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Cenário

Um radar dos principais assuntos que estão na mídia.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Cenário - 26.7.18

É tempo de eleições e o fim de julho inaugura precocemente um dos períodos mais sensíveis para a montagem do Orçamento do ano seguinte. Forças de pressão não se desmobilizaram por causa e durante o recesso. Na verdade, nem deixaram o campo. Com a janela aberta pela LDO, votada no Congresso e que restabeleceu a possibilidade de aumentos ao funcionalismo público, grupos de interesse mantêm vivo o debate sobre os limites de 2019. Nesse sentido, as próximas duas semanas devem ser de ações e reações envolvendo o Judiciário que, como se sabe, reivindica reajuste salarial. Categorias ligadas à magistratura, a servidores de tribunais e do Ministério Público estiveram ontem com a presidente do STF, Cármen Lúcia, no Palácio do Planalto. Orçamento x realidade A perspectiva de cada um Mexer nos salários da Justiça é uma discussão que está - e deverá seguir cada vez mais - inflamada pela demora do STF em julgar a legalidade ou não do auxílio-moradia. Cármen Lúcia não apoia a proposta de reajuste ao Judiciário. Prazos O tempo e o que está em jogo Atualizar remunerações no Judiciário significa elevar o teto do funcionalismo público e desencadear um efeito cascata sobre a folha nos estados. Atualmente, o limite é de R$ 33,8 mil. Há discussões e até um projeto no Senado que permitiria elevá-lo a quase R$ 40 mil mensais. O STF fará uma sessão administrativa no dia 8 de agosto para discutir o tema. O projeto de Orçamento da União para 2019 precisa ser enviado ao Congresso até 31 de agosto. Eleições 1 Efeito colateral A formalização do apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) por parte dos partidos do chamado 'centrão' reflete dificuldades clássicas de uma negociação complexa. O problema é que os ruídos estão surgindo antes da hora. E muito porque a vaga de vice ainda está em aberto. Eleições 2 Preparação para a nova era A Justiça Eleitoral vai ampliar o debate sobre os métodos da Inteligência Artificial na Administração Pública. No dia 3 de agosto, o TSE promoverá um fórum para discutir, entre outras coisas, a "ciência de dados aplicada ao Direito". Os técnicos que cuidarão da análise da prestação de contas dos candidatos serão preparados para tabular dados que vão além dos conhecimentos contábeis. O monitoramento dos gastos dos candidatos com posts patrocinados e contratação de influenciadores digitais exigirá a criação de uma nova metodologia. Agenda Energia - Está marcado para acontecer hoje às 10h o leilão da Companhia de Energia do Piauí (Cepisa). Conjuntura - O Banco Central divulga hoje a Nota de Setor Externo referente a junho. Temer - O presidente Michel Temer tem dois encontros bilaterais hoje na Cúpula dos Brics, na África do Sul: o primeiro com presidente da China, Xi Jinping, e o segundo com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Nos jornais Facebook - Uma rede composta por 196 páginas e 87 perfis no Facebook foi retirada do ar ontem no Brasil por violar severamente as políticas de autenticidade da rede social. O Facebook diz que descobriu uma conexão com páginas e perfis ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL). (todos os veículos)Mourão - Um dos consultores da candidatura à presidência de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), afirma que há um "certo radicalismo nas ideias, até meio boçal", entre os apoiadores do candidato nas eleições 2018. (O Estado de S. Paulo)Maia - Em entrevista, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), afirma que o PSDB não será hegemônico e que os tucanos terão de ceder mais espaço na aliança. Maia nega que o bloco já tenha discutido distribuição de cargos. (Folha de S. Paulo)Alckmin - Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à presidência, vai anunciar oficialmente hoje, em Brasília, a entrada dos partidos do Centrão na sua coligação em discurso formatado para se contrapor às críticas de adversários de que o acordo é fisiológico. (O Estado de S. Paulo)Marina - Apesar do acordo firmado entre Rede e Podemos no Rio de Janeiro, Marina Silva não irá apoiar a candidatura de Romário ao governo fluminense. A ex-senadora afirmou ontem, após reunião na Transparência Internacional, que a aliança foi uma posição independente do diretório do Rio. (O Estado de S. Paulo e O Globo)PDT - Partido do presidenciável Ciro Gomes, o PDT tem pago com recursos do Fundo Partidário as defesas de seus dirigentes em processos criminais da Lava Jato. Um contrato de R$ 350 mil, assinado em 2017 com um escritório de advocacia, prevê a prestação de serviços nos casos penais derivados da delação da Odebrecht. (Folha de S. Paulo)Moro - O juiz Federal Sérgio Moro admitiu que o resultado das eleições deste ano está inserido no que ele chama de "risco de retrocesso" no combate à corrupção, simbolizado na operação Lava Jato. Moro disse que o país precisa "do exemplo de lideranças honestas". (manchete de O Estado de S. Paulo)Showmício - Em parecer enviado ao STF, o Senado defendeu a proibição de showmícios em campanhas eleitorais. O documento foi anexado ao processo em que três partidos (PSB, PSOL e PT) questionam trecho de uma lei de 2006 que vedou esse tipo de evento, seja ele remunerado ou não. (O Globo)Trégua - Estados Unidos e União Europeia chegaram a uma trégua na guerra comercial deflagrada pelo presidente Donald Trump ao impor sobretaxas ao aço e alumínio importados. Trump e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciaram acordo em que fica suspensa a aplicação de novas tarifas. (manchete de O Globo)Mercosul - Para especialistas, se por um lado a trégua entre EUA e União Europeia abre espaço para a economia global manter o crescimento, por outro ameaça o agronegócio do Brasil e as negociações do acordo entre UE e Mercosul. (manchete da Folha de S.Paulo)Brics - Em artigo, o presidente Michel Temer afirma que a décima Cúpula dos Brics, que acontece em Johanesburgo, na África do Sul, tem significado especial. "A meta é fortalecer nossa cooperação em ciência, tecnologia e inovação, em nome de inserção mais competitiva na economia global". (Folha de S.Paulo)Mercado - A Bolsa de Valores registrou ontem forte valorização e a cotação do dólar perdeu valor frente ao real. O Ibovespa, fechou o dia em alta de 1,34%, aos 80.218,04 pontos. O dólar à vista, fechou o dia em queda de 1,04%, cotado a R$ 3,7045. (todos os veículos)População - O Brasil vive desde a década de 70 o chamado bônus demográfico - estrutura etária favorável para o crescimento econômico. Mas esse fenômeno pode ter entrado em declínio antes do previsto, indica o IBGE. Neste ano, a população em idade ativa começa a cair em relação ao número de crianças e idosos. (manchete do Valor Econômico)
quarta-feira, 25 de julho de 2018

Cenário - 25.7.18

Companhias com ações em Bolsa movimentam de hoje até sexta-feira o calendário de divulgação de resultados do segundo trimestre. As previsões são de anúncios positivos, com lucros em alta - na comparação com o período anterior - e perspectivas menos contaminadas. Apesar das confusões eleitorais do momento e da conjuntura macroeconômica continuar ruim, uma parte do 'Brasil empresarial' dá sinais de que está de pé. Os balanços traduzem isso, ainda que incorporem também os reflexos da greve dos caminhoneiros, o repique inflacionário e o ajuste cambial. Essas variáveis tiveram efeitos distintos sobre a performance do setor privado. Como sempre, uns sentiram mais, outros menos, e um pequeno grupo passou ileso. O desafio das empresas nesta segunda metade do ano está posto: converter dados financeiros em mais emprego e confiança. Negócios Expectativa sobre a Vale A Vale divulga hoje - depois do fechamento do mercado - o saldo do segundo trimestre. O anúncio ganha impulso especial devido à notícia de que a empresa recuperou o grau de investimento atestado pelas três grandes agências de classificação de risco no mundo. Partidos 1 Gincana por um vice Os pré-candidatos e quem já confirmou o nome na corrida ao Planalto têm passado a semana em busca de um vice. Conveniências políticas estão (claramente!) entrando em choque com a realidade. O programatismo que é típico desses momentos contrasta com os prazos mais curtos desta eleição e com o perfil mais complexo das alianças que precisam ser fechadas nos Estados. Partidos 2 De volta à mesa de apostas O DEM voltou a ser considerado como alternativa para vice na chapa de Geraldo Alckmin. Essa possibilidade esbarra, no entanto, em acertos que precisam ser retomados e que envolvem a discussão sobre tamanhos de bancadas na Câmara e a sucessão de Rodrigo Maia à frente da Casa. Centrão Oficializando... O dia será de ajustes finos no termo de apoio verbal firmado entre os partidos do chamado 'centrão' e a campanha de Alckmin. Os detalhes e o 'sim' definitivo estão previstos para amanhã. Agenda Sociedade - O IBGE divulga hoje a projeção revisada da população brasileira. Encontro - Tem início hoje a 10ª Cúpula dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Johanesburgo. Nos jornais Eleições - Com a proibição de receberem doações de empresas, as campanhas presidenciais estimam gastar, juntas, cerca de R$ 200 milhões - valor 45% menor do que o informado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. (manchete da Folha de S.Paulo)Josué Alencar - Em artigo, o empresário fala sobre a importância das eleições deste ano e elogia os partidos que "tomaram a acertada decisão de apoiar" a candidatura de Alckmin e que esse não é o momento para apostar em aventuras e "salvadores da pátria". (Folha de S. Paulo)Corrida ao vice - Aliados de Geraldo Alckmin divergem quanto às opções de plano B para vice na chapa do tucano. A discussão gira em torno do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), da senadora Ana Amélia (PP-RS) e do ex-ministro Aldo Rebelo (SD-SP). (todos os veículos)Ciro 1 - Em entrevista à TV Difusora (MA), no último dia 16, o presidenciável pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou que somente a sua vitória traria chances de o ex-presidente Lula deixar a prisão. O pedetista disse ainda que, se eleito, vai "botar juiz para voltar para a caixinha dele". (manchete de O Estado de S. Paulo)Ciro 2 - Em entrevista, Ciro Gomes promete livrar o país do déficit fiscal em dois anos, pede apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para aprovar um pacote de medidas fiscais e afirma que "nem a pau" pretende privatizar a Eletrobrás. (Valor Econômico)PSL - Partido do presidenciável Jair Bolsonaro, o PSL foi a legenda mais fiel ao governo Michel Temer em votações na Câmara dos Deputados ao longo do primeiro semestre deste ano, de acordo com a consultoria Arko Advice. (O Estado de S. Paulo e O Globo)Ato pró-Lula - A Polícia Federal vai investigar um ato de manifestantes favoráveis ao ex-presidente Lula que jogaram tinta vermelha no STF. (todos os veículos)Dersa - Negócios considerados suspeitos pelo Ministério Público de São Paulo e a amizade com Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa apontado como operador financeiro do PSDB, derrubaram o presidente da CCR, o engenheiro Renato Alves Vale. (Folha de S.Paulo)Previdência - A migração para a previdência complementar dos funcionários que ingressaram no serviço público antes de 2013 corre o risco de naufragar. Dados do Ministério do Planejamento mostram que, até o último dia 20, menos de 5 mil servidores do Executivo optaram pela mudança - cerca de 2% do efetivo total projetado. (Folha de S. Paulo)Impostos - A arrecadação Federal perdeu o ritmo em junho em relação aos meses anteriores e teve alta de 2% em junho, encerrando o primeiro semestre com um crescimento de 6,8%. (todos os veículos)Aço - As usinas siderúrgicas inauguram na próxima sexta-feira uma nova rodada de reajustes nos preços do aço. Um dos objetivos é a recomposição de margens. (manchete do Valor Econômico)Nicarágua - A estudante de medicina Raynéia Gabrielle Lima, foi morta a tiros na noite de ontem em Manágua em meio à convulsão social que tomou o país governado por Daniel Ortega. (todos os veículos)China - A China vai adotar medidas de estímulo à economia para compensar o impacto da guerra comercial com os Estados Unidos. (manchete de O Globo)
terça-feira, 24 de julho de 2018

Cenário - 24.7.18

Com os ajustes das previsões econômicas a pleno vapor, os agentes encarregados de projetar cenários esticam para daqui dois, três e até quatro anos a expectativa de superação da crise. Os dados revelados no Brasil e no exterior - vide previsões do FMI - provam que os efeitos da recessão insistem em não passar. Há problemas e eles estão impregnados 1) no mercado de trabalho, 2) na produção, 3) no campo, 4) na renda, 5) no consumo, 6) no crédito, 7) na inflação e 8) no câmbio. A proximidade das eleições faz a economia (e/ou a expectativa em torno dela!) sofrer ainda mais as consequências. O nível de incertezas aumenta. O medo, também. O desalento do empresariado e das pessoas tem dado sinais importantes. Isso impacta as taxas de confiança de hoje e de amanhã. É com essa perspectiva que as campanhas eleitorais estão sendo obrigadas a lidar - embora ainda não apresentem propostas ou pareçam abaladas. No caso do governo, a realidade é um pouco mais dura. Além do agora, o Planalto teme (de fato!) pelo retorno dos trabalhos no Congresso, que saiu de férias e deixou engatilhado um dos mais robustos pacotes pró-gastos dos últimos tempos. Eleições Bem-vindo ao mundo real O período das convenções partidárias começam a exibir mais claramente os desafios que separam o discurso e da necessidade de composição para governar. Além de organizar a engenharia prévia que promoverá a governabilidade, as campanhas ao Planalto fazem as contas de quais podem ser os limites orçamentários impostos em 2019. A definição de prioridades nos programas e as ideias que podem virar plataformas passam, necessariamente, por aí. Aliança Relação custo-benefício A pressão do Solidariedade para garantir o compromisso do candidato Geraldo Alckmin com o imposto sindical mantém superaquecido o clima de tensão entre os tucanos. Corrida ao vice O tempo de cada um Contrariando as teses prontas e grande parte das frases de efeito, parece não estar sendo tão óbvia a reflexão do empresário Josué Gomes (PR) sobre se adere ou não como vice na chapa de um dos candidatos ao Planalto. Emprego Realidade de momento Dados do Ministério do Trabalho mostram que, com a crise, os trabalhadores da construção civil foram um dos que mais perderam com o enxugamento de vagas formais nos últimos 12 meses. O endividamento da famílias e os ajustes na indústria do crediário não têm sido motores dessa retomada. As projeções não são animadores nem para este ano nem para o próximo. Mercosul Temer no México Acontece no fim da manhã de hoje a reunião dos chefes de Estado do Mercosul e da Aliança do Pacífico. No Twitter, o presidente Michel Temer relatou que, em reunião com o presidente do México, Enrique Peña Nieto, reiterou compromissos políticos e econômicos. "Estamos trabalhando, também, para ampliar o comércio entre os dois países". Agenda Fisco - A Receita Federal anuncia hoje o resultado da arrecadação de tributos Federais e contribuições previdenciárias de junho. Confiança - A FGV divulga hoje pesquisa de confiança do consumidor e do comércio. FIES - As inscrições para o Programa de financiamento Estudantil do 2º semestre de 2018 foram prorrogadas até a meia noite de hoje. Nos jornais Centrão - Após acertar apoio ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), os dirigentes do Centrão reivindicam agora participação efetiva na elaboração do futuro programa de governo do tucano. Dirigentes do bloco reclamam da condução política da pré-campanha e pedem a saída de Marconi Perillo (PSDB) do posto. (O Estado de S. Paulo)Josué - Cotado para a vice de Geraldo Alckmin, Josué Gomes da Silva (PR) condicionou a decisão de compor chapa com o PSDB a uma conversa com o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). O empresário elogiou o tucano, mas deixou o caminho livre para que o PSDB e o Centrão escolhessem outro nome. (O Estado de S. Paulo, Valor Econômico e O Globo)Skaf - O pré-candidato ao governo de São Paulo do MDB, Paulo Skaf, escolheu a tenente-coronel da PM Carla Basson para ocupar a vaga de vice em sua chapa. A convenção para formalizar a candidatura de Skaf ao governo do estado de São Paulo será no próximo sábado, 28. (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo)Haddad - Coordenador do programa de governo do PT e apontado como possível substituto do ex-presidente Lula - possibilidade que ele neste momento nega -, o ex-prefeito Fernando Haddad disse que o partido pretende mudar a forma de escolha dos ministros do STF. (O Estado de S. Paulo)Padilha - O chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirma que a candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles está consolidada no MDB. Para Padilha, a influência do ex-presidente Lula levará um petista ao segundo turno, junto com um candidato do centro, e Jair Bolsonaro (PSL) tende a "desidratar". (Valor Econômico)Rodoanel - A PF indiciou o ex-presidente da Dersa e ex-secretário do governo Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Laurence Casagrande Lourenço, sob a acusação de fraude a licitação no projeto do trecho norte do Rodoanel de São Paulo. O ex-diretor de Engenharia da Dersa, Pedro da Silva, também foi indiciado. (Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo)Gripe - Com o avanço do vírus H1N1, o número de mortes por gripe neste ano no Brasil quase triplicou em relação ao mesmo período do ano passado. São 839 vítimas, segundo dados do Ministério da Saúde, até 14 de julho. O total de óbitos já é 68% maior do que o relatado em todo o ano de 2017. (manchete de O Estado de S. Paulo)Irregularidades - O governo Federal identificou, entre o segundo semestre 2016 e maio deste ano, R$ 10 bilhões em pagamento indevidos a beneficiários do Bolsa Família, aposentadoria por invalidez e auxílio-doença. (manchete da Folha de S.Paulo)Taxação - A tributação de dividendos, proposta por alguns candidatos a presidente da República, poderia gerar um choque inicial no mercado acionário e levar ao mecanismo que trava as negociações quando a Bolsa sobe ou cai mais de 10%. (Folha de S.Paulo)FMI - Atribuindo a decisão à paralisação dos caminhoneiros e à piora das condições econômicas globais, o FMI revisou para baixo a previsão de crescimento do Brasil em 2018. A estimativa é que o país cresça 1,8%. Antes, esse número era de 2,3%. (Folha de S.Paulo)Faculdades - Desemprego e perda de renda fizeram o número de calouros nas universidades pagas cair 5% no primeiro semestre do ano, mostrou levantamento feito pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior, com 99 instituições do país. (manchete de O Globo)Soja - A guerra comercial entre China e Estados Unidos deve elevar as exportações brasileiras de soja para o nível recorde de US$ 30 bilhões, 17% acima do valor do ano passado. Com a forte demanda chinesa pela soja do Brasil, são esperadas exportações de 73,5 milhões de toneladas, 1,4 milhão a mais que o previsto no fim de maio. (manchete do Valor Econômico)
segunda-feira, 23 de julho de 2018

Cenário - 23.7.18

A formalização das primeiras candidaturas ao Planalto resolve parte dos problemas dos partidos, mas cria outros.   A corrida por vices é o mais visível deles porque 1) inflama discursos, 2) empolga a mídia e 3) empresta notoriedade a quem tem e a quem não tem chances.   Os gurus que gerenciam as campanhas tentam enxergar oportunidades além das colinas: a preocupação são Estados.   Se a semana passada foi de negociações, recuos e promessas, os próximos dias serão isso e muito mais. Afinal de contas, a conjuntura local está muito bagunçada.   Há problemas, principalmente, no Nordeste e no Centro-Oeste. E as siglas que já decidiram quem lançar à presidência tentam fechar os times que vão disputar votos para o governo, Câmara e Senado.   A definição de cabeças de chapa não costuma ajudar muito nesses momentos. Ao contrário. Pode atrapalhar. Propostas 1 Entre o incerto e o não dito A agenda econômica de quem já carimbou o nome como candidato e dos que estão quase lá segue escondida.   Uma parte da disputa retórica no fim de semana elegeu as tais 'reformas estruturais' como alvo.   O contexto da crise figurou como pano de fundo para ataques, mas também serviu de escudo para quem quis se esquivar. Propostas 2 Para quando levantarem a voz Discursos milagrosos e soluções tiradas da cartola tendem a ter menos espaços frente a uma realidade de marasmo econômico que exige concretude e racionalidade nas propostas. 'Centrão' + Alckmin Os rumos da parceria O bloco de partidos do chamado 'centrão' deve formalizar o apoio anunciado na semana passada a Geraldo Alckmin nos próximos dias. Agenda Temer - O presidente Michel Temer viaja hoje para o México para participar do encontro de presidentes dos países do Mercosul e da Aliança do Pacífico.   Alckmin - O Roda Viva, da TV Cultura, entrevista hoje, às 22h15, o pré-candidato à presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin. Nos jornais Bolsonaro - O deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) minimizou a importância de alianças formais ao oficializar ontem sua candidatura ao Planalto. Ouviu alertas sobre dificuldades na governabilidade da principal aposta para ocupar a vice de sua chapa, a advogada Janaína Paschoal. (manchete da Folha de S.Paulo)Temer - Em artigo, o presidente Michel Temer anuncia sua participação esta semana no primeiro encontro entre os presidentes do Mercosul, no México, e na Aliança do Pacífico, na África do Sul. (O Estado de S. Paulo)Flávio Rocha - O ex-presidenciável Flávio Rocha (PRB) analisa, em artigo, a retirada de sua candidatura e afirma que continuará lutando por um país melhor. (Folha de S.Paulo)Pacote - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, propôs um pacote de medidas para a candidatura de Henrique Meirelles (MDB) que inclui a criação de uma Corte que se sobreponha ao STF, anistia ao caixa dois e o SUS pago. (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo)Centrão - Com a aliança fechada na quinta-feira, o Centrão quer nacionalizar a imagem de Geraldo Alckmin (PSDB), considerado paulista e tucana demais. (Folha de S.Paulo)Haddad - Em entrevista, Fernando Haddad fala dos planos do PT para as eleições deste ano, do programa para a candidatura de Lula e nega que a prisão do ex-presidente tenha levado o partido a uma proposta radical. O programa do PT irá propor o que Haddad chama de "choques liberais". (Valor Econômico)Josué - Josué Gomes da Silva une políticos em campos opostos como os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, ambos do PT. (Valor Econômico)Risco - Decisões contraditórias do governo Federal, Congresso e Judiciário estão travando o investimento em infraestrutura no país. Empresas alegam que concessões e outros serviços têm sido prejudicados por mudanças de regras, feitas muitas vezes sem apuro técnico. (manchete de O Estado de S. Paulo)Recessão - Estudo inédito da economista Silvia Matos, da FGV, mostra que levaremos 16 trimestres, ou quatro anos, para voltar ao mesmo nível de PIB anterior à crise, em 2014. Será o maior período de recuperação de todas as recessões já vividas pelo país, desde os anos 1980. (manchete de O Globo)Taxação - Em eleição marcada por confrontos e polarização, a retomada da cobrança de Imposto de Renda sobre dividendos é praticamente consenso entre os economistas dos principais pré-candidatos à presidência. (manchete do Valor Econômico)G-20 - As tensões comerciais e geopolíticas representam um risco crescente para a expansão das economias globais e os países com disputa comercial têm que dialogar mais. Este foi um dos principais pontos do documento emitido ontem pelos ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G-20, após dois dias de reuniões em Buenos Aires. (todos os veículos)Militares - A intervenção Federal na Segurança Pública do Rio deve ir até 31 de dezembro, mas os militares já planejam a transição. As propostas vão de readaptação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e alteração das rotinas policiais, até a construção de um Plano Integrado de Segurança Turística. (O Estado de S. Paulo)
sexta-feira, 20 de julho de 2018

