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Marketing Jurídico

Questionamentos pontuais do marketing jurídico.

Alexandre Motta
Amigos da coluna Marketing Jurídico, seguindo nossa temporada de compartilhar o conhecimento dos membros da Comissão Nacional de Marketing Jurídico da ABA (Associação Brasileira de Advogados), hoje trago três perguntas importantes para minha amiga e membro da comissão Lisandra Thomé. Coluna Marketing Jurídico: Muitas pessoas confundem o termo Persona com o termos Público-Alvo.... Por favor explique para nossos amigos da coluna quais as diferenças. Lisandra Thomé: Ter uma comunicação clara e objetiva é extremamente importante para estabelecer uma boa relação com os seus clientes. Porém, é preciso conhecer a fundo o seu público-alvo, ou seja, aqueles que consomem o seu serviço. Isso porque qualquer tipo de publicidade ou outras formas de comunicação externas devem ser executadas com foco no público-alvo, que é um grupo de pessoas com características semelhantes, mas agrupado de uma maneira mais ampla. Por exemplo, vamos dizer que seu público-alvo sejam profissionais da saúde. Já a persona representa o estereótipo do cliente ideal, formado com base no comportamento e características reais do cliente que você deseja atender. Por exemplo, sua persona é um médico, da faixa etária x, que tem um padrão socioeconômico y e que possui interesses por "c" e "d" assuntos. Conhecendo melhor a sua persona você será capaz de se conectar melhor com ela e ter uma comunicação mais efetiva, uma vez que poderá usar um estilo de comunicação mais agradável a ela e trazer assuntos que sejam do seu interesse. Se você não tem uma persona definida na sua mente, você acaba falando pra todo mundo e não se comunicando com ninguém. O resultado disso é que suas ações de marketing surtem pouco efeito e atraem o cliente errado. Tendo esses conceitos em mente, é preciso coloca-los em prática para trazer mais resultado nas vendas dos seus serviços e engajamento nas suas redes sociais! Coluna Marketing Jurídico: Já que você falou de redes sociais, nos dê algumas dicas para um bom marketing digital.   Lisandra Thomé: OK. Dica 1 - Defina um público-alvo. Assim como nas mais variadas áreas de atuação, para conseguir relacionar-se e solucionar os problemas dos potenciais clientes, é preciso direcionar as ações para um público específico. Para isso, você pode começar definindo suas personas, pensando em aspectos como nível de conhecimento, idade, interesses e situação financeira. Dica 2 - Invista em conhecimento e compartilhe o que você já sabe. Investir em conhecimento é um passo essencial e estratégico para quem busca crescer na área jurídica. Buscar cursos e materiais que tratem não apenas da sua área de atuação, mas os que podem ajudá-lo a executar o seu planejamento de marketing é o que fará você se destacar. Dessa forma, você poderá compartilhar os seus conhecimentos e aproximar o seu trabalho de pessoas que buscam saber mais sobre os temas que decidir tratar, através do marketing de conteúdo. Dica 3 - Construa uma boa relação. A premissa do networking não se resume ao presencial. Mesmo na internet, construir bons relacionamentos é um fator crucial para conseguir conectar-se com os clientes, potenciais e até mesmo outros profissionais da área. Por essa razão, busque estar presente e disponível para estabelecer relações agradáveis com quem acompanha ou busca o seu trabalho, seja no aspecto virtual ou não. Dica 4 - Siga as regras do Código de Ética da OAB. É necessário estar atento ao Código de Ética da OAB porque, é nesse ponto, que muitos advogados agem de forma equivocada. Busque se informar sobre o que é e o que não é permitido executar no marketing jurídico digital para poder exercer a ferramenta e o seu trabalho sem que isso gere sanções. Coluna Marketing Jurídico: Muito se fala em funil de vendas. Dentro desse tópico, quais são os 3 tipos de clientes existentes?   Lisandra Thomé: 1. O cliente que não tem ideia que tem um problema e por isso não está procurando uma solução. Podem ser visitantes do seu perfil nas redes sociais e, para transformá-los em possíveis leads, você precisa criar conteúdo educativo que toque nas dores e problemas dessa persona e desperte a necessidade de buscar a solução. Aqui entram os posts educativos e vídeos curtos, por exemplo. 2. O cliente que sabe que tem um problema, mas ainda não está procurando a solução. Para atrair esse tipo de cliente para o seu escritório e torná-lo um prospect, você também deve oferecer conteúdo que traga possíveis soluções para o problema, como um e-book com passo a passo ou uma live. 3. O cliente que sabe que tem um problema e está procurando a solução. É o mais fácil de atrair e transformar em cliente. Crie conteúdos que te tragam autoridade e credibilidade, endossando que você é o profissional capaz de ajudá-lo. Vídeos mais longos, lives, palestras, livros e artigos são exemplos de conteúdos que ajudam a criar autoridade. E aí está a contribuição de nossa amiga Lisandra Thomé. Quer conhecer um pouquinho mais sobre a carreira dela?  Instagram Facebook LinkedIn A coluna Marketing Jurídico seguirá dessa maneira, apresentando a opinião e dicas pontuais de nossos membros da Comissão Nacional de Marketing Jurídico. Porém não fique chateado pois essa configuração é só por um curto período e em breve volto ao nosso formato tradicional, respondendo as perguntas dos nossos seguidores, ávidos e curiosos sobre marketing real. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico para o e-mail [email protected] (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
Amigos da coluna Marketing Jurídico, seguindo nossa temporada de compartilhar o conhecimento dos membros da Comissão Nacional de Marketing Jurídico da ABA (Associação Brasileira de Advogados), hoje trago três perguntas importantes para minha amiga e membro da comissão Ticiana Arêa Leão. E hoje as respostas estão em vídeo para o nosso leitor assistir um pouco nossos convidados. Coluna Marketing Jurídico: Resultados na advocacia é um dos tópicos mais buscados por advogados do Brasil todo. Qual a correlação entre este tipo de resultado e as conexões desenvolvidas pelo advogado ao longo de sua carreira? {EMBED_YOUTUBE_513} Coluna Marketing Jurídico: Na sua opinião como fica a premissa máxima de "quem entende de pessoas, entende de negócios"? Concorda ou não? {EMBED_YOUTUBE_514} Coluna Marketing Jurídico: E, por fim, qual o papel da Inteligência Emocional, que todos devemos ter, no marketing jurídico? {EMBED_YOUTUBE_515} E aí está a contribuição de nossa amiga Ticiana Arêa Leão. Quer conhecer um pouquinho mais sobre a carreira dela?  Instagram Facebook LinkedIn A coluna Marketing Jurídico seguirá dessa maneira, apresentando a opinião e dicas pontuais de nossos membros da Comissão Nacional de Marketing Jurídico. Porém não fique chateado pois essa configuração é só por um curto período e em breve volto ao nosso formato tradicional, respondendo as perguntas dos nossos seguidores, ávidos e curiosos sobre marketing real. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico para o e-mail [email protected] (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
Amigos da coluna Marketing Jurídico, seguindo nossa temporada de compartilhar o conhecimento dos membros da Comissão Nacional de Marketing Jurídico da ABA (Associação Brasileira de Advogados), hoje trago três perguntas importantes para meu amigo e membro da comissão Eduardo Brenna. Coluna Marketing Jurídico: Um de seus conhecimentos que você sempre propaga em palestras é "primeiro conhece-te a ti mesmo". Você poderia explicar isso e como esse mantra reflete no networking da advocacia? Eduardo Brenna: Se você perguntar aos colegas advogados, qual a sua principal estratégia para atrair novos clientes, tenho certeza de que a imensa maioria vai me responder: são as indicações dos meus clientes. Este é o bom e velho marketing boca a boca. Acontece que se você não estabelecer uma estratégia consistente de aumento da base de dados dos seus clientes, o seu "boca a boca" será finito. E a maneira mais rápida para você começar a aumentar esta base de dados, é aumentar o contato com pessoas, através do estabelecimento de um networking consistente. Você pode até pensar que já conhece muitas pessoas, mas eu pergunto: quantas destas pessoas que te conhecem já fizeram alguma indicação de um novo cliente? Se sua resposta foram poucas, é porque conhecer muitas pessoas não necessariamente significa fazer networking. A base de um networking consistente é estabelecer um relacionamento de confiança, a ponto de alguém, mesmo que não seja seu cliente, lembre exatamente de você no momento que pensa em um advogado. E o segredo para iniciar um networking de qualidade vem da célebre frase do Filósofo Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo e conhecerá o universo e os deuses". O primeiro passo para estabelecer conexões profundas com as pessoas ao seu redor, é conhecendo como VOCÊ age e reage em relação a estes relacionamentos. Existem muitas maneiras de entrar neste processo de autoconhecimento: você pode fazer uma análise SWOT, submeter-se a uma análise de perfil comportamental como o HMI ou o DISC, encontrar um mentor, um coach ou um psicólogo, recorrer a cursos ou treinamentos voltados para o autoconhecimento. Aprenda como estabelecer relações profundas com as pessoas, conhecendo-te a ti mesmo e abra as portas para o fantástico mundo do networking profissional. Coluna Marketing Jurídico: Ainda falando de networking... Qual o segredo para um networking eficaz? Eduardo Brenna: Como mentor em construção de relacionamentos profissionais, eu já ouvi muitas pessoas dizendo que networking não funciona, ou que os eventos do networking são chatos e com muitos interesseiros. O que estas pessoas não percebem, é que o segredo do networking não está apenas em conhecer novas pessoas, mas em estreitar o relacionamento através do acompanhamento. Os contatos interesseiros realmente não funcionam. São os relacionamentos de longo prazo que trarão as melhores conexões, e por consequência, melhores parcerias e melhores negócios. É por esta razão, que muitas pessoas falam que networking não funciona, pois não avançam no grau de relacionamento com sua rede de contatos. Andy Lopata, palestrante norte americano, autor de várias obras e um dos principais estrategistas em relacionamentos profissionais, estabeleceu uma analogia para entendermos como funciona a nossa rede de contatos. Em vez de ser uma estrutura plana ou um simples agrupamento de contatos, as redes de contato são organismos vivos, com pessoas entrando e saindo e entre vários níveis. Andy costuma trazer a imagem de uma rede de contatos como sete níveis de um relacionamento profissional com um grupo de círculos em expansão, como a seção lateral de meia cebola. Dentro dessa rede, existem sete níveis de relacionamento profissional: no primeiro nível, você reconhece as pessoas; no segundo nível, você conhece; no terceiro nível estão as pessoas que você gosta; no quarto nível estão aquelas que você confia; no quinto nível estão as pessoas você apoia e dá suporte; no sexto nível estão as pessoas que você defende e no sétimo nível estão ou seu amigo, ou seja, aqueles que entram na sua rede pessoal. No centro da rede, ou seja, no sétimo nível, estão as pessoas com quem você passa muito tempo e deseja apoiar. É provável que esse sentimento seja recíproco e você esteja disponível sempre que a outra parte precisar e, nos estágios seis e sete, cuidando ativamente um do outro. É assim que chamamos de sua rede de confiança:  pessoas que provavelmente você vê com frequência, semanalmente ou quase diariamente. Portanto, o segredo do networking está em acompanhar seus relacionamentos, até que as pessoas estejam no sexto ou sétimo nível da sua rede de contatos. E aqui estão algumas estratégias que irão ajudá-lo a melhorar nesta área:  Em primeiro lugar, é certo que você não consegue ficar em contato com todas as pessoas da sua rede de contatos. Com quem você quer ficar conectado e por quê? Pode ser pessoal ou poderia ser profissional, mas crie uma lista com estas pessoas. Eu me refiro a pessoas que vão te ajudar a construir um relacionamento de longo prazo ou de manter um relacionamento