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Taylor Swift e eleições: Entenda como a IA se tornou ameaça eleitoral

Deepfake da cantora pressionou Estados norte-americanos à aprovação de leis que regulem IA generativa em ano eleitoral. Brasil também discute regulação da tecnologia.

6/2/2024

Era esperado que a corrida eleitoral dos EUA esquentasse com a virada do ano. O que não se previa era o fenômeno da música pop, Taylor Swift, no epicentro dos debates entre democratas e republicanos.

A divulgação de uma imagem deepfake de teor sexual da cantora em redes sociais, no mês passado, provocou movimentos políticos pedindo a aprovação de leis que regulamentem a IA generativa no país.

O medo de que as ferramentas de IA sejam utilizadas de modo negativo durante as campanhas eleitorais também é sentido no Brasil, tendo em vista a aproximação das eleições municipais.

The Taylor Swift Act

As imagens falsas de Taylor Swift foram divulgadas no Telegram e no X (antigo Twitter). As redes sociais agiram para remover o conteúdo, e o X chegou a impedir que o nome da cantora fosse pesquisado por algumas horas.

Entretanto, tais medidas não foram capazes de evitar que a postagem tivesse 45 milhões de visualizações e mais de 24 mil compartilhamentos. 

A situação mexeu com setores políticos dos EUA. Eles passaram a pressionar o legislativo para acelerar a aprovação de leis que regulamentem a IA. 

Segundo o jornal The Washington Post, atualmente 10 Estados norte-americanos contam com legislação relacionada à tutela de deepfake. No Missouri, o legislativo deu o nome da cantora ao projeto de combate a deepfakes, trata-se do "The Taylor Swift Act".

Um grupo de legisladores democratas e republicanos apresentou um projeto de lei Federal denominado "No AI FRAUD", visando combater mídia falsa criada pela IA generativa.

Após Taylor Swift ser vítima de deepfake, debate acerca da regulamentação de IA em ano eleitoral ganhou fôlego nos EUA.(Imagem: Arte Migalhas)

No Brasil

O Brasil vem se movimentando para criar diretrizes e leis que tutelem o uso de IA, IA generativa e que definam a amplitude da responsabilização de redes sociais sobre o compartilhamento de conteúdo falso.

O governo Federal, em 2021, lançou uma cartilha denominada EBIA - Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial para orientar o uso responsável de IA.

No Legislativo, destacam-se os PLs 21/20 e 2.338/23 que buscam estabelecer princípios para o desenvolvimento e aplicação da IA no Brasil. Eles estão em fase de análise pelas comissões do Senado.

PL 2.630/20, conhecido como "PL das Fake News", já aprovado no Senado e em tramitação na Câmara, visa criar medidas para combater a disseminação de conteúdo falso nas redes sociais. 

No Judiciário, destacam-se iniciativas do TSE. Em 2019, a resolução 23.610 regulou a propaganda eleitoral prevendo penalidades às que contivessem desinformação. 

Em janeiro passado, o TSE divulgou minuta de instruções na qual estabeleceu que conteúdos para campanha feitos por IA devem ser acompanhados de uma informação explícita em destaque de que a ferramenta foi utilizada para a criação.

No documento também há a proibição de desinformação na propaganda eleitoral e imposição de que o provedor de aplicações de IA impeça ou diminua a circulação do conteúdo. 

Tendo a minuta como base, três audiências públicas foram realizadas para coletar sugestões sobre o tema.

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Recursos acessíveis

Nos Estados Unidos e no Brasil, a lacuna entre a legislação existente e a velocidade das inovações tecnológicas se torna cada vez mais evidente.

Para se precaver contra propaganda eleitoral desonesta, algumas dicas práticas podem ser úteis. Por exemplo, desenvolver o hábito de observar detalhes nos vídeos, como movimentos de imagem que não parecem naturais, lábios mal sincronizados, elementos digitais nas imagens, variações no tom de pele e piscadas incomuns.

Uma ferramenta que merece destaque é o Fake Catcher, desenvolvido pela Intel, que promete uma elevada taxa de precisão na detecção de deepfakes.

Torna-se cada vez mais imperativo a adoção de estratégias robustas para resguardar a esfera pública - e particular, como ocorreu com Taylor Swift - contra a disseminação prejudicial de deepfakes para garantir a integridade dos processos democráticos.

Caso contrário, daqui a pouco iremos acabar votando em candidatos fakes. Falamos no sentido literal, e não metafórico, pois neste último...

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