Homenagem a Euclides
Senadores lembram centenário da morte de Euclides da Cunha
Para o senador, Euclides da Cunha "foi em vida um dos maiores escritores brasileiros e que tão insignes serviços prestou ao país como chefe da delegação brasileiro-peruana que demarcou os limites entre o Brasil e o Peru, objeto do tratado firmado com esse fim em 1909". O escritor nasceu no dia 20 de janeiro de 1866, em Cantagalo, no Rio de Janeiro.
Publicada em 1902, a obra Os Sertões surgiu a partir da viagem que Euclides da Cunha fez a Canudos/BA, como colaborador do jornal A Província de São Paulo - atual O Estado de S. Paulo -, para escrever sobre operações realizadas pelo Exército com objetivo de sufocar a rebelião dos sertanejos liderada por Antônio Conselheiro.
Em Os Sertões, livro considerado de grande impacto para a época pela sua originalidade e estilo, o escritor critica o massacre dos moradores de Canudos a mando do recente governo republicano. Nessa obra, Euclides da Cunha contesta a versão de que o movimento de Canudos foi monarquista e político, destinado a atingir a república e restaurar a monarquia - tese em que ele próprio acreditou inicialmente. O escritor revela, no livro, a complexidade do sertão brasileiro e seus problemas socioeconômicos, numa linguagem repleta de inversões sintáticas e termos científicos.
Quando surgiu a insurreição de Canudos, em 1897, Euclides escreveu artigos que lhe valeram o convite do jornal para realizar reportagens na área do conflito. Apesar de não presenciar o fim da guerra de Canudos, o escritor reuniu material suficiente para escrever, durante cinco anos, Os Sertões, livro publicado em alemão, chinês, francês, inglês, dinamarquês, espanhol, holandês, italiano e sueco.
O escritor foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1903. Em 1904, foi nomeado chefe da comissão mista brasileiro-peruana de reconhecimento do Alto Purus, com objetivo de cooperar para a demarcação de limites entre os dois países. Essa experiência resultou em sua obra póstuma À Margem da História, onde denuncia a exploração dos seringueiros na floresta.
O escritor faleceu em 1909, aos 43 anos, assassinado por Dilermando de Assis, então amante de sua mulher, Ana. Euclides invadiu a casa de Dilermando armado, dizendo-se disposto a matar ou morrer, e Dilermando reagiu, matando o escritor. Julgado, Dilermando foi absolvido por ter agido em legítima defesa. Posteriormente, casou-se com Ana, união que durou 15 anos.
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