Cenário - 20.7.18

O jogo eleitoral começa pra valer e, a partir de hoje, com o início das convenções partidárias, já será possível vislumbrar mais do que tendências na corrida ao Planalto. Da forma como a realidade acomodou-se até aqui, a disputa atesta e dá fôlego ao tradicional modelo ensinado pelos velhos teóricos - aquele baseado em polos, registrado em músicas e livros de história, que entende a política entre 'esquerda' e 'direita'. Com o arranjo fechado ontem, e a indicação de apoio dos partidos que compõem o chamado 'centrão', a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) sai na frente. O reforço de veteranos identificados desde sempre com a lógica de Brasília fortifica a candidatura do tucano. Alckmin ganha argumento, palanque e tempo de TV e rádio para legitimar seu discurso pró-reformas e em favor da estabilidade social. O revés sofrido esta semana por Jair Bolsonaro, que ainda busca o vice ideal, reforça o quadro de momento favorável ao tucano. Os últimos dias enfrentados por Ciro Gomes, idem. Propaganda Bônus na TV e no rádio O leque de apoio de Geraldo Alckmin configura, neste momento, a coligação com o maior tempo de propaganda eleitoral - um dos objetivos mais estratégicos para uma curta campanha oficial. 'Centrão' Planos de longo prazo O apoio dos partidos do chamado 'centrão' credencia o bloco como força política não só para as eleições. A meta é ampliar espaços no Executivo e ser uma corrente ainda mais relevante no Congresso, inclusive ampliando a presença em postos de comando na Câmara e no Senado. Ciro 1 A voz busca espaço Ciro Gomes será obrigado a refazer cálculos que estavam praticamente fechados. E pior: com a campanha em movimento.   Hoje, na convenção do PDT que vai referendar seu nome, o discurso será contundente contra tudo e todos que representam a 'direita', as reformas, os cortes e as privatizações. Ciro 2 Meta ajustada Além do desafio de costurar um acordo com o PSB e o PCdoB, Ciro terá também de refazer as pontes com o PT e Lula trincadas nos últimos meses de distanciamento. Agrotóxico Polêmica sem fim Enquanto o Congresso Nacional avança para alterar o registro de agrotóxicos, um relatório da Human Rights Watch documentou intoxicação aguda devido ao uso de agrotóxicos em sete localidades rurais do Brasil.   A organização entrevistou 73 pessoas afetadas diretamente pelo uso dos produtos, incluindo comunidades rurais, indígenas, escolas e quilombolas. Agenda Inflação - O IBGE divulga hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA-15. Temer - O presidente Michel Temer participa hoje da 35ª Convenção Internacional da Associação de Homens de Negócio do Evangelho Pleno. Nos jornais Centrão - Os comandos de DEM, PP, PR, SD e PRB comunicaram ontem que o chamado 'Centrão' decidiu apoiar Geraldo Alckmin (PSDB) na corrida à presidência da República. O anúncio oficial do acordo deve ocorrer no dia 26. (todos os jornais)Ação do Planalto - O Palácio do Planalto fez forte pressão e ameaçou tirar cargos de quem se unisse a Ciro, principalmente do PP, que comanda os Ministérios da Saúde, Cidades e Agricultura - com orçamentos que, juntos, somam R$ 153,5 bilhões -, além de ter o comando da Caixa. (O Estado de S. Paulo)Ciro - O pré-candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes, "reconheceu" na véspera da convenção para oficializar sua candidatura, que "comete alguns erros", e voltou a fazer um aceno aos partidos de esquerda. Ciro defendeu a liberdade do ex-presidente Lula e fez autocríticas. (todos os veículos)Bolsonaro - Na tentativa de rebater as acusações de misoginia, Jair Bolsonaro (PSL-RJ) foi aconselhado a difundir mensagens de apoio feminino à sua campanha. (Folha de S.Paulo)Boulos - Em entrevista exclusiva, o pré-candidato do Psol à presidência, Guilherme Boulos, propõe um pacote tributário para os mais ricos e promete reduzir as desonerações, que classifica como "Bolsa Empresário". (Valor Econômico)Lula - O ministro João Otávio de Noronha, da Corregedoria Nacional de Justiça intimou os desembargadores Rogério Favreto e João Pedro Gebran Neto, ambos do TRF-4, e o juiz Sérgio Moro a prestarem informações sobre a batalha jurídica em torno da liberdade do ex-presidente Lula. (todos os veículos)Papuda - A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, determinou que Geddel Vieira Lima e Luiz Estevão irão para a ala de segurança máxima do complexo prisional, devido a denúncias de regalias irregulares. (O Estado de S. Paulo, O Globo e Folha de S.Paulo)Caixa - O governo vai injetar cerca de R$ 2 bilhões na Caixa Econômica até o fim do ano para reforçar o capital do banco. A capitalização do Tesouro Nacional é necessária para que o banco estatal cumpra em 2019 normas internacionais. (O Estado de S. Paulo)Crédito - Os quatro maiores bancos de capital aberto devem mostrar bons resultados no segundo trimestre, com o crédito para pessoas físicas. O lucro combinado de Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander deve ficar em R$ 18 bilhões. (manchete do Valor Econômico)ANP - A Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis, que regula o setor de exploração e produção de petróleo e combustíveis no país, divulgou ontem que não irá mais fixar uma periodicidade mínima para reajuste de combustíveis no país. (todos os veículos)Caminhoneiros - A paralisação dos caminhoneiros trouxe perda de arrecadação. Estimativas preliminares indicam que mais de R$ 2,4 bilhões deixaram de entrar no caixa do setor público, em especial, dos Estados. (Folha de S.Paulo)
quinta-feira, 19 de julho de 2018

Cenário - 19.7.18

O último dia antes do início da temporada de convenções partidárias tende a revelar - com mais clareza ainda - em que pé estão as tentativas de alianças e a busca por apoios na corrida ao Planalto. DEM, PSB e as siglas que integram o chamado 'Centrão' chegam a essa fase do processo como satélites: ditam o tom do noticiário e o ritmo das articulações de bastidores. Não por acaso as pré-candidaturas de Ciro Gomes e Jair Bolsonaro estão superexpostas. Ambos disputam uma espécie de gincana particular para seduzir novos e velhos amigos. Tanto Ciro como Bolsonaro querem bastante coisa: palanques mais resistentes, pontes regionais, um vice e mais tempo de TV e rádio. A dinâmica imposta pela dupla (e/ou sua repercussão!) deve seguir acelerada até pelo menos mais duas semanas, quando as atenções forem redirecionadas ao PT e ao anúncio sobre quem será o candidato do partido em outubro. Outro jogo Não é só o Planalto Sob a perspectiva dos partidos que se autodeclaram em dúvida ou em processo de escolha sobre quem apoiar na campanha para presidente da República, há bem mais em jogo do que, simplesmente, optar por um nome. Algumas legendas analisam com bastante preocupação as metas eleitorais que precisam bater. Na lista de prioridades internas estão 1) alcançar o patamar mínimo dos votos válidos, 2) ter representatividade em Estados-chave, 3) formar boas bancadas na Câmara e no Senado, 4) garantir o fundo partidário e 5) tempo de propaganda gratuita em 2019. Estratégia Questão de sobrevivência Com os limites impostos pelas normas da cláusula de barreira, coligar-se com partidos que ofereçam capacidade de ampliar votos e capilaridade regional é parte fundamental do cálculo de sobrevivência. Nesses arranjos, as candidaturas tidas como "puras" devem perder fôlego devido às dificuldades que duas variáveis combinadas podem produzir: o isolamento em relação às coligações e a baixa representatividade nos Estados. Centrão Unidade x voo solo O eventual apoio em bloco do chamado 'Centrão' a um candidato ao Planalto dará aos partidos que o integram um ativo político que ultrapassa o processo eleitoral de outubro. As lideranças mais engajadas sabem disso e não por outra razão correrão em busca de consenso para lapidar o quanto antes a imagem perfeita de um vice ideal. Indústria Confiança e conjuntura A semana é uma das mais concorridas do mês no que se refere a divulgações de dados macroeconômicos direta ou indiretamente ligados à produção. A Fundação Getúlio Vargas soltará hoje indicadores com foco na confiança do empresário industrial. A perspectiva pessimista prevalece entre as projeções de mercado antecipadas ontem. América Latina O parlamento colombiano Os novos membros do Congresso da Colômbia tomam posse hoje. Pela primeira vez, o Legislativo do país abrigará integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Agenda Microeconomia - O Banco Central divulga hoje a pesquisa "O brasileiro e sua relação com o dinheiro". EUA - O governo americano deve apresentar hoje novos dados sobre as crianças imigrantes que foram separadas dos pais ao tentarem entrar ilegalmente no país. Nos jornais Bolsonaro 1 - O pré-candidato do PSL ao Planalto, deputado Jair Bolsonaro (RJ), já se prepara para uma campanha solo após tentativas frustradas de alianças partidárias. Caso não consiga romper o isolamento, Bolsonaro vai dispor de apenas oito segundos no rádio e na TV. (manchete O Estado de S. Paulo)Bolsonaro 2 - Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, empresários não temem eventual vitória de Bolsonaro na eleição presidencial. (manchete Folha de S.Paulo)Bolsonaro 3 - O general reformado Augusto Heleno (PRP) afirmou que não será vice de Jair Bolsonaro. Os nomes mais cotados para vice são o presidente licenciado do PSL, Luciano Bivar, e a advogada Janaina Paschoal. (todos os veículos)Alckmin - A Executiva Nacional do PTB aprovou ontem, por unanimidade, a indicação de apoio ao pré-candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, nas eleições 2018. (O Estado de S. Paulo, Valor Econômico e O Globo)Lula 1 - A ministra Rosa Weber, à frente do TSE durante o recesso forense, negou um pedido de integrantes do MBL para declarar o ex-presidente Lula inelegível desde já. Segundo a ministra, o petista não é oficialmente candidato. (Folha de S.Paulo, Valor Econômico e O Globo)Lula 2 - Em artigo, o ex-presidente Lula se diz inocente e ressalta sua candidatura à presidência da República. "Eu sou candidato porque não cometi nenhum crime". "Querem me derrotar? Façam isso nas urnas". (Folha de S.Paulo)Centrão - Os partidos do Centrão, grupo formado por DEM, PP, PRB e Solidariedade, receberam a adesão oficial do PR e decidiram ontem à noite fechar aliança em bloco com uma chapa presidencial nas eleições 2018. Esse apoio passa pela indicação do empresário Josué Gomes como candidato a vice-presidente. (Valor Econômico e O Estado de S. Paulo)TRF-4 - A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª região, que julga os processos da Lava Jato na segunda instância, condenou a jornalista Cláudia Cruz, esposa do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a dois anos e seis meses de prisão por manutenção de valores no exterior. (todos os veículos)Eletrobrás - O desembargador Federal André Fontes, do TRF da 2ª região, suspendeu a liminar que impedia o leilão de seis distribuidoras de energia elétrica da Eletrobrás. (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo)IPCA-E - A Justiça do Trabalho adotará a série especial do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como índice de correção dos valores decorrentes de condenações em processos trabalhistas. Hoje, o indexador previsto é a Taxa Referencial de Juros, usada, por exemplo, para corrigir os saldos do FGTS. (manchete Valor Econômico)Dólar - A incerteza em relação à eleição presidencial, além do cenário externo turbulento com China e Estados Unidos travando uma guerra comercial, tem levado empresas brasileiras a buscarem proteção contra as oscilações bruscas do dólar. De janeiro até agora, a procura pelos chamados contratos de swap cambial quase triplicou. (manchete O Globo)Google - A União Europeia anunciou ontem uma multa recorde à Google. A Comissão Europeia, braço Executivo do bloco econômico, acusa a firma de abusar da posição dominante no mercado de celulares. A multa, de ? 4,3 bilhões, equivale a R$ 19 bilhões. (todos os veículos)
quarta-feira, 18 de julho de 2018

Cenário - 18.7.18

As últimas horas foram de intensas negociações partidárias. Aos poucos o cenário começa a ganhar os contornos para o início da disputa eleitoral. Os desafios não são pequenos, pois os candidatos terão que equilibrar seus discursos entre o reconhecimento da difícil e desafiadora realidade social e econômica do país e o resistente alheamento de mais de um terço do eleitorado que não tem interesse em votar em ninguém. Com o baixo interesse vem a alta rejeição aos candidatos. Nesse contexto, o início da propaganda eleitoral oficial, seja pelas ruas e na internet (a partir de 16/8) e no rádio e televisão (a partir de 31/8), será decisivo para conquistar os eleitores. E as composições precisam fazer algum sentido para a apresentação sistematizada dos programas e compromissos de governo. Vice Para chamar de seu Na atual fase de negociações, assume centralidade a definição do vice. Essa composição pode auxiliar na identificação do eleitor com um perfil e a amplitude das candidaturas, o que também é essencial para compor um tempo de propaganda eleitoral gratuita necessário para se comunicar com o eleitorado. Esquerda Dilema e espera Cresce uma tendência potencialmente favorável de aproximação entre os partidos de centro e Ciro Gomes (PDT). Embora pela perspectiva de centro esquerda (PSB, PCdoB) persista um profundo dilema. O elemento que dificulta a finalização das negociações está na permanência do nome do ex-presidente Lula como pré-candidato do PT. Mesmo preso, seus índices de preferência eleitoral continuam elevados (em torno de 30% conforme as pesquisas), o que desestabiliza as negociações. Expectativas e estatísticas projetam uma potencial capacidade de transferência de pelo menos 20% dessas intenções para quem for indicado para suceder o petista na disputa eleitoral. Direita Perfil conciliador Em outra perspectiva, Geraldo Alckmin (PSDB) busca consolidar sua representação com uma parte das siglas do centro e centro direita. Suas chances crescem com tradicionais aliados que veem em seu perfil conciliador características que agradam ao eleitorado médio, além da preferência dos setores da economia pró-reformas. Nesse panorama, perde força a candidatura do capitão da reserva Jair Bolsonaro (PSL). A confirmação do general da reserva Augusto Heleno (PRP) para ser seu vice define uma aliança sem aliados de peso no Congresso. Com isso, terá pouco tempo para expor suas propostas na propaganda eleitoral. Além de sua candidatura restringir-se a um segmento específico da sociedade, de apoio aos militares. Saúde da família Jovem e debilitado O Programa Saúde da Família completa 25 anos. Sua primeira equipe foi implantada em Quixadá/CE, em dezembro de 1993. Em quase três décadas, o PSF foi ampliado e se transformou em uma estratégia. Mas o momento atual não traz perspectivas favoráveis. O programa vê seu desenvolvimento ameaçado por restrições financeiras e pela flexibilização em normas de aplicação dos recursos financeiros. Violência Problema que persiste O problema da violência no Rio de Janeiro ganha impacto eleitoral, sobretudo com o balanço da intervenção militar. Dados do Instituto de Segurança Pública divulgados ontem mostram que nos primeiros seis meses de 2018 houve um crescimento de 32% nas mortes provocadas pela polícia (comparado a 2017). Só em junho, as mortes cresceram 60% em relação a 2017, com 155 assassinatos em ações da polícia. São os maiores índices desde que o Estado começou a contabilizar esse tipo de homicídio, em 2003. Agenda Registro espúrio - A colaboração do ex-ministro Helton Yomomura com as investigações da PGR que investiga fraudes no Ministério do Trabalho pode criar embaraços para partidos em ano de disputa eleitoral. Leilão - A Pré-Sal Petróleo vai realizar novo leilão do petróleo da União em 31/7. O pré-edital para a consulta pública foi aberto ontem e ficará disponível até 25/7 para consulta. Cabo Verde - O presidente Michel Temer participa hoje de uma Sessão Plenária da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP. Nos jornais Dinheiro vivo - A Receita Federal, o Coaf e o TSE vão reunir esforços para fiscalizar suspeitas de uso de dinheiro vivo para caixa 2 de campanha nas eleições deste ano. Pela primeira vez, os três órgãos vão, de forma preventiva, investigar possível crime de lavagem de dinheiro de candidatos e doadores. (manchete O Estado de S. Paulo)Bolsonaro - O pré-candidato do PSL ao Planalto, deputado Jair Bolsonaro (RJ), confirmou ontem o fim das negociações com o PR para uma aliança eleitoral. Bolsonaro pode anunciar hoje um general para compor sua chapa como candidato a vice. O nome mais forte é o do general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira (PRP). (todos os jornais)Ciro 1 - De olho no apoio do Centrão (DEM, PP, PRB e Solidariedade), o pré-candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes, disse ontem a empresários que não é contra a reforma trabalhista, mas contra ao modelo aprovado em novembro. (O Estado de S. Paulo)Ciro 2 - Integrantes do Centrão que defendem uma aliança com o pedetista Ciro Gomes tentam modular o discurso econômico do pré-candidato à presidência para tranquilizar a ala mais conservadora do grupo e convencê-la a apoiar o presidenciável. (Folha de S.Paulo)Embraer + Boeing - Em encontro com empresários e sindicalistas patronais, Ciro Gomes defendeu ontem, em São Paulo, a dissolução do acordo em que a Boeing comprou 80% da área de aviação comercial da Embraer. (O Globo)Aécio - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) indicou a parlamentares mineiros que vai concorrer a deputado Federal nas eleições de outubro. Segundo aliados, o tucano concluiu que não há condições políticas para um novo mandato ao Senado. (O Globo)Lula - Uma comitiva do Senado esteve ontem na superintendência da PF em Curitiba onde o ex-presidente Lula está preso. Os parlamentares vistoriaram as celas e também conversaram com o petista. (O Estado de S. Paulo)Lava Jato - Adir Assad afirmou em acordo de delação premiada ter repassado, entre 2010 e 2011, de R$ 1,2 milhão a R$ 1,4 milhão em espécie para a Yuny Incorporadora - empresa que tem como sócios Marcos e Marcelo Yunes, filhos do advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer. (O Estado de S. Paulo)Eletrobrás - O desembargador Federal André Fontes, do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª região), suspendeu a liminar que impedia o leilão de seis distribuidoras de energia elétrica da Eletrobrás. A decisão foi tomada ontem. (todos os jornais)Rota 2030 - Mudanças defendidas por congressistas podem ampliar o custo de R$ 1,5 bilhão por ano estimado pelo governo Federal ao estabelecer as regras do Rota 2030, programa de incentivos à indústria automotiva. (manchete Valor Econômico)Concessões - Após um ano de avanços e retrocessos, o presidente Michel Temer deve assinar nos próximos dias o decreto que regulamenta a devolução de concessões de infraestrutura em dificuldades financeiras. (Valor Econômico)Lixo - Dezesseis capitais brasileiras terão que encontrar novo destino para seu lixo por determinação do STF. Numa decisão de fevereiro, a Corte proibiu a construção de aterros sanitários em áreas de proteção permanente. (manchete Folha de S.Paulo)Saúde - O diretor da ANS, Rodrigo Aguiar, afirmou que o órgão pretende manter a regra que fixa limite de 40% para exames e consultas em planos de saúde de coparticipação e franquia, que foi suspensa pela presidente do STF, Cármen Lúcia. (manchete O Globo)BNCC - O Ministério da Educação decidiu alterar e ampliar a Base Nacional Comum Curricular referente ao ensino médio. Os ajustes serão feitos para atenuar as resistências à proposta - a meta do governo Michel Temer é que ela seja aprovada ainda em 2018. (Folha de S.Paulo)Trump - O presidente Donald Trump disse ontem que aceita a conclusão dos serviços de inteligência dos EUA, de que a Rússia interferiu nas eleições de 2016, e que se expressou de maneira errada no dia anterior com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. (todos os jornais)
terça-feira, 17 de julho de 2018

