Falecimento
Um livro de Securitização e Crédito Rural na mão esquerda. A chave do escritório na outra. Assim foi encontrado o corpo do advogado Delcides Ferreira de Souza, 54, morto ontem, enquanto se dirigia para o trabalho, no Centro da cidade de Quirinópolis (<_st13a_metricconverter productid="283 km" w:st="on">283 km de Goiânia). Por volta das 7 horas, o jurista foi atingido por pelo menos quatro tiros de revólver calibre 32 – dois deles na cabeça. Os autores, ainda não identificados, seriam dois homens que estavam em um Gol preto. A Polícia Civil acredita na hipótese de vingança relacionada a causas defendidas pelo advogado.
Delcides saiu de casa bem cedo, como de costume. A esposa, Shirley Rodrigues Barcellos, 46, havia pegado o carro da família para ir à faculdade, em Rio Verde, motivo pelo qual o advogado seguiu a pé para o trabalho. No meio do caminho, em sentido contrário à rua Itumbiara, o carro com os algozes o abordou. Cerca de seis tiros foram disparados, segundo testemunhas. O Gol deu marcha a ré e seguiu pela contramão na via perpendicular, saída para Goiânia. Até o fechamento desta edição, os criminosos não haviam sido encontrados.
De acordo com investigação feita pelo delegado responsável pelo caso, Divino Luiz Moreira, o advogado era famoso na cidade por ganhar causas na área cível que envolviam muito dinheiro. "Esse fato fazia com que as partes derrotadas ficassem com raiva de Delcides", acrescenta o policial. Em outros casos, quando o cliente do jurista perdia o processo, também havia o sentimento de vingança.
A informação é confirmada pela família da vítima. O filho de Delcides, o também advogado Patrick Barcellos, 23, diz que, desde que o pai começou a atuar no ramo do Direito, há 22 anos, sempre pegou causas difíceis e que geravam desconforto entre as partes envolvidas no processo. "Meu pai era um excelente profissional. Isso chegava a causar inveja nas pessoas."
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Dívidas podem ter motivado homicídio
Apesar da informação não ser reiterada pelo chefe da delegacia do município de Quirinópolis (<_st13a_metricconverter productid="283 quilômetros" w:st="on">283 quilômetros de Goiânia), fontes extra-oficiais dão conta de que Delcides contraiu muitas dívidas nos últimos anos – várias delas de alto valor, obtidas com agiotas da região –, fato que pode ter motivado o assassinato. Amigo da família e conselheiro estadual da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB/GO), o advogado Alan Ribeiro Silva explica que o colega tinha contas a pagar, mas nada que pudesse ocasionar um homicídio. "Ele tinha obrigações morais, como qualquer cidadão. Mas não tinha desafetos por conta desse motivo."
Velório
Mais de 200 amigos, familiares e colegas juristas estiveram no velório do advogado, realizado no Tribunal do Júri do Fórum de Quirinópolis. Delcides deixa esposa e dois filhos, que agora querem seguir a carreira do "brilhante advogado" como diz o filho Patrick. "Meu pai advogava para combater as injustiças e realidades que não possuem préstima notadamente no meio jurídico", finaliza. O presidente da Ordem dos Advogados, Miguel Cançado, visitou a família do advogado em Quirinópolis.
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Fonte: Jornal Diário da Manhã
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