Nesta segunda-feira, 9, a 4ª câmara Criminal do TJ/PE determinou a conversão da prisão preventiva de Deolane Bezerra em domiciliar, com a imposição de diversas medidas cautelares, incluindo a proibição de se manifestar publicamente. A decisão, segundo o G1, foi baseada no artigo 318 do Código Penal, que concede prisão domiciliar a mães de crianças menores de 12 anos. Deolane, mãe de uma menina de 7 anos, foi beneficiada pela medida, enquanto sua mãe, Solange Bezerra, permanece presa no âmbito da operação Integration, que investiga lavagem de dinheiro por meio de plataformas de jogos online.
Entre as condições impostas para o cumprimento da prisão domiciliar, Deolane deve usar tornozeleira eletrônica, não ter contato com os demais investigados e abster-se de se manifestar nas redes sociais, imprensa ou outros meios de comunicação.
No entanto, logo após deixar a unidade prisional, Deolane deu declarações à imprensa, o que pode configurar descumprimento da ordem judicial. Em suas falas, a advogada afirmou que sua prisão foi abusiva e que estava sendo silenciada, comentando, inclusive, sobre não poder falar sobre o processo.
"Foi uma prisão criminosa, cheia de abuso de autoridade por parte do delegado. [...] Eu não posso falar sobre o processo. Eu fui calada."
Além da entrevista, foi publicada em seu perfil no Instagram uma postagem pouco antes de sua soltura, na qual aparece com uma tarja sobre a boca e olhos fechados, acompanhada da legenda "Carta aberta". A publicação também pode ser interpretada como uma violação da medida que a proibia de se manifestar por redes sociais.