Cenário - 17.7.18

Mergulhados em dificuldades políticas que impedem o fechamento de alianças, os partidos que disputam o Planalto passaram a interpretar a cena econômica como um fator de risco na hora de tomar decisões. A recente investida do Congresso contra quase tudo que possa soar como controle de gastos em 2019 tem forçado a revisão da estratégia na busca por apoios. Os dados de conjuntura do primeiro semestre começam a aparecer e são desanimadores. 1) a greve dos caminhoneiros derrubou o PIB, 2) o dólar encareceu insumos importantes na produção, 3) o emprego formal não reage, 4) os índices de confiança continuam assombrados pelo pessimismo. As dificuldades de curto e médio prazos já instaladas desafiam a retórica partidária tradicional. Os reflexos estão por toda parte. Não surpreende, por exemplo, o fato de que programas de governo ainda não estejam prontos. E que os pré-candidatos se esquivem de apresentar nomes que eventualmente vão compor o Ministério. Partidos 1 Fluxos de trabalho Os partidos sabem que se a definição de alianças não acontecer logo muitos assumirão o risco de perder força para negociar espaços de poder a partir do próximo ano. A semana está movimentada porque este é o momento em que as possibilidades se concretizam ou deixam de existir. Partidos 2 A largada As convenções partidárias vão começar a acontecer sem que o todo e as partes estejam alinhados. Essa será, com certeza, uma das características mais marcantes da corrida eleitoral. O PDT fará seu encontro na sexta-feira, 20, com a confirmação de Ciro Gomes. Já o MDB agendou para 2/8 e - até agora - tem dado sinais majoritários de que indicará Henrique Meirelles. No PT, o evento está agendado para 4/8 e o nome a ser lançado é Lula. Estados Possibilidades em Minas A dissolução do diretório do MDB em Minas Gerais, ocorrida ontem, favorece arranjos com o PT em favor de uma reedição da aliança no Estado. Apesar disso, não está descartado um acordo com Antonio Anastasia, do PSDB. O centro da questão está em composição que permita ampliar as chances de crescimento das bancadas estadual e Federal do MDB mineiro. TSE Voto em trânsito De hoje até a próxima segunda-feira, 23, o eleitor poderá habilitar-se na Justiça Eleitoral para votar em trânsito, indicando o local de preferência. O TSE divulgará atualizações periódicas na internet dos locais onde haverá voto em trânsito. Agenda Cúpula - O presidente Michel Temer embarca hoje para Cabo Verde, onde participará da 12ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com previsão de retornar ao Brasil amanhã. Visita - A princesa Mako, neta mais velha do imperador do Japão Akihito, chega hoje ao Brasil para uma visita de duas semanas. Estão previstos eventos comemorativos dos 110 anos da chegada dos primeiros imigrantes japoneses. Nos jornais Invasão - Ao menos duas salas foram invadidas no Ministério do Trabalho. O local foi isolado pela Polícia Federal para perícia. A pasta é alvo da operação Registro Espúrio, que investiga fraudes na concessão de registros sindicais, e provocou a queda do ministro Helton Yomura no início do mês. (todos os veículos)Temer - Um novo documento reforça a suspeita da Polícia Federal de que a Argeplan, empresa do coronel João Batista de Lima Filho, intermediava pagamentos ilícitos ao presidente Michel Temer, na década de 90. O documento foi anexado no inquérito dos portos. (O Globo)Bunker - A operação Pedra no Caminho, braço paulista da Lava Jato, aponta que Laurence Casagrande, ex-secretário de Geraldo Alckmin (PSDB), tinha uma espécie de "bunker" para guardar documentos supostamente escondidos na sede da Companhia Energética de São Paulo. Também foram encontrados arquivos da Dersa. (O Globo)Dirceu - A PF informou ao juiz Sérgio Moro que abriu um terceiro inquérito para investigar pagamentos indevidos feitos pela Engevix ao ex-ministro José Dirceu. A intenção é apurar os novos pagamentos feitos pela construtora em benefício de Dirceu, e a existência de uma conta corrente entre o ex-ministro e o lobista Milton Pascowitch. (O Globo e O Estado de S. Paulo)Centrão - O bloco de partidos médios e pequenos dá sinais de que pode estar perto do fim. O período de convenções se inicia na próxima sexta-feira, e o grupo - formado por DEM, PP, PRB e Solidariedade - está dividido. (O Globo)Eleições - A quatro dias do início das convenções partidárias que definirão os candidatos à presidência da República, o cenário de indefinição persiste na grande maioria das pré-campanhas. Segundo analistas, há um reflexo da polarização PT-PSDB. (O Estado de S. Paulo)CPLP - Em artigo, o presidente Michel Temer aborda sua visita a Cabo Verde, que acontece hoje e amanhã, para a Cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Fala sobre a cooperação no âmbito da cúpula. (O Globo)Saúde - A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, atendeu a um pedido do Conselho Federal da OAB e suspendeu a resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar que autorizava as operadoras a cobrarem até 40% do valor de procedimentos e entraria em vigor em dezembro. (manchete de O Globo)Alimentos - Grandes fabricantes de alimentos perdem participação no mercado global e estão sendo pressionadas pelos consumidores a inovar. Para isso, mudam fórmulas de produtos e se aproximam de startups para acelerar a busca por produtos melhorados, com menos açúcar, sódio, gorduras e conservantes. (manchete do Valor Econômico)PIB - Sob efeito da greve dos caminhoneiros, a atividade econômica despencou em maio. O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), divulgado ontem, mostrou recuo de 3,34% em maio ante abril. Foi o maior tombo mensal da série histórica, iniciada em janeiro de 2003. (todos os veículos)Emprego - Embora o número de vagas com carteira assinada seja positivo no ano, o ritmo de contratações tem mostrado forte desaceleração nos últimos três meses. O mercado de trabalho pode fechar 2018 com um saldo líquido de 220 mil vagas com carteira - a previsão era de criar um milhão de novos postos com carteira. (Folha de S.Paulo)Dólar - A alta de 18% do dólar no primeiro semestre fez subir os custos com matéria-prima e investimentos, principalmente na indústria. Isso pode levar as companhias a adiar investimentos e contratações. (manchete de O Estado de S. Paulo)Aço - Os EUA entraram ontem com cinco ações de disputa separadas na OMC questionando as medidas retaliatórias adotadas por China, União Europeia, Canadá México e Turquia após Washington impor sobretaxas a importações de aço e alumínio. (O Estado de S. Paulo, O Globo e Folha de S.Paulo)Trump - O presidente dos EUA, Donald Trump, e a contraparte russa, Vladimir Putin, negaram categoricamente durante encontro bilateral ontem, que Moscou tenha interferido nas eleições de 2016. As declarações, bem como a amigável postura de Trump para com o mandatário russo, repercutiram mal nos EUA. (manchete da Folha de S.Paulo)
segunda-feira, 16 de julho de 2018

Cenário - 16.7.18

A temporada de convenções partidárias terá início na sexta-feira, 20, e até agora há pouco ou quase nada definido entre as pré-candidaturas ao Planalto. Mesmo aquelas que se autodeclaram competitivas continuam reféns de arranjos locais e/ou na dependência de encontrar vices que ainda não existem no mercado. O fim de semana foi de conversas e novos pactos. Também ficou marcado por testes e sondagens. Em reuniões de cúpula em Brasília e São Paulo, algumas legendas refizeram os cálculos. O potencial e os riscos atrelados a nomes tradicionais já apresentados ao público se misturaram. Do lado das "novidades", permanecem incertezas que vão influenciar o ritmo dos acordos nos próximos dias. Partidos Dança sem par A despeito das pressões de momento, siglas como DEM, PP, PSD, SD, PR e PRB, além do PSB, adotaram como estratégia levar até o limite do possível as conversas para se aliarem a alguém na corrida presidencial e nos Estados. Propaganda 1 De olho no tempo Alianças que garantam um bom tempo para o programa de TV e rádio mexem com o imaginário e os nervos dos partidos. Neste período pré-convenções, assegurar visibilidade é fundamental para a chapa que concorrerá à presidência, mas determinante também para aumentar a confiança de quem vai disputar vaga no Congresso. Propaganda 2 Datas que importam No dia 16/8, estará autorizada pelo TSE a realização de propaganda eleitoral: comícios, carreatas, panfletagem e exposição na Internet. A propaganda eleitoral no rádio e na televisão vai começar no fim do mês, dia 31. Reunião Preliminares Dos 35 partidos registrados no país, 15 já indicaram representantes para participar da reunião com o TSE na quarta-feira, 18, para tratar do registro de candidaturas e outros itens relacionados. Agenda Crescimento - O Banco Central divulga hoje o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de maio. Trump + Putin - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, encontram-se hoje em Helsinque, na Finlândia. Eleições - O governador de São Paulo, Márcio França, pré-candidato à reeleição pelo PSB, será entrevistado hoje no programa Roda Viva, da TV Cultura. FIES - Começam hoje as inscrições para 155 mil vagas do Fundo de Financiamento Estudantil. ProUni - A lista de aprovados na segunda chamada do Programa Universidade para Todos do segundo trimestre será divulgada hoje. eSocial - A partir de hoje, todas as empresas devem aderir ao eSocial. Nos jornais Lula - Ex-ministro do STF e um dos principais advogados do ex-presidente Lula, Sepúlveda Pertence enviou carta ao petista comunicando a intenção de deixar a banca de defesa "com pesar". Segundo dirigentes do PT, Pertence deixou claro que as divergências com outros advogados da causa motivaram a decisão. (O Globo)Barroso - Relator de uma ação que prevê a possibilidade de candidatos não filiados a partidos disputarem as eleições, o ministro do STF Luís Roberto Barroso decidiu não liberar o caso para votação no plenário antes de outubro. A justificativa é de que o tempo seria curto para viabilizar a uma eventual mudança neste ano. (O Estado de S. Paulo)Lava Jato 1 - Ainda pouco conhecida nas investigações da Lava Jato, a conta da Odebrecht com o megadoleiro Dario Messer, que está foragido, movimentou US$ 300 milhões ao longo de quatro anos, segundo delação premiada firmada por operadores no Rio. (Folha de S.Paulo)Lava Jato 2 - As seis maiores empreiteiras brasileiras perderam R$ 55 bilhões em faturamento desde 2015. Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Mendes Júnior e Constran tiveram receitas reduzidas a um quarto nesse período, reflexo da crise econômica e da Lava Jato. (manchete de O Estado de S. Paulo)Judiciário - De 146 casos analisados desde 2008 pelo Conselho Nacional de Justiça, 58 magistrados foram punidos com aposentadoria compulsória, pena máxima da esfera. Desse número, porém, só dois foram condenados até agora em ações criminais no âmbito da Justiça. (O Estado de S. Paulo)Investimentos - A rentabilidade dos maiores fundos de previdência aberta está abaixo do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), principal referência do mercado de renda fixa e que segue de perto a oscilação da Selic. (manchete do Valor Econômico)Mortalidade infantil - Pela primeira vez desde 1990, houve aumento na taxa de mortalidade infantil do Brasil em 2016. A epidemia do vírus da zika e a crise econômica são apontadas pelo Ministério da Saúde como causas do crescimento. (manchete da Folha de S.Paulo)Ocupações - Com crescimento de áreas de favela de 28,8%, entre 2014 e 2017, Várzea Grande e Vargem Pequena são, ao lado de Guaratiba, cenário de exploração imobiliária sem precedentes que tem por trás grupos paramilitares. (manchete de O Globo)
sexta-feira, 13 de julho de 2018

Cenário - 13.7.18

Os números da economia e as projeções associadas a eles costumam influenciar o sentimento do eleitor. Não por acaso, os indicadores que serão divulgados na próxima quinzena e ao longo de agosto consolidando o primeiro semestre despertam atenção especial dos gurus de campanha responsáveis pela elaboração dos planos de governo. Em muitos sentidos, o balanço parcial de 2018 é desafiador. As revisões de crescimento do PIB recolocam em foco a capacidade (ou não!) de o país superar de forma plena os anos de recessão. O mesmo se aplica ao mercado de trabalho: a taxa de desemprego ainda muito elevada mostra que os efeitos colaterais da crise sobre o consumo e a renda vieram para ficar. O discurso de necessidade de reformas está no dia a dia de todos os pré-candidatos, mas inserido como retórica de palanque apenas. O problema é que o agravamento da realidade econômica de agora e as incertezas em torno das perspectivas para 2019 pedem bem mais do que isso. Quem sonha com o Planalto precisa mostrar a que veio. Ainda em construção, os eixos dos programas de governo estão em fase final de discussão entre os partidos e vão servir de base para as propagandas eleitorais. A mágica está para começar! No rádio e na TV, perguntas sobre como, quando e por que começarão a ser respondidas a partir de 31 agosto. Partidos Aproximação e nuances O apoio do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), ao PT nas eleições presidenciais elevará o debate interno do PSB com as posições pró-Alckmin do governador de São Paulo, Márcio França, e apoiadores de Ciro Gomes. Questões regionais são centrais na definição da aliança e tendem a ganhar ainda mais peso nas próximas duas semanas. A neutralidade segue, no entanto, como alternativa. Votação Infraestrutura eleitoral Termina na próxima segunda-feira, 16, o prazo para que os TREs designem os locais de votação dos municípios com mais de 100 mil habitantes que terão seções para o voto em trânsito. Congresso A pauta, a conta e as queixas O Congresso está sob ataque por ter encerrado o primeiro semestre legislativo abrindo tantas frentes de gastos e, aparentemente, se preocupando pouco com o que virá em 2019. A atual equipe econômica, que já estabeleceu pontes com todas as pré-campanhas ao Planalto, elevou o tom das críticas nos últimos dois dias. O ministro da Fazenda Eduardo Guardia é o principal porta-voz, mas alertas secundários têm partido também do Ministério do Planejamento e do Tesouro Nacional. Agenda Serviços - O IBGE divulga hoje a Pesquisa Mensal de Serviços referente a maio. Estados - O governo do Rio paga hoje os salários integrais de junho para todos os servidores ativos, inativos e pensionistas. Nos jornais Lava Jato 1 - Por falta de provas, o juiz Ricardo Leite, da 10ª vara Federal, em Brasília, absolveu o ex-presidente Lula e mais seis réus da acusação de atuar para obstruir investigações da Lava Jato. É a primeira vez em que o petista é isentado em uma ação penal relacionada à operação. (todos os veículos)Lava Jato 2 - Também foram inocentados o ex-senador Delcídio Amaral, o banqueiro André Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai, todos acusados de participar de trama para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. (todos os veículos)PSDB + PSD - Geraldo Alckmin selou nos últimos dias uma aliança com o PSD para as eleições 2018. O anúncio oficial deverá ocorrer na convenção da sigla, prevista para o dia 28 deste mês ou 4 de agosto. (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo)Crivella - A Câmara Municipal do Rio rejeitou ontem os dois pedidos de abertura de processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella. (todos os veículos)Sindicatos - Mesmo com o fim da contribuição sindical compulsória, números do Ministério do Trabalho revelam que o interesse pela criação de sindicatos se mantém. Há um estoque de cerca de 2 mil pedidos de registros sindicais, sendo 1.500 prontos para serem concedidos. (O Globo)Petrobras - Há pouco mais de um mês no comando da Petrobras, Ivan Monteiro defende a adoção de mecanismo que suavize as flutuações nos preços dos combustíveis. Esse mecanismo poderia ser um imposto, que aumentaria automaticamente quando o preço estivesse baixo ou diminuiria na hipótese contrária. (manchete do Valor Econômico)Saneamento - O novo marco legal do saneamento básico permite que tarifas de limpeza urbana sejam cobradas na conta de água e esgoto quando o serviço de coleta e tratamento do lixo, por exemplo for prestado em regime de delegação, que inclui as concessões a empresas privadas. (Folha de S.Paulo)Contas públicas 1 - Em entrevista, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirma que ampliar a concessão de benefícios tributários a setores específicos da economia é "absolutamente inoportuna" para o país e vai exigir medidas compensatórias para fechar as contas. (manchete de O Estado de S. Paulo)Contas públicas 2 - Entre projetos que tramitam às pressas no Congresso e medidas de contenção de gastos que a equipe econômica não conseguiu aprovar, pode ser empurrado para o próximo presidente da República uma conta de R$ 68 bilhões apenas em 2019. Imperícia fiscal de União, Estados, municípios e Congresso engrossam a conta. (Folha de S.Paulo)Assédio - Pesquisa realizada com funcionários do Banco Mundial mostra que uma de cada quatro mulheres que responderam à enquete afirma ter sofrido assédio sexual na instituição. O resultado, com cerca de 800 pessoas relatando episódios, foi obtido entre 5.056 colaboradores do banco, onde trabalham 24 mil pessoas. (Folha de S.Paulo)Educação - O estado precário das escolas da prefeitura é alvo do relatório do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, que começou a ser votado ontem. Os auditores constataram no ano passado, em pesquisa feita por amostragem em 194 unidades, que 57,4% delas (112) estavam em más condições. (manchete de O Globo)Internacional - Um dia depois de distribuir críticas aos líderes da Otan em Bruxelas, o presidente americano, Donald Trump, chegou à capital britânica sob protestos da população local, e com mais declarações que agitaram as já fragilizadas relações entre os dois países. (todos os veículos)
quinta-feira, 12 de julho de 2018

Cenário - 12.7.18

O clima de 'libera geral' que moveu a pauta do Congresso nesta semana pré-recesso antecipa em parte a tensão orçamentária que deverá marcar agosto. As pressões do funcionalismo público e a cena eleitoral influenciaram bastante as votações em plenário e, ontem, ajudaram a desfigurar a LDO de 2019. Foram aprovados, entre outras janelas para novos gastos, a manutenção de reajustes dos servidores Federais, a criação de mais cargos e a retirada de qualquer percentual de redução de despesas para o custeio da máquina. O governo tem até o fim do próximo mês para fechar o Orçamento de 2019. Os apelos da equipe econômica e a realidade fiscal que se impõe cada dia mais grave devem colocar o Planalto frente a vários dilemas. Vetar as medidas que ampliam despesas da União é um deles. Manter o discurso de austeridade em plena corrida às urnas é outro. Orçamento Breves sínteses oficiais A Câmara elaborou uma lista com os principais pontos aprovados na LDO 2019 e disponibilizou em seu site. Já o Senado oferece em seu portal uma série de animações criada para explicar o orçamento público. Eleições A correria de julho A pouco mais de uma semana para o início do período das convenções partidárias, candidaturas carentes de visibilidade se agitam. Quem busca se firmar para se eleger ou se reeleger sabe que o mês é crítico e de muitas definições que costumam fugir do controle. Centrão Hora (ou não) de definir Os partidos que formam o chamado 'centrão' guardam distâncias estratégicas entre si neste momento de cobranças por apoios ao Planalto. Como está, a realidade confunde o mundo político e adensa cortinas de fumaça que desorientam também a opinião pública. Na próxima semana, a expectativa é que algumas legendas que compõem o bloco decidam que rumo tomar. Lula O Judiciário e a política A decisão da Justiça de proibir atos de campanha em favor e envolvendo do ex-presidente Lula confirma os temores do PT, que terá de lidar com uma série de restrições. Agenda Impeachment - A Câmara do Rio de Janeiro discute hoje, em sessão extraordinária, dois pedidos de impeachment protocolados contra o prefeito Marcelo Crivella. Varejo - O IBGE divulga hoje a Pesquisa Mensal do Comércio. Projeções - O Ministério da Fazenda divulga o Prisma Fiscal, com previsões do mercado para o resultado fiscal do governo. Nos jornais Lula - A juíza Carolina Moura Lebbos, da 12ª vara Federal de Execuções Penais de Curitiba, negou pedido apresentado pela defesa do ex-presidente Lula para gravar vídeos, conceder entrevistas e fazer, por meio de videoconferência, atos de pré-campanha, além de participar "presencialmente" da convenção do PT. (manchete de O Globo) Lula x TRF-4 - A procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, pediu ao STJ a abertura de um inquérito para investigar a conduta do desembargador Rogério Favreto, do TRF-4. Dodge aponta suspeitas de crime de prevaricação e sustenta que Favreto agiu para "satisfazer a interesse ou sentimento pessoal". (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e Valor Econômico) TRE - O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, desembargador Carlos Eduardo da Rosa da Fonseca Passos, disse que foi solicitada a atuação de tropas Federais no Estado durante as eleições deste ano. (O Globo) Funcionalismo - O Congresso Nacional retirou do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2019 o dispositivo que impede reajustes a servidores públicos e criação de cargos no próximo ano. (Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo) Pauta-Bomba - Deputados e senadores estão aprovando uma série de projetos que aumentam gastos ou abrem mão de receitas para beneficiar setores específicos, cujo impacto pode ultrapassar os R$ 100 bilhões nos próximos anos. (manchete de O Estado de S. Paulo) Odebrecht - O plenário do Tribunal de Contas da União recuou ontem da proposta de suspender o acordo de leniência firmado pela Odebrecht com o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União e a Advocacia-Geral da União. (Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo) OAS - Foi homologado pelo STF o acordo de delação premiada de oito ex-empregados da OAS que trabalhavam no setor responsável pelo caixa dois e pelos repasses de propinas. (Folha de S.Paulo) Leilão - O governo decidiu promover o leilão das distribuidoras de energia, no dia 26, mesmo que o Senado adie para agosto a votação do projeto de lei que reforça a segurança jurídica da operação. (manchete do Valor Econômico) Frete 1 - Menos de quatro horas depois de a Câmara dos Deputados aprovar a medida provisória que anistia as multas de trânsito ou decisões judiciais aplicadas durante a greve dos caminhoneiros, o Senado deu seu aval à proposta. (O Globo, Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo) Frete 2 - Com a nova lei, mais de R$ 700 milhões em multas aplicadas por decisão do STF serão perdoadas, caso o presidente Michel Temer sancione o texto. A Advocacia-Geral da União recomendará. (O Globo, Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo) Aço - As siderúrgicas brasileiras ampliaram fortemente as vendas para os Estados Unidos em junho, no primeiro mês de vigência das cotas criadas pelo governo de Donald Trump para limitar a entrada de aço e alumínio do exterior. (manchete da Folha de S.Paulo)
quarta-feira, 11 de julho de 2018

