Tio Sam na berlinda
Leia abaixo a crônica gentilmente enviada pelo poeta e migalheiro Carlos Alberto Moraes, sobre a eleição dos Estados Unidos.
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Eleição Norte-americana
Carlos Alberto Moraes*
Recentemente, em pacífica e etílica reunião familiar, surgiu lá sabe-se como, talvez fosse uma invasão, uma discussão sobre o caráter dos cidadãos auto-denominados norte-americanos.
Entre opiniões diversas de índoles boas ou perversões atávicas, de filhos-de-deus criados no inferno - uma justificativa a la Rosseau - etc, etc, etc, comentei que os norte-americanos, individualmente, podem ser excelentes pessoas - aliás, todos que conheci o são - mas enquanto nação, enquanto povo, são responsáveis por grande parte das atrocidades no mundo.
Não fiquemos apenas com a ocupação do Iraque, há ainda a indiferença com a matança na África, o apoio ao sanguinário primeiro-ministro israelense - fatos atuais, a participação nos golpes de estado e financiamento das ditaduras na América Latina, sem contar a exploração econômica de milhões de seres nos quatro cantos do globo.
Assim, sempre dirigi meu ódio ao país, nunca as pessoas nascidas ali. Hoje, retifico minha opinião (e redireciono meu ódio). Quem, sabendo de todas mentiras, toda manipulação, toda prepotência utilizada por "Baby" Bush, ainda votou nele - e o voto é individual e não da nação - compactua com este modo violento de agir, com esta ganância, com o desrespeito a todos os demais cidadãos do mundo.
O norte-americano revelou-se enquanto pessoa um ser mesquinho, egoísta, hipócrita e perverso, disposto a viver isolado, ou inalcançável em seu imenso e mísero país.
É preciso atitude de, sempre que possível, lhes dizer isto na cara, e não relevar seus atos pensando em seus dólares, ou em seu jeito de viver, quem continuar mantendo esta postura estará, a exemplo de cada pessoa norte-americana, sujando suas mãos, suas roupas, sua história com sangue e podridão.
*Poeta e migalheiro.