo: o céu azul já ressurgiu nesse lugar, as nuvens escuras da manhã se dissiparam e os raios de sol tornam a iluminar a cidade dos diamantes.
Ao fim do dia, precisamos ir para casa. Mas que casa? Aqui, já nos sentimos tão confortáveis e íntimos como na morada de infância... Porém a despedida é necessária. Com emocionados convites de retorno e palavras de carinho e amizade, seguimos em frente sabendo que deixamos para trás amigos tão admirados quanto o calor do inverno, e mais valiosos que o maior dos diamantes.