Cenário - 11.7.18

A aprovação pela Câmara nesta madrugada do PL 10332/18 que viabiliza a privatização de seis distribuidoras de energia controladas pela Eletrobras corre contra o tempo. Encaminhado ao Senado, o projeto assume a condição de prioridade do governo, já que o leilão das companhias do Norte e Nordeste está agendado para o dia 26/7. Para reunir apoio dos senadores, o Planalto terá de colocar à prova toda sua capacidade de negociação. A proximidade do recesso e os problemas políticos que o tema causa são obstáculos importantes. Teoricamente o leilão já poderia ocorrer porque as distribuidoras estão sem contratos de concessão vigentes e o TCU já aprovou o edital para a venda. Eleições 'Centrão', DEM, PSDB, PT, PSB... Enquanto se organizam para o início da temporada de convenções, os partidos aparam as muitas arestas que bloqueiam acordos internos e entre si. O debate travado pelas legendas não está restrito apenas à definição de vices - isto é o que está mais visível à opinião pública. As primeiras ações em 2019, a relação que o novo governo terá com os Estados e a divisão de poder/cargos em nível Federal - respeitando o perfil da base de apoio que será formada no Congresso - são os itens de maior peso colocados sobre a mesa nesta fase pré-eleitoral. Lula Balanço da semana A confusão de domingo e a guerra de decisões judiciais envolvendo o ex-presidente Lula estão bastante vivas na estratégia do PT de manter o tema em alta pelo maior tempo possível. O partido tem quase tudo pronto para o ato público que fará na próxima sexta-feira, 13, em Porto Alegre, em frente ao TRF-4. Câmbio O comportamento do dólar A queda de ontem e os movimentos observados desde segunda-feira afrontam as teorias que ganharam força no mercado na semana passada. A alta do dólar perdeu força e o Banco Central não tem feito leilões extraordinários de swaps cambiais. Guerra comercial As reações da China As primeiras manifestações de autoridades chinesas, logo cedo, contra a nova taxação imposta pelos Estados Unidos a produtos exportados pelo país sinalizam que a reação será proporcional e à altura. A China acusa os americanos de intimidação e que pretende acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC). Agenda TCU - Consta na pauta de hoje do Tribunal de Contas da União o pedido de suspensão do acordo de leniência que o governo Federal assinou com a construtora Odebrecht. Indústria - O IBGE divulga hoje a Pesquisa Industrial Mensal: Produção Física - Regional de maio. LDO - A Comissão Mista de Orçamento reúne-se hoje para votar o parecer do relator, senador Dalirio Beber (PSDB-SC), ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019. O texto pode ser votado em plenário ainda hoje também. Nos jornais Caso Lula - A presidente do STJ, ministra Laurita Vaz, negou liminarmente ontem habeas corpus ao ex-presidente Lula e afirmou que não era atribuição do juiz plantonista do TRF-4 mandar soltar o petista. (todos os veículos) Eleições - A maioria dos partidos deixou as convenções para os últimos dias do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral - fixado entre 20 de julho e 5 de agosto. (O Globo) Temer - A procuradoria-Geral da República concordou com o pedido da Polícia Federal para prorrogar o inquérito dos portos, que investiga o presidente Michel Temer no STF. (O Globo) Crivella - Os vereadores de oposição ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), conseguiram as 17 assinaturas para suspender o recesso da Câmara Municipal e analisar os pedidos de impeachment. (Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo) Consumidor - O Senado aprovou projeto que cria um sistema de proteção de dados pessoais no Brasil. O projeto estabelece um marco legal, define tratamento e como deve ser o uso das informações. (manchete da Folha de S.Paulo) Delator - O empresário Leandro Camargo afirmou em delação que os deputados Federais Francisco Floriano (DEM-RJ) e Júlio Lopes (PP-RJ) receberam propina do empresário Miguel Iskin, apontado como organizador do cartel internacional em pregões do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia e da Secretaria de Saúde do Rio. (Folha de S.Paulo) Crédito - Enquanto empresas como Eletrobras já obtiveram liminares que autorizam o uso de créditos fiscais para pagar Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, outras companhias aguardam uma possível solução pelo Congresso, por meio da Medida Provisória 836. (manchete do Valor Econômico) Saúde - Relatório do Tribunal de Contas do Município revela que a fila para o atendimento de saúde no Rio, gerenciada pelo Sistema de Regulação, tem discrepâncias entre o número de agendamentos registrados e o de procedimentos informados pelas unidades de saúde. (manchete de O Globo) Energia - A Câmara dos Deputados aprovou uma emenda que dá isenção do pagamento de contas de luz de até 70kWh por mês a famílias de baixa renda. Hoje, a Tarifa Solidária dá descontos escalonados de acordo com a quantidade de consumo. Com 30kWh por mês, é de 65%, até chegar a 10% com o gasto de 220kWh por mês. (Folha de S.Paulo) Eletrobras - A aprovação do projeto de lei que destrava a venda das distribuidoras da Eletrobras vai fazer a conta de luz aumentar entre 4% e 5% em 2019. Uma das emendas colocadas no texto aprovado na Câmara transfere a conta das subsidiárias da região Norte com furtos de energia, conhecidos como "gatos", para todos os consumidores do país. (manchete de O Estado de S. Paulo) EUA x China - Os Estados Unidos anunciaram ontem novas tarifas envolvendo US$ 200 bilhões em produtos chineses. O montante corresponde a cerca de 40% das vendas chinesas anuais para os EUA. (Folha de S.Paulo e Valor Econômico)
terça-feira, 10 de julho de 2018

Cenário - 10.7.18

A semana pré-recesso é cercada de baixíssimas expectativas no Congresso, mas ao menos um grande tema está às portas de ser votado. Amanhã, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2019 entrará na pauta. Pelo cronograma acertado entre os partidos, o texto passará pela Comissão Mista de Orçamento e, no mesmo dia, em sessão conjunta de deputados e senadores. O último ato antes da folga de julho costuma dar boas pistas sobre o que esperar da segunda metade do ano no Legislativo. A LDO assumiu as feições da crise, incorporando parte do discurso de austeridade repetido pelo mercado. Está mais restritiva com os gastos e mais realista com as receitas. Isso não quer dizer, no entanto, que esteja blindada de pressões. As forças que agem sobre o Orçamento da União costumam atuar com carga máxima já a partir de agosto. São pedidos de reajuste ao funcionalismo, créditos fora de hora e despesas sem lastro que em anos eleitorais, especialmente, se descolam ainda mais da realidade. Conjuntura Pessimismo na virada Boa parte das expectativas macroeconômicas divulgadas no início de 2018 não se sustentam mais. Com isso, as projeções para o segundo semestre estão sendo refeitas por analistas, consultorias, setor produtivo, bancos e governo. A revisão não é inédita - já mobilizou esses mesmos agentes tempos atrás. Também não será a última. O comportamento arredio do câmbio, as incertezas que rondam a produção industrial, as dificuldades no mercado de trabalho, os números do campo e as eleições ainda vão impactar bastante nas planilhas de agosto e setembro. Eleições 1 Reflexos de curto prazo A saída de José Luiz Datena da disputa ao Senado pelo DEM na chapa de João Doria mexe bastante com a estratégia tucana. Os planos traçados especialmente para o apresentador de TV não podem ser aplicados a mais ninguém. Eleições 2 O candidato do Planalto O MDB definiu que fará sua convenção nacional em 4 de agosto. Algumas das principais lideranças do partido se articulam para manter as pontes desobstruídas ao longo de julho e, com isso, preservar internamente a atmosfera que sustenta a ideia de candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles. Lula x TRF-4 Embate sob outra ótica A disputa jurídica envolvendo a libertação do ex-presidente Lula no último domingo reativou entre os chamados partidos de esquerda o debate em torno de estratégias para chegar ao 2º turno da corrida ao Planalto. A tese sobre uma eventual união entre legendas voltou à tona. Fake news Jogo da verdade O acordo articulado pelo TSE para evitar a disseminação de fake news nas eleições de 2018 já conta com a assinatura de 28 partidos. Agenda Frete - A MP 832 que estabelece pisos mínimos para o serviço de frete pode ser votada hoje na Câmara. Posse - Às 15h, no Planalto, Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello toma posse como ministro do Trabalho. Campo - O IBGE divulga hoje o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola referente a junho. Nos jornais PGR - A procurador-Geral da República se manifestou no sentido de que somente o STJ aprecie recursos a favor do ex-presidente Lula. (manchete de O Estado de S. Paulo) CNJ - O Conselho Nacional de Justiça recebeu oito reclamações disciplinares e pedidos de providências contra o desembargador Rogério Favreto, do TRF-4. (O Estado de S. Paulo e O Globo) Centrão - Partidos médios e pequenos começam a dar sinais de rachadura, o que pode ser decisivo para a composição de chapas nas próximas eleições (Folha de S.Paulo) Datena - O apresentador Luiz Datena retornou à TV ontem, enterrando de vez a ideia de ser candidato ao Senado pelo DEM. (todos os veículos) Ministro - O advogado Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello será o novo ministro do Trabalho em substituição a Helton Yomura, afastado após ter sido alvo de operação da Polícia Federal. (todos os veículos) Geddel - A juíza Federal substituta da 5ª Vara Federal do Distrito Federal, Diana Wanderlei, tornou o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) réu por improbidade administrativa. (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo) Temer - A menos de seis meses para o fim do mandato, Michel Temer acelerou a liberação de verba do Orçamento indicada por parlamentares. (O Estado de S. Paulo) PIB - A expectativa de que 2018 seria um ano de retomada da economia está sendo frustrada a cada novo indicador. Os efeitos da greve dos caminhoneiros persistem e há quem veja 'teto' de 1,5% para o PIB. (manchete de O Globo) Odebrecht - A Odebrecht fechou com a União acordo de leniência de R$ 2,72 bilhões, que serão pagos em 22 anos. A negociação, primeira fechada com uma grande empreiteira envolvida na Lava Jato, está sendo contestada pelo TCU. (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo) ICMS - Ao mesmo tempo em que reduziram o ICMS sobre o óleo diesel, 13 governos estaduais decidiram aumentar a taxação da gasolina, por meio de elevação no preço de referência sobre o qual incide o imposto. (manchete da Folha de S.Paulo) Fundos - Fundos que compram participações acionárias em empresas devem captar de US$ 3,5 bilhões a US$ 3,7 bilhões neste ano, maior montante desde 2014. (manchete do Valor Econômico)
segunda-feira, 9 de julho de 2018

Cenário - 9.7.18

O estresse jurídico causado pela sequência de decisões conflitantes envolvendo o ex-presidente Lula não poderia ter ocorrido em melhor momento para o PT e sua tese de libertação do ex-presidente. Justamente hoje o partido dará início a uma nova tentativa de nacionalizar a pressão pela soltura do petista. Um calendário de mobilizações populares será testado em cidades importantes. E durante a semana, o abaixo-assinado 'Lula Livre' vai viajar o país sustentando a ideia da pré-candidatura ao Planalto. Depois de tudo o que aconteceu ontem - do planejamento prévio de embate com o TRF-4 à exposição das divergências instaladas no Judiciário como um todo -, o PT acredita que pode contagiar mais gente. Os atos públicos e as manifestações das lideranças do partido pretendem inflamar a cena. A estratégia é manter a ebulição até o dia 15 de agosto, data da marcha a Brasília para o registro da candidatura Lula no TSE. Datas Seguindo o roteiro No dia 28 de julho, no Rio de Janeiro, vai acontecer o festival Lula Livre, que contará com as participações de Chico Buarque e Gilberto Gil. Já no dia 31, representantes de movimentos sociais iniciam uma greve de fome em frente ao STF. Justiça Polêmica sem fim Os ataques e contra-ataques vistos ontem engrossaram o caldo das críticas sobre a ausência de uma posição definitiva do STF em torno da prisão em 2ª instância. A questão ganha cada vez mais corpo em conflitos nas instâncias inferiores. Os julgamentos monocráticos entram, assim, na lista dos assuntos considerados indutores de instabilidade jurídica. Análise Guerrilha e contra-guerrilha Alon Feuerwerker escreve em sua Análise e Conjuntura Política que a guerra em torno da liberdade ou não de Lula é "assimétrica". E justifica que é natural que as forças lulistas acabem levadas a táticas de guerrilha. Alianças 1 O jogo de momento Os partidos não escondem as dificuldades e estão, de fato, com problemas para formar palanques que sejam compatíveis nacional e localmente. O cálculo mais pragmático adotado pela maioria deles neste início de julho tem levado em conta a formação de alianças informais. Quando o segundo turno chegar, os acordos serão repactuados. Alianças 2 Os planos do PSB O PSB planeja uma reunião de cúpula para a segunda quinzena de julho. Pretende fechar posição com as direções regionais e definir apoio na esfera federal. Agenda Indicadores - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga hoje o Índice de Medo do Desemprego e o Índice de Satisfação com a Vida Eleições - O TSE fará reunião hoje com órgãos de imprensa e instituições interessadas em divulgar os resultados das eleições Nos jornais Lula - Uma ordem do juiz plantonista do TRF-4, Rogério Fraveto, abriu ontem uma guerra de decisões envolvendo a soltura do ex-presidente Lula. Juristas, advogados, o juiz Sérgio Moro, o STF e o MPF se manifestaram até que o presidente do tribunal regional, desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, foi chamado a arbitrar e determinou que o ex-presidente continuará preso (todos os veículos) Ficha-suja - Embora o desembargador Rogério Favreto tenha utilizado a pré-candidatura de Lula como um dos argumentos para determinar a soltura, o petista já foi condenado em segunda instância e está enquadrado na Lei da Ficha Limpa (O Globo) Preocupação - Pré-candidatos à Presidência e dirigentes partidários manifestaram preocupação com a insegurança jurídica no país ao comentarem a batalha judicial em torno da prisão dele (O Globo) Cármen - A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, cobrou ontem que não houvesse quebra de hierarquia na Justiça. Sem citar o ex-presidente, a ministra disse, em nota, que a democracia brasileira está "segura" (O Estado de S. Paulo) Segurança Pública - Uma carta interceptada em um presídio do interior paulista revela que um membro do Primeiro Comando da Capital pediu um advogado à cúpula da facção, após confirmar o êxito da "missão" de assassinar o agente penitenciário federal Alex Belarmino Almeida Silva. A informação consta na denúncia da Operação Echelon, que acusou 75 pessoas pelo crime de organização criminosa (Folha de S.Paulo) Petróleo - A recuperação do preço do petróleo, a venda de ativos da Petrobras e o programa de leilões permanentes de blocos exploratórios da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustível darão novas oportunidades a empresas que abriram capital na Bolsa na época da euforia com o pré-sal e passaram por turbulências (O Estado de S. Paulo) Embraer + Boeing - Preocupados com impactos da aquisição da Embraer pela Boeing, fornecedores da empresa brasileira querem que o governo proteja o setor. A cadeia produtiva dos fornecedores da Embraer no Brasil é formada hoje por cerca de 70 empresas (manchete do Valor Econômico) Internacional - Quatro dos 12 meninos presos há duas semanas em uma caverna alagadiça na Tailândia junto com o treinador de futebol foram resgatados ontem (Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo)
domingo, 8 de julho de 2018

Cenário - 8.7.18

O recesso do Judiciário mal começou e a temporada deste ano teve seu início marcado por uma verdadeira guerra de nervos logo no primeiro fim de semana do plantão. De modo surpreendente, o desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, decidiu soltar o ex-presidente Lula. Acatando pedido de habeas corpus apresentado na última sexta-feira, 6/7, pelos deputados petistas Wadih Damous (RJ), Paulo Pimenta (RS) e Paulo Teixeira (SP), Favreto considerou a pré-candidatura de Lula à Presidência como um "fato novo". A partir desse entendimento, acrescentou que a prisão do petista viola o direito constitucional de liberdade de expressão e determinou que a Polícia Federal cumprisse a ordem de libertá-lo imediatamente. Não demorou muito - menos de uma hora - e manifestações contrárias à decisão começaram a surgir. A primeira e mais contundente foi do juiz Sérgio Moro, que disse que o desembargador plantonista não é a autoridade competente para atuar nesse campo. Ao posicionamento de Moro, somaram-se outros tantos na forma de réplicas e tréplicas, trazendo à tona divergências processuais até então subexploradas. O ponto final foi dado pelo presidente do TRF-4, desembargador Thompson Flores, que decidiu que o ex-presidente Lula deve continuar preso. Flores indicou que o caso compete ao relator Gebran Neto e não a Rogerio Favreto, contestando também a justificativa de que a pré-candidatura do petista seria um "fato novo". Repercussões Os embates vistos hoje expuseram bem mais do que meras divergências jurídicas. As correntes pró e contra a prisão do ex-presidente Lula duelaram na arena política e nos tribunais para fazer valer suas posições. As idas e vindas foram permeadas por declarações públicas de pré-candidatos, juristas e parlamentares - a maioria delas bem acima do tom habitual. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, disse em nota que a Justiça é "impessoal, sendo garantida a todos os brasileiros a segurança jurídica, direito de todos". Cármen Lúcia reforçou que o Poder Judiciário tem ritos e recursos próprios, que devem ser respeitados, advertindo em tom de alerta que a democracia brasileira é "segura". Quem é Favreto O vale-tudo marcou o domingo. A vida, a carreira, o currículo, as ligações com governos petistas e algumas decisões tomadas por Rogério Favreto foram alvos de detalhamento e debate. Blogs ideológicos, portais de notícias e as redes sociais varreram a trajetória do desembargador. O que fará o PT Amanhã, a defesa do ex-presidente Lula deverá encaminhar um recurso específico ao STJ na tentativa de fazer valer a decisão que autorizava a soltura do petista.
sexta-feira, 6 de julho de 2018

Cenário - 6.7.18

O dólar está cada vez mais confortável na casa dos R$ 4 e, ao que tudo indica, testará outros patamares no segundo semestre. Por causa da cena externa e de ajustes residuais no Brasil, ontem, a moeda americana saltou para R$ 3,93 - mantendo o fôlego de alta. A realidade segue desafiando o Banco Central, que habituou-se a atuar mais fortemente no mercado nas últimas semanas. De início deu certo. Agora, menos. Não por outro motivo as cobranças voltaram a ocupar espaços na mídia. Com a política monetária dos Estados Unidos em transição, as expectativas dão sinais claros de que estão hipersensíveis. Há exageros e especulações. E nesse ambiente, o Brasil e outros países de perfis semelhantes sofrem as consequências do refluxo - erra feio quem prevê o fim disso. A confusão também está um pouco mais acentuada devido ao estresse antecipado pela guerra tarifária travada entre americanos e chineses. Nesse caso, a imprevisibilidade é gigantesca e o tempo sempre joga contra. O presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse ontem na Globonews que o câmbio está sob constante monitoramento, mas que não vai pesar a mão nem usar os juros para segurar as cotações. Com a definição das candidaturas ao Planalto ganhando corpo e entrando nos primeiros momentos decisivos antes de outubro, a estratégia de Ilan é não produzir ondas desnecessárias. Embraer e Boeing O negócio O acordo anunciado ontem por Embraer e Boeing tende a envolver embates na Comissão de Valores Mobiliários. Já há gente no mercado relendo (com lupa) o Estatuto da empresa brasileira, definido na reestruturação de 2006. Eleições A investigação e seus efeitos A nova etapa da operação Registro Espúrio, deflagrada pela Polícia Federal no Ministério do Trabalho, expõe forças políticas que integram o chamado 'centrão'. Em meio às discussões de apoios e possíveis alianças na corrida ao Planalto, o caso tem potencial para interferir no ritmo e nas conclusões das conversas. PT Calendário na mão As ações públicas que visam manter viva a ideia de uma candidatura de Lula à Presidência continuam em foco no PT. O partido organizou um cronograma de mobilizações populares e pretende atuar durante a semana de 9 a 14 de julho. Será lançado um abaixo-assinado pedindo a liberdade do ex-presidente e haverá mobilizações pelo país. No dia 15 de agosto, está programada uma marcha a Brasília. Tecla SAP Encontro no TSE O TSE promove no próximo dia 18 de julho uma reunião com partidos políticos para tratar de pontos específicos das eleições deste ano, tais como o registro de candidaturas e as mudanças no Sistema de Candidaturas (CANDex). Saúde Manaus contra o sarampo A prefeitura de Manaus decidiu manter em funcionamento hoje parte das unidades de saúde e está chamando as pessoas para se vacinarem contra o sarampo. Apesar do ponto facultativo, a cidade está mobilizada. A morte de um menino de sete meses elevou o nível de atenção das autoridades locais e a capital do Amazonas entrou em situação de emergência. A campanha de imunização foi intensificada em escolas, no comércio e diretamente nos bairros. Com 263 casos de sarampo confirmados, o Amazonas tem ainda outros 1.368 sob investigação. Agenda Comércio exterior - As tarifas comerciais dos Estados Unidos impostas à China entram em vigor hoje. Inflação - O IBGE divulga hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nos jornais Boeing + Embraer - As duas empresas assinaram um acordo de intenções para formar uma joint venture. A americana deterá 80% e a Embraer, os 20% restantes. A Boeing deverá pagar US$ 3,8 bilhões. A nova empresa terá sede no Brasil. E o negócio ainda precisa ser aprovado pelos órgãos reguladores, acionistas e pelo governo brasileiro. (todos os veículos)Investigação 1 - Afastado do cargo por ordem do ministro do STF Edson Fachin, o ministro do Trabalho, Helton Yomura (PTB-RJ), pediu demissão. Ele é suspeito de ligação com um esquema criminoso de emissão de registros sindicais. Yomura afirmou, em nota, não ter cometido nenhum ato ilícito. Eliseu Padilha é escolhido como ministro interino e acumulará pasta do Trabalho com a da Casa Civil. (todos os veículos)Investigação 2 - No pedido formulado para realizar busca e apreensão em endereços do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, a PF afirmou ter evidências de que ele manteria contato com pessoas ligadas ao Ministério do Trabalho e suspeitas de integrar o grupo que fraudava a emissão de registro sindical. (todos os veículos)Rodoanel - O TCU recomendou que a empreiteira OAS devolva R$ 33 milhões que teriam sido superfaturados nos serviços de terraplenagem e túneis nas obras do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo. (O Estado de S. Paulo)Centrão 1 - Sob o argumento de que o desgaste do PSDB após a Lava Jato atrapalha as alianças, dirigentes do Centrão - hoje rebatizado de blocão - indicaram ao pré-candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, que estão mais propensos a apoiar Ciro Gomes (PDT). (O Estado de S. Paulo)Centrão 2 - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ontem que, embora seu partido tenha maior afinidade ideológica com o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, seria mais fácil compor palanques regionais com Ciro Gomes (PDT). (Valor Econômico)Rio - O prefeito Marcelo Crivella (PRB) reuniu na quarta-feira cerca de 250 pastores, ao menos um deles pré-candidato a deputado Federal, e relatou as pretensões de seu grupo religioso para fortalecer sua participação na política nacional. (O Globo)Rota 2030 - O governo anunciou ontem o novo programa de estímulo às montadoras, o Rota 2030, com benefícios tributários abaixo dos esperados pela indústria automobilística. As empresas que aderirem ao programa gerarão créditos fiscais limitados a R$ 1,5 bilhão por ano. (todos os veículos)Segurança pública - O Primeiro Comando da Capital (PCC) montou um setor de "recursos humanos", responsável pela manutenção de um cadastro atualizado de seus integrantes, além de organizar cursos de fabricação de bombas e de formar um "time" de matadores profissionais. (manchete de O Estado de S. Paulo)EUA - A Justiça americana determinou ontem a liberação do menino brasileiro Diego Magalhães, 10, que estava em um abrigo em Chicago, separado da mãe havia 42 dias. Eles tentaram entrar no país pela fronteira com o México. (Folha de S.Paulo)
quinta-feira, 5 de julho de 2018

