O amigo Paulo Hungueria pergunta:
"Quando falamos de marketing jurídico, falamos também do endomarketing para escritórios ou somente de redes sociais?"
Paulo, obrigado pela pergunta. Realmente se criou, ao longo dos anos, uma ideia de que marketing jurídico eram apenas poucas ações esporádicas. Ou era uma pequena ação interna aqui, ou era uma pequena ação digital ali, alguns esforços prospectivos esparsos, e se resumia a isso... Ledo engano, meu amigo.
Ainda, nos dias avançados de hoje, quando falo em criar uma pessoa de comunicação em um escritório de advocacia que concatene todas as ações possíveis de marketing para o escritório, muitos sócios ainda perguntam: "mas o que tem para essa pessoa fazer? Não é só uma coisinha ou outra?" Ou então, "mas vai ter trabalho para essa pessoa? Ela não vai ficar ociosa não?". E eu respondo: imagina rotinizar mais de 60 ações de marketing dentro de seu escritório e veja se essa pessoa interna de comunicação terá tempo para ficar ociosa. E é essa a verdade, já respondendo sua pergunta: quando falamos de marketing jurídico não é apenas endomarketing e redes sociais que estamos promovendo, mas sim uma chuva de ações possíveis e condizentes dentro de uma estrutura organizada. Tudo ao mesmo tempo agora.
Lembra quando você era pequeno e saía algum álbum de figurinhas novo? Você não queria ter apenas algumas figurinhas, mas sim o set completo delas, para que pudesse completar o álbum logo. O princípio é o mesmo. Uma ou outra figurinha são legais, mas o bom mesmo, que mostra o produto final e brilhante, é quando o álbum tem todas as figurinhas, completão. O marketing jurídico bem trabalhado é a mesma coisa. Só é brilhante quando trabalhado por completo.
Ainda dentro desse escopo, um grande item a ser desmistificado é que marketing jurídico completo não é apenas marketing jurídico digital (ou as redes sociais às quais você se refere em sua pergunta). Como já explorei isso em artigos anteriores, copio abaixo um resumo dos itens mais importantes nesse ponto.
Marketing digital não é marketing jurídico
Sabemos que o advogado não tem obrigação nenhuma em saber quais as ferramentas de execução possíveis em um plano de marketing bem organizado, e é aqui que mora um grande perigo. Uma noção muito errada que vejo acontecer hoje a todo o momento são empresas aventureiras querendo ludibriar advogados e vender atuações digitais como se fossem ações completas de marketing jurídico. Lembrando que as ferramentas digitais são importantíssimas para os escritórios, o que comento aqui é que existe uma gama muito mais completa de ações possíveis, além do cenário digital. Se o advogado entender que hoje, dentro do Código de Ética atual, existe a possibilidade de atuação de, no mínimo, 60 ações de marketing, ele acaba entendendo que às vezes atuar apenas em uma fatia do marketing jurídico é talvez não conseguir os resultados exigidos para que um plano alcance o sucesso. Fica aqui, portanto, o aviso: marketing digital é um pedaço do marketing jurídico, mas não é ele por completo.
Perdido nos resultados
Aproveitando que falamos de marketing digital no item acima, acho importante comentar que não adianta investir nas ações digitais se você não controla os resultados obtidos. Seja nas redes sociais (número de contatos, de respostas, de curtidas, de envolvimentos, etc.), no seu site (respostas ao "fale conosco", relatório de acessos, etc.), na sua newsletter (relatório de cliques, e-mails inválidos, links mais acessados, etc.) ou no investimento em links patrocinados (saber quem efetivamente está clicando nos mesmos), não adianta termos as ferramentas digitais e não entender se elas estão funcionando para seu caso ou não.
Espero ter ajudado a completar seu álbum.
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Bom crescimento!