atual. Em segundo lugar, entenda que é importante usar o sistema que eles usam. Quando digo sistema, eu me refiro à forma de comunicação das pessoas com quem você quer estreitar o relacionamento prefere. Você deve usar a forma de comunicação que eles preferem, desde o telefone, até as ferramentas de mídias sociais como o Whatsapp, Facebook ou LinkedIn ou Zoom. E como saber isso? Apenas pergunte. Em terceiro lugar, você pode começar a utilizar estrategicamente as redes sociais. Utilize o Facebook, Instagram, LinkedIn ou Twitter para ler notícias e atualizações sem ter que conversar com as pessoas individualmente. Ao receber atualizações de pessoas chave nas redes sociais, você pode comentar sobre alguma coisa e manter contato. Você pode até mesmo comentar sobre fotografias que elas postaram. "Você tem um novo emprego!" "Como foi sua viagem de negócios?". Seja qual for, estes pontos de contato eles vão ajudá-lo a ficar conectado com as pessoas que você conhece. Eu, por exemplo, gosto de enviar os parabéns pelo aniversário em todos da minha rede de contatos. Lembre-se que você tem que tomar café da manhã e almoçar todos os dias. Por que não fazer isso algumas vezes por semana com um bom parceiro de negócios? Você pode matar dois coelhos com uma só cajadada. Você também pode dar uma festa e providenciar algo que seus clientes e parceiros gostem muito. É uma ótima maneira de fazer um cara a cara com muitas pessoas importantes ao mesmo tempo. Traga seus conhecidos para o sétimo nível da sua rede de contatos e experimente a eficácia de um bom networking. Coluna Marketing Jurídico: E nos eventos? Como ser mais assertivo em um evento de networking? Eduardo Brenna: Eu sei que muitos colegas simplesmente se arrepiam quando são convidados para eventos de networking, por uma falsa impressão de que tentarão empurrar-lhe algum produto ou serviço, ou que terá que vender seus serviços. Eles têm razão, pois isto não é networking. A base de um bom networking, está na construção de relacionamentos de confiança, e isso certamente não acontece se você sair oferecendo seus serviços a torto e à direito ou quando alguém mal lhe conhece e já sai querendo vender alguma coisa. E os eventos profissionais ou sociais são uma excelente fonte de novos contatos, para que você possa conhecer parceiros e clientes que vão levar seu escritório ao próximo nível. Portanto, quero que, no seu próximo evento, aplique estes quatro passos que vão te ajudar a tirar o melhor proveito.  Primeiro passo:  prepare-se para o evento! Além dos Palestrantes, procure saber quem são os organizadores e quem estará participando do evento, para identificar quem são as pessoas com quem você gostaria de se conectar.  Segundo passo: seja pontual! Não, não é nada chique ser o último a chegar. E eu sempre gosto de utilizar a expressão "boi que chega primeiro, bebe água limpa". Ao chegar bem no início do evento, aumentam as possibilidades de você estabelecer contato com os palestrantes. Os organizadores e as pessoas que você identificou que poderiam ser boas conexões. Ao chegar primeiro, você também pode fazer uma coisa que todo bom networker faz: percebe as pessoas que estão deslocadas e aproveita a oportunidade para estabelecer uma conexão com elas, oferecendo ajuda. Terceiro passo: Sorria sempre! Pode até parecer infantil, mas muitas simplesmente se esquecem de sorrir quando chegam aos eventos e se relacionam com as pessoas, simplesmente porque não os conhece ou porque quer transmitir um ar mais profissional. Grande erro. Você prefere ser recebido e estabelecer conexão com alguém sorridente ou sisudo? Quarto passo: comporte-se como um anfitrião! Isso mesmo. Não importa se você organizou o evento ou não. Cumprimente quem lhe cumprimentar, identifique o perfil de comunicação com as pessoas e se comunique na "sintonia" delas. Se alguém não for um contato interessante para você, de imediato, identifique para esta pessoas contatos interessantes para ajudá-la. Passo bônus: não saia distribuindo seus cartões! Não existe atitude mais interesseira do que essa. Você gosta de ficar colecionando cartões de visitas? A maioria das pessoas não. Entregue seu cartão, de preferência a quem lhe pediu o contato ou em retribuição a um cartão recebido e, se for o caso, peça a autorização para escrever as peculiaridades sobre os assuntos que conversaram. Lembre-se que o importante é criar uma primeira boa impressão. E aí está a contribuição de nosso amigo Eduardo Brenna. Quer conhecer um pouquinho mais sobre a carreira dele? Acesse um destes links: Instagram Facebook LinkedIn A coluna Marketing Jurídico seguirá dessa maneira, apresentando a opinião e dicas pontuais de nossos membros da Comissão Nacional de Marketing Jurídico. Porém não fique chateado pois essa configuração é só por um curto período e em breve volto ao nosso formato tradicional, respondendo as perguntas dos nossos seguidores, ávidos e curiosos sobre marketing real.  Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico para o e-mail [email protected] (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
Mudança no Formato Amigos que seguem a coluna Marketing Jurídico, gostaria de comentar duas coisas. A primeira é meu agradecimento eterno pelos comentários e retornos em cima do conteúdo da coluna. É muito importante eu saber que pude ajudar aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre os diversos ângulos do marketing jurídico. Portanto: obrigado! O segundo item para conversarmos hoje é uma pequena mudança no formato da coluna. Quem acompanha um pouco minha carreira deve saber que assumi a presidência da Comissão Nacional de Marketing Jurídico da ABA (Associação Brasileira de Advogados) e, portanto, estamos com muito conteúdo especial entre nossos membros que gostaria de compartilhar com vocês. Então a coluna, por um tempo, seguirá dessa maneira: comigo levantando a bola de uma pergunta importante para o mercado e um dos membros respondendo pontualmente. Vamos começar? Hoje trago então três perguntas importantes para meu amigo e membro da comissão Carlos Feliciano. Coluna Marketing Jurídico: Carlos, me fale um pouquinho sobre os primeiros passos na aceitação de um projeto de marketing em um escritório de advocacia. Como então estruturar um núcleo específico para isso? Carlos Feliciano: Não resta dúvida que o marketing jurídico se tornou imprescindível para qualquer escritório de advocacia, independentemente do seu tamanho. Mesmo para os advogados que exercem suas atividades individualmente, o planejamento e a estratégia de marketing são peças fundamentais para o sucesso. Já para os escritórios de maior porte, a estruturação de um comitê específico para estudo e aperfeiçoamento das estratégias de marketing, se mostra como uma ideal ferramenta para planejamento, estruturação e implementação do marketing jurídico. Assim como qualquer comitê de gestão, sua finalidade principal é manter o integral alinhamento ao planejamento estratégico do escritório, contribuindo especificamente nas discussões e definições dos caminhos que serão adotados para consolidação da marca institucional. Sua formação deve ser composta por pessoas que efetivamente conheçam de forma sistêmica o funcionamento do escritório, mas, principalmente, que tenham pleno conhecimento das necessidades dos seus clientes. Estabelecido o perfil dos membros da equipe, importante a definição de um líder que concentre a responsabilidade de coordenar as ações, impulsionando as atividades que serão realizadas. O trabalho deste comitê deve ser constante, com encontros regulares, sempre com o objetivo de levantarem informações relevantes que possam ser convertidas em conteúdo práticos, gerando valor aos atuais e aos futuros clientes. Coluna Marketing Jurídico: Falando em exploração de público-alvo, qual a importância da segmentação para marketing? Carlos Feliciano: Dentro das abordagens clássicas do marketing (massa - variedade de produtos - segmentação), podemos concluir que o estabelecimento preciso de um determinado segmento é o ponto chave para o direcionamento do marketing jurídico. O sucesso de uma prospecção bem direcionada, levará em conta dois critérios objetivos: conhecer profundamente o seu produto enquanto prestador de serviço jurídico e conhecer plenamente o seu público-alvo. Para conseguir agregar valor ao futuro cliente através da produção de um conteúdo efetivamente relevante, o primeiro desafio é estabelecer quem pode se beneficiar com o serviço prestado pelo seu escritório. Entender profundamente quais são as dores e necessidades de determinado grupo e qual solução você pode entregar como remédio. O exercício de dividir um grande grupo de pessoas, por localização, profissão, gênero, atividade, entre outros, e com estas informações conseguir identificar produtos e serviços de interesse comum, estará automaticamente segmentando seu campo de atuação e consequentemente conhecendo o seu real público-alvo, por reconhecerem em você a capacidade de solução de uma determinada demanda. Assim, a lição de casa é: - Entenda plenamente a sua especialidade e o seu "produto" (serviço jurídico); - Conheça profundamente o perfil do cliente; - Compreenda exatamente quais são as dores que buscam "curar"; - Se possível, entenda quais critérios seus possíveis clientes utilizam para escolha de um advogado; - Crie conteúdo personalizado ao interesse do grupo determinado; - Estabeleça publicações de maior relevância; e - Inicie a construção de um relacionamento concreto e contínuo. Coluna Marketing Jurídico: Falando do dia a dia de um escritório...Como produzir conteúdo de divulgação sem impactar a rotina jurídica da equipe? Carlos Feliciano: Audiências, atendimentos, consultas, pareceres, prazos... este é o corriqueiro dia a dia dos advogados. As mesmas facilidades trazidas pela tecnologia na ajuda ao cumprimento destas obrigações, também contribuem para o aumento deste volume simultâneo de tarefas. Com estruturas cada vez mais enxutas, os escritórios precisam se desdobrar para atender a integralidade das demandas, mantendo total atenção a qualidade e, logicamente, na quantidade de atividades. E o marketing? Onde encaixar esta rotina? A geração de conteúdo informativo sobre temas estratégicos que atraia a atenção do público-alvo é o grande ponto a ser alcançado. Como qualquer objetivo, metas devem ser atingidas como verdadeiros degraus para obtenção do resultado esperado. O primeiro ponto de grande relevância é buscar integrar toda a equipe dentro do planejamento estratégico desenhado para o marketing, conscientizando que o sucesso do projeto trará automaticamente benefícios a todo grupo, seja pela conquista de novos clientes, pelo fortalecimento da marca, pelo destaque no segmento de atuação ou minimamente pelo pleno desenvolvimento do nome do advogado que assina tal conteúdo. No segundo momento uma simples listagem sequencial poderá definir a ordem e quantidade de artigos estabelecidos no plano de marketing. Vamos considerar uma equipe com 5 advogados, onde o planejamento estabeleceu a produção de 1 artigo a cada 10 dias. Se considerarmos que o advogado "a" entregou seu artigo hoje, ele terá 50 dias corridos para produzir um próximo artigo, ou seja, terá o total de 7 semanas para diluir a próxima missão. Logicamente, a ideia de trazer este exemplo é apenas para demonstrar que a organização e o prévio agendamento são peças fundamentais para evitar a sobrecarga em determinado membro da equipe, bem como, para apontar a necessidade de um planejamento estruturado capaz de manter a constante regularidade na produção de conteúdo. Vamos testar?! E aí está a contribuição de nosso amigo Carlos Feliciano. Quer conhecer um pouquinho mais sobre a carreira dele? Acesse um destes links: Instagram LinkedIn Facebook A coluna Marketing Jurídico seguirá dessa maneira, apresentando a opinião e dicas pontuais de nossos membros da Comissão Nacional de Marketing Jurídico. Porém não fique chateado pois essa configuração é só por um curto período e em breve volto ao nosso formato tradicional, respondendo as perguntas dos nossos seguidores, ávidos e curiosos sobre marketing real. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico para [email protected] (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 1 de abril de 2022

