O achatamento do mercado de trabalho
Apesar do desemprego estar dando sinais de queda neste ano, a qualidade dos empregos tem provocado o aumento da desigualdade e redução dos salários.
Dados analisados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada mostram que a grande maioria das vagas geradas no país no último ano possui remuneração máxima de dois salários mínimos.
Aliás, segundo o Caged, durante 2019 só houve saldo positivo de postos formais de trabalho nessa faixa salarial.
O Ipea enfatizou ainda que, ao longo dos últimos 12 meses, os quatro maiores segmentos empregadores do país - indústria de transformação, construção civil, comércio e serviços - registraram "uma destruição de vagas com salário superior", criando vagas com remuneração entre um e dois salários mínimos.
Ao medir a desigualdade da renda do trabalho, o Ipea posiciona que ela está crescendo nos últimos anos pressionada pelo movimento de pequena alta real dos maiores ordenados e queda ou estagnação dos menores salários.
Nesse contexto, a inflação impacta muito mais os que têm menor renda.
No 1º trimestre de 2019, a renda domiciliar do trabalho da faixa de renda alta era 30,1 vezes maior que a da faixa de renda muito baixa. No 2º trimestre, essa diferença aumentou para 30,5 vezes.
O Ipea calcula que os rendimentos reais médios apresentaram uma queda de 0,2% no segundo trimestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018, e uma queda de 1,3% em relação ao trimestre anterior.
Esse movimento está ligado ao avanço da informalidade, que ajuda na queda do desemprego, mas impacta nas menores remunerações.
Tributária 1
Senado avança na reforma
Na disputa pelo protagonismo para aprovar a Reforma Tributária, o Senado deu um passo à frente da Câmara e o senador Roberto Rocha entregou seu parecer à Comissão de Constituição e Justiça.
Na Câmara, a comissão especial ainda está fazendo audiências públicas e o prazo para emendas ao texto foi reaberto.
Rocha deixou de fora de sua proposta a redução dos tributos sobre a folha de pagamento, porque não encontrou uma alternativa para essa desoneração.
A proposta do Senado cria o Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), mas divide a tributação em uma alíquota federal (com a unificação de IPI, Cofins, PIS, IOF, Cide e salário-educação) e outra estadual e municipal (que unificaria o ICMS e o ISS).
Para compensar eventuais perdas na arrecadação, o parecer deu aval à criação de um fundo de equalização e de um fundo de desenvolvimento regional para Estados e municípios.
O senador também previu a criação do Imposto Seletivo (IS), que incidiria sobre energia, veículos e derivados do petróleo e do tabaco.
O relator isentou exportações, movimentações financeiras e os serviços de telecomunicações dessa cobrança. O tributo incidirá, por outro lado, em todas as importações.
Tributária 2
Em busca de consenso
O temor que a disputa por protagonismo pela Reforma Tributária inviabilize seu avanço está estimulando o comando do Congresso a pensar em um acordo que pode resultar na tramitação conjunta das PECs que tratam do tema.
O governo seria o mais interessado no acordo, porque com a demora para apresentar o seu texto o Planalto ficou sem espaço para negociar mudanças nas propostas que já tramitam no Congresso.
No Senado, por exemplo, a equipe econômica tem até o início do outubro para sugerir alterações.
Depois disso, o relatório deve ser votado na CCJ e seguir para o plenário da Casa, que poderia concluir sua análise ao final de outubro.
Ainda não está claro como esse acordo seria efetivado.
Uma possibilidade aventada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, seria a criação de uma comissão mista para negociar todos os textos em tramitação.
Se esse caminho for adotado, o cronograma para aprovar a Reforma Tributária pode atrasar mais ainda.
Copom
Risco de desaceleração global
O Comitê de Política Monetária deixou de considerar o cenário externo benigno, como publicado na última ata em julho, e passou a considerar que o horizonte segue incerto e os riscos associados a uma desaceleração mais intensa da economia global permanecem.
A avaliação foi divulgada junto com um novo corte da taxa básica de juros de 0,5 ponto percentual, para 5,5% ao ano. É o menor patamar histórico da Selic e a segunda redução seguida.
No comunicado, o BC também deixa aberta a possibilidade de uma nova redução até o final do ano, principalmente porque o horizonte inflacionário não oferece riscos e a economia ainda está fraca.
EUA
Mesmo argumento
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve reduziu a taxa de juros em 0,25 ponto percentual para um intervalo entre 1,75% e 2%.
Entre os argumentos divulgados pelo FED, está a perspectiva negativa da economia global e a fraqueza das pressões inflacionárias no país.
Previdência
Nova negociação
Governo, Congresso e representantes de policiais militares e bombeiros começaram a negociar um acordo para que essas categorias possam ser enquadradas nas mesmas regras de aposentadoria das Forças Armadas.
Inicialmente, PMs e bombeiros teriam que negociar novas regras de aposentadoria nos estados, depois que a Câmara rejeitou estender a reforma da Previdência para estados e municípios.
Agora, eles tentam se beneficiar de vantagens do regime das Forças Armadas, que está em discussão na Câmara, como paridade e integralidade dos salários da ativa.
Em troca, teriam que contribuir por mais tempo para se aposentar. As conversas estão em fase inicial.
Petróleo
Informações sobre o megaleilão
A Agência Nacional do Petróleo colocará informações adicionais à disposição dos consórcios que concorrerem ao megaleilão de petróleo, marcado para novembro.
A Petrobras vai informar aos concorrentes o plano de desenvolvimento das áreas, dados dos poços, relatórios sobre o que já foi cumprido de conteúdo local e valor dos ativos.
As empresas interessadas em participar têm até 23 de setembro para entregar documentos de manifestação de interesse, qualificação e pagamento da taxa de participação.
Após inscritas, elas têm até 23 de outubro para apresentação das garantias de oferta ou declaração de desistência.
BR
Nova diretoria
A assembleia de acionistas da BR Distribuidora elegeu Edy Kogut como novo chairman da companhia, que recentemente deixou de ser controlada pela Petrobras.
No mercado, Kogut é visto como aliado do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Apesar disso, o representante da estatal se absteve na votação que escolheu o novo comando da BR.
O novo presidente da BR já trabalhou na Camargo Correa. Ele venceu uma disputa com Mateus Bandeira, ex-CEO da Falconi.
AGENDA
Fundeb - O ministro da Economia, Paulo Guedes, se reúne, às 14h, com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para tratar do Fundeb.
Reforma - O senador Tasso Jereissati apresenta o relatório da reforma da Previdência, às 9h, na CCJ do Senado.
Painel - A Confederação Nacional do Transporte lança, às 9h30, o Painel CNT de Consultas Dinâmicas de Acidentes Rodoviários.
EDUCAÇÃO
Programa - Banco Mundial abre inscrições para bolsas de mestrado em política fiscal.
SABER
Travessia - Relembre os detalhes da viagem de Amyr Klink atravessando o oceano Atlântico.
SUSTENTÁVEL
Preservação - Fundos que administram mais de US$ 65 trilhões cobram ações contra desmatamento da Amazônia.
TECH
Capacitação - Conheça a plataforma Rede 42, direcionada para o fomento do ensino na área de tecnologia.
BEM-ESTAR
Saúde - Governo lança campanha de combate à depressão.