Cenário - 5.7.18

A política e a economia deram as mãos e a Câmara dos Deputados conseguiu votar ontem pendências importantes que ameaçavam fazer sombra nas expectativas. Um dos itens levados a plenário foi o PL 8.939/17, que permite à Petrobras transferir a outras petroleiras até 70% dos direitos de exploração do pré-sal na área cedida de forma onerosa. O texto ainda precisa ir ao Senado. Se passar, as condições favoráveis a um leilão de blocos estarão garantidas e as possibilidades de a União arrecadar R$ 100 bilhões, abertas. Os deputados também aprovaram o substitutivo ao PL 10.332/18 que permite a privatização de seis distribuidoras de energia controladas pelas Eletrobrás - os destaques serão debatidos na próxima semana: previsão de mais arrecadação. As duas votações recolocaram em foco parte da urgência econômica na qual 2019 é protagonista desde agora. A preocupação generalizada com o agravamento da crise fiscal foi um dos estímulos para a Câmara se mexer. Com a fraqueza da retomada do crescimento, o câmbio sob estresse e tantas incertezas eleitorais no ar, a conjuntura projetada para o próximo ano é - e será cada dia mais - um problema para todos os partidos.Orçamento O calendário e as contas Está tudo pronto para a Comissão Mista de Orçamento (CMO) votar na próxima quarta-feira, 11, o parecer ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2019. Mantido o trato entre os partidos, o tema deverá ser analisado no mesmo dia, em plenário, em sessão conjunta do Congresso Nacional. Destaques poderão ser apresentados até o meio-dia de hoje - registra-se que o relatório foi alvo de 1,9 mil emendas, analisadas em parte ou no todo. Basicamente, o que está colocado é 1) combate ao desequilíbrio fiscal por meio do corte de despesas administrativas, 2) veto a reajustes ao funcionalismo público e 3) barreiras a novos incentivos.Eleições 1 O que foi dito e entendido Os presidenciáveis que falaram ontem ao PIB industrial - a convite da CNI - abriram-se mais no detalhamento das propostas que pretendem emplacar caso cheguem ao Planalto. A julgar pelas análises e percepções refletidas na mídia, hoje, a performance de todos foi melhor do que em encontros anteriores. O tom mais assertivo e direto indica que o tempo para meias palavras acabou.Eleições 2 O destino de Maia O dia é de uma nova rodada de especulações em torno do que fará o DEM em relação à pré-candidatura do presidente da Câmara Rodrigo Maia.Frete Novas etapas Aprovada pela Câmara, a nova tabela do frete ainda deverá passar pelo Senado, mas é possível considerar uma possibilidade de acordo futuro com a inclusão dos transportadores autônomos, empresas de transporte, embarcadores e contratantes de frete na definição dos preços semestrais. Outro aspecto a ser considerado é a inclusão da sazonalidade da agricultura como elemento a definir valores diferenciados nos preços mínimos - demanda defendida pelos produtores rurais.Conjuntura A inflação de junho O IBGE divulgará amanhã a inflação oficial de junho (IPCA). As expectativas no mercado são de alta. A prévia (IPCA-15) que bateu em 1,11% mostrou o quanto os impactos da greve dos caminhoneiros vão demorar a ser assimilados.Agenda Sociedade - O IBGE divulga hoje a pesquisa Perfil dos Estados Brasileiros e um levantamento sobre o perfil dos municípios brasileiro.Fronteira - Os ministros Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores) e Gustavo do Vale Rocha (Direitos Humanos) visitam hoje abrigos onde estão alojadas pessoas que tentaram entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Nos jornais Eleições 1 - Em um encontro ontem com cerca de 2 mil empresários, em Brasília, pré-candidatos à presidência apresentaram propostas econômicas como o controle do câmbio e dos juros e a redução de impostos para as empresas. (manchete O Estado de S. Paulo)Eleições 2 - Rivais na disputa pelo Planalto, Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT) provocaram ontem reações antagônicas na plateia formada por empresários: Ciro foi vaiado e Bolsonaro aplaudido. (Folha de S. Paulo)Eleições 3 - No encontro com a indústria, os principais pré-candidatos trataram de temas caros ao setor, mas nem todos agradaram. Enquanto Marina e Ciro causaram desconforto ao criticar a reforma trabalhista, Bolsonaro e Alckmin foram aplaudidos diversas vezes. (O Globo)Investigação 1- A investigação de fraudes em contratos do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), de 1996 a 2017, revelou a participação da Philips e Jonhson & Jonhson. O valor dos contratos é de R$ 1,5 bilhão - R$ 600 milhões são considerados dano aos cofres públicos. (manchete O Globo)Investigação 2 - O principal executivo da General Electric para a América Latina, Daurio Speranzini Junior, foi preso temporariamente ontem na operação Ressonância, que investiga fraudes em licitações na Secretaria de Saúde do Rio e no Into. (todos os veículos)Geddel - O juiz Vallisney de Souza, da 10ª vara Federal de Brasília, absolveu o ex-ministro Geddel Vieira Lima do crime de obstrução de Justiça. Ele era acusado de tentar atrapalhar a delação de Lúcio Bolonha Funaro. (O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo)Herzog - A Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou, por unanimidade, o Brasil pelo assassinato do jornalista Vladimir Herzog, que morreu em 25 de outubro de 1975 após ser submetido a tortura. (O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo)Indústria - Após queda de 10,9% na produção de maio, na comparação com abril, a indústria deve recompor apenas parcialmente as perdas em junho, o que fará o setor fechar o segundo trimestre com uma queda expressiva, de mais de 4%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada ontem pelo IBGE. (todos os veículos)Golden Share - O Tribunal de Contas da União (TCU) deve autorizar a União a vender as ações de classe especial ("golden share", na expressão em inglês) que ainda possui em empresas privatizadas. (manchete Valor Econômico)Vacinação - Um em cada quatro municípios do país tem cobertura abaixo do ideal em todas as vacinas obrigatórias para bebês e crianças, situação que eleva a ameaça de retorno de velhas doenças e de surtos daquelas nunca eliminadas. (manchete Folha de S.Paulo)
quarta-feira, 4 de julho de 2018

Cenário - 4.7.18

Um dos mais tradicionais eventos de arrancada para as eleições presidenciais acontece daqui a pouco. Pré-candidatos e representantes do PIB industrial vão estar juntos, em Brasília, para um debate programático organizado pela Confederação Nacional da Indústria - CNI. Estarão em foco 11 setores tidos como estratégicos para o país. Diagnósticos, metas e proposições serão colocados em perspectiva a partir da conjuntura de hoje e da expectativa da indústria para o período 2018-2022. Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Henrique Meirelles (MDB), Ciro Gomes (PDT) e Álvaro Dias (Podemos) vão opinar, entre outras coisas, sobre como melhorar o ambiente de negócios, estimular a economia e gerar emprego e renda. Eleições Pensar, falar e fazer Cobrados por nem sempre deixar claro o que pretendem por em prática, caso cheguem ao Planalto, os pré-candidatos não terão muitas zonas de escape hoje. A dinâmica do evento promovido pela CNI é bem direta (veja o vídeo explicativo). Alianças O que está em jogo A corrida por apoios ao centro em torno de Geraldo Alckmin e Ciro Gomes vem, aos poucos, sendo afunilada. Esse movimento marcará os próximos dois meses. Os possíveis aliados fazem as contas e consideram, além da viabilidade eleitoral instalada, o potencial de crescimento das duas candidaturas até meados de agosto. Privatizações Ecos da conjuntura brasileira A decisão do ministro do STF Ricardo Lewandowski de proibir a privatização de estatais sem aval do Congresso impacata as ações e os próximos passos de investidores interessados em negócios com a Petrobras. Antes de tomar alguma decisão, esticaram os prazos de observação sobre os movimentos na estatal para 2019. O sinal da Câmara emitido ontem, no entanto, tende a ser favorável aos projetos de rearranjo estratégico das estatais. A aprovação do requerimento que acelera o PL facilitando a privatização da Eletrobrás e o projeto na CCJ que veta o poder de ministros do STF de suspender leis de forma individual indicam uma tendência favorável dos parlamentares à política de venda de ativos das empresas estatais. Comércio exterior O ritmo da balança Estudo do Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) mostra que houve queda de 30% nas vendas em exportações durante os meses de maio e junho. A balança comercial fechou o semestre com um superávit de US$ 30 bilhões, valor menor em US$ 6 bilhões do apurado em 2017. Agenda Indústria - O IBGE divulga hoje a Pesquisa Industrial Mensal: Produção Física - Brasil referente a maio. Frete - A MP que define valores mínimos para o frete rodoviário pode ser votada hoje, a partir das 14h, na Comissão Mista e pode ser encaminhada para votação imediata ao Plenário. Fronteira - Os ministros das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, e dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, viajam hoje para os Estados Unidos para buscar, junto às autoridades americanas, uma solução para o impasse que envolve filhos de brasileiros separados dos pais identificados como imigrantes ilegais. Nos jornais Condenação - Eike Batista foi condenado a 30 anos de reclusão na ação penal em que é acusado de ter pago propina ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB). É a primeira sentença criminal contra o empresário, culpado pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. (todos os veículos)Propaganda paga - Vetar propagandas eleitorais pagas na internet é um equívoco, dizem especialistas. A reforma política aprovada pelo Congresso manteve uma norma de 2009 que proíbe a veiculação de qualquer tipo de anúncio eleitoral pago na internet. (Folha de S.Paulo)Legado - Em entrevista, o presidente do MDB, Romero Jucá (RR), diz que Henrique Meirelles, pré-candidato do partido ao Planalto, não pode ter vergonha de Michel Temer, e que a pauta da eleição não será o julgamento do presidente, mas sim as ações de seu governo. (Folha de S.Paulo)Lula 1 - Mesmo com o ex-presidente Lula preso, a cúpula do PT começou a montar a estrutura de campanha do petista ao Planalto e só vai partir para o chamado "plano B" no último minuto. (O Estado de S. Paulo)Lula 2 - O PT decidiu manter a candidatura do ex-presidente Lula até o dia 15 de agosto, enterrando publicamente, ao menos até lá, as discussões sobre quem disputará pelo partido, de fato, a presidência. (Folha de S.Paulo)Lula 3 - Lula divulgou ontem uma carta com ataques diretos ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. No documento, lido pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, Lula diz que não acredita mais na Justiça, que é vítima de "manobras", e reafirma sua candidatura à sucessão presidencial. (Valor Econômico)Bolsonaro - O deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSL à presidência, se reuniu ontem, em São Paulo, com grandes empresários do país numa investida para se apresentar como nome comprometido com o ideário liberal na economia. (O Estado de S. Paulo)Divisão - A disputa dos presidenciáveis por apoio eleitoral deixou o DEM dividido entre um bloco que defende o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e outro que prega uma aliança com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT). (O Estado de S. Paulo)Alckmin - O pré-candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, disse ontem que seu vice poderá ser uma indicação de um dos partidos do chamado Centrão, formado por DEM, PRB, PP e Solidariedade. (O Globo)Marina - O movimento da pré-candidata da Rede Marina Silva, que parece estar pouco disposta a entrar no jogo político de alianças e negociações, afeta a estratégia do partido e dificulta articulações de 15 candidatos a governador pelo país. (O Globo)Petrobras 1 - Uma série de decisões judiciais complica a trajetória de recuperação da Petrobras. Desde o mês passado, a empresa foi derrotada em uma ação trabalhista de R$ 15 bilhões, perdeu um processo de arbitragem internacional de R$ 2,4 bilhões e está vendo seu programa de venda de ativos definhar. (manchete de O Estado de S. Paulo)Petrobras 2 - A decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do STF, que, na semana passada, proibiu o governo de privatizar estatais sem o aval do Congresso, atingiu os planos da Petrobras. A estatal anunciou ontem a suspensão da venda de quatro refinarias, de uma empresa de fertilizantes e da Transportadora Associada de Gás. (manchete de O Globo)Funcionalismo - Com a promessa de que vai atacar feudos ineficientes na administração pública e racionalizar a gestão de pessoal, o Ministério do Planejamento publica hoje uma portaria que pode remanejar 1,18 milhão de servidores Federais. (Folha de S.Paulo)Previdência - O presidente Michel Temer afirmou ontem que qualquer um que venha a sucedê-lo na presidência terá de fazer a reforma da Previdência e disse que foi seu governo que a colocou em discussão. (Folha de S.Paulo)Crédito privado - A emissão de debêntures incentivadas (livres de imposto) de infraestrutura somam R$ 10,5 bilhões no ano, maior volume desde a realização das primeiras operações, em 2012. (manchete do Valor Econômico)BNDES - Mesmo sem precisar mais dos recursos para cumprir a chamada "regra de ouro" neste ano, o governo não vai alterar o cronograma acertado com a diretoria do BNDES para que o banco devolva antecipadamente, ainda neste semestre, mais R$ 70 bilhões dos empréstimos que recebeu do Tesouro Nacional. (Valor Econômico)
terça-feira, 3 de julho de 2018

Cenário - 3.7.18

Votações urgentes perderam status e agora são colocadas em perspectiva na Câmara e no Senado. Daqui a 15 dias, o Congresso vai parar por causa do recesso parlamentar e esse é o período em que a agenda fica mais sujeita a remendos. Neste ano de eleições, porém, tudo fica mais evidente - inclusive a lentidão e o descompasso dos partidos. A produtividade cai, a imprensa reclama e os grupos de interesse se movimentam. Na semana passada, parte desses agentes bem que tentou, mas não conseguiu reunir forças para destravar o fluxo. O resultado de tanto desencontro acumulado é a formatação de uma espécie de "pauta mínima". Além de ser um dos jargões mais desgastados de Brasília em tempos de crise e/ou inversão de prioridades, apostar no pouco que resta pode ser o último grande esforço do Legislativo em 2018. Câmara-Senado O que está no radar Não está claro como e quando - ao longo das próximas duas semanas - alguns temas serão testados. Na Câmara, entre tantos outros itens, está na fila o projeto de lei 8.939/17, que permite à Petrobras transferir a outras petroleiras parte de seus direitos de exploração de petróleo do pré-sal na área cedida onerosamente pela União. Um texto que veio do Senado e que regulamenta o desmembramento e a fusão de municípios também espera por votação. Há ainda o cadastro positivo obrigatório (projeto de lei complementar 441/17), que recebeu destaques dos partidos e simplesmente empacou. No Senado, a intenção é levar a plenário o projeto que autoriza a publicação do nome de todos os beneficiados por renúncia fiscal. Outro projeto pendente detalha a programação monetária do governo Federal para o segundo trimestre de 2018. Eleições Hora de discutir o espólio Os partidos que formam o chamado 'centrão' (PP, DEM, PRB, Solidariedade, PSC e PR) não devem seguir unidos em um apoio único para a disputa ao Planalto. Em busca desse espólio, candidatos articulam encontros com líderes do bloco. Ao mesmo tempo, dirigentes desses partidos pequenos e médios avaliam dois aspectos: 1) quem tem reais chances de passar para o 2º turno e 2) quem é capaz de garantir-lhes espaço e sustentação política. Câmbio Nova onda O fato de o dólar mirar os R$ 4 neste momento tem sido interpretado pelas casas de análise como um sinal de que os cenários pré e pós eleições produzirão rearranjos absolutamente imprevisíveis no Brasil. Outra certeza entre os que acompanham o câmbio é a de que tendências globais se confirmaram antes do tempo: a elevação da moeda americana consolida uma face importante da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Combustível Reunião, aumento e suspense O preço dos combustíveis segue bastante presente na agenda política e econômica. Ontem, a Petrobras anunciou novo aumento de 1,9% da gasolina nas refinarias - passa a vigorar hoje. O preço do diesel continua congelado em R$ 2,03. A falta de acordo entre caminhoneiros e empresários nos encontros mediados até aqui pelo STF mantém o assunto na categoria "sensível". Uma nova reunião foi marcada para o dia 27/8. Agenda Indústria - A CNI promove hoje a 11ª edição do Encontro Nacional da Indústria (ENAI), em Brasília. Inflação - O IBGE divulga hoje o índice de preços ao produtor ligado às indústrias extrativas e de transformação. Nos jornais Dirceu - O ministro Dias Toffoli, do STF, cassou ontem de "ofício" - sem ter sido provocado pela defesa - a decisão do juiz Federal Sérgio Moro que determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-ministro José Dirceu. (Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo)Palocci - O ex-ministro Antonio Palocci prometeu entregar nos próximos dias uma série de arquivos envolvendo negociatas da sua consultoria e empresas que contrataram o trabalho e sua influência em casos que podem ser considerados ilícitos. (O Globo)Lava Jato - O TCU pediu ao STF acesso aos anexos complementares das delações do Grupo J&F e solicitou ainda que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, defina "limites e condições dentro dos quais os referidos registros poderão ser utilizados como provas nos processos do Tribunal". (O Estado de S. Paulo)Câmbio, desligo - Após uma sequência de oito meses de solturas, o ministro Gilmar Mendes, do STF, negou liminares para libertar réus em desdobramento da Lava Jato no Rio. Manteve a ordem de prisão preventiva expedida pelo juiz Marcelo Bretas contra ao menos 14 acusados na operação Câmbio, Desligo, que investiga uma rede de doleiros. (Folha de S.Paulo)Denúncia - Em entrevista, o procurador Frederico Paiva, do Distrito Federal, que assinou a denúncia contra executivos da JBS e o ex-procurador Marcello Miller, afirma que "as omissões" de Joesley Batista "não apagam" os ilícitos cometidos pelo presidente Michel Temer e pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG). (Folha de S.Paulo)Dataprev - Indicado ao cargo pelo líder do governo no Congresso, o deputado André Moura (PSC-SE), o presidente da Dataprev, André Leandro Magalhães, já foi punido em investigação interna por "não exercício das atribuições do cargo com zelo e dedicação". (O Globo)Convenções - A indefinição das candidaturas à presidência da República e a dificuldade dos pré-candidatos em atrair partidos para suas coligações vão retardar a realização das convenções partidárias neste ano. (O Estado de S. Paulo)PSDB e DEM - Auxiliares do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, pré-candidato à presidência pelo PSDB, elegeram o DEM como o parceiro prioritário neste momento na costura por apoios para a eleição presidencial. A expectativa é de que o DEM suba no palanque tucano logo após a Copa do Mundo. (O Estado de S. Paulo)PLDO - O relator do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, Dalirio Beber (PSDB-SC), propôs em seu parecer, apresentado ontem, um corte de 10% das despesas de custeio administrativo no próximo ano, a proibição de novos reajustes salariais a servidores e a não correção de benefícios. (O Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico)Câmbio 1 - O dólar comercial voltou a superar os R$ 3,90. A moeda americana encerrou ontem com valorização de 0,59%, a R$ 3,912. A cotação foi resultado do temor de acirramento nas disputas comerciais entre as principais economias do mundo. (manchete de O Globo)Câmbio 2 - Pelo menos 14 grupos empresariais entraram na Justiça paulista na tentativa de evitar a prescrição do prazo para cobrarem indenizações de bancos brasileiros e estrangeiros investigados por prática cartel do câmbio. (manchete da Folha de S.Paulo)BNDES - O BNDES pode fechar um acordo com o governo Federal que pode antecipar em 20 anos o pagamento dos empréstimos feitos pelo Tesouro Nacional durante os governos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. (manchete de O Estado de S. Paulo)Importação - A interferência do governo no preço dos combustíveis depois da greve dos caminhoneiros, em maio, praticamente interrompeu as importações de diesel e gasolina por um grupo de empresas privadas responsável por 60% das compras externas desses produtos. (manchete do Valor Econômico)
segunda-feira, 2 de julho de 2018