O pancadão do Will Smith

O amigo Bóris comenta: "O que achou do Oscar? Você viu o que o Will Smith fez?". Bóris, obrigado pelo comentário. Obviamente tive que passar esta resposta na frente de outras em função da necessidade de opiniões rápidas que a internet tem. Aos outros amigos, peço desculpa e dou a garantia que em breve continuo as respostas em ordem. Mas vamos lá. Apenas se você mora na lua e ainda não sabe que o ganhador do Oscar 2022 fez, procure na internet "Will Smith tapa Chris Rock". Pois é, em um momento de fúria, o aclamado ator subiu ao palco e, enfezado por uma brincadeira com sua esposa, esbofeteou o comediante e apresentador da noite, Chris Rock. Pode parecer que essa ocasião não tem nada a ver com marketing jurídico, mas tem. Veja: no momento mais climático de sua carreira, Will se deixou levar por uma emoção que pode ter arruinado sua tão emblemática carreira. Como é sabido, Hollywood já afundou atores e atrizes que saem do padrão convencional e esperado pela classe e, ainda mais quando falamos no tão conceituado Oscar, muita coisa pode convergir para um futuro incerto, onde a presença de Smith possa ser considerada como proibida. Trazendo isso para uma esfera de marketing: quantas vezes não nos deixamos levar por emoções irracionais e que não são pensadas em prol de nossa carreira? Quantas vezes a importância em nos pronunciar, independente de onde estamos e como o fazemos, faz com que potenciais caminhos nos sejam negados com tal ação? Quantas vezes o ego nos atrapalha em nosso crescimento racional e estruturado? Trago aqui o exemplo e a lembrança dos primeiros anos de Inrise, há mais de 20 anos. Obviamente, em começo de carreira, estamos procurando meios de nos promover e ser mais vistos. E nesse início de "busca ao sol" eu tinha alguns conhecidos que também estavam tentando crescer no setor e desenvolver suas respectivas empresas recém-nascidas. E nesse cenário, lembro de uma ocasião onde eu e um desses colegas que comento fomos chamados para palestrar em um evento grande. Quando verificamos a realidade da "oportunidade", precisaríamos pagar para estar juntos dos grandes da época no tal evento. E é aí que as coisas se separam. Ele, ao saber do real formato do evento, apontou o dedo na cara do organizador e fez um grande discurso de como aquilo era uma grande exploração e terminou explicitando às pessoas que nunca mais o procurassem se fosse para fazer uma proposta tão ridícula. O cabeça quente realmente desabafou e falou tudo o que queria. Bom pra ele, mal para os negócios dele. Eu, por outro lado, segui uma linha mais estratégica e a longo prazo. Pensei "Eu também acho que esse é um formato injusto, mas se essa é a regra do jogo, pelo menos para esse momento inicial de minha carreira, vamos jogar". Paguei o acordado, dei minha pequena palestra, conheci diversas pessoas no evento, alguns primeiros clientes e fiz networking com pessoas da gestão jurídica que cultivo até hoje. Hoje, 20 anos depois, ainda estou aqui, obviamente em um patamar onde sou convidado a palestrar, diferentemente dos anos iniciais. E o meu colega temperamental? Foi bloqueado por diversos promotores, durou mais alguns anos nas tentativas de "impor sem ter bagagem suficiente" e sumiu do mapa. Se você está lendo essas linhas hoje, meu amigo P., lembre-se que conversamos sobre o assunto e o que poderia acontecer. E é isso que eu trago como reflexão no dia de hoje (principalmente para os jovens advogados): pensem em sua carreira a longo prazo e tenham certeza que muitas vezes você vai ter que comer sola de sapato antes de comer caviar. Will Smith se queimou em Hollywood como meu amigo destemperado se queimou no cenário jurídico anos atrás? Sinceramente eu espero que não, pois sou muito fã dele. Você pode fazer o que quiser, da maneira que quiser, com quem quiser e isso não vai afetar sua carreira? De maneira nenhuma. Se sua ascensão não for pensada, estruturada e ladeada por contatos que podem te ajudar a contornar seus problemas, vai se tornar muito mais difícil do que já é. Seja agregador, não confrontador. Ou você está a favor do vento ou contra. Ou você é o Titanic ou o iceberg (opa, aqui já é o Dicaprio...). Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 11 de março de 2022

Comemoração do Dia da Mulheres

A amiga Juliana Pontes comenta:  "Bom dia, Alexandre. Gostaria de sua ajuda com alguma dica. Trabalho como administradora em um escritório de pequeno porte aqui em Campinas e estou constantemente tentando ações internas para integrar nossos 12 colaboradores. Porém constantemente sou barrada pelo sócio majoritário que não acredita nessas ações. O que posso fazer para conseguir implementar algo? Os próprios colaboradores me cobram isso. Por exemplo, não comemoramos o  Dia da Mulher esse ano por que, segundo o sócio, isso iria atrapalhar a produtividade. Me ajude com alguma dica". Juliana, obrigado pelo comentário. Realmente esta é uma barra bastante pesada que você tem que carregar. Por um lado, funcionários que querem ter um ambiente de trabalho mais dinâmico e do outro um dono de escritório que não acredita nesse dinamismo. Pode até parecer que esse é um cenário de outro século, mas, infelizmente, ainda é enfrentado nos dias de hoje em diversos âmbitos jurídicos. Mas vamos lá. O que você me pediu foi uma dica e não lamentação. Para reverter essa situação, você vai ter que entrar na cabeça do seu chefe e desacreditar as teorias que estão rodando lá. E para isso, você vai precisar da ajuda dos funcionários, que são os mais interessados nessa evolução. Explico: por enquanto o sócio não estiver convencido de que o novo cenário cultural de comemorações e outras atividades integratórias, que ele tem tanto medo, não sejam acomodado às necessidades dele, nada vai ser feito. Então vamos provar a ele que isso dá certo? Primeiro, tenha uma reunião com os colaboradores e explique que a ideia é converter a mente do sócio para algo mais dinâmico através do exemplo real. Depois explique que vai precisar de todos os envolvidos nesse processo, sem exceção. Terceiro, faça eles entenderem que existirá um pouco de esforço, tanto financeiro quanto de tempo, em especial no começo da conversão. Onde eu quero chegar com isso? Imagine um cenário onde você possa chegar para o desacreditado sócio e falar (apenas um exemplo): Dr. eu sei que você não acredita muito nisso, mas as pessoas se organizaram internamente e gostariam de comemorar o Dia das Mulheres no final do expediente. Elas mesmo levantaram valores para compra de bolo, refrigerante e salgados e gostaria de poder comemorar na sala de reunião as 17h. Vale lembrar ainda que elas se comprometeram a finalizar todas as atividades antes do horário ou, se necessário, ficar um pouco a mais depois para não deixar que nenhum procedimento seja pausado. O Dr. permite essa ação? Veja: ele não vai gastar nada e ainda todo o trabalho vai ser executado da maneira normal. Porque ele diria não? E aí vem a tacada final: quando essa comemoração acontecer, é fundamental que ele seja envolvido na mesma, até para ver o entrosamento que isso proporciona. Chame-o na sala de reunião e o integre nesse espaço harmonicamente. Inclusive o agradeça, na frente de todos, por ter cedido o tempo e o local. Faça ele sentir que é parte proporcionadora do evento. Isso vai fazê-lo entender que essa é uma ação boa de integração, inclusive pelo fato de que está aproximando-o de todos. Esse será o primeiro - e discreto - passo para ele ir se acostumando à existência de comemorações internas que realmente não atrapalham o desenvolvimento do trabalho rotineiro (que deve ser o maior medo que ele tem). A partir daí, você vai introduzindo novos detalhes e comprometimentos a cada nova comemoração. Um dia pode entender o tempo, outro pode pedir para o escritório pagar 50% da comemoração. Assim, gradualmente, ele vai entendendo a necessidade e se adaptando à nova realidade. Agora.... Quer ver todo esse plano cair por terra? Se realmente alguém pisar na bola e não entregar a rotina de trabalho. Essa será a desculpa definitiva que o sócio usará para enterrar essa ideia de uma vez por todas. Então, cuidado, alinhe bem com todos os funcionários para que isso não aconteça. Boa comemoração e feliz dia das mulheres (atrasado) para todas as mulheres que acompanham a coluna! Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail  (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Marketing Jurídico Sem Resultados

A amiga Patrícia Lucena comenta: "Estamos tentando fazer marketing há alguns anos, sempre sem resultados. Não acredito que exista maior divulgação do que a indicação boca a boca. Prove-me errada". Patrícia, obrigado pelo comentário e desafio. A verdade é que você está completamente certa. Provavelmente você nunca assistiu uma de minhas palestras, mas eu sempre comento que indicação é mil vezes superior do que o marketing na advocacia. Porém (sempre vai existir um porém), o problema não está nesse ponto. Uma ação ser boa não necessariamente inibe ou anula as restantes. Então vejo aqui dois pontos para discutirmos: as indicações em si e o que efetivamente você está fazendo com seu escritório. As Indicações Como comentado, as indicações são o supra sumo do acontecimento prospectivo na advocacia. Você fez um excelente trabalho, seu cliente gostou e indicou para outros clientes. Parabéns, esse é o cenário ideal. Porém (olha ele aqui de novo), se a ferramenta indicação é tão boa, onde está o erro? O problema é que ela, mais cedo ou mais tarde, acaba. Fisicamente falando, em algum ponto cronológico do escritório, elas vão começar a diminuir e ficar menos fáceis de serem exploradas, seja por erros que o escritório pode cometer ao longo do caminho (todos podem errar, certo?) ou porque seu cliente efetivamente não tem ninguém real para quem indicar ou porque, egoisticamente, ele não tem paciência para fazer esse trabalho gratuito para você (o pensamento mesquinho vem na forma de "se ele me cobrou os serviços, porque vou indicar ele de graça?") A ideia por trás da indicação ser prejudicial ao crescimento é quando a banca acredita veementemente que esta é a única saída para conhecer novos clientes e fica então presa a este "caminho". Conheço escritórios que se sustentaram por anos a fio apenas com indicações e agora, com a escassez de tal fato, estão - tarde demais - tentando uma saída desesperada para não ficar exclusivamente na mão desta ferramenta. Seu Escritório Aqui o problema fica um pouco mais difícil de analisar pois não conheço seu escritório e não sei efetivamente o que você está fazendo com ele em termos de marketing (até tentei investigar um pouco, mas como seu e-mail é genérico, não consegui encontrar algo concreto). E isso, por si só, já é um grande problema: se eu estou tentando buscar seu escritório e não acho nada, imagina como está sua visualização para aqueles que nem estão te procurando? Existem dezenas de possibilidades que podem acontecer para que as ações de marketing que você está fazendo deem errado. Algumas perguntas: Você está fazendo um marketing completo, pensado do início ao fim? Hoje existem mais de 60 ferramentas que podemos implementar em um projeto amplo de marketing. Você está usando quantas? Não confundiu marketing digital com marketing jurídico completo? (marketing digital é apenas UMA das 60 possibilidades) Já leu quantos livros de marketing jurídico? Já assistiu quantas palestras de marketing jurídico? E a principal das perguntas: Está aprendendo com os erros que comente em marketing, para aprimorar, redirecionar e aplicar novamente? A resiliência que gera esta última pergunta é essencial para a evolução de um escritório, principalmente se você está fazendo sozinha. Mas cuidado: existe uma grande diferença entre resiliência e teimosia. Resiliência é quando a pessoa erra, se adapta e tenta de novo. Teimosia é quando a pessoa fica repetindo os mesmos erros constantemente (mais comumente chamada de burrice). Baseado então no que acabamos de comentar, você ainda acredita que é importante deixar seu escritório à mercê de apenas uma tática de indicação, apenas um ponto menor dentro de uma estrutura que pode ser trabalhada muito melhor? Vai deixar realmente o crescimento do seu escritório baseado na sorte e na promessa de que as pessoas que gostam da qualidade do seu trabalho tenham vários e vários contatos? Não seria interessante trabalhar esse marketing de respaldo (indicações), mas, também, paralelamente, um marketing completo, analisado e que tenha começo, meio e fim? Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia-a-dia jurídico para [email protected] (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Acorda, candidato!

