Reação negativa ao Copom impulsiona dólar
A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de interromper a seqüência de cortes de juros, mantendo a taxa em 16% ao ano, foi apontada como o principal motivo para a desvalorização do real.
Segundo o diretor de câmbio da corretora Souza Barros, Carlos Alberto Abdalla, "o Copom sacramentou a percepção negativa do mercado sobre as turbulências externas. Antes, o governo dizia que havia uma blindagem contra a crise internacional. Mas a manutenção dos juros selou de vez a idéia de que existe sim uma preocupação com a alta do petróleo e a expectativa de uma subida do juro nos EUA".
Para Abdalla, a manutenção do juro virou um pretexto dos especuladores para trabalhar com a perspectiva de uma alta da taxa Selic em breve.
Se a escalada do dólar continuar, o mercado vai começar a esperar medidas do Banco Central para conter a desvalorização do real.
Segundo Abdalla, o governo deve deixar, no primeiro momento, o dólar subir para estimular as exportações, já que o consumo interno ainda apresenta sinais de fraqueza. Depois, poderá adotar medidas como a rolagem de títulos cambiais, leilões de venda de divisas ou até o aumento do compulsório (dinheiro que os bancos são obrigados a recolher).
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