Cenário - 2.7.2018

Com a proximidade das convenções partidárias, a definição das vagas de vice nas chapas que disputam o Planalto ganha ares de urgência. Não por acaso, as frases de efeito mais marcantes que os pré-candidatos devem reforçar nos próximos dias miram as coligações. Fechar alianças para outubro tem sido tão ou mais complexo do que viabilizar o próprio nome. As pesquisas de intenção de voto e os problemas enfrentados nos estados estão aí para comprovar justamente isso. As siglas terão entre 20 de julho e 5 de agosto para formar os times e não querem mais perder tempo. O problema é que as incertezas instaladas hoje exigem níveis de contrapartida que nenhum pré-candidato ao Planalto é capaz de se comprometer. Os eventos partidários vão testar os limites de cada um e mostrar ao público se o que está colocado até agora é pra valer. Eleições O tempo da política Por motivos distintos, até o momento, siglas como PT, PSL e Rede não têm assumido protagonismo na corrida das negociações e alianças. Congresso O Orçamento de 2019 A expectativa é que - independentemente da Copa do Mundo - o relator do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2019, senador Dalírio Beber (PSDB-SC), entregue hoje à Comissão Mista de Orçamento (CMO) o texto final. Se o curso se mantiver na CMO ao longo das próximas duas semanas, o texto estará pronto para ser votado em sessão do plenário do Congresso Nacional até 17 de julho. Se algo acontecer e o calendário for impactado, o recesso parlamentar pode ser alterado. A folga de deputados e senadores vai de 17 de julho a 1º de agosto. Pauta Outras votações Temas sensíveis estão na agenda do Congresso à espera de desfecho e/ou em fase de negociação. Um deles trata do projeto que autoriza a Petrobras a transferir a exploração de áreas do pré-sal na Bacia de Santos. Agenda ProUni - O Ministério da Educação divulga hoje o resultado do Programa Universidade para Todos (ProUni). Eleições 2018 Voto em trânsito - Será encerrado no próximo dia 16 o prazo para que os tribunais regionais eleitorais indiquem os locais de votação dos municípios com mais de 100 mil eleitores que terão seções disponíveis para o voto em trânsito. Nos jornais Odebrecht - Acordos de colaboração firmados pela Odebrecht com promotores paulistas envolvendo crimes em São Paulo revelados na Lava Jato estão sendo contestados dentro do Ministério Público Estadual. Motivos: os benefícios concedidos à empreiteira em troca da devolução do dinheiro desviado. (manchete O Estado de S. Paulo)Portos - A PF deverá ouvir o delator Lúcio Funaro no inquérito que apura se o presidente Michel Temer recebeu vantagens indevidas em troca de favorecimento a empresas do setor portuário com a edição de um decreto de maio de 2017. (O Estado de S. Paulo)Influência - A Dataprev foi entregue ao líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), e virou um cabide de empregos ocupados por meio de indicações políticas do parlamentar, aponta reportagem. (manchete O Globo)Demora - O principal inquérito aberto contra o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), um dos investigados na Lava Jato, foi enviado para a PGR, em junho de 2017 e, um ano depois, ainda não retornou à PF para apurações complementares. Ele é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro. (O Globo)Efeito dominó - O julgamento no STF que absolveu a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), no último dia 20, deve impactar a maioria dos casos que tramitam no tribunal derivados da Lava Jato, segundo seis dos principais criminalistas que atuam em inquéritos e ações penais no STF. (Folha de S.Paulo)Pernambuco - O MPF prepara ação civil que aponta superfaturamento da Odebrecht na obra da arena que sediou jogos da Copa do Mundo de 2014 em Pernambuco, apesar de a empreiteira não admitir a irregularidade em seus acordos com procuradores. (Folha de S.Paulo)Lula 1 - A assessoria do ex-presidente Lula divulgou ontem um vídeo em que o petista se compara a Tiradentes. Lula afirma que "o herói não foi o cara que enforcou o Tiradentes. O enforcado é que virou o herói". (Folha de S.Paulo)Lula 2 - Cresce no STF a tendência de reduzir, em quase quatro anos, a carga penal aplicada ao ex-presidente pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. (Valor Econômico)Planos - O pré-candidato do PSL à presidência, deputado federal Jair Bolsonaro afirmou que, caso seja eleito, pretende ampliar o total de ministros do STF para poder refazer a composição da casa e garantir para si a indicação da maioria dos integrantes da Corte. (Valor Econômico)Suspeita - A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário) tem pelo menos R$ 15 bilhões de contratos firmados nos últimos dez anos sob suspeita de corrupção, segundo investigações da Lava Jato. O valor é mais da metade dos investimentos coordenados pela empresa. (O Globo)Guerra fiscal - A lei que validou incentivos de ICMS concedidos ilegalmente deve provocar perda de R$ 9,38 bilhões na arrecadação de tributos federais, segundo estimativa da Receita Federal. A Lei Complementar 160 permite que as empresas deduzam os incentivos de ICMS da base de cálculo de tributos Federais. (manchete Valor Econômico)Concessões - A equipe econômica conta com R$ 22 bilhões em receitas de concessões no Orçamento deste ano, mas a maior parte dos projetos está travada pelo TCU. O governo só pode leiloar 10 dos 40 empreendimentos submetidos ao tribunal, garantindo menos de 10% dos investimentos planejados. (Folha de S.Paulo)Infraestrutura - Sem conseguir entregar os projetos a que se propôs para o setor ferroviário, o presidente Michel Temer vai transferir para a iniciativa privada a responsabilidade de executar obras consideradas estratégicas. (O Globo)Eletrobrás - As seis distribuidoras da Eletrobras que o governo espera privatizar em 26 de julho acumularam um prejuízo de R$ 22,3 bilhões desde 1997, quando a União assumiu essas empresas, temporariamente. (O Estado de S. Paulo)
sexta-feira, 29 de junho de 2018

Cenário - 29.6.18

O primeiro semestre terminou e, na economia, as projeções sobre o que esperar da próxima metade do ano não param de ser revisadas. Que o ritmo e o vigor da retomada estão longe (muito longe mesmo!) do ideal, isso é sabido há meses. A novidade é a falta de perspectiva seguir inalterada por tanto tempo. Nas planilhas do mercado e no horizonte dos dados oficiais, está cada vez mais consolidada a ideia de que a saída da recessão de 2015/2016 não vai acontecer sem antes atravessar o deserto. O emprego, a renda, a produção industrial e as contas públicas estão mergulhados em incertezas. E devem continuar assim. Com a proximidade das eleições, a tensão entre os agentes costuma aumentar, adicionando à cena econômica elementos ainda mais imprevisíveis - vide o que já está acontecendo com o câmbio e a Bolsa. Conjuntura As próximas curvas O Banco Central atualizou seu GPS porque sabe que vai trilhar caminhos bastante acidentados ao longo dos próximos meses. O Relatório de Inflação divulgado ontem resume bem esse olhar. O BC reduziu para 1,6% a previsão de crescimento do PIB em 2018 - um ponto percentual menor que em março. A expectativa de inflação no ano foi elevada de 3,8% para 4,2%. Eleições Efeito palanque O cenário eleitoral ainda não está totalmente fundido à conjuntura econômica. Mas será em breve. A situação fiscal e a gestão das contas públicas devem puxar esse novelo - pelo menos é o que está posto neste momento. O avanço do debate sobre os rumos do Orçamento do próximo ano e os limites da lei que estipula um teto para os gastos já obrigam os pré-candidatos a se posicionarem de maneira mais objetiva. PSB + PDT + PC do B Tempos de (in)definição Seguem as especulações sobre alianças e movimentos de aproximação entre partidos que miram o Planalto. A pré-candidatura de Ciro Gomes é a que mais concentra atenções nesta semana. As apostas dobraram em favor do PSB e do PC do B na suposta direção do PDT. STF O fator Lula A sessão de hoje do STF alimenta expectativas em torno do futuro do ex-presidente Lula. É fato que o julgamento do pedido de liberdade do petista ganhou amplitude extra depois que o ministro Edson Fachin decidiu encaminhar a votação ao plenário sem aguardar o posicionamento da PGR. Agenda Recesso - O STF realiza hoje pela manhã a última sessão antes do recesso. Será retomado o julgamento das 19 ações envolvendo a contribuição sindical. Contas públicas - O Banco Central divulga hoje a nota de Política Fiscal com o desempenho das contas da União, Estados e municípios e empresas estatais em maio. Dívida - O Tesouro Nacional divulga hoje o resultado da dívida pública em maio, incluindo endividamento interno/externo. Indústria - O IBGE divulga hoje dados da PNAD Contínua e da Produção Industrial. Eleições 2018 Enquetes - A partir de 20 de julho, não será mais possível realizar enquetes - mais conhecidas como as coletas de opiniões informais de eleitores - sem nenhum controle de amostra ou de utilização de método científico claro. Nos jornais Lula - O ministro do STF Edson Fachin pediu que o pedido de liberdade feito pela defesa do ex-presidente Lula seja incluído na pauta de julgamentos do plenário. (todos os veículos)Cunha - O ministro do STF Marco Aurélio Mello concedeu, ontem, habeas corpus para libertar Eduardo Cunha, mas o ex-presidente da Câmara deverá permanecer preso por ser alvo de ordens de prisão preventiva em outros processos. (O Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico)Denúncia - A Justiça Federal aceitou denúncia contra o ex-procurador da República Marcello Miller e o empresário Joesley Batista, por supostas irregularidades nas tratativas da delação premiada dos executivos da J&F. (O Estado de S. Paulo e O Globo)Datena - Visto como potencial reforço para a campanha presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo, o agora pré-candidato ao Senado José Luiz Datena (DEM) criticou a segurança pública no Estado que o tucano administrou por quatro mandatos. (O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo)Centro - Com aproximação da Rede, partido de Marina Silva, e do Podemos, sigla do pré-candidato Álvaro Dias, o manifesto que pede união do centro foi lançado em São Paulo com um apelo para evitar o que se chamou de catástrofe na eleição presidencial. (Folha de S. Paulo)Propostas - A pouco mais de 20 dias do início do período de convenções partidárias, os cinco pré-candidatos mais bem colocados nas pesquisas resistem a apresentar propostas detalhadas do que pretendem fazer na presidência da República, caso vençam a disputa. (O Globo)CNI/IBOPE 1 - Pesquisa aponta que o grupo de eleitores dispostos a vota branco ou nulo nas eleições supera todos os pré-candidatos no cenário sem o ex-presidente Lula. (O Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico)CNI/IBOPE 2 - A avaliação negativa do governo Michel Temer subiu de 72% para 79%, em comparação com a pesquisa anterior, feita em março. Com esse resultado, Temer continua sendo o mais mal avaliado entre os presidentes desde José Sarney. (todos os veículos)Saúde 1 - A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou novas regras para coparticipação e franquia dos planos de saúde que podem fazer com que o valor mensal pago às operadoras mais do que dobre. (manchete de O Globo)Saúde 2 - Os planos de saúde empresariais devem ter reajuste, de 19% em média, acima do aumento de 17,9% ocorrido no ano passado. Assim, essa modalidade terá subido 158,35% desde 2013, muito acima da inflação acumulada no período. (manchete do Valor Econômico)Pré-sal - O governo não poderá mais fazer, neste ano, o leilão do óleo excedente do pré-sal, que poderia render até R$ 100 bilhões aos cofres públicos. O motivo da postergação do leilão é uma mudança nos critérios de acompanhamento de desestatizações do TCU, aprovada na semana passada. (O Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico)Sociedade - A crise econômica emperrou o desenvolvimento geral dos municípios brasileiros, mas produziu estragos bem mais profundos no mercado de trabalho das mais de 5 mil prefeituras brasileiras, conforme dados da Firjan. (Folha de S.Paulo)
quinta-feira, 28 de junho de 2018

Cenário - 28.6.18

Logo mais, às 10h, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgará uma nova rodada Ibope com informações que podem determinar o ritmo e os rumos da política nesta virada de semestre. Serão conhecidas, entre outras coisas, as taxas atualizadas de popularidade do governo Michel Temer. Além disso, nesta versão, a pesquisa projetará as intenções de voto no primeiro turno das eleições presidenciais. É fato que a Copa do Mundo está no topo das prioridades brasileiras, mas o combo de hoje é poderoso. Tem potencial de sobra para rivalizar com o futebol. A depender de como os pré-candidatos (e os partidos!) vão se apropriar dos dados, novas e velhas ondas tendem a ganhar altura. Do jeito que a conjuntura está sensível, tudo leva a crer que o xadrez das possíveis alianças será colocado em xeque - furando a fila de temas delicados. O disse me disse pós-Ibope também tem grandes chances de trazer de volta o surrado debate que exalta os 'outsiders' e demoniza os 'profissionais'. Detalhe Ficha técnica A pesquisa CNI-Ibope foi realizada entre os dias 21 e 24 de junho, com 2 mil pessoas, em 128 municípios.A avaliação sobre o desempenho do governo Federal é sempre o indicador de maior visibilidade, mas serão conhecidos outros números. Entre eles, a taxa que revela o grau de confiança no presidente Michel Temer e a aprovação do governo em nove áreas de atuação - tais como saúde, educação, segurança pública e combate à fome e ao desemprego. No palco Hora de falar Como em outras eleições, a CNI fará na próxima quarta-feira, 4/7, uma sabatina com os pré-candidatos ao Planalto.Será em Brasília e prevê a participação de 2 mil empresários e representantes das federações das indústrias. Cada um dos políticos terá 25 minutos. Em seguida, eles vão responder a três perguntas e fazer as considerações finais. Haverá transmissão ao vivo nas redes sociais da CNI. Alianças Reta final Julho é o mês derradeiro para as composições partidárias.As indefinições que ainda perduram indicam que as convenções encarregadas de oficializar as candidaturas só sairão a partir do avanço dessas negociações. Perspectiva O clima e o voto Além das dificuldades de encontrar pontos em comum e formar palanques, os partidos temem (de verdade!) pelas consequências do distanciamento do eleitor. Visita oficial A passagem de Pence Não há muito o que dizer sobre a visita do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, ao Brasil.Houve discussões em torno da questão migratória, mas o próprio governo americano admite não ter estratégia específica para agrupar as famílias separadas. Pence também tratou de questões regionais como a Venezuela - sua visita a um abrigo com 120 venezuelanos em Manaus foi alvo de críticas. A negociação sobre o uso por parte dos EUA da base de Alcântara, no Maranhão, também estaria na pauta, mas quase nenhuma informação sobre o assunto foi divulgada. Agenda Conjuntura - O Banco Central divulga hoje o Relatório Trimestral de Inflação do 1º trimestre de 2018. Datena - O apresentador de TV José Luiz Datena anuncia oficialmente hoje sua candidatura ao Senado pelo DEM de São Paulo. Imposto sindical - O plenário do STF julga hoje 19 ações diretas de inconstitucionalidade (Adis) que questionam o fim da contribuição sindical obrigatória. IBGE - O IBGE divulga hoje a pesquisa anual de comércio, referente a 2016, e a pesquisa de população em áreas de risco no Brasil. Frete - O ministro do STF Luiz Fux reúne-se hoje mais uma vez com representantes do empresariado e dos caminhoneiros para discutir o preço do frete. Leilão - A Aneel realiza hoje o primeiro leilão de transmissão de energia de 2018, ofertando 20 lotes de linhas de transmissão que deverão somar R$ 6 bilhões em investimentos. Eleições 2018 Propaganda - A partir de 5 de julho, os pré-candidatos estão autorizados a realizar propaganda intrapartidária para candidatar-se a compor a lista oficial dos partidos. É vedado o uso de rádio, televisão e outdoor. Nos jornais Privatizações - O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, concedeu duas liminares proibindo União, Estados e municípios de vender estatais sem autorização do Legislativo. A medida dificulta ainda mais a venda do controle acionário da Eletrobrás. (todos os veículos)Cotas - Obrigados a aplicar 30% dos recursos recebidos pelo Fundo Especial de Financiamento de Campanha em candidaturas femininas, dirigentes de partidos iniciaram consultas à Justiça Eleitoral sobre critérios para cumprir a "cota das mulheres". (O Estado de S. Paulo)Meirelles - O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, afirmou que a campanha de Henrique Meirelles (MDB) ao Palácio do Planalto seria "uma farsa" sem a defesa do legado do presidente Michel Temer - cujo governo tem índices de rejeição acima dos 82%. (O Estado de S. Paulo)Ciro - A falta de alinhamento entre o pré-candidato do PDT a presidente, Ciro Gomes, e o seu principal assessor na área econômica, Mauro Benevides Filho, na apresentação de propostas, é um dos motivos de preocupação do mercado financeiro em relação ao presidenciável. (O Globo)Marina 1 - A campanha da pré-candidata Marina Silva (Rede) ainda se preocupa com a própria sobrevivência do partido. Com apenas dois deputados Federais e um senador, a legenda criada em 2015 precisa cumprir a cláusula de barreira aprovada pelo Congresso que limita o acesso de partidos a recursos públicos. (O Globo)Marina 2 - A Rede procurou o PROS para fechar uma aliança em torno da candidatura de Marina Silva. Ela está em busca de um vice de perfil político, para tentar aumentar o tempo de propaganda no rádio e na TV e o acesso a recursos do fundo eleitoral. (O Estado de S. Paulo)Alckmin - O pré-candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, deve deixar a convenção nacional da sigla, destinada a referendá-lo como o nome tucano ao Planalto, para os últimos dias do calendário eleitoral. (O Globo)Bolsonaro - O deputado Federal Jair Bolsonaro, pré-candidato pelo PSL, pode ficar sem alianças regionais nos cinco maiores colégios eleitorais do país. Mesmo em São Paulo, onde o PSL cogita uma candidatura ao governo, o projeto embrionário é alvo de polêmicas dentro da própria sigla. (O Globo)Doria - A campanha de João Doria (PSDB) tem expectativa de vitória no primeiro turno da disputa pelo governo paulista. O otimismo foi reforçado com a candidatura do apresentador José Luiz Datena (DEM) ao Senado e a vinda do PP para a coligação de Doria. (Folha de S.Paulo)STF 1 - A decisão da 2ª Turma de soltar condenados em segunda instância, como o ex-ministro José Dirceu, aprofundou as divisões entre ministros do STF e as críticas que fazem entre si, e serviu para reabrir o debate sobre a execução provisória da pena. (Folha de S.Paulo)STF 2 - Um dia após a 2ª Turma do Supremo impor novas derrotas ao ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato na Corte, o ministro Gilmar Mendes disse que "o Supremo está voltando a ser Supremo". (todos os veículos)STF 3 - A sucessão de decisões favoráveis a réus da Lava Jato na 2ª Turma do STF vem sendo interpretada por parte do meio jurídico como uma "limpeza de pauta" diante da iminente mudança na correlação de forças do colegiado, a partir de setembro. (Valor Econômico)STF 4 - O ministro Edson Fachin decidiu que caberá ao plenário da Corte homologar ou não a rescisão dos acordos de colaboração premiada firmados pelos irmãos Joesley e Wesley Batista e pelos ex-executivos da J&F Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva, solicitada pela PGR. (O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo)Câmbio - O Banco Central tentou segurar o dólar ontem: os leilões de linha, colocando um total de US$ 2,4 bilhões no mercado. A moeda norte-americana subiu 1,99%, vendida a R$ 3,87. (todos os veículos)Saúde - As operadoras de planos de saúde poderão cobrar dos clientes até 40% do valor de cada procedimento realizado, conforme norma editada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e publicada hoje no Diário Oficial da União. (O Estado de S. Paulo)Pence - O vice-presidente americano, Mike Pence, culpou a "ditadura de Maduro" pela situação de venezuelanos em Manaus, onde ele visitou um abrigo com 120 pessoas, antes de voar para o Equador. (O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo)
quarta-feira, 27 de junho de 2018

Cenário - 27.6.18

O recesso de julho não vai ajudar a baixar a temperatura no STF. As decisões tomadas ontem pela 2ª Turma expuseram novas faces de divisões internas que dificilmente serão esquecidas em um mês. Com a Lava Jato ao centro, os ministros duelaram em uma escala bem superior à habitual - o que não é pouca coisa... O relator Edson Fachin está mais exposto do que nunca. E seguirá assim em agosto. Há movimentos e discursos dentro do STF que levam a crer que o mérito da legalidade da prisão em segunda instância voltará à tona. Em isso se confirmando, o ministro Marco Aurélio Mello assume automaticamente papel especial, podendo até mesmo alterar - por consequência de seus atos - o ritmo e a disposição do jogo político-eleitoral. Agosto-setembro O tempo não para A agenda de trabalho em agosto já está mais ou menos desenhada no STF. As eleições são o maior fator de pressão, especialmente porque o prazo limite para o registro de candidaturas expira no dia 15. Em setembro, mais um grande momento para o STF: o mandato da presidente Cármen Lúcia termina e no lugar assumirá o ministro Dias Toffoli. Conjuntura Falando menos A ata do Copom divulgada ontem deixou órfãos parte do mercado e a turma que gosta de jogar nas entrelinhas. É que o texto não dá muitas pistas sobre o que virá. Congresso A pauta que restou Câmara e Senado não tiveram um junho dos piores, mas a produtividade também não foi a principal marca das duas Casas no período. Com a Copa do Mundo e os festejos de São João votações e debates importantes nas comissões temáticas ficaram represados. Na próxima semana, as lideranças partidárias prometeram fechar uma pauta especial - há previsão de expediente ampliado, inclusive - para concluir o que for possível antes do início do recesso. Agenda Visita ao Brasil - O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, estará hoje em Manaus, onde visitará um abrigo de venezuelanos e fará um sobrevoo de helicóptero. Pesquisa - O IBGE divulga hoje dados estatísticos do Cadastro Central de Empresas. Eleições 2018 Calendário - Começa em 6 de julho o período para nomeação dos membros das mesas receptoras e do pessoal de apoio logístico dos locais de votação para o primeiro e eventual segundo turnos de votação. Nos jornais Dirceu - A 2ª Turma do STF concedeu liberdade provisória ao ex-ministro José Dirceu, por um placar de 3 a 1 - vencido o relator da Lava Jato, ministro Edson Fachin. Condenado em segunda instância por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o petista já havia começado a cumprir a pena. (todos os veículos)Buscas - Na sessão de ontem a 2ª Turma do STF ainda anulou, com o mesmo placar, a busca e apreensão realizada em 2016 no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), com a consequente invalidação de eventuais provas coletadas. (todos os veículos)Máfia da merenda - Também por 3 votos a 1, a 2ª Turma do STF decidiu trancar a ação penal contra o deputado estadual Fernando Capez (PSDB-SP), ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo acusado de envolvimento na "máfia da merenda". (todos os veículos)Brasil x EUA - Sob a tensão causada pela retenção de 51 crianças brasileiras separadas dos pais nos Estados Unidos, o vice-presidente americano, Mike Pence, em encontro com o presidente Michel Temer, cobrou maior empenho do Brasil para resolver a crise migratória na região e para isolar o regime Maduro na Venezuela. (todos os veículos)Datena - O DEM deve lançar amanhã a pré-candidatura do apresentador da TV Bandeirantes José Luiz Datena, ao Senado, por São Paulo, em uma chapa liderada pelo ex-prefeito João Doria (PSDB). (Valor Econômico e O Estado de S. Paulo)Apoio - O deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) afirma que pelo menos 20 parlamentares do MDB vão apoiar sua candidatura à presidência da República. O partido tem como pré-candidato ao Planalto o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. (O Estado de S. Paulo)PSDB - O PSDB comemorou ontem seus 30 anos com um ato político esvaziado, marcado pela ausência de tucanos de peso, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. (O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo)Juros - O Banco Central decidiu não se comprometer com sinalizações sobre próximos passos na política monetária, mas reafirmou que ela tem foco exclusivo na inflação, balanços de risco e atividade econômica. (todos os veículos)Contas públicas - A arrecadação Federal somou R$ 106,1 bilhão em maio, alta de 5,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado, já descontada a inflação do período. Foi o melhor desempenho para o mês desde maio de 2015, segundo a Receita Federal. (todos os veículos)Imposto - Estados e o setor de combustíveis discutem a mudança do modelo de tributação do ICMS para uma alíquota única em reais por litro. A proposta ganhou força após decisão do STF que questiona o modelo atual. (Folha de S.Paulo)Indústria - A greve dos caminhoneiros fez a indústria brasileira registrar o pior desempenho de sua história. A produção industrial despencou 13,4% no mês passado na comparação com abril. A estimativa do Ipea será divulgada hoje. (O Estado de S. Paulo)Inflação - O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta de inflação em 3,75% para 2021. A banda de tolerância - para cima ou para baixo - será de 1,5 ponto percentual. (manchete do Valor Econômico)Sindicatos - A procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, encaminhou ontem ao STF parecer afirmando que o fim da contribuição sindical obrigatória é constitucional. (Folha de S.Paulo e O Globo)
terça-feira, 26 de junho de 2018