A amiga Giovana C. Andrade pergunta: "Em um dos seus artigos vi que comentou que o Linkedin é um grande fomentador de empregos mas como efetivamente achar emprego por lá?". Giovana, obrigado pela pergunta. Realmente acredito que o Linkedin é uma fonte muito boa de negócios, networking e geração de empregos. O problema está no fato de que muita gente não sabe usar direito. Inclusive já escrevi artigos e até uma outra coluna do Migalhas sobre esses erros. Por exemplo: aqui na empresa comumente entramos em contato com potenciais candidatos que correspondem ao perfil que necessitamos. O candidato está claramente buscando novas oportunidades (muitas vezes com aquele adesivo na imagem de "open to work"). Muito bem. Enviamos uma mensagem privada explicitando a oportunidade. E aí a pessoa leva dois meses para responder a mensagem... Muitas vezes, depois de todo esse tempo, ainda comenta "estou interessada na vaga, gostaria de saber mais". Sério? Depois de dois meses você acha que uma boa vaga de mercado ainda está aberta? Então aqui fica a primeira dica: esteja antenada. Se você se disponibiliza ao mercado e não está ligada nos contatos efetivos, mostra a todos que não tem rapidez e nem está conectada ao que está acontecendo nos ambientes profissionais. Esta visualização errada vai te custar pontos. Então, acorda, candidato! Tem que ver suas redes profissionais todo dia, sem exceção. Outro item que pode te custar pontos na recolocação profissional é não entender o nível de evolução na carreira que você está. Explico. É comum recebermos currículos com o objetivo "assistente ou analista ou coordenador". Como assim? Existe uma evolução intelectual e profissional nestas três etapas e elas são distintas. Se você está no nível de assistente, não tem capacidade (pelo menos não ainda) de ser um coordenador. Se está no nível de coordenador, não poderia - e nem deveria - querer ser assistente, pois vai se rebaixar e se frustrar rapidamente. Grande parte dos pretendentes, na ânsia de querer se empregar, não entendem que colocar qualquer coisa no CV para poder englobar maiores possibilidades vai apenas eliminar as chances dela de ser chamada para um trabalho que seja adequado ao seu perfil. E ainda falando do Linkedin, fica aqui uma dica extra: no resumo de suas habilidades, já coloque seu e-mail e telefone para contato. Não é todo mundo que tem o Linkedin Premium (que consegue contactar pessoas mesmo sem existir uma conexão ativa entre os perfis) ou que tem a paciência de pedir conexão para depois estreitar os dados referente a uma vaga. Facilite o contato deixando suas informações destacadas. Então, como resumo (até porque não sei especificamente o contexto de sua busca atual): Deixe claro ao mercado que você está buscando oportunidades novas (inclua isso já no cabeçalho de seu perfil, se possível colocando o "Open To Work" para destacar). Explicite qual a vaga e nível que você está buscando. Deixe seus dados destacados. Inverta os contatos, ou seja, escolha 50 empresas que você acredita que se encaixam perfeitamente em sua carreira, use seus dons de Sherlock Holmes e investigue quem são as pessoas chaves destes lugares que você pode tentar um contato direto na rede. Não fique apenas aguardando, parta para briga. Entre e revise, todo dia, se houve algum contato efetivo vindo de dentro das redes. Retorne esse contato imediatamente. O cenário está apertado para todos, mas a única ação que vai te trazer resultado ZERO é ficar sem se esforçar. Boa sorte! Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Ostenta-não

Respondendo aos amigos Jurandir Cunha Lopes, Glauber P. Silva, Joaquim e Soraia, aproveito a coluna de hoje para falar da polêmica da ostentação. Todos estes amigos me perguntaram, de uma forma ou de outra, o que eu estava achando da polêmica envolvendo o artigo 6º do novo provimento 205/21 (em especial o Parágrafo Único) que fala sobre a ostentação. O artigo diz: Art. 6º Fica vedada, na publicidade ativa, qualquer informação relativa às dimensões, qualidades ou estrutura física do escritório, assim como a menção à promessa de resultados ou a utilização de casos concretos para oferta de atuação profissional. Parágrafo único. Fica vedada em qualquer publicidade a ostentação de bens relativos ao exercício ou não da profissão, como uso de veículos, viagens, hospedagens e bens de consumo, bem como a menção à promessa de resultados ou a utilização de casos concretos para oferta de atuação profissional. Então gostaria de colocar três pontos aqui. O primeiro é pessoal: quero deixar claro que, para mim, uma das coisas mais "vergonha alheia" é ostentar. Para mim não faz sentido algum. Em nenhuma esfera, seja pessoal, seja profissional. Isso só demonstra um ego frágil e carente pela aprovação dos outros. Os verdadeiros ricos nunca ostentam. Ou você já viu o Zuckerberg, Gates ou Musk tirando foto com carrão, mostrando o relógio, printando saldo bancário, etc.? Não viu e nunca vai ver. Quem realmente tem o que ostentar, quase nunca o faz. E é aí que está realmente a mentalidade de rico, comparado à carência e baixa estima de quem precisa ser visto como rico. Enfim, essa é a minha opinião pessoal. O segundo ponto é mais técnico: onde exatamente você leu no texto do artigo 6º que você deveria parar de atuar, da maneira que você acha interessante, na sua esfera pessoal? As pessoas estão me perguntando "Vou ter que parar de postar as fotos das minhas viagens ou de minhas conquistas nas redes?". A resposta é simples: NÃO. Na sua vida pessoal você faz o que você quiser. O que a regra vem coibir é esse tipo de mentalidade para fins PROFISSIONAIS, principalmente se atrelados a algum tipo de forma prospectiva. Ou seja, na esfera profissional, você não pode (e nem deve, para ser sincero) atrelar sua atuação a qualquer item que tente passar a ideia de "Olha como sou bom, olha como sou rico, olha como sou poderoso". Então entendam que estamos falando apenas da sua vida profissional e nunca da esfera pessoal. Nela você pode passar a vergonha que quiser e a OAB não pode falar nada. Então resumão para quem ainda faz textão de revolta nas redes: Esfera pessoal - faça o quiser Esfera profissional - sem ostentação, mantendo discrição e sobriedade (dica: vocês não são modelos internacionais, nem lordes da dança e nem rappers, parem de se portar como). Por fim, o terceiro e último ponto: por que você deveria ostentar? Como disse anteriormente, para mim não faz sentido. O seu cliente quer o problema resolvido, ele não quer ser você. Se você vai de helicóptero ou de patins para algum lugar, tanto faz, desde que você resolva o problema dele que está em suas mãos. É comum ver nestes ostentadores de plantão, o cuidado impecável com o cabelo, o terno, o vestido, o charuto, a bolsa, o sapato, o carro, a pose, os vídeos, o melhor ângulo, os likes e dezenas de outras coisas que só de pensar já dá sono. Mas e se todo esse tempo fosse destinado ao cliente e aos estudos? Acho que a longo prazo isso seria muito mais aproveitável. Post maravilhoso no Instagram e cliente sem saber como está seu andamento? Isso para mim não é advogado competente. Enfim, esta é a MINHA opinião sobre o assunto. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Destravando o score

A amiga Cláudia Cristina Bianchi Tagliaferro pergunta: "Boa noite caro professor! Muito prazer em falar contigo! Sou advogada atuante ininterruptamente há mais de 16 anos e eu fiz um curso para vender para pessoas que precisam de ajuda sobre limpar o nome e regularizar ilicitudes no Bacen. Eu não quero em hipótese alguma captar clientes, eu quero ensiná-los através das minhas vídeo aulas como resolver esses problemas administrativamente. Eu quero saber se posso fazer propagandas em forma de vídeo me intitulando advogada e explicando o meu curso, dizendo sobre minha experiência profissional e minha idoneidade, sem infringir o código de ética profissional, ressalto que não é pra captar clientes processuais e sim clientes que adquiram meu curso e confiem em mim, que eu crie uma autoridade comercial com base na minha experiência jurídica! Agradeço muito por responder." Cláudia, obrigado pela pergunta. Aqui temos um cenário complicado, onde podemos analisar por diversos ângulos. Vou tentar colocar aqui alguns. Apesar de que a intenção em levar informação ao mercado seja louvável e um grande ponto de destaque nos seus materiais, o fato é que isso ainda é um curso que está sendo vendido a potenciais clientes. A interpretação que qualquer tribunal vai fazer é de que isso é uma ação de captação de clientes e isso pode trazer problemas futuros a você. No novo provimento 205/2021, existe um texto explicitando e liberando a venda de livros, cursos, seminários, etc, porém esta regra só vale quando o público alvo forem outros advogados, estagiários ou estudantes de Direito. Ou seja, não conseguiríamos nem encaixar essa nova possibilidade na sua situação. No frigir dos ovos, ainda estamos vendendo material para possíveis clientes, mesmo se a intenção for apenas educar. Veja que as palavras "vender" e "possíveis clientes" são o problema aqui. E aí eu te pergunto: porque você não muda a estratégia? Leva informação de graça, faça vídeos sem custo mostrando os caminhos possíveis aos seus clientes (obviamente sem mostrar o passo a passo que deveria ser feito por você), se faz notória no segmento que já tem tanto conhecimento e aguarda as pessoas te procurarem? Desde que me conheço como consultor, sempre defendi que se você levar informação focada e relevante ao mercado, ele responde te dando autoridade e negócios. Tenho certeza que os valores que você ganha hoje com a venda de curso serão amplamente ultrapassados quando você começar a mostrar a todos que você é a referência para solucionar os problemas de seu público alvo. Em breve, se o mercado quiser "destravar o score" (como está em seus materiais) terá como forte referência a dra. Cláudia Cristina Bianchi Tagliaferro. Depois disso, o cenário se tornará muito mais favorável. Talvez essa não seja a resposta que você queria, mas infelizmente as regras precisam ser respeitadas e só comento esses detalhes, não para desmotivar, mas para que você tenha ciência de possíveis problemas que estejam vindo em seu caminho. Eu sei que existem dezenas de advogados que seguem esse caminho de venda de conteúdo para possíveis clientes, onde alguns tem problemas e outros não são pegos, mas eu sempre prefiro posicionar meus leitores e clientes para trilhar sempre o caminho mais seguro. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 3 de setembro de 2021

O bonequinho do ego

O amigo Leite Pedrosa comenta: "E aí, meu amigo, quando você vai ter seu bonequinho Funko? Rsrsrsrsrs O que achou da ação?". Pedrosa, obrigado pelo humoroso comentário. Impossível ser da comunidade jurídica e não ter sido bombardeado, na semana que passou, sobre a ação de um dos maiores escritórios de advocacia do Brasil que lançou um boneco Funko (febre entre colecionadores) de seu sócio majoritário. E isso nos traz análises dos mais diversos tipos que tento resumir aqui. Em primeiro lugar vamos falar do ego. Na minha percepção (minha e unicamente minha), qualquer indivíduo, independente do nível intelectual, profissional ou pessoal que tenha alcançado, nunca deveria exaltar sua própria pessoa. Isso é extremamente oposto a uma das características mais importantes de um ser humano, que é a humildade. Uma coisa é quando alguém fala algo de bom sobre você ou faz alguma ação enobrecendo seu caráter. Outra coisa é você mesmo ficar promovendo isso. "Olha como sou importante", "Olha o que eu já fiz", "Olha onde estou aparecendo", etc. Vejo aí então (mesmo sem ser psicólogo), uma característica de carência emocional muito forte, onde a pessoa tem que tentar solidificar que ela é relevante aos demais constantemente, sempre mostrando esse autoengrandecimento pessoal e profissional. E já que usamos a palavra autoengrandecimento, vamos partir para o próximo item da análise, o novo provimento 205/2021. Nele existem textos falando e moldando o advogado para que não parta para esse lado de tentar se mostrar com a autointitulação de o melhor. Ser o melhor deve ser um conceito que o mercado deve dar ao advogado, nunca dado por ele mesmo. Nada mais vergonha alheia do que falar "eu sou o melhor" e as pessoas pensarem "quem disse?". Então aqui vemos que, além de projetar uma imagem de carência, você está claramente fora das novas regras do provimento. E, para falar a verdade, de qualquer provimento anterior também, afinal de contas a ação pode ser tudo, menos sóbria e discreta. Terceiro e último ponto a conversarmos sobre o tema de hoje, é o fato de que o escritório justificou que a ação era de endomarketing, ou seja, era para ser apenas uma ação interna, para os funcionários. Pergunto então: como foi a análise interna feita para que se chegasse à conclusão que todo funcionário gostaria de ter um bonequinho de seu chefe em sua mesa? "Você gostaria de uma bonificação salarial ou de um bonequinho do sócio em sua mesa?", "Você gostaria de uma ação interna de integração entre os colaboradores ou de um bonequinho do sócio em sua mesa?" ou "Você gostaria de um aumento dos benefícios oferecidos pelo escritório ou de um bonequinho do sócio em sua mesa?". Se a resposta foi o bonequinho, gostaria de parabenizar esses ilustres fantasmas. Espero poder ver o dia onde as pessoas façam as coisas certas simplesmente por serem certas, sem ter que tentar mostrar, como crianças, "olha mamãe, que desenho lindo eu fiz". Se você faz seu trabalho bem e dá resultados aos seus clientes, não precisa ficar constantemente se exaltando em busca de atenção e fortalecimento de seu ego. Você está fazendo sua parte para tornar o mundo melhor e isso, e apenas isso, vai constar em seu legado e carma. O "olha pra mim, olha mim, olha pra mim", na maioria das vezes, é triste de se olhar. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 20 de agosto de 2021

F.O.C.U.S.

