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Livro reúne acervo do Museu da Santa Casa de Misericórdia de SP em comemoração aos 125 anos do prédio principal

Para comemorar os 125 anos do prédio principal da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no centro da capital, a instituição presta homenagem à parte menos conhecida de seu trabalho.Com o lançamento de um livro, em evento realizado hoje, a entidade revela o acervo do Museu da Santa Casa, cerca de 7mil peças que demonstram a evolução de uma das mais antigas casas de saúde do País.

26/8/2009


Um capítulo da história da Saúde

Acervo do Museu da Santa Casa de Misericórdia é reunido em livro

Com cerca de 7 mil peças de seu acervo reunidas em livro, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo comemora os 125 anos do seu prédio principal. Um capítulo de destaque da história da saúde brasileira.

Confira abaixo matéria publicada no jornal "O Estado de S. Paulo" desta quarta-feira, 26/8.

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Livro reúne acervo do museu da Santa Casa

Entre as curiosidades, instrumentos médicos que caíram em desuso

Vitor Hugo Brandalise

Num local em que o valor se mede em leitos e equipamentos – além de boa dose de caridade –, também há espaço para as palavras acervo, patrimônio, história. Para comemorar os 125 anos do prédio principal da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no centro da capital, a instituição presta homenagem à parte menos conhecida de seu trabalho. Com o lançamento de um livro, em evento realizado hoje, a entidade revela o acervo do Museu da Santa Casa, cerca de 7 mil peças que demonstram a evolução de uma das mais antigas casas de saúde do País.

O museu funciona desde 2001 em oito salas do Hospital Central, em Santa Cecília – cuja construção, em estilo gótico e com tijolos aparentes, foi finalizadaem1884–, com espaços para exposição de retratos dos principais doadores, objetos de arte sacra,documentos históricos, instrumentos médicos e farmacêuticos, utilizados a partir do século 19. “A Irmandade da Santa Casa em São Paulo tem mais de 400 anos, desde a primeira unidade, no Pátio do Colégio.

Temos a obrigação de preservar sua história”, afirma o atual provedor (presidente) da irmandade, Kalil Rocha Abdalla.

Em outubro, o museu entrará no roteiro turístico oficial da cidade,divulgado pela SPTuris.

Hoje, o museu recebe, em média, 30 pessoas por dia. “Esperamos aumentar a visitação e o espaço. Será um novo momento”, afirmou Abdalla.

Na ala dedicada ao acervo médico, a mais procurada do museu,há cerca de1.800 peças, como grampeadores metálicos para cortes cirúrgicos, seringas e agulhas da década de 1920, microscópios alemães, máscaras para anestesia geral feitas de metal.Num dos cantos da sala, um objeto destoa – tem cerca de 2metros de altura, 100 quilos, semelhante a uma balança de cargas. Servia para retirar ciscos dos olhos. “É um eletroímã, usado no século 19 para tirar pequenos pedaços de metal dos olhos de metalúrgicos”, explica o mordomo (diretor) do museu, Augusto Velloso. “A ideia é mostrar a evolução dos equipamentos. Quem iria acreditar nessa máquina que, junto com ciscos, parecia querer tirar a córnea?”

Na ala dos objetos de farmácia, há práticas desaparecidas da medicina atual. Como o teste de gravidez realiza do como auxílio de um sapo– a urina da mulher era injetada no animal, extraída e analisada no microscópio: se fossem verificados espermatozóides do sapo, a gravidez estaria confirmada. Cerca de 700 objetos assim – entre vidros de remédios de 1820 com rótulos de letras banhadas a ouro – estão expostos na sala, em armários do Liceu de Artes e Ofícios, construídos em 1883.

Na sala vizinha, fica a Roda dos Expostos – objeto que, entre 1825 e 1950, recebeu crianças abandonadas por pais que se julgavam incapazes de criá-las. Nos anos em que funcionou, a roda recebeu 4.696 crianças, cujos nomes estão registrados em livros, armazenados num compartimento do móvel.

As paredes do museu abrigam também pinacoteca considerável – são 190 quadros, de pintores como Oscar Pereira da Silva, Almeida Junior, Benedito Calixto e Tarsila do Amaral, que retratam os principais benfeitores da Santa Casa. Documentos históricos, como “dictados” e uma certa “carta à mãe”,escrita por um órfão,também podem ser encontrados.

O livro Museu da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – que documenta boa parte desse acervo – será lançado hoje, às 11h,no Salão Nobre da Provedoria do Hospital, anexo ao museu. Serão distribuídos 1.500 exemplares a benfeitores do hospital. Uma segunda edição, para venda, é negociada.


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