Governo prevê novo aumento de combustíveis
Copom diz que alta do petróleo preocupa e admite reajuste da gasolina
O Comitê afirma que continua trabalhando com a estimativa de um aumento de 9,5% para os preços da gasolina em 2004 na comparação com a média de preços do ano passado. No entanto, afirma que essa projeção foi feita com base em uma cotação do barril do petróleo de US$ 35. Na semana passada, o petróleo chegou a US$ 49 na Bolsa Mercantil de Nova York e, hoje, caiu para valores próximos a US$ 43.
O Copom diz que ainda trabalha com os US$ 35 porque considera a alta "especulativa" e afirma que "os preços poderiam retroceder em breve mesmo com a inevitável permanência de alguns focos de tensão geopolítica".
O próprio Copom, entretanto, admite que sua avaliação está "cercada de incerteza acentuada neste momento". Portanto, entre as duas últimas reuniões do Copom, teriam aumentado os riscos "que poderiam se materializar em um aumento maior da gasolina em 2004 ou em defasagem maior que ficasse por corrigir em 2005".
O discurso do Copom é bastante parecido com o da ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia) e o presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, que afirmam que o governo vai esperar o preço do petróleo se estabilizar em um determinado patamar para decidir se haverá ou não um aumento da gasolina.
O Copom também manteve suas previsões de aumento neste ano para os preços do gás de botijão (6,8%), energia elétrica (11,6%) e telefone fixo (12,8%).
No entanto, o comitê elevou sua projeção de alta para o conjunto de preços administrados (o que inclui água, luz, telefone, gasolina, entre outros) no próximo ano, de 6% para 6,3%.
Isso porque a inflação que serve de indexador para boa parte dos contratos de concessão de serviços públicos deve ficar neste ano acima do projetado, elevando o índice de reajuste em 2005.
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