O amigo Renato pergunta: "Não consigo prospectar nem pessoa física e nem pessoa jurídica. O que faço de errado?" Renato, obrigado pela pergunta. Recebo diversas perguntas que tem cunho diretamente relacionado com o dia a dia do advogado e sua luta com o marketing. Porém, estas são as mais difíceis de responder. Não pelo cunho teórico, mas sim pelo fato de que, para existir uma resposta adequada, eu precisaria de uma análise muito maior e melhor do que apenas um pequeno posicionamento. Veja que seu e-mail veio até mim sem assinatura ou um endereço digital representativo de sua marca que eu pudesse "investigar" para te dar uma resposta mais condizente. Sem te conhecer melhor, você é, até o momento, apenas o Renato do e-mail [email protected]. Peço então, a todos que enviam perguntas, que me dêem mais detalhes nas consultas para que eu possa ajudar mais. Estou aqui para isso mesmo. Posto isso (e, novamente, com as poucas informações que tenho) percebi que você citou dois focos prospectivos um pouco divergentes entre si, que é a busca de pessoas físicas e a busca de pessoas jurídicas como prospectivos. Veja que, por natureza, as ferramentas de "ataque" para esses públicos são diferentes em formato, amplitude e atuação. Ferramentas que servem para chegar em um público não necessariamente chegam em outro. E isso nos trás uma das certezas que temos dentro do marketing jurídico: sempre tenha em mente qual o público alvo (ou persona, como muitos falam) que você quer atingir. Sem isso, sua atuação fica compromissada e ineficaz. Mesmo que sua atuação jurídica seja realmente para os dois públicos, suas ações prospectivas tem que ter foco diferenciado. Foco é a palavra-chave, sempre. Outro dia vi na internet um artigo em inglês que trazia uma classificação para a palavra F.O.C.U.S (Foco) que achei interessante. Trago aqui na coluna de hoje: F - Follow O - One C - Course U - Until S - Succesful Em tradução livre isso ficaria "Siga uma direção até ter sucesso". E é isso que posso te posicionar hoje, meu amigo Renato: primeiro, escolha seu foco de prospecção adequada e separadamente. Depois trilhe este caminho até conseguir o sucesso. Eu sei que tem muitos pontos no meio disso tudo, mas com as informações que temos hoje, a dica fica como base para seu planejamento posterior. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 30 de julho de 2021

O novo marketing jurídico

A coluna de hoje sai um pouquinho do formato tradicional tendo em vista as muitas perguntas envolvendo as novas regras da publicidade na advocacia, ou seja, o recém-chegado provimento 205/2021. Desde que foi ventilada a possibilidade do novo cenário e a aplicabilidade das novas diretrizes na rotina do advogado, muita gente vem me perguntando o que muda, como muda, como devo me adaptar, qual o impacto que isso tem na vida do advogado e qual minha opinião sobre o novo provimento. Em função disso, no dia 9 de abril deste ano, minha coluna foi basicamente falando: "não adianta ficar falando sobre regras que podem ou não ser aprovadas...Vamos aguardar". Dito e feito: vi palestras, lives e diversas ferramentas sendo usadas para explicar ações que, em última instância, nem fizeram parte das novas regras. Que perda de tempo. E terminei a coluna de abril com a seguinte promessa: "acho irrelevante ficar remoendo regras que podem ou não ser parte da versão final do texto, mas prometo, assim que essa finalização ocorra, fazer uma coluna ou artigo falando sobre a relevância ou aplicação de cada um dos itens". E como promessa é dívida, fiz melhor. Com a aprovação real do texto final, não escrevi nem uma coluna e nem um artigo sobre o assunto, mas sim um livro todo explicando as novas regras e qual o novo formato que a publicidade e o marketing jurídico devem ser assumidos pelos advogados à partir de agora. "O Novo Marketing Jurídico" é o primeiro livro sobre o assunto no Brasil e, para aqueles que querem conhecer, clique aqui.  Então obrigado a vocês que acompanham a coluna (e que inclusive sugeriram o título do livro), que me fazem perguntas constantes e que querem saber mais sobre marketing jurídico ético. Espero que a nova obra elucide e ajude esta nova fase. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 16 de julho de 2021

Linkedin vai virar Facebook?

A amiga Ariana Consuelo Chaves pergunta: "Alexandre, você já percebeu que o Linkedin está virando Facebook?"  Ariana, obrigado pela pergunta. Pelo seu comentário, imagino que você esteja se referindo a muitas postagens colocadas no Linkedin que acabam não respeitando o foco empresarial e profissional que a rede tem. Se é isso, concordo plenamente. Muitas pessoas não conseguem distinguir uma rede mais aberta à conteúdos pessoais e diversos como o Facebook e transformam o Linkedin em palanque político, veículo para piadas e cartas extensas (o famoso "textão") que nada tem a ver com o perfil da ferramenta. Já falei isso em outras colunas, artigos e livros: cada ferramenta tem seu perfil e isso deve ser respeitado, com o perigo de ser mal interpretado e até visualizado de maneira risível. Mas, mesmo com todos os alertas, ainda tem gente entrando sem camiseta e de chinelo na reunião de negócios, infelizmente.  Outro dia vi, inclusive, um advogado colocando, no Linkedin, fotos da viagem de alguns anos passados com o título "TBT de Bons Tempos". O post era super lindo e fofo, mas a verdade é que o local para colocar isso não é o Linkedin. Me parece, portanto, que esse advogado vai a uma reunião com um cliente prospectivo para falar de negócios e a primeira coisa que faz é sacar um maço de fotos para mostrar as férias para ele. A analogia pode ser exagerada, mas se ele está se mostrando errado nas redes sociais, nada impediria dele se mostrar errado na vida real, tendo em vista que não entendeu COMO deve se portar em determinado ambiente. Um cenário nada profissional, pelo menos na minha opinião. Essa história só reforça então a teoria que a Ariana comenta aqui. Mas será mesmo? O Linkedin vai virar Facebook? Eu particularmente tenho esperanças de que isso não aconteça e que as pessoas entendam que tudo tem seu lugar e formato.    E já que eu comentei sobre TBT, comento aqui um detalhe que apenas chatos como eu conseguem ver. A expressão "TBT" é uma abreviação para a frase em inglês "throwback thursday". Em tradução livre significa, portanto, "quinta-feira da nostalgia". Então, em que dia da semana esse tipo de postagem deveria ser feita?  Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail  (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.  Bom crescimento!
sexta-feira, 25 de junho de 2021

Falta de educação virtual

O amigo Onório pergunta: "Vejo que muitas transações digitais perderam seu charme em função da falta de contato real entre as pessoas. Pessoas estão online mas desconectadas das pessoas com quem estão falando. Situações que nunca ocorriam cara a cara acontecem em uma reunião virtual". Onório, obrigado pelo comentário. Concordo em partes, até porque existem diferentes usos das ferramentas, por diferentes pessoas em diferentes situações. Mas acho que pelo comentário, você deve estar falando sobre a falta de educação de algumas pessoas (novamente, nem todas) que acreditam que, por estarem em um ambiente digital, não precisam dar atenção à detalhes importantes. Em função disso, vemos, por exemplo, reuniões (não estou aqui falando de palestras ou aulas) onde as pessoas se desconectam (como você mencionou) e começam a fazer outras coisas enquanto a outra pessoa está falando. O cenário é estranho: um indivíduo falando e se dirigindo à outro e este verificando o celular, mexendo no computador, falando com alguém, brincando com a criança, enfim, focando em qualquer outro cenário, menos o da pessoa que está conversando com ele. Eu mesmo já passei por essas situações e tenho certeza que elas não ocorreriam se a reunião fosse presencial. Esse cenário me lembra um dos diálogos mais ridículos que já vi em uma propaganda na TV, onde mostra-se uma pessoa que faz várias coisas ao mesmo tempo e uma outra que comenta que ela é desfocada. Então a primeira dispara "Não é que eu não sou focada. É que eu sou focada em várias coisas ao mesmo tempo". Meus santos, me ajudem! O conceito de estar focado é se direcionar para UM assunto. Não adianta querer desvirtuar um conceito só para parecer descolado. Inventar um conceito a partir da negação do original só pode ser ação de estagiário de publicidade que não tem conhecimento algum de nada, algo como "primeiro dia de faculdade". A propaganda foi tão ruim que, além de ter ficado pouquíssimo tempo no ar, marcou a idiotice de conceito inventado e não a marca do produto em si (eu mesmo não lembro). Se temos educação real, aquela do olho no olho, do respeitar a pessoa a qual está se dirigindo e a de dar atenção focada ao interlocutor, essa educação se reflete no pessoal e no digital. Sem desculpas. E como dica para fechar essa coluna de hoje: procure um vídeo do Simon Sinek (um mega palestrante americano) no Youtube que fala sobre a educação nos meios digitais e no trabalho como um todo. Tem tudo a ver com o que falamos aqui hoje. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 11 de junho de 2021

Mundo BANI

O amigo Jonas Barreiro pergunta: "Tenho um pouco de dificuldade de acompanhar todos os termos técnicos que surgem. Outro dia aprendi sobre o Mundo VUCA e hoje já vi palestras sobre o Mundo BANE. Qual a diferença ou é a mesma coisa?" Jonas, obrigado pela pergunta. Pois é, meu amigo, o mundo não para. O que era válido um tempo atrás já não faz sentido agora. Essa evolução constante sempre aconteceu e sempre acontecerá, felizmente. E, obviamente, nos últimos tempos, a pandemia ajudou o mundo a se reinventar e acelerar estas mudanças. Então, o que valia para o conceito de Mundo VUCA - que era sigla para Volatility (Volatilidade), Uncertainty (Incerteza), Complexity (Complexidade) e Ambiguity (Ambiguidade) - já está no passado. A descrição de mundo hoje está sendo associada à sigla BANI (não BANE). O acrônimo BANI significa Brittle (Frágil), Anxious (Ansioso), Nonlinear (Não linear) e Incomprehensible (Incompreensível) e mostra um mundo pós pandemia que tem cada vez mais capacidade de se renovar, onde cada peça não tem mais a estabilidade e segurança de outros tempos. Tudo pode ser remodelado em função de ideias, tecnologia, disruptividade e novos cenários econômicos e sociais. O "novo", neste contexto atual, dura pouquíssimo tempo e já está presente em nossa vida, sem percebermos. Você já viu como diversas empresas e escritórios fecharam as portas na pandemia, por não terem se preparados corretamente? Fragilidade. Você já viu como as pessoas estão desesperadas por saber o que vai acontecer em suas vidas pessoais e profissionais? Ansiosidade. Você já viu como um planejamento feito para um longo prazo pode ser "destruído" por fatos alheios ao criador, como uma pandemia? Não linearidade. Você já viu como as pessoas estão perdidas com tantas fake news e mentiras diariamente sendo bombardeadas em todas as mídias? Incompreensibilidade.   Então, respondendo sua pergunta se são a mesma coisa: não, não são. Na verdade, o mundo BANI é a evolução do mundo VUCA. E não tenha vergonha alguma de ter dificuldade de acompanhar os termos modernos. A verdade é que metade dos termos pomposos hoje são cópias de outros termos. A pessoa vê uma metodologia, dá um outro nome, e tenta convencer o mercado que aquilo é novo. Então temos muitos termos diferentes para coisas iguais. Uma lástima que realmente só ajuda a atrapalhar. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 14 de maio de 2021

