O juiz Rudson Marcos, de Santa Catarina, desistiu de mais de 160 processos que havia movido contra diversas figuras públicas, entre artistas, políticos e influenciadores, que criticaram sua atuação no caso envolvendo a modelo e promotora de eventos Mariana Ferrer. As ações tinham como fundamento a defesa de sua honra, após a repercussão do termo "estupro culposo", amplamente utilizado nas críticas, embora não tenha sido empregado no julgamento.
A decisão foi comunicada ao CNJ na sexta-feira, 9, onde o magistrado é alvo de uma apuração por suposto assédio judicial contra aqueles que o criticaram. O juiz justificou a desistência das ações como uma tentativa de superar o que descreveu como "turbulento capítulo" de sua vida. Rudson Marcos também afirmou ao CNJ que, apesar de se opor às acusações de assédio judicial, decidiu abandonar as ações pendentes e não recorrer das sentenças desfavoráveis já proferidas.
O magistrado havia absolvido o empresário André de Camargo Aranha em 2020, que foi acusado de estupro por Mari Ferrer. A sentença foi confirmada em segunda instância, mas gerou grande repercussão negativa nas redes sociais, sobretudo pela interpretação de que teria ocorrido um "estupro culposo", termo que nunca foi oficialmente utilizado no processo.
A lista de pessoas processadas incluía nomes como as atrizes Camila Pitanga, Patrícia Pillar e Tatá Werneck, a cantora Ivete Sangalo, o influenciador Felipe Neto e parlamentares como o senador Jorge Kajuru e a deputada Federal Maria do Rosário. Em sua petição ao CNJ, o juiz declarou que a resolução dessas ações é uma demonstração de que não utilizou o Judiciário como meio de intimidação, mas sim como uma ferramenta para proteger seus direitos.