Cenário - 26.6.18

A guerra comercial travada entre Estados Unidos e China avança nesta semana causando estragos previsíveis e outros nem tanto. As exportações em vários países, sobretudo nos emergentes, já dão os primeiros sinais de que o mundo está diferente. Em queda, as bolsas americanas e europeias indicaram ontem - e devem seguir assim hoje - que pressentem novas medidas restritivas ao comércio. O próximo gesto de Donald Trump deverá atingir as empresas de tecnologia chinesas. No caso das commodities, a soja é o alvo imediato. O recuo nas cotações ao longo do último mês foi expressivo, o que preocupa o Brasil. Até abril, quando tudo estava mais ou menos calmo, as projeções indicavam que as vendas do grão brasileiro poderiam bater 70,5 milhões de toneladas no ano 2018/2019 - 2% acima do período anterior. STF O caso Lula O julgamento do pedido de liberdade do ex-presidente Lula será discutido pelo plenário do STF, como decidiu o ministro Edson Fachin. O recesso do Judiciário terá início na próxima semana - os trabalhos só voltarão em agosto. Com a parada, o PT continua atento ao calendário, embora as expectativas de possibilidade quanto a uma candidatura em outubro diminuam a cada dia. Eleições Entre alianças e discursos Jair Bolsonaro puxou o novelo de alianças e deverá abrir também a temporada de ajustes nos discursos. Para não afugentar apoios recentes, o pré-candidato está pronto para recalibrar as opiniões anticorrupção e antissistema. Orçamento Falando em dinheiro A Comissão Mista de Orçamento está mobilizada para votar hoje a Medida Provisória 825/18, que concede crédito extraordinário ao Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro. Há consenso para aprovar, mas a sessão ainda busca quórum para acontecer. Outros assuntos envolvendo a liberação de crédito suplementares também estão na fila. Na virada de semestre, momentos assim são relativamente comuns. Realidade brasileira Sem moradia Indicadores sociais mostram que vem mudando o perfil das pessoas em situação de rua nas grandes capitais do país. Cresce, por exemplo, a presença de mulheres e crianças, o que indica um crescimento de famílias que perdem a condição de moradia. Um dos motivos é a falta de condições de pagar aluguel. O desemprego estrutural atinge 13,7 milhões de pessoas (13,1%), conforme dados trimestrais do IBGE. Agenda STF - O ministro Ricardo Lewandowski, presidente da 2ª Turma do STF, convocou sessão extraordinária para hoje, às 9h30. Ainda hoje, às 14h, será realizada a sessão ordinária. PSDB - A executiva nacional tucana se reúne hoje em Brasília. Eleições 2018 Testes - Técnicos e analistas em TI do TSE e TREs verificam, até sexta-feira, 29, em Curitiba/PR, funcionalidades e especificidades do sistema para identificação e correção de eventuais falhas nas urnas eletrônicas e nos sistemas que vão rodar durante as eleições. Nos jornais Miller - O ex-procurador da República Marcello Miller foi denunciado pelo MPF por corrupção junto com o empresário Joesley Batista. O ex-diretor jurídico da J&F Francisco Assis e Silva e a advogada Esther Flesch também foram acusados. (todos os veículos)Lula - O ministro Edson Fachin, do STF, decidiu ontem submeter ao plenário um novo recurso da defesa do ex-presidente Lula para que um pedido de liberdade do petista seja analisado pelo tribunal. A presidente Cármen Lúcia vai definir a data do julgamento. (todos os veículos)Lava Jato - Relator da Lava Jato no Supremo, o ministro Edson Fachin acumula uma série de derrotas na Segunda Turma, inclusive em questões cruciais da operação, como a condenação de políticos por receber dinheiro de origem ilícita via caixa 2 ou travestido de doação eleitoral oficial. (O Estado de S. Paulo)Inspeção - A Comissão de Direitos Humanos da OAB do Paraná realizou ontem uma vistoria no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, mas não verificou irregularidades no local. (O Estado de S. Paulo)Na Justiça - A disputa pelo imposto sindical, que passou a ser facultativo desde que a reforma trabalhista entrou em vigor, em novembro, praticamente triplicou o número de ações que questionam esse ponto da legislação na Justiça do Trabalho. (manchete de O Globo)MDB - Com o presidente da República mais impopular da história nas fileiras do partido, o MDB tornou-se "radioativo" nas conversas iniciais para a formação de alianças na disputa pelo Planalto, nacionalizando o isolamento que já era visto nos Estados. (Folha de S.Paulo)PSDB - O ex-governador Geraldo Alckmin vai limitar a 30% do teto de gastos das campanhas estaduais o valor do repasse do Fundo Especial de Financiamento de Campanha - o chamado fundo eleitoral - para os 13 candidatos a governador da sigla. (O Estado de S. Paulo)Negociações - A aliança entre o PR de Valdemar Costa Neto e o PSL do pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro está muito perto de ser anunciada. Ela dependeria apenas de o senador Magno Malta (ES) aceitar ser vice. (O Globo)DEM - O apresentador José Luiz Datena se reuniu sábado com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o líder da bancada do DEM, deputado Rodrigo Garcia (SP), e recebeu convite para concorrer à presidência. (Valor Econômico)Ruralistas - O governo decidiu cortar R$ 15,5 bilhões em benefícios que haviam sido aprovados pelos parlamentares ao setor agrícola. A equipe econômica diz que falta dinheiro para bancar o programa, que previa a renegociação de dívidas de pequenos produtores rurais com descontos de até 95% no saldo devedor. (manchete de O Estado de S. Paulo)Agrotóxicos - Por 18 votos a favor e 9 contra, a Comissão Especial da Câmara aprovou, ontem, o projeto de lei 6.299/2002, de autoria do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que flexibiliza e agiliza o registro de agrotóxicos no país. (todos os veículos)Câmbio - O reforço da atuação do Banco Central no mercado de câmbio fez o dólar fechar ontem perto da estabilidade, na contramão do exterior. À tarde, o BC chegou a ofertar US$ 3 bilhões no mercado para tentar segurar a cotação da moeda americana, mas foram vendidos US$ 500 milhões. (todos os veículos)Proposta - O governo está concluindo proposta para tentar resolver batalha jurídica entre as geradoras de energia hidrelétrica e a União. A disputa diz respeito ao chamado "risco hidrológico", isto é, aos fatores que impedem as geradoras de entregar energia na quantidade prometida devido a eventos não controlados. (manchete do Valor Econômico)
segunda-feira, 25 de junho de 2018

Cenário - 25.6.18

As críticas de Marco Aurélio Mello mobilizam parte das atenções centradas no STF às vésperas do início do recesso de julho. O ministro segue reforçando que, ao não determinar datas e sessões, a Corte retém processos - o que, segundo ele, não é bom nem para o tribunal nem para as partes. Associadas à decisão do ministro Edson Fachin de cancelar o julgamento do pedido de liberdade do ex-presidente Lula, as observações de Mello renovam um clima pra lá de pesado. Os entendidos em STF dizem que isso extrapola a mera divisão entre os ministros. No mundo jurídico e na opinião pública, o temor é de que os embates ganhem fôlego extra, em especial, a partir de agosto por causa da agenda eleitoral. Eleições 1 Acordos regionais O apoio anunciado pelo PP à candidatura de João Doria, em São Paulo, é o primeiro e mais contundente sinal de que articulações regionais começam a ganhar vida própria. Eleições 2 Corrida dos vices Assim como as alianças estaduais, os arranjos partidários que vão definir quem serão os candidatos a vice nas chapas majoritárias também começam a ganhar mais intensidade. Os prazos se afunilam e as sondagens são levadas à frente por quase todas as legendas - PT, PDT e PSDB têm mais pressa. As convenções devem começar a partir de 20 de julho. Conjuntura A economia em 2019 A estratégia de sensibilização do Ministério da Fazenda, que iniciou contatos diretos com coordenadores econômicos dos pré-candidatos ao Planalto, tem mais de um foco prioritário. As reformas que deixaram de ser feitas por causa da crise política estão entre eles. Encontro Temer + Pence Depois de dois adiamentos - um em 2017 e outro este ano -, o presidente Michel Temer e o vice-presidente americano Mike Pence finalmente terão agenda oficial amanhã em Brasília. O encontro teve a pauta atualizada: devido à repercussão negativa no Brasil e no mundo da política de "tolerância zero" contra imigrantes ilegais, Temer tocará no assunto. A prioridade, no entanto, é repassar o cronograma de negociações e acordos que estão em curso em diversas áreas. Na quarta-feira, Pence vai a Manaus/AM onde visitará um centro de acolhimento de imigrantes venezuelanos. Fake news A nova onda de mentiras Vídeos que utilizam novíssimas técnicas de inteligência artificial, misturando imagens reais com manipulação, passaram a fazer parte da lista de preocupações do TSE. Empenhado em aprofundar o debate e em propor soluções para coibir o avanço de notícias falsas, o tribunal se debruça agora sobre vídeos adulterados. Além das "fake news", a ordem é entender como funcionam os "deepfakes". Agenda Cessão onerosa - A Câmara pretende votar entre hoje e amanhã proposta que permite a Petrobras transferir até 70% dos direitos de exploração de petróleo. PLS - O Senado terá sessões amanhã e quarta-feira para concluir as votações que autorizam a divulgação de lista de pessoas físicas e empresas beneficiadas por isenções fiscais. Eleições 2018 Lei eleitoral - A partir de 7 de julho, a Administração Pública está impedida de gastar mais do que foi previsto, bem como demitir e admitir servidores até o fim das eleições. Nos jornais Congresso - A Câmara dos Deputados tem 1.087 projetos que tramitam em regime de urgência. A proposta mais antiga é de 1989, mostra levantamento do sistema da própria casa. "Moribundos" podem ser desenterrados para agilizar votação de textos polêmicos. (Folha de S.Paulo)Lula - O fenômeno eleitoral que marcou o retorno do peronismo ao poder na Argentina há 45 anos é a proeza que o PT tentará repetir nas eleições de outubro, prolongando ao limite do prazo legal a candidatura do ex-presidente Lula. (Valor Econômico)Estratégia - O PSL aposta no "efeito Enéas" para aumentar a bancada Federal. Com menos de dez segundos na propaganda eleitoral, se não fechar alianças, o partido de Jair Bolsonaro deve usar como bordão o sobrenome do presidenciável na TV. (Valor Econômico)São Paulo 1 - O governador Márcio França (PSB) resolveu utilizar uma fórmula conhecida da política: a relação asfalto-voto. Ele triplicou os repasses do Estado para recapeamento e tapa-buraco de ruas dentro dos municípios paulistas (manchete de O Estado de S. Paulo)São Paulo 2 - Antes aliados, PSB e PSDB hoje trocam acusações sobre uso da máquina nas eleições estaduais. Os tucanos pressionam Geraldo Alckmin a priorizar o ex-prefeito João Doria, enquanto os pessebistas já admitem que Alckmin deve deixar França, seu sucessor, em segundo plano. (O Estado de S. Paulo)Definição - Em entrevista, o pré-candidato ao governo de Minas Gerais, o senador Antonio Anastasia (PSDB), disse que o senador Aécio Neves vai ouvir o partido antes de decidir se vai disputar o Senado nas eleições deste ano. (O Estado de S. Paulo)Tocantins - Mauro Carlesse (PHS) foi eleito ontem governador do Estado no segundo turno das eleições suplementares. Com 100% das urnas apuradas, Carlesse obteve 368.553 votos (75,14% dos votos válidos), contra 121.908 votos (24,86% dos votos válidos) do segundo colocado, Vicentinho Alves (PR). (todos os veículos)Foragidos - Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que existem hoje no país 143.967 mandados de prisão em aberto. São pessoas condenadas, ou com determinação para aguardar o julgamento atrás das grades, mas que estão em liberdade principalmente pela falta de organização do poder público. (O Globo)Mercado - O executivo Gilson Finkelsztain, que preside a Bolsa brasileira, afirma, em entrevista, que a indefinição política é principal razão para a tensão no mercado. "Eu diria que entre 60% e 70% do nervosismo está ligado às eleições". (Folha de S.Paulo)Obras - O governo Federal precisaria desembolsar pelo menos R$ 76 bilhões para concluir milhares de obras paradas de Norte a Sul do Brasil. Mas, com a grave crise fiscal que derrubou os investimentos, a preocupação é que parte desses empreendimentos seja de vez abandonada. (O Estado de S. Paulo)Dólar - O Banco Central dá hoje novo passo no mercado de câmbio, ao oferecer leilão de linha de US$ 3 bilhões, isto é, a venda de dólares das reservas com compromisso de recompra. Isto sugere que vê demanda adicional por proteção cambial, em função da forte alta do dólar neste ano. (Valor Econômico)Teles - O crescimento lento da economia e a mudança do perfil do consumidor estão entre as razões do fraco desempenho do setor de telecomunicações. A receita total das operadoras caiu e depois estagnou durante a recessão (2014-2016). (manchete Valor Econômico)Formação - O grupo de pessoas com ensino superior cresceu 30%, para 22.935 milhões, quando se compara o primeiro trimestre de 2014 ao mesmo período deste ano, mas a entrada de jovens nas universidades poderia ter sido maior se as famílias não tivessem perdido renda e o governo não tivesse reduzido os recursos do Fies. (manchete O Globo)
sexta-feira, 22 de junho de 2018

Cenário - 22.6.18

O julgamento do pedido de suspensão da prisão do ex-presidente Lula, marcado para a próxima terça-feira, 26, renova dentro e fora do PT parte do debate jurídico que se instalou no país. Para quem enxerga oportunidade de duelar com as expectativas (factíveis ou não!), os próximos dias serão um prato cheio. Elas vão desde as chances de a 2ª turma do STF decidir a favor do petista, até a conversão da prisão domiciliar - proposta feita ontem por advogados. O caso flerta com discussões (antigas e recentes!) sobre a candidatura de Lula ao Planalto, fato que agita a cena nacional. Sob o ponto de vista do dia a dia político-partidário, movimentos do STF (quaisquer deles!) costumam ter consequências práticas e imediatas. Em relação a Lula, como é sabido, muita espuma sempre é produzida à revelia dos resultados em plenário ou do que dizem os ministros em seus votos. Os partidos se aproveitam para ganhar ou reafirmar espaços, os candidatos ajustam o figurino para a melhor ocasião e as pesquisas se encarregam do resto. Lava Jato A CPI resiste A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados manteve o requerimento de criação da CPI da Lava Jato, que segue em análise. Pauta Controle x liberação A polêmica envolvendo o projeto de lei 6.299/2002, apelidado de PL do veneno, segue forte. A mobilização da sociedade civil, de órgãos Federais, ambientalistas e de artistas em torno da regulação e o controle do uso dos agrotóxicos só aumenta. No centro das discussões está a revisão da Avaliação de Risco, medida que estabelece os critérios para autorização de registro de defensivo no Brasil e suas condições de uso. Fake News Efeito eleitoral As medidas a serem adotadas para enfrentar o avanço das notícias falsas nas eleições deste ano ainda despertam muitas dúvidas. Não está claro, por exemplo, quais critérios serão adotados pela Justiça eleitoral para considerar um registro falso. O temor é que algum tipo de censura seja instalada em meio ao contraditório ou a controvérsias que usualmente envolvem adversários em disputa. Argentina Na economia, alívio Apesar da grave crise e de grande parte da desconfiança ainda não ter sido dissipada, o mercado argentino vem reagindo bem à injeção de crédito de US$ 50 bilhões dada pelo FMI ao país. A elevação do status de "mercado emergente" - saindo da definição de "mercado de fronteira" - reativou as perspectivas internas e externas em relação a um giro positivo da economia ao longo dos próximos dois meses. Imigração Gesto brasileiro Foi sancionada a lei que estabelece ajuda para imigrantes com ações de assistência emergencial. A medida será importante para articular ações às famílias venezuelanas. O Brasil vem se consolidando como destino de refugiados que fogem de situações de conflito, miséria e violência em suas nações de origem. Agenda Tarifas - Em retaliação aos EUA, a União Europeia inicia hoje a cobrança de tarifas de importação sobre produtos americanos. PP + Doria - O PP anuncia oficialmente hoje apoio à candidatura de João Doria ao governo de São Paulo. Eleições 2018 Prazo - A partir do próximo dia 30, emissoras de rádio e televisão não podem transmitir programas apresentados ou comentados por pré-candidato. Nos jornais Rodoanel - Aditivos irregulares nas obras do Rodoanel, em São Paulo, levaram a prejuízos de mais de R$ 600 milhões, segundo a polícia e o Ministério Público. As apurações conduziram à decretação da prisão de oito servidores e ex-funcionários da Dersa, incluindo a do ex-presidente do órgão, Laurence Lourenço, que foi secretário estadual de Geraldo Alckmin. (manchete da Folha de S.Paulo)Alckmin - O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato à Presidência da República, afirmou que a prisão de Lourenço não terá efeito na pré-campanha. O tucano declarou apoio à operação que apura suspeita de superfaturamento no Rodoanel. (Folha de S.Paulo e O Globo)Apoio - O PP decidiu rever o apoio ao governador Márcio França (PSB), candidato à reeleição, e agora vai se aliar ao ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB). A mensagem, via WhatsApp, do presidente do PP paulista, Guilherme Mussi, alegava não ter certeza de que França pudesse cumprir compromissos que assumiu com o PP. (O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e Valor Econômico)Sátiras - Por unanimidade, o STF declarou inconstitucional e derrubou um trecho da Lei Eleitoral que proibia que emissoras de rádio e TV veiculassem sátiras e críticas a candidatos, partidos e coligações em período eleitoral. (todos os veículos)Ações - Após a reforma trabalhista completar seis meses em maio, o número de ações abertas na Justiça do Trabalho registrou queda de 40,8% nos números acumulados em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo revelam dados do TST. (manchete de O Estado de S. Paulo)Petrobras - O TST decidiu ontem a favor dos funcionários da Petrobras em um processo que discute o cálculo das remunerações e adicionais dos empregados da estatal. O impacto estimado é de pelo menos R$ 17,2 bilhões para a empresa que terá que excluir adicionais da base de cálculo dos salários. A estatal ainda pode recorrer. (manchetes de O Globo e Valor Econômico)Inflação - Os preços de alimentos e combustíveis dispararam em meio à paralisação de caminhoneiros e pressionaram o IPCA-15 de junho - prévia da inflação oficial do país. Dados do IBGE divulgados ontem apontam que o índice subiu 1,11% entre 16 de maio a 13 de junho, na maior variação para o mês desde 1995. (todos os veículos)
quinta-feira, 21 de junho de 2018