Design Thinking, Legal Design e Visual Law

O amigo Prof. Me. Nicholas Merlone pergunta: "Poderia falar um pouco sobre Legal Design e Design Thinking aplicados ao Marketing Jurídico? Muito Obrigado! Forte abraço!" Nicholas, obrigado pela pergunta. Acredito que a resposta à sua pergunta esteja na conceitualização dos termos, pois só assim você conseguirá entender e assim customizar a sua necessidade em cima de cada ponto. Então vamos lá: Design Thinking Embora muitas pessoas pensem que a palavra "design" aqui esteja associada a "arte" ou "beleza", a verdade é que o termo é destinado a pensar em soluções mais criativas para problemas que o mercado possa ter. A ideia aqui é ter como base as necessidades e obstáculos impeditivos das pessoas e criar conceitos e ideias que possam, de uma maneira mais facilitadora, finalizar essas dores de cabeça. O "design" então, mais do que beleza, propõe uma nova cultura de trabalho para resolver problemas antigos. É, basicamente, ver com um olhar mais dinâmico ou enxergar novos caminhos através da perspectiva do consumidor final. Geralmente, o Design Thinking trabalha com cinco fases: entendimento do problema, compilação de informações, geração de ideias, materialização de ideais e, por fim, validação. Legal Design Se o Design Thinking tenta buscar novos caminhos criativos para ajudar as pessoas, o Legal Design tem foco em ajudar o mercado consumidor de serviços jurídicos em um dos problemas mais consistentes e constantes apresentados: como mostrar o Direito para pessoas que não são advogados. Quando se fala em Legal Design, a ideia é pensarmos em uma maneira adequada para fazer com que o Direito se torne mais atrativo e simplificado para o indivíduo que não faz parte do mundo jurídico. É, basicamente, pensar "fora da caixa" no quesito "como mostramos nosso trabalho de maneira mais fácil ao mercado?" Apesar de não estar na sua pergunta, acho muito importante conceitualizarmos também o que muitas pessoas confundem com Design Thinking e com Legal Design: o Visual Law. Então vamos lá: Visual Law Se Legal Design é a mudança de cabeças e atitudes no setor jurídico visando uma união mais clara entre mercado e advogado, criando assim profissionais que pensem de uma forma mais atrativa, o Visual Law basicamente é a manifestação desse pensamento através da criação de documentos que instintivamente sejam de fácil compreensão ao não advogado. O Visual Law foca na otimização de documentos jurídicos, unindo elementos visuais do Design (tais como vídeos, infográficos, fluxogramas, bullet points, storyboards, ícones, entre outros) ao seu conteúdo original. É, basicamente, proporcionar uma comunicação jurídica utilizando-se elementos visuais claros e eficazes. Acredito que a conceitualização destes três itens nos dá a visão mais ampla para que muitos advogados não sigam confundindo um com o outro. Ou pior, usando um termo como sinônimo do outro. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail  (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 23 de abril de 2021

É foto, mas é fato?

A amiga Jucélia Araujo diretamente pergunta: "Posso colocar foto no meu cartão eletrônico?" Jucélia, obrigado pela pergunta. Sendo também bem direto com você: se partirmos do princípio que o cartão físico não pode, segundo as regras atuais, ter foto, entendemos que o cartão digital, por semelhança, também não poderia ter uma imagem atrelada, apesar de não existir nada que diga "cartão digital" nos escritos (até porque em 2000 - data do provimento - eles nem existiam). Por enquanto estávamos falando de cartão físico, era até estranho (pelo menos na minha opinião) ter um cartão com foto. Para os pouquíssimos que recebi em minha vida que tinham foto, a percepção era a mesma: parecia mais cartão de vendedor de imóvel do que de advogado. Porém com os avanços tecnológicos, surgiu o cartão digital que nada mais é do que o bom e velho cartão em nova roupagem digital. E não é que aí o papo se inverteu? Ao ver um cartão digital sem foto (e, portanto, respeitando as regras da advocacia), a impressão que temos é que "está faltando alguma coisa". Concorda? Talvez seja pelo fato de que todas as redes sociais estão atreladas à foto da pessoa (e ter um perfil sem foto é um sacrilégio institucional), mas ficamos com a impressão de vermos um material fraco quando olhamos um cartão digital sem foto. Porém, regra é regra e, portanto, a resposta é "não pode". Maaaaaas.... não se desespere. Estamos no limiar de uma "virada" para um novo provimento que vai substituir o Provimento 94, e, nessa nova leitura, a possibilidade de existirem as cobiçadas imagens são regras reais possíveis (obviamente se o texto final aprovar) e, portanto, você poderá ter sua foto no cartão, tanto físico (por favor não faça isso), quando digital (sim, sim, sim, faça isso). Vale lembrar que a aprovação está prevista para maio, então essas são possibilidades apenas e não fato real ainda. Tenho que lembrar as pessoas constantemente que propositura de texto é diferente de regra factual. Portanto, trate as informações com cautela e respeite - sempre - o provimento ainda vigente. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 9 de abril de 2021

Novas regras do marketing na advocacia

Muita gente me enviou, nestes últimos dias, perguntas referentes às novas regras que estão nascendo para regularizar algumas ações de marketing jurídico. Respondo então, conjuntamente, aos amigos Pedro Junqueira Mattos, Renato Pereira, Amandha Silva, Flávio Albuquerque, Jacira Pontes e Monteiro, João (sem sobrenome no e-mail), Potiguara (sem sobrenome no e-mail) e Advogado Moderno (nome fictício). Obrigado pelos e-mails. Para quem não está acompanhando, o coordenador do grupo de trabalho da publicidade da OAB, Ary Raghiant Neto, apresentou, agora no final de março de 2021, a proposição que altera o provimento 94/2000, que coloca regras (juntamente com o Código de Ética) sobre tudo que envolve publicidade, propaganda e a marketing jurídico na advocacia. Vou falar sobre alguns pontos sobre as mudanças, mas o mais importante de tudo é entender que esta é apenas uma proposição de texto. Não são regras aprovadas. Vejo pessoas assumindo esse texto como "as novas regras do marketing jurídico" já escrevendo artigos e inclusive dando palestras sobre "novas estratégias em cima das novas regras de marketing jurídico" como se isso fosse uma realidade. Na verdade, esses apressados estão muito mais confundindo a advocacia do que ajudando (bom, mas até aí eu já vi tanta besteira e mentira sendo veiculada na internet que não me impressiono mais com nada. Vale qualquer coisa para enganar o advogado e querer se promover, mesmo se isso for um desserviço para a comunidade). Para mim é como suspeitar que estamos com câncer e já começar a quimioterapia, sem ao mesmo escutar o parecer oficial do médico. Que tal então esperarmos as regras serem aprovadas, concretamente, e aí sim damos o parecer, item por item, sobre o caso concreto? Para que a coluna não fique sem um direcionamento de resposta, em uma visão mais genérica, se este texto for aprovado, teremos a evolução mais concreta de possibilidades de atuação, com itens como o reconhecimento do marketing jurídico como ponto de relevância na advocacia, a possibilidade de liberação de posts patrocinados e impulsionamento de publicações, a possibilidade de atuação no Google Ads e, principalmente - e mais relevante na minha opinião - a criação de uma força tarefa, intitulada de "Comitê Regulador do Marketing Jurídico", que irá fiscalizar com maior rigidez as atuações irregulares dos advogados no campo da publicidade, propaganda e demais. No geral, se o texto for aprovado, será uma evolução em como o marketing jurídico pode ser aplicado e regulamentado. Novamente: acho irrelevante ficar remoendo regras que podem ou não ser parte da versão final do texto, mas prometo, assim que essa finalização ocorra, fazer uma coluna ou artigo falando sobre a relevância ou aplicação de cada um dos itens. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 19 de março de 2021

Como em um passe de mágica

A amiga Eliane Freitas comenta: "Desde 2020, tenho acompanhado diversas lives falando de marketing jurídico mas quando se fala em prospecção a maioria delas parte do princípio de que o cliente prospectivo já está na sua frente na reunião. Ninguém fala em como chegar nessa reunião". Eliane, obrigado pelo comentário e devo dizer que você foi uma das poucas a perceber isso. Parabéns, portanto. Muitos palestrantes partem do princípio realmente de que você já está em uma reunião prospectiva, na frente do futuro cliente e te ensinam a perguntar sobre as dores do mesmo, como analisar as respostas padrão, rapport e outros pontos. Isso seria interessante se não tivesse pulado toda a primeira parte de "como eu cheguei nessa reunião". Ela surgiu do nada? Funciona como em um sonho, onde de repente estou lá na reunião? Ela surge como em um passe de mágica? E tente falar a este palestrante "espere um pouco, mas como gerar essa reunião"? Muitos com certeza vão dar respostas genéricas que não te mostram nada. E sabe porquê? Porque prospecção na advocacia é bastante complicado. Não é uma ação única que traz clientes, mas várias ferramentas que atuam ao mesmo tempo para um propósito único: gerar a expectativa de solução na mente do cliente. Não existe prospecção sem imagem corporativa, não existe palestra sem folder, não existe reunião sem cartão, não existe assessoria de imprensa sem geração de conteúdo, não existe redes sociais sem retroalimentação do que o mercado quer ver. Isso só para citar algumas pequenas conexões entre as ferramentas. E é isso que as pessoas não percebem. Que marketing jurídico não é uma ação, mas sim diversas ferramentas, customizadas ao interesse e ao formato daquele determinado advogado/escritório e que falam entre si, gerando oportunidades de preservação institucional e geração de novos "ataques" prospectivos. Assim como você, muita gente recebe esse tipo de resposta genérica de "consultores" que na verdade sequer entendem a amplitude e a grandiosidade que o marketing é na verdade (isso sem falar em quando respondem a questão, mas com o olho na venda de algum serviços deles). Meu conselho para você: se algum palestrante estiver falando de marketing e só estiver falando de uma única abordagem, caminho ou ferramenta, desligue na hora. Você está perdendo seu tempo. A não ser que ele ensine a se teletransportar para dentro de uma reunião prospectiva, com em um passe de mágica. Aí eu também quero assistir. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 5 de março de 2021

Black Friday na advocacia

O amigo Pitágoras Oliveira pergunta: "É permitido pelo Código de Ética o advogado se promover usando a Black Friday?" Pitágoras, obrigado pela pergunta. Vou te devolver com outra. "Você acha interessante o advogado se posicionar como o advogado da Black Friday?". Respondendo diretamente sua pergunta, é proibido esse tipo de captação, mas aqui a questão é outra. Seria irrelevante a consulta ao Código para saber se é permitido ou não, se entendêssemos que não é interessante ao advogado se projetar desta maneira. Veja bem, o formato de "feche comigo hoje e daremos descontos de até 50%" não encaixa com a advocacia. Nenhum advogado que queira ter uma vida institucional saudável deveria se colocar à disposição do mercado dessa maneira. Negociar é uma coisa, se leiloar (para não usar uma palavra mais pesada) por qualquer valor é outra. Para mim não ficou claro se você viu algum advogado se promovendo dessa maneira ou se pretende usar desse formato no final deste ano. Se for este segundo ponto, fica aqui a minha dica: Não. Nunca. Em hipótese nenhuma. Apague isso de sua mente. Agora. E nunca mais volte a pensar nisso. Nunca mais. Nunca mais. Brincadeiras a parte, isso não é posicionamento adequado ao advogado, definitivamente. Mas que tal inverter o jogo e se tornar o advogado que ajuda as pessoas a não serem prejudicadas na Black Friday? Existem centenas de casos nesse sentido e aí sim ficaria interessante sua posição de defensor deste público. Está aí um caminho muito mais interessante, prático e dentro do Código. Pense nisso. Por fim, peço desculpas pois essa coluna deveria ter saído logo após o envio da sua pergunta, em dezembro. Mas não esqueci de você e aí está o que eu penso. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Sociedade individual

