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Filho de Renato Russo pede que TikTok derrube vídeos com música do pai

Segundo Giuliano Manfredini, vídeos veiculados por perfis bolsonaristas com a música "Que País é Este" contrariam ideologia defendida por Renato ao longo de sua vida.

11/1/2024

Giuliano Manfredini, filho do cantor Renato Russo, enviou notificação extrajudicial à ByteDance, proprietária do TikTok, pedindo a remoção de vídeos publicados por bolsonaristas na plataforma que têm como trilha sonora a música "Que País É Este".

Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, no documento, Giuliano afirma que as postagens têm "caráter político e ideológico alheios" aos defendidos pelo pai ao longo de sua vida e por ele "ativamente combatidos".

São citadas publicações que trazem enunciados como "comunista Flávio Dino é aprovado em sabatina e irá para o STF", "o Brasil não tem mais conserto" e "milhões de votos silenciados", em referência à decisão que tornou Jair Bolsonaro inelegível. Algumas delas exibem fotografias do ex-presidente.

Ao menos sete perfis são citados como responsáveis pelos compartilhamentos. Giuliano solicita que os dados cadastrais e os registros de IPs de cada um deles sejam disponibilizados.

O produtor cultural, Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, acionou o TikTok extrajudicialmente para remoção de vídeos que usam música do pai.(Imagem: Zanone Fraissat/Folhapress)

Ao justificar a medida, o filho de Renato Russo diz não querer que a faixa consagrada pela Legião Urbana seja usada "em prol de posicionamentos de direita, especialmente aqueles que enaltecem o governo Bolsonaro".

"Não é do interesse do Giuliano, na condição de defensor do patrimônio do pai, que essa música seja vinculada a um ou outro lado da disputa política. Ele não quer limitar o uso da canção, mas também não quer que ela vire um hino do bolsonarismo, com o qual ele não compactua", afirma o advogado Henrique Ventureli, da banca Furtado de Oliveira Advogados, que representa o produtor cultural.

"A gente espera que o TikTok atenda ao nosso pedido. Se não surtir nenhum efeito, obviamente vamos optar pela via judicial", acrescenta Ventureli, que não descarta processar também os usuários responsáveis pelos vídeos.

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