Cenário - 21.6.18

A manutenção da taxa Selic em 6,5% ao ano seguiu o roteiro antecipado pela maior parte dos analistas especializados em previsões. O Comitê de Política Monetária (Copom) tomou a decisão sem grandes sobressaltos, de forma unânime. Manteve a atmosfera geral estável e cumpriu seu papel. Já o comunicado emitido depois da reunião introduziu elementos que mexem com as planilhas e com a imaginação do mercado. Abriu-se desde a noite de ontem - logo após o anúncio - uma nova fase do intenso debate inspirado nas incertezas econômicas (externas e internas) e na imprevisibilidade eleitoral. É certo que as variáveis tendem a ficar mais sensíveis nesta virada de semestre. As especulações sobre o comportamento do Copom nos dois próximos encontros, também. Em meio a uma conjuntura muito vinculada às expectativas de curto prazo, as apostas de inflação, câmbio e comércio assumem proporções cada vez mais relevantes. O clima como está sugere que 2019, 2020 e 2021 já chegaram. EUA x China O preço da guerra As rusgas comerciais entre Estados Unidos e China - com a União Europeia no meio - ampliam as preocupações e reduzem as expectativas de crescimento nos investimentos globais. Pior para países como o Brasil, que tentam se reapresentar ao mundo como um bom destino para o dinheiro. Impasse do frete Próximos capítulos Sem acordo, o tabelamento do frete no transporte rodoviário segue na agenda do dia e com potencial cada vez maior de contaminar a cena eleitoral. Uma consulta pública aberta pela ANTT colhe contribuições até 3/8 e nova audiência foi marcada para o dia 28, no STF. Eleições Os movimentos do centro Depois de sinalizar a possibilidade de apoio ao candidato Ciro Gomes (com fortes divergências internas) a nova aposta do DEM é Geraldo Alckmin. Não só neste caso, mas em outros também as articulações começam (ao que parece!) caminhar para definições. Agenda Inflação - O IBGE divulga hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 de junho. Sátira eleitoral- O plenário do STF deve retomar hoje o julgamento de trechos de uma lei que questiona sátiras e montagens envolvendo candidatos durante as eleições. Eleições 2018 Fundo partidário - O TSE negou ao Partido da Mulher Brasileira recurso que tentava acesso aos recursos do Fundo Partidário e à propaganda de rádio e televisão. Nos jornais Delação - O STF decidiu ontem que a Polícia Federal e as polícias civis estaduais podem firmar acordos de delação premiada com investigados, mesmo sem a anuência do Ministério Público - 8 dos 11 ministros votaram nesse sentido. (manchetes da Folha de S.Paulo e de O Globo)Foro - O STJ restringiu o foro especial de governadores e de conselheiros de tribunais de contas para crimes cometidos no cargo e em função dele. A decisão vai na esteira do que ficou definido pelo STF em maio. (todos os veículos)Portos - O ministro do STF Luís Roberto Barroso atendeu ao pedido da PGR e autorizou a utilização da delação de Lúcio Funaro no inquérito dos Portos. (O Estado de S. Paulo)Romário - O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda, encontrou indícios de lavagem de dinheiro em operações bancárias envolvendo o senador Romário (Podemos-RJ), pré-candidato ao governo do Rio. (O Globo)Centro - Em busca de adesões, os pré-candidatos do PSDB e do PDT ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes, se reuniram a portas fechadas nos últimos dois dias com líderes de partidos que formam o Centrão. (O Estado de S. Paulo e Valor Econômico)Marina - A pré-candidata Marina Silva deixou explícita a aproximação com os movimentos de renovação política. Ela participou ontem, no Rio, de um jantar com o apresentador de TV Luciano Huck e integrantes do grupo político Agora! (O Estado de S. Paulo e O Globo)Dilma - Líderes do PT mineiro admitem a possibilidade do governador Fernando Pimentel, pré-candidato à reeleição, ser substituído pela presidente cassada Dilma Rousseff na disputa ao governo do Estado. A proposta é tratada nos bastidores do partido. (O Estado de S. Paulo)Benefícios - A Câmara aprovou uma série de medidas que beneficiam as transportadoras. Um projeto permite que o setor de transporte pague menos impostos e prevê alíquota zero em IPI e PIS/Cofins para a renovação da frota de caminhões. (manchete de O Estado de S. Paulo)Emprego - O Brasil registrou, em maio, o pior resultado do emprego formal em 2018, de acordo com dados do Ministério do Trabalho. A criação de 33,7 mil empregos com carteira assinada no mês passado caiu em relação a maio de 2017, quando foram gerados 34,3 postos. (todos os veículos)FIES - A MP que destina recursos das loterias federais para o Fundo Nacional da Segurança Pública causará prejuízo de quase R$ 1 bilhão ao Fies. O valor representa 15% dos R$ 6,3 bilhões destinados pelo Tesouro Nacional ao programa no ano passado. (Folha de S.Paulo)Selic - O Banco Central decidiu manter a Selic em 6,50% ao ano, no menor patamar da história. Na decisão anunciada ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) reafirmou o compromisso de zelar pelo controle da inflação. (todos os veículos)Contas - Dois fatos negativos para a economia brasileira - a greve dos caminhoneiros e a alta do dólar - ajudarão o governo a fechar as contas em 2018 e 2019. Mercado e governo estimam que a greve e a desvalorização do real devem provocar aumento de um ponto percentual na inflação acumulada em 12 meses até junho. (manchete do Valor Econômico)Trump - O presidente dos EUA, Donald Trump, recuou e decidiu acabar com a separação de pais e filhos que tentam cruzar ilegalmente a fronteira do país. (todos os veículos)
quarta-feira, 20 de junho de 2018

Cenário - 20.6.18

Confirmado para a próxima terça-feira, 26, o julgamento do recurso do ex-presidente Lula contra sua condenação e prisão mantém a 2ª turma do STF em foco e as especulações, em alta. A decisão que absolveu a senadora e presidente do PT Gleisi Hoffman das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro anima teorias antigas levantadas contra a Lava Jato. Registra-se, no entanto, que o resultado de ontem (nem de longe!) significa uma tendência. Formada pelos ministros Edson Fachin, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Dias Toffoli a 2ª turma é vista como mais favorável aos argumentos dos réus da Lava Jato. O caso de Lula é diferente. O STF já foi testado outras vezes e os resultados acabaram sendo desfavoráveis ao petista. Eleições Foco na economia Temas polêmicos insistem em bater à porta das pré-campanhas ao Planalto. Embora os candidatos tenham conseguido se esquivar da maioria deles até agora, alguns são inevitáveis. Nesta semana, Alckmin, Ciro, Meirelles, Bolsonaro e Marina estão sendo confrontados quase que diariamente com questões sensíveis da agenda econômica. Caminhoneiros Fux e o frete O ministro do STF Luiz Fux recebe hoje em audiência representantes do governo e do setor empresarial para tentar construir algum consenso em torno do tabelamento do frente. Até ontem, o encontro não previa a presença de representantes dos caminhoneiros autônomos. A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou pedido a Fux para que a categoria seja incluída na mesa. Juros O que dirá o Copom Mais do que a decisão sobre a taxa básica de juros (Selic) - que será anunciada logo mais à tarde -, analistas e o mercado esperam mesmo é pelo comunicado emitido pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A depender do que disserem os diretores do Banco Central, as apostas sobre câmbio, PIB e inflação no segundo semestre podem mudar. Área social Entre balanços e ações Ontem, o presidente Michel Temer se reuniu com ministros que atuam na área social do governo. O grupo apresentou resultados daquilo que está em curso até o momento. O reajuste no Bolsa Família e a criação dos programas Progredir e Criança Feliz se destacaram nos relatos. Agenda Câmara 1 - O Conselho de Ética da Câmara se reúne hoje e pode instaurar processos contra os deputados Nelson Meurer (PP-PR), condenado na Lava Jato, e Laerte Bessa (PR-DF), acusado pelo PSB de agressão. Câmara 2 - Está prevista para hoje a votação do PL 8939/17, que autoriza a Petrobras a negociar com outras empresas parte dos seus direitos de exploração de petróleo do pré-sal na Bacia de Santos por meio de cessão onerosa. Eleições 2018 Fake News - O TSE firmou parceria com o Clube Associativo dos Profissionais de Marketing (camp) para tentar evitar a disseminação de notícias falsas. Nos jornais Gleisi - A senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, foi absolvida da acusação de ter participado de esquema de corrupção e lavagem de dinheiro desviado da Petrobras. Os ministros da 2ª Turma do STF entenderam que a PGR não conseguiu provar os crimes que foram imputados pelo ex-procurador-Geral Rodrigo Janot. (manchete da Folha de S.Paulo)Eleições - A resistência à candidatura de Henrique Meirelles (MDB) ao Planalto ultrapassou as fileiras da sigla e chegou ao terreno em que o ex-ministro da Fazenda costumava circular com mais destreza: o mercado. Empresários e investidores agora pressionam para que ele desista de concorrer à presidência. (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo)Ciro - O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) foi vaiado, ontem, durante o 35º Congresso Mineiro de Municípios, em Belo Horizonte. Após ser interrompido pela organização, o pedetista se recusou a responder a uma nova pergunta e deixou o evento sem fazer as considerações finais. (todos os veículos)AGU - A Câmara de Conciliação da AGU devolveu ao STF o relatório sobre o pagamento de auxílio-moradia de R$ 4,3 mil a juízes e promotores sem um acordo fechado. A AGU tentou solução legal para benefício de juízes e de promotores que custa por ano R$ 945 milhões. (manchete de O Estado de S. Paulo)BNDES - A concessionária do Aeroporto Internacional de Confins, BH Airport, terá acesso a mais R$ 508 milhões liberados em operação de crédito do BNDES. O financiamento de longo prazo foi aprovado ontem pela diretoria do banco público (Valor Econômico)Pré-sal - O governo está articulando uma forma de blindar os R$ 100 bilhões que podem ser arrecadados com o leilão do excedente do pré-sal. A ideia é que as empresas vencedoras façam o pagamento em parcelas. (O Estado de S. Paulo)Etanol - Contrariando a pressão de entidades, o Senado aprovou ontem projeto que libera a venda direta de etanol das usinas aos postos de combustível. O texto, aprovado por 47 votos a dois, segue para a análise da Câmara dos Deputados. (todos os veículos)Impactos - A guerra comercial Estados Unidos e China, já está afetando o crescimento de economias avançadas, como Alemanha e França. O Instituto Ifo, de Munique, reduziu de 2,6% para 1,8% a projeção de expansão do PIB da Alemanha em 2018, a quarta maior economia do mundo. O PIB francês também está sendo revisto. (manchete do Valor Econômico)Trump - O repúdio à política de Donald Trump de separar imigrantes ilegais dos filhos atingiu seu próprio partido, o Republicano. Dois dos quatro governadores que se negaram a enviar soldados da Guarda Nacional para patrulhar fronteiras são da legenda. (manchete de O Globo)ONU - Os Estados Unidos se retiraram do conselho de direitos humanos das Nações Unidas ontem, acusando o órgão de ser "hipócrita" e ter um "viés anti-Israel". A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, afirmou que o conselho "não é digno do seu nome". (todos os veículos)Aliança - Ford e Volkswagen irão desenvolver novos carros em conjunto, com foco em veículos comerciais. O anúncio foi feito ontem, em um comunicado compartilhado por executivos das duas empresas. (todos os veículos)
terça-feira, 19 de junho de 2018

Cenário - 19.6.18

As áreas técnicas do governo envolvidas no imbróglio da tabela dos preços mínimos do frete aguardam por uma decisão da Justiça para seguir com os trabalhos. A publicação da terceira versão está suspensa, assim como a chamada para a consulta pública que havia sido pensada para incrementar os debates. Amanhã, o STF fará audiência de conciliação com representantes de órgãos públicos, entidades empresariais, sindicatos dos caminhoneiros e a Procuradoria-Geral da República (PGR). Do ponto de vista econômico, tabelar o frete não faz sentido - o Cade chegou a comparar a medida a um tipo de cartel. Sob o aspecto legal, também há sérias dúvidas, o que reforça a onda contrária à ideia. No dia a dia das estradas, definir um piso para os transportes no país não é garantia de equidade - e isso foi dito desde o início da greve dos caminhoneiros. Por essas e outras razões é que todos os envolvidos na confusão torcem para que o ministro do STF Luiz Fux, responsável pelo assunto, encontre uma saída. Orçamento De olho em 2019 Partidos orientam suas lideranças na Câmara e no Senado a acelerarem as discussões que antecedem a confecção do Orçamento 2019. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) precisa ser votada ainda neste semestre. Neste ano, o texto enviado pelo Poder Executivo não prevê a execução obrigatória de emendas de bancada, forçando os parlamentares a acrescentar as emendas de bancada impositivas no projeto da LDO. Lava Jato O futuro de Gleisi A Segunda Turma do STF abre hoje o primeiro dia de julgamento da presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR). Na ação, a petista é acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro - fatos supostamente ocorridos durante a campanha de 2010. Eleições O tour dos pré-candidatos Ao longo de junho e julho os concorrentes ao Planalto deverão ser convidados para mais dois ou três eventos públicos para debater plataformas e propostas de governo. Esses momentos têm retroalimentado críticas à forma como cada um deles se posiciona (ou não!) sobre temas urgentes. Os estrategistas de campanha já fizeram o alerta e a tendência é de que as opiniões sejam mais enfáticas daqui para frente. Agenda Fake News - A Câmara dos Deputados se transforma em comissão geral hoje para discutir as chamadas fake news. O presidente do TSE Luiz Fux e especialistas foram convidados Copom - Tem início hoje o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central Eleições 2018 FEFC - O TSE informou que o Fundo Especial de Financiamento de Campanha é de R$ 1,7 bilhão e será dividido, proporcionalmente, entre os 35 partidos registrados Nos jornais Cartilha - O Palácio do Planalto orientou ministros a evitarem entrevistas com "promoção pessoal" e menção a "circunstâncias eleitorais" durante a campanha presidencial deste ano. Uma espécie de cartilha foi produzida pela Secretaria-Geral da Presidência. (Folha de S.Paulo)Papuda - A Polícia Civil do Distrito Federal fez buscas nas celas em que estão presos o ex-senador Luiz Estêvão (MDB-DF) e os ex-ministros Geddel Vieira Lima (MDB-BA) e José Dirceu (PT-SP), na Papuda. Os policiais suspeitam de um suposto esquema de privilégios, envolvendo agentes públicos, aos três internos. (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo)Mensalão - O publicitário Marcos Valério foi condenado pela Justiça mineira a 16 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por desvio e lavagem de dinheiro no esquema conhecido como mensalão tucano. A sentença também condenou ex-sócios de Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach. (Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo)Atibaia - O encarregado de obras da OAS Misael de Jesus Oliveira disse ao juiz Sergio Moro que foi convocado pelo gerente dele para fazer uma reforma no sítio atribuído ao ex-presidente Lula, em Atibaia/SP. (Folha de S. Paulo)Miller - O ex-procurador da República Marcello Miller, o empresário Joesley Batista e três advogados foram indiciados pela PF no inquérito que investigou o envolvimento de Miller na elaboração dos acordos de colaboração premiada de executivos e ex-executivos do Grupo J&F enquanto ainda era membro do Ministério Público Federal. (O Estado de S. Paulo e O Globo)Vacinação - Em meio ao alerta sobre o risco de retorno de doenças quase esquecidas, os índices de coberturas vacinais de bebês e crianças tiveram nova queda em 2017 e já atingem o nível mais baixo do país em ao menos 16 anos. Todas as vacinas indicadas a menores de um ano ficaram abaixo da meta do Ministério da Saúde. (manchete da Folha de S.Paulo)Energia - Especialistas avaliam que a bandeira vermelha, adotada este mês e que encarece a conta de luz, deve permanecer até outubro, com possibilidade de ser estendida até dezembro, caso as chuvas não sejam suficientes para regularizar o patamar das hidrelétricas. (manchete de O Globo)Etanol - A venda direta de etanol das usinas para os postos é mais uma polêmica alimentada pela greve dos caminhoneiros. Na esteira da discussão, um projeto de lei que libera a venda direta avança no Congresso. Previsto para ser votado pelo plenário do Senado hoje, o texto acaba com o efeito de uma norma publicada pela ANP em 2009. (Folha de S.Paulo)Frete - A alta de custos com o tabelamento do frete será da ordem de R$ 53,2 bilhões sobre o conjunto da economia, mais do que o País tem investido, por ano, em infraestrutura. Isso deve provocar uma elevação de 0,92 ponto porcentual na taxa de inflação e reduzir a massa salarial real em R$ 20,7 bilhões. (O Estado de S. Paulo)PIB - A constatação de que a economia deve crescer menos do que o esperado fez os empresários da indústria cortarem investimentos previstos para este ano. Até março, empresas do setor planejavam investir mais que no ano passado e, agora, a estimativa é de queda de 0,4%, segundo levantamento da Fiesp. (manchete de O Estado de S. Paulo)Precatórios - Ao aprovar em dezembro a Emenda Constitucional 99, o Congresso incluiu artigo que obriga o Tesouro a financiar, com subsídio, o pagamento de precatórios de Estados e municípios. O governo encaminhará ao Congresso, até o fim do mês, projeto regulamentando o subsídio previsto pela Emenda 99. (manchete do Valor Econômico)
segunda-feira, 18 de junho de 2018

Cenário - 18.6.18

Os ajustes na política comercial americana que resultaram na imposição de tarifas a produtos chineses vão entrar em uma nova e decisiva fase. O governo Donald Trump quer dar ainda mais visibilidade aos efeitos práticos das restrições, fortalecendo assim a propaganda protecionista. Já os chineses, que também levantaram barreiras, vão acentuar o discurso - compartilhado com a Europa - de que os Estados Unidos estão, na verdade, bagunçando o comércio global. Para o Brasil, as medidas em si, as novas ameaças e seus desdobramentos políticos não poderiam ter vindo em pior hora. A virada do semestre é quando o importador e o exportador nacionais recalibram suas estratégias para o ano. Com a tensão instalada entre as duas potências, o agronegócio já estima prejuízos e dificuldades extras para acessar determinados mercados. Juros O futuro da Selic O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá amanhã e depois para decidir a taxa básica de juros. A alta do câmbio é um fator e tanto a ser considerado, mas os riscos de descontrole na guerra tarifária travada entre China e Estados Unidos, também. Eleições Jogo de vestiário A Copa do Mundo diminuiu a intensidade dos discursos e a presença pública dos candidatos, mas não paralisou os partidos e as negociações por alianças. A busca por apoios regionais tem levado em consideração algo que mexe muito com o imaginário político: o perfil da composição pós-eleitoral na montagem de governo. Congresso Agenda e realidade Os festejos juninos e a Copa do Mundo alteram - como sempre - a dinâmica do Congresso. Mesmo assim, estão previstas votações para esta semana na Câmara dos Deputados. No Senado, espera-se pelo término da votação da lei que autoriza a divulgação da lista de pessoas físicas e empresas beneficiadas com isenções fiscais.   Colômbia Recado das urnas A eleição do presidente Iván Duque deve interferir no acordo de paz entre governo e as FARC, na Colômbia. Analistas internos apostam em uma possível ampliação da influência americana nas relações entre os países da Unasul. Mercosul Cúpula sem Macri A Cúpula do Mercosul, que começa hoje no Paraguai, tem início sob forte impacto causado pela ausência do presidente argentino Mauricio Macri. A crise política e a instabilidade econômica pioraram depois da saída do presidente do Banco Central e dos ministros da Energia e da Produção. Agenda Concessões - Está prevista para hoje audiência pública que discute a quinta rodada de concessão de mais 13 aeroportos divididos em três blocos: Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Sisu - O Ministério da Educação divulga hoje o resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). São 57.271 vagas em 68 instituições públicas de ensino superior em todo o país. Eleições 2018 Fundo Especial - O TSE divulga hoje o valor do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Nos jornais Frete - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) enviará hoje ao STF parecer em que afirma que o tabelamento do frete rodoviário cria uma espécie de cartel e representa uma afronta à livre concorrência. (manchete de O Estado de S. Paulo)Crise - Ministros do núcleo mais próximo ao presidente Michel Temer afirmam que a crise política e econômica causada pela greve dos caminhoneiros foi a mais grave, mesmo com as investigações que o têm como alvo e a votação das denúncias contra ele na Câmara dos Deputados. (Valor Econômico)Popularidade - O presidente Michel Temer lançará nas redes sociais, a partir de hoje, uma nova campanha composta por uma série de vídeos curtos, com o objetivo de tentar melhorar sua imagem. (O Globo)Eleições - O pré-candidato ao Palácio do Planalto Jair Bolsonaro (PSL-RJ) tenta afastar-se da imagem de um polêmico sindicalista militar que defende políticas estatizantes e aderir a ideias ultraliberais do economista Paulo Guedes. (O Estado de S. Paulo)Aliança - Emissários da pré-candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, começaram a sondar políticos de outros partidos para compor sua chapa presidencial. (O Estado de S. Paulo)Reeleição - Levantamento aponta que a eleição para o Senado deve ter um número recorde de candidatos em busca da reeleição. Dos 54 parlamentares eleitos em 2010, ao menos 35 (65%) devem tentar renovar seus mandatos por mais 8 anos. (O Estado de S. Paulo)Daiello - Em entrevista, o ex-diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello, afirma que o material apreendido pela PF sob seu comando é suficiente para mais "quatro ou cinco anos" de grandes operações. (O Estado de S. Paulo)Investigação 1 - A Polícia Federal investiga ligação de partidos com saques em fundo de R$ 500 milhões. O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) identificou fraudes em pelo menos três repasses. (O Globo)Investigação 2 - A PF pediu documentos sigilosos à Câmara dos Deputados para avançar em uma investigação que apura se o deputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA) violou o sigilo funcional a favor da Odebrecht em uma CPI sobre a Petrobras. (Folha de S.Paulo)Alerta - O aumento das despesas obrigatórias no orçamento pode deixar o governo mais próximo de um cenário de paralisia dos serviços públicos em 2019, afirmam especialistas. (manchete de O Globo)Eletrobrás - A proposta de privatização das seis distribuidoras estaduais de energia administradas pela Eletrobras entra numa semana decisiva e preocupa o governo. Ainda há uma série de etapas a serem cumpridas que envolvem o Congresso Nacional e os acionistas da estatal. (O Estado de S. Paulo)Investimentos - O Brasil já começa a sentir os efeitos da reforma tributária feita pelo governo Donald Trump nos EUA. Aliadas à economia em marcha lenta por causa das eleições presidenciais, as mudanças derrubam os investimentos estrangeiros produtivos em empresas no país. (O Globo)Recuperação - A retomada da atividade econômica depois do fim da paralisação dos caminhoneiros está mais lenta do que se previa. Dados de faturamento da indústria dos Estado São Paulo confirmam a percepção de analistas de que os acontecimentos de maio reforçaram a perda de fôlego da economia. (manchete do Valor Econômico)Colômbia - O direitista Iván Duque venceu ontem o segundo turno da eleição colombiana e assumirá em 7 de agosto como presidente do país, sucedendo Juan Manuel Santos (2010-18). Duque obteve 53,9% dos votos contra 41,8% de seu rival, o esquerdista, ex-prefeito de Bogotá e ex-guerrilheiro do M-19 Gustavo Petro. (todos os jornais)