O amigo Fernando de Jesus comenta: "Alexandre, estou há alguns anos para te mandar umas perguntas aqui hahaha. Não são perguntas mas comentários sobre a nossa profissão que as vezes me deixa louco haha. Pra começar como podemos ter um termo "sociedade individual"? Ou é sociedade ou é individual, só na advocacia mesmo". Fernando, obrigado pelo comentário. Tenho que concordar que algumas loucuras só acontecem dentro do âmbito jurídico e nem em um outro. E essa é uma delas. Tenho que confessar que a primeira vez que li o termo "Sociedade Individual" achei que fosse algum erro ou brincadeira. Infelizmente não era e estamos trabalhando com uma nominação hoje que é uma contradição em termos. Sociedade só existe quando estão envolvidas pessoas (no plural). Se for apenas uma pessoa, não existe uma sociedade e apenas um indivíduo. Um termo contradiz o outro. Seria algo como dizer "hoje está congeladamente quente" ou "Nos encontramos amanhã cedo às 22 horas". Fica sem sentido real, concorda? Pelo menos é isso que o português nos ensina. Porém, como você mesmo menciona, algumas coisas só acontecem na advocacia mesmo e este termo está aprovadíssimo e já integrado aos conceitos e nomes (inclusive com logotipos exaltando) de escritórios do Brasil todo. A verdade é que o projeto de lei saiu assim do Congresso Nacional, já convertido em lei. Posteriormente, o Provimento 170 do Conselho Federal repetiu e pronto. Sociedade Individual de Advocacia tem por titular um único advogado. Ele fazendo sociedade com ele mesmo. Não podemos negar que as palavras são extremamente dicotômicas. Aliás, vários problemas surgem da atual nomenclatura do Direito Societário brasileiro. Por exemplo, o contrato social de uma sociedade unipessoal continua sendo um contrato, já que seria "celebrado" por uma única pessoa? Este é apenas um pequeno vislumbre dos problemas que causamos quando não existe uma racionalização dos termos em função dos conceitos reais. Se criarmos o termo "na 27ª hora do dia" e propagarmos esse conceito para todo mundo, será que ninguém vai levantar a mão e falar: "Pessoal, o dia, por definição, tem apenas 24 horas, então vamos mudar para um termo racionalmente mais realista?". Esse embate para acertar as denominações corretas seria o que esperaríamos, mas vamos combinar que existem termos usados (em diversos círculos de trabalho) que assombram o DNA dos mais racionais. Você já ouviu falar em "água seca"? Assombroso. Tenho certeza que devem existir diversos advogados que conseguem defender o termo "sociedade individual" em diversos níveis de juridiqueirísmo. Porém o fato é que as palavras são antagônicas. Simples assim. Será que só eu e o Fernando achamos isso? Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Metas

O amigo Ricardo Polleto comenta: "Bom dia, Alexandre: escutei uma expressão em uma reunião no ano passado e gostaria de saber sua opinião. A frase foi "a pior resposta possível para uma pessoa que não performa é: estou fazendo o possível". A frase me deixou intrigado e gostaria de saber sua opinião. Obrigado!" Ricardo, obrigado pela sua pergunta. Imagino que o cenário envolvido não tenha sido agradável, pois me parece - posso estar errado - que a pessoa envolvida não estava de alguma maneira dando o retorno necessário. Quando você comenta que a pessoa "não performa" imagino que ela não tenha batido metas colocadas pelo escritório. Se eu estiver correto nessa interpretação, a verdade é que concordo com quem a colocou. Dentro de um cenário onde você ter uma meta preestabelecida e partindo do princípio básico de que todas as ferramentas foram dadas para que você pudesse obter o resultado pretendido (o tempo necessário, o maquinário adequado, o conhecimento para que aquela tarefa se realize), realmente a pior frase que uma pessoa pode falar é "estou fazendo o possível". Veja: se você tem todos os requisitos comentados acima, diz que está trabalhando dentro do seu potencial completo e, mesmo assim, não está chegando aos resultados, isso mostra que você não tem qualificação para estar naquele cargo. Seria mais fácil você falar "pode me demitir pois não consigo performar da maneira correta" pois é exatamente isso que provavelmente está passando na cabeça do seu chefe ao entender que, mesmo investindo tempo, instrução e dinheiro em você, não obteve resultados interessantes. Não sei ao certo se esse cenário comentado aconteceu em um escritório de advocacia ou não, mas a verdade é que se você não bater as metas estabelecidas pelos sócios, sua classificação como "funcionário que queremos manter" vai diminuir bastante, o que pode, eventualmente, levar à uma demissão. Tente entender suas falhas e a razão por trás de não bater metas. Explique essas dificuldades aos sócios, que inclusive podem te ajudar a melhorar nos pontos deficitários ou criar uma nova estratégia que contornem esses erros. Porém, se eles não forem avisados, não tem como ajudar. E fica aqui uma última dica: não espere a data da cobrança dos resultados para informar que não conseguiu. Se antecipe e pontue que está tendo dificuldades para chegar lá. Uma coisa é você se desdobrar, de todas as maneiras, para bater metas. Mesmo não conseguindo, o esforço visto pelos sócios contará pontos, tenha certeza. Outra coisa é você simplesmente responder "não consegui, mas fiz meu melhor". Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios, cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Meu chefe, o preguiçoso

O amigo XXXXX (ele pediu para não ser identificado) comenta: "Meu chefe direto é uma daquelas pessoas que cobra muito e não dá exemplo nenhum, chega tarde, sai cedo. Para você ter ideia toda sexta é feriado para ele, nunca vem. Assume um compromisso e dá uma desculpa qualquer para passar para outra pessoa a responsabilidade, esse tipo de pessoa. Eu faço tudo sozinho. Como posso ser percebido pelo sócio majoritário e crescer no escritório se tenho que me reportar direto a ele?". XXXXX, obrigado pela sua pergunta. Infelizmente você está em um dos piores cenários possíveis. O proativo querendo crescer abaixo hierarquicamente do preguiçoso. Para falar a verdade, o cenário de ter pessoas que atingiram cargos altos e depois se acomodaram é bastante comum em alguns escritórios. Então vamos lá. Partindo da premissa que para o escritório estar rodando da maneira adequada todos precisam fazer sua parte e do princípio apontado de que seu chefe não está fazendo a dele, vou comentar algumas situações abaixo e você vê qual encaixa em sua realidade. O escritório está indo bem e o sócio principal nem te conhece: nesse cenário imagino que seu chefe está pegando todo seu trabalho e apresentando ao "big boss" como se fosse dele. Apesar de teoricamente ele poder apresentar um trabalho em nome da equipe que ele coordena, um bom chefe deveria apontar as pessoas que mais se destacaram e que mais ajudam no dia a dia. Se isso não acontece, provavelmente existe um medo escondido de perder o posto dele para você. Nesse caso, uma conversa aberta, mostrando seu descontentamento e necessidade de crescer e ser reconhecido no escritório talvez ajude. Se ele não mudar e o abuso continuar por muito tempo, monte uma apresentação com todos os trabalhos/resultados e tente uma rápida conversa com o sócio. Qualquer dono de escritório fica mais do que feliz em saber que existe um colaborador que está disposto a botar a mão na massa e tem vontade de crescer no escritório. O escritório está indo bem e o sócio principal conhece seu trabalho: nesse cenário provavelmente você está deixando passar alguma coisa. Mesmo com a visualização de preguiçoso que seu chefe apresenta, ele deve estar contribuindo com mais do que você possa perceber. Ignorando qualquer possibilidade de politicagem e/ou rabo preso, provavelmente esse seu superior deve ter alguma qualidade despercebida por você e importante ao escritório. Ninguém se mantém em um posto (novamente, ignorando o lado corrupto da coisa) se não tem qualidade e apresenta resultados. Se o sócio majoritário conhece seu trabalho sem você ter contato com ele, significa que o seu próprio chefe apresentou as soluções indicando que foi você quem realmente se esforçou para que aquilo acontecesse. Nesse caso, tente passar um pouco por cima da imagem que você tem de seu chefe e alinhe-se cada vez a ele. Se ele é uma pessoa que faz seu nome para o maioral, se tornar o braço direito dele é o passo correto para sua subida no escritório. Mais cedo ou mais tarde o sócio entenderá que sua evolução é eminente, devido ao bom trabalho feito e noticiado pelo seu chefe. O escritório está indo mal e o sócio principal desconhece seu trabalho: aqui o cenário é crítico. Se prepare para o pior pois os primeiros a serem "cortados" são os que justamente não apresentaram bons resultados. Se o sócio não tem ciência dos seus resultados, provavelmente você será um dos primeiros. Nesse caso extremo, uma conversa direta com o sócio, apresentando um plano concreto de como tirar o escritório do sufoco pode ser uma virada interessante em sua carreira.  Resumindo: muitos colaboradores acreditam que é só fazer um bom trabalho e pronto, mas aqui o marketing se aplica também: se você não mostrar aos donos do negócio como você está ajudando o crescimento do escritório, eles nunca vão conseguir ver sozinhos. Tente então, sempre, mostrar resultados, não apenas para seu superior imediato, mas para todos os responsáveis da banca. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios,  cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Fornecedores no Brasil

O amigo Dialmar comenta: "A advocacia no Brasil é muito amadora. Tive diversos parceiros comercial e em 100% dos casos desfiz a parceria pois eles não tem nenhuma tem qualidade". Dialmar, obrigado pelo comentário. Vou colocar aqui um ponto controverso que tenho certeza que muita gente vai se indignar. Mas como é essa minha impressão sobre o assunto, vai assim mesmo. Na minha visão, o Brasil está acostumado a ter fornecedores péssimos, em todas as esferas de atuação. Amadores, como você mesmo comentou. Obviamente não estou falando de todos, mas uma grande parte dos serviços ofertados ao mercado tem mentalidade de tudo, menos empresarial. Leitor, veja se você já passou por algumas situações como essas: Ter que ligar para um fornecedor para cobrar uma cotação prometida (apesar de ser dele o interesse em vender os serviços); Ter prazos prometidos (algumas vezes jurados de pé juntos) mas nunca cumpridos (e geralmente avisados apenas depois do prazo vencido); Não receber satisfações de quando algo prometido não é realizado (maus fornecedores simplesmente ignoram o acontecido); Ao querer se conectar a um destes fornecedores amadores, nunca conseguir contato (não existe telefone fixo, leem uma mensagem no whatsapp mas não respondem e aparentemente não conhecem a função "responder" do e-mail); Saber que "horário comercial" significa, para eles, "de quando eu puder estar aí" até "quando eu estiver a fim de ir embora"); Escutar as desculpas mais esfarrapadas do mundo com referência aos trabalhos executados (caso ilustrativo: uma vez eu trabalhei com um pedreiro que me disse que a parede que ele havia feito estava torta pois a minha rua era muito barulhenta.... What????); E como a qualidade está nivelada por baixo, se perpetua continuamente a ideia de que isso é normal. E quero deixar claro aqui: isso NÃO é normal. Não é normal você ter que cobrar um fornecedor pedindo novamente a cotação que ele deveria ter enviado em menos de 24 horas depois de seu contato. Não é normal você ter que sofrer com prazos dados e não cumpridos, independente do cenário. Se o fornecedor deu prazo, devia ter a proatividade de cumprir (ou pelo menos avisar com larga antecedência o porquê não vai conseguir cumprir e qual o motivo). Não é normal você fingir que está tudo bem com um serviço desorganizado e mal entregue simplesmente porque o fornecedor deu uma desculpa pra lá de esdrúxula. Não é normal. Trazendo isso para esfera jurídica, e baseado em relatos que venho acompanhando nestes mais de 20 anos de marketing jurídico, vemos muitos advogados trazendo exatamente esta cabeça amadora de atuação para dentro do seu escritório. Muitos relatos apontam advogados prometendo e não cumprindo, não mantendo relação de acompanhamento e explicação aos seus clientes, dando desculpas usando o juridiquês, "sumindo" do alcance do cliente e, ainda, fazendo o maior erro advocatício de todos os tempos: perdendo prazo. Novamente, para que eu não seja mal interpretado pelos amigos advogados: sei que não são todos que tem essa atuação amadora e só comento o que comento acima justamente para que estes que estão nesta situação acima elevem sua atuação. Afinal de contas, cada vez mais, um advogado tem a acirrada concorrência no seu calcanhar. Tenha certeza que o mercado vai escolher o mais profissional do que o amador. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios,  cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Primeiro mas não segundo

