1ª turma do TST
Ser policial militar não impede reconhecimento de vínculo com empresa privada
Após ter trabalhado por oito anos para o Empreendimento Pague Menos S/A, o policial, que nunca teve a carteira assinada, foi dispensado, pois a empresa decidiu contratar uma firma de segurança. Ele ajuizou a reclamação, mas não vinha tendo sucesso na ação, até chegar ao TST. Na 13ª vara do Trabalho de Belém/PA, onde tudo começou, foi declarada a inexistência da relação empregatícia entre o segurança e o Pague Menos.
Como consequência, foram julgados improcedentes os pedidos decorrentes do vínculo, como aviso prévio, férias mais um terço, décimo-terceiro salário e outros. A primeira instância se baseou no fato de o trabalhador ser servidor militar e o trabalho na iniciativa privada ser proibido. Concluiu, então, que a lei impede que o juízo reconheça o vínculo, devido ao princípio da legalidade e da segurança jurídica.
Com recurso ao TRT da 8ª região, o segurança não obteve mudanças na decisão. O regional também se fundamentou, para a negativa, no artigo 22 do Decreto-Lei 667/69 (clique aqui), que veda aos servidores da polícia militar, em atividade, participar de firmas comerciais, de empresas industriais de qualquer natureza ou nelas exercer função ou emprego remunerado.
A persistência do trabalhador teve resultado, enfim, quando seu recurso de revista foi julgado pelo TST. O ministro Vieira de Mello Filho verificou haver contrariedade à súmula 386, o que permitiu a análise do mérito da questão. Segundo o relator, já há jurisprudência pacificada no TST em favor do reconhecimento do vínculo empregatício do policial militar com empresa privada. Diante disso, a 1ª turma reconheceu a relação de emprego e determinou o retorno do processo à 13ª vara do Trabalho de Belém/PA para que aprecie os demais pedidos, inclusive verbas rescisórias, como entender de direito.
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Processo Relacionado : RR-1315/2008-013-08-00.2 - clique aqui
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