Migalhas Quentes

TJ/SP não vê prescrição e advogado será investigado por apropriação

Turma entendeu que o lapso prescricional correspondente à pena máxima em abstrato do crime não ocorreu.

15/12/2023

Advogado investigado por apropriação indébita, que teve extinta sua punibilidade em sentença que verificou a ocorrência de prescrição, voltará a ser investigado após decisão da 6ª câmara de Direito Criminal do TJ/SP. O colegiado cassou sentença por entender que o lapso prescricional correspondente à pena máxima em abstrato do crime não ocorreu.

O inquérito policial foi instaurado para apurar a prática do crime de apropriação indébita por escritório de advocacia e de seu sócio fundador, que atuava como advogado de um condomínio em São Paulo/SP. O profissional teria, supostamente, não repassado ao condomínio o valor de R$ 864.156,56 proveniente de uma ação movida contra a SABESP - Companhia de Saneamento Básico do Estado.

Em 1º grau, o juízo declarou extinta a punibilidade do advogado investigado, com base na ocorrência da prescrição. Em recurso, o condomínio solicitou a reversão da sentença e, em consequência, determinar a retomada do inquérito policial na origem.

Justiça de São Paulo cassou a sentença que declarou extinta a punibilidade do advogado investigado.(Imagem: Freepik)

Ao avaliar o pedido, o relator do caso, desembargador Julio Caio Farto Salles, entendeu que o juízo se enganou ao declarar a extinção da punibilidade, “pois não decorreu o lapso prescricional correspondente à pena máxima abstratamente cominada à infração penal (art. 109, III, do CP)".

Dessa forma, o relator concluiu que “diante dos indícios de autoria e prova da materialidade, deve prevalecer o interesse estatal na persecução do delito em tese ventilado, com o regular prosseguimento do inquérito”.

 Diante disso, a 6ª câmara Criminal deu provimento ao recurso em sentido estrito do condomínio vítima para determinar o “regular e célere prosseguimento do feito”. Com isso, as investigações deverão ser retomadas no inquérito policial.

O advogado da vítima Leonardo Magalhães Avelar, sócio do Avelar Advogados, esclareceu que “os fatos são gravíssimos por tratar de possível apropriação indébita envolvendo advogado e o Tribunal agiu de forma técnica e acertada ao reformar a decisão que extinguiu a punibilidade pela prescrição.”

Leia a decisão.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

TJ/SP reverte condenação de advogada que denunciou a Prevent na pandemia

7/12/2023
Migalhas Quentes

Advogado indenizará cliente condenada por ajuizar ações similares

24/11/2023
Migalhas Quentes

Advogado que processou cliente acaba condenado a indenizá-la

1/9/2023

Notícias Mais Lidas

"Vale-peru"? TJ/MT fixa R$ 10 mil de auxílio-alimentação em dezembro

19/12/2024

Bosch é condenada a pagar R$ 1,7 mi por fraude em perícias judiciais

19/12/2024

iFood é multada por designar representante hospitalizado em audiência

19/12/2024

Câmara aprova projeto que regulamenta a reforma tributária

18/12/2024

PEC que limita supersalários de servidores é aprovada pelo Congresso

20/12/2024

Artigos Mais Lidos

Afinal, quando serão pagos os precatórios Federais em 2025?

19/12/2024

Atualização do Código Civil e as regras de correção monetária e juros para inadimplência

19/12/2024

Sobre o inquérito das fake news

18/12/2024

5 perguntas e respostas sobre as férias coletivas

19/12/2024

Por que grandes operações, por vezes, são anuladas? Uma análise jurídica a respeito do caso criminal "Banco Santos"

18/12/2024