A amiga Nathalye Juqueira pergunta: "Participei no ano passado do 1º Congresso de Direito XXXX (nome retirado pela edição) e estava aguardando a versão online este ano. Procurei bastante e me dei conta de que existem diversos "primeiros" eventos, mas pouquíssimos "segundos", ou seja, poucos eventos tem edições seguidas. Isso é normal mesmo?". Nathalye, obrigado pela pergunta. Na verdade, normal mesmo não é, mas é usual. O certo, na minha visão, seria que os eventos fossem evolutivos e não únicos. Acredito que o mercado responderia muito melhor para um evento que tem tradição de diversas edições (como a Fenalaw, por exemplo) do que eventos que, como você coloca, são apenas os "primeiros". Assim como os próprios escritórios jurídicos, tradição é um diferencial que deve ser buscado neste segmento. A verdade é que existe uma empolgação tremenda em termos de eventos jurídicos. Muitos se juntam para montar um congresso, seminário, conferência, workshop, café da manhã, debate, simpósio ou uma simples palestra sem ter nenhuma noção de todo trabalho que é preciso para fazer a coisa rodar e dar certo. São poucos os corajosos que voltam para uma segunda rodada depois de conhecem os trâmites exigidos em um evento bem organizado. Isso, por si só, já elimina 80% dos aventureiros que tem a intenção de ter uma segunda edição do evento que você achou interessante. Vale lembrar que, como existe uma gama grande de eventos acontecendo - e disputando público lado a lado - muitos deles não conseguem sequer pagar seus custos, o que automaticamente elimina mais 10% de todo empresário ou advogado empreendedor que se atreveu a gerar um evento jurídico. Trabalhar muito e sem retorno financeiro? Está aí a razão porque 90% dos eventos não seguem para as próximas edições. Posso contar nos dedos os eventos que tem - ou estão criando - seu nome e tradição perante o mercado jurídico. A esses empreendedores resilientes, eu tiro meu chapéu e aplaudo de pé.    Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios,  cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Advocacia é negócio?

O amigo Silva pergunta: "Preciso apresentar um seminário cujo título é "Advocacia é um negócio?". Pode me ajudar indicando material para estudo?". Silva, obrigado pela pergunta. Com relação aos títulos para estudo, falei um pouco sobre isso em uma coluna anterior. Acho que com a leitura desta coluna você esteja mais preparado para o seminário. Clique aqui para ler. Agora, se eu puder colocar minha opinião (que muitos não concordam) é de que um escritório deveria se portar como uma empresa. Ele não é uma empresa, conceitualmente e tributariamente falando, mas deveria se portar como uma. Não falo no sentido de ter uma produção automatizada (até porque advogado que se destaca trabalha cada caso com detalhamentos próprios e específicos) mas sim em uma organização voltada à imagem corporativa e lucro adequado. Veja que a palavra lucro é muitas vezes vista como sinônimo de mercantilização da advocacia e nada é mais errado do que isso. Ter lucro em sua atividade significa estar estruturado de maneira saudável e adequada à realidade de cada advogado. Afinal de contas, como qualquer outra atividade, trabalhamos e devemos ser recompensados financeiramente por isso, certo? No mais popular: ninguém trabalha de graça. Não vou entrar nem no aspecto de gestão de pessoas e colaboradores internos (outra área comum entre empresas de outros setores e um escritório jurídico), senão nossa coluna se transforma em livro. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios,  cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Advogado Tik Tok

A amiga Juliana S. Moura pergunta: "Acompanho a coluna desde do começo e hoje resolvi escrever em função de ver uma advogada que foi representada pela CREMESP referente às postagens do Instagram. Isso é possível?".  Juliana, obrigado pela pergunta e por acompanhar a coluna há tanto tempo. Fiquei sabendo também sobre caso, acontecido há algumas semanas. Vamos analisar pontualmente antes de comentar. No caso em questão, a advogada fez basicamente tudo errado em termos de marketing: não criou sua imagem institucional antes de uma fase prospectiva, não entendeu os limites do Código de Ética (além da CREMESP ela também foi representada pela OAB/MG) e não percebeu que criticar uma classe (mesmo que sejam as instituições que estão do outro lado da mesa em uma ação), não é o caminho mais adequado para se promover.  Então veja que postagens como "seu médico bonzinho pode ter cometido erro médico", "todos os médicos comentem erros", "mas você quer corpo de panicat? - Dr. Sem Noção" conseguem, em uma tacada só, corromper tudo que é instruído em termos de postura ética e sobriedade advocatícia.  Infelizmente existe uma geração de advogados (em especial os jovens advogados) que preferem não ter o embasamento das regras providas pela classe e acham que todo tipo de marketing é permitido. Eles veem ações "virais" em redes sociais como Youtube e Tik Tok e acreditam que isso se aplica à advocacia. O formato, conteúdo e aceitabilidade dos formatos não se encaixam. É usar uma camisa 5 números abaixo do seu, só porque achou ela bonita. Não vai ficar bem, nunca. Não estou questionando se as regras são adequadas à realidade ou não, mas sim estou comentando que estas são as regras vigentes no momento e deveriam ser respeitadas e seguidas até uma evolução (necessária) das mesmas.  Se você fizer uma rápida busca no aplicativo Tik Tok, primariamente usado por crianças para vídeos curtos (e sinceramente bem bobinhos), verá que existem advogados lá promovendo seu nome para o público errado e de uma maneira errada. Não me perguntem por que, pois para mim não faz sentido algum.  Enfim, por enquanto não existe a evolução de regras voltadas às redes sociais (e mesmo assim o advogado nunca deveria se portar como um youtuber), o mais sensato seria continuar levando informação dentro dos moldes mais adequados à sobriedade da advocacia.  Espero que eu não esteja vivo para ver o dia que o advogado vai pintar o cabelo para ter mais likes no Instagram.  Espero ter ajudado.  Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios,  cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar.  Bom crescimento!
sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Troca de cartão

O amigo Felipe Castanheira Rocha pergunta "Trocar cartão é obrigatório em reuniões? Se sim, qual o momento ideal de trocar?". Felipe, obrigado pela pergunta. O cartão é um dos mais antigos e preciosos artefatos do mundo jurídico (e de qualquer meio empresarial). Ainda, nos tempos atuais, apesar da inclusão de outras vertentes como o cartão digital, o cartão físico ainda é uma praxe a ser mantida em reuniões presenciais. Desde sua introdução em nossa sociedade, nos primórdios do século XVII, os "tradecards" (cartões comerciais), primariamente tinham a função de ser um "lembrete" dos dados de contatos da pessoa, mas ao longo do tempo, sua evolução o lançou a patamares importantes no contato ativo e prospectivo com o mercado. Entrando efetivamente em sua pergunta: você não trocar cartão em uma reunião inicial, acaba sendo uma gafe empresarial que você comete. Se não conseguimos ter um simples cartão com nossos dados (lembrando que este é um dos mais baratos materiais de comunicação institucional), como queremos nos posicionar solidamente no mercado? Obrigatório para reuniões presenciais, mesmo sob os protestos dos mais modernosos. Com relação ao momento ideal para a troca de cartões na reunião. A verdade é que não existe uma regra definida. Pode ser no começo, no meio da reunião (quando surge, por exemplo, uma pergunta do tipo "onde fica seu escritório?" ou no final. O importante mesmo é não deixar a impressão de que não temos sequer esse material mais básico. Eu, particularmente, gosto de entregar já no começo (e inclusive peço o cartão da pessoa, se ela não se tocou que o correto é troca de cartões), assim o prospectivo tem meus dados e nome disponibilizados por toda reunião. Mas isso é uma preferência minha, fique à vontade para encaixar essa rotina da maneira que melhor lhe convier. E aproveitando o tema de hoje, comento também sobre um erro que já vi diversas vezes: o cartão coletivo. Como comentei anteriormente, o cartão tem a função de lembrar os dados de determinada pessoa, em uma esfera individual. Então é um erro - grosseiro para falar a verdade - termos um cartão com diversos nomes, com se quiséssemos economizar, colocando "todo mundo que deu" dentro do cartão. Já cheguei a ver um cartão com quatro nomes diferentes. Cartão é individual e ponto final.  Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios,  cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!
sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Atraso digital

O amigo Jonathas Loureiro comenta: "Uma coisa que não muda nem em pandemia é o atraso das pessoas. Mesmo não existindo a necessidade de deslocamento para uma reunião, mesmo assim as pessoas não entram em um zoom no horário marcado. Sou só eu que sofro como isso Alexandre?" Jonathas, obrigado pela pergunta. Tenho certeza que você não é o único. Dezenas de advogados que conheço reclamam desse mal comportamental em outros profissionais e como isso impacta negativamente na vida de todos. Eu também sofro bastante com isso pois sou muito organizado em minha agenda e qualquer pessoa que tenha perfil de "atrasildo" geralmente não encaixa muito com meu dia a dia.   Se antes a pessoa dava aquela desculpa esfarrapada de "o trânsito estava muito ruim" para chegar atrasada em uma reunião, hoje, em dias de coronavírus, a desculpa é "a conexão está muito ruim" ou "o link não estava entrando". A verdade é que quando a pessoa não tem a organização devida, não é o meio que importa, mas sim o entendimento (ou a falta dele) de que profissionais capazes e proativos simplesmente sabem organizar sua agenda para estarem presentes em seus compromissos, exatamente no horário marcado. Pessoas desorganizadas não entendem que o respeito com o horário alheio é um dos principais fatores de qualidade na sua imagem pessoal. Quer ser visto como incapaz de gerenciar seu próprio tempo e atitudes? (Lembre-se que essa imagem vai ser carregada para outros lados da sua vida, pessoal ou profissional). Aguarde até o último minuto para operacionalizar suas reuniões ou compromissos, use desculpas como "hoje o dia está corrido" ou "aconteceu um imprevisto" e nunca use algum método digital (agendas online ou programa específico) ou físico (a boa e velha agenda de papel) para lembrá-lo antecipadamente do que está por vir no seu dia. Quer estar sempre certo? Esteja cinco minutos antes no local (seja físico, seja virtual) pronto para iniciar. Simples assim. Obviamente imprevistos realmente acontecem de vez em quando e todos temos permissão para ocasionalmente atrasar. Isso é a exceção ocasional. O que estou comentando aqui é referente pessoas que usam a palavra "imprevisto" como maneira certeira de camuflar sua falta de proatividade diária. Se acontece toda hora, não é um imprevisto, mas sim um sintoma de sua falta de capacidade organizacional. Organização é, é sempre vai ser, um dos pilares do profissional de qualidade e um excelente dispositivo para seu marketing pessoal, sem mencionar o respeito com o tempo do próximo. Espero ter ajudado. Confira toda sexta-feira a coluna "Marketing Jurídico" e envie suas dúvidas sobre marketing jurídico, gestão de escritórios,  cotidiano dos advogados empreendedores ou dúvidas gerais sobre o dia a dia jurídico por e-mail (com o título Coluna Marketing Jurídico) que terei um grande prazer em ajudar. Bom crescimento!