Migalhas Quentes

Renan, o impoluto ?

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28/5/2007

 

Renan, o impoluto ?

A revista Veja dessa semana publica matéria acusando o senador Renan Calheiros de envolvimento com Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior.

De acordo com a reportagem, Gontijo arcaria com o pagamento de parte das despesas pessoais de Renan. Entre as despesas que seriam arcadas por ele estaria o aluguel de R$ 4.500 de um apartamento de quatro quartos em Brasília para a jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha. Ele também pagaria uma pensão mensal de R$ 12 mil para a jornalista.

Ainda segundo a matéria, todos os meses, a jornalista ia ao escritório da Mendes Júnior, no 11º andar do Edifício OAB, situado na Asa Sul, onde pegava um envelope branco, timbrado, com o endereço, os telefones e o nome de Cláudio Gontijo.

Em nota, a construtora negou o suposto pagamento e Renan negou as acusações. A OAB também se pronunciou esclarecendo que seu edifício-sede, localizado no SAS, Quadra 5, Lote 1, Bloco M, em Brasília-DF, "abriga e sempre abrigou em seus onze andares exclusivamente os órgãos da entidade, como Diretoria, Plenário, auditórios e salas destinadas às suas gerências, câmaras e comissões. E que os demais andares do referido prédio – que não é denominado Edifício OAB como citado na reportagem da revista Veja - não pertencem, e nunca pertenceram, à entidade dos advogados".

Hoje, o presidente do Senado, vai à tribuna da Casa para rebater as acusações.

Veja abaixo uma reunião das informações divulgadas até o momento:

Íntegra da matéria publicada na revista Veja

Nota da Construtora Mendes Júnior

Nota de esclarecimento da OAB

Nota do senador Renan Calheiros

Matéria da Folha de S. Paulo

Matéria do Estado de S. Paulo

Biografia do Senador

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O senador e o lobista

Renan Calheiros terá de explicar por que diretor de construtora pagava suas contas

O senador Renan Calheiros: "Tudo foi pago com meu dinheiro"

Desde que a Operação Navalha foi deflagrada, o senador Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, tem sido instado a explicar suas relações com o empreiteiro Zuleido Veras, dono da Gautama. O senador tem dito que são apenas conhecidos, mas são mais do que isso. Em 1990, o empreiteiro bancou sorrateiramente a campanha do senador ao governo de Alagoas e, embora tenha terminado em derrota, a eleição serviu como marco de uma amizade sólida. Sólida mesmo, a ponto de o empreiteiro freqüentar a residência oficial do presidente do Senado. A situação de Renan Calheiros, porém, é mais complicada do que sua intimidade com Zuleido Veras. É que o senador tem outro amigo explosivo no submundo da empreita que, tal como Zuleido, freqüenta sua casa e, tal como Zuleido, é seu dileto amigo. O amigo de alta octanagem é Cláudio Gontijo, lobista da construtora Mendes Júnior, uma das maiores do país. Nos últimos anos, Gontijo, mais do que um amigo, tem se apresentado no papel de mantenedor do senador. VEJA apurou os laços financeiros entre os dois:

• O lobista da Mendes Júnior coloca à disposição do senador um flat num dos melhores hotéis de Brasília, o Blue Tree. O flat, número 2 018, é usado para compromissos que exijam discrição. Está em nome de Cláudio Gontijo.

• O lobista da Mendes Júnior pagou, até março passado, o aluguel de um apartamento em Brasília para o senador. O imóvel tem quatro quartos e fica em uma área nobre da capital federal. O aluguel saía por 4.500 reais.

• O lobista pagava 12.000 reais mensais de pensão para uma filha do senador, de 3 anos de idade. A pensão foi bancada por Cláudio Gontijo de janeiro de <_st13a_metricconverter w:st="on" productid="2004 a">2004 a dezembro do ano passado.

• O lobista ajuda nas campanhas do senador Renan Calheiros e nas de sua família. Já ajudou o próprio senador, seu filho e seu irmão.

Tal como Zuleido, Gontijo opera nas sombras. Oficialmente, ele é assessor da Diretoria de Desenvolvimento da Área de Tecnologia da Mendes Júnior há quinze anos. Na realidade, sua função é defender os interesses da empresa junto ao governo. A Mendes Júnior constrói aeroportos, metrôs, linhas de transmissão de energia e estradas. Tem fortes interesses no governo. Hoje, participa, entre outras obras, de um consórcio responsável pela construção do aeroporto de Vitória e fechou vários contratos com a Petrobras para a construção de tubulações e manutenção industrial. Tal como a Gautama, a Mendes Júnior também orbita no Ministério de Minas e Energia, do qual foi demitido o ministro Silas Rondeau. Foi a partir desse ministério que Gontijo estendeu sua área de influência a outros setores do governo nos últimos anos. Com a ajuda de Renan, chegou a indicar nomes para cargos públicos, como o do engenheiro Aloísio Vasconcelos Novais, que assumiu a Eletrobrás quando Rondeau deixou o cargo para ser ministro de Minas e Energia.

O clã Calheiros: à esquerda, o prefeito de Murici, em Alagoas, Renan Filho, filho do senador Renan Calheiros; no centro, o deputado Olavo Calheiros, irmão do senador; à direita, o vereador Robson Calheiros, outro irmão do senador

O senador Renan Calheiros caiu nas graças do lobista. Nos últimos três anos, a pedido de Renan, o lobista pagou os 4.500 reais de aluguel do apartamento de quatro quartos. No imóvel, até recentemente, morava a jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha de 3 anos, que recebe a pensão do lobista. Todos os meses, a jornalista ia ao escritório da Mendes Júnior, no 11º andar do Edifício OAB, situado na Asa Sul, onde pegava um envelope branco, timbrado, com o endereço, os telefones e o nome de Cláudio Gontijo. O envelope era identificado com suas iniciais – MV. Dentro havia sempre 16.500 reais. Era o aluguel mais a pensão de 12.000 reais para a criança. VEJA teve acesso ao contrato de locação do imóvel. Nele, Gontijo assina como fiador. Seguindo orientação do senador, o lobista contratou uma empresa de vigilância para garantir a segurança de Mônica Veloso e sua filha. A direção da Mendes Júnior diz que isso tudo é "questão pessoal" de Gontijo e que desconhece esses pagamentos. Procurada por VEJA, Mônica Veloso preferiu não se manifestar.

Cláudio Gontijo também cedia ao senador um flat no hotel Blue Tree, em Brasília. A VEJA, ele confirmou que conhece Renan Calheiros. "Ele é meu amigo, nada mais." Ele diz que classifica como maldade as insinuações de que freqüenta a casa do senador e que, por interesse, lhe presta favores. "Parei de ir à casa dele desde que ele virou presidente do Senado para evitar problemas", disse Gontijo. O lobista admite que entregava dinheiro para quitar as despesas de Mônica Veloso, mas ressalva que o dinheiro não era nem dele nem da empreiteira. De quem era? "Só posso dizer que não era meu", responde. O senador Renan Calheiros diz que ele mesmo era o dono dos recursos. "O dinheiro era meu", afirmou. Se era seu, por que o lobista fazia a intermediação? Nesse ponto, Renan diz que não falará mais sobre um assunto que está sob segredo de Justiça. Renan ganha 12.700 reais brutos por mês como senador, que complementa, nas palavras dele, com "rendimentos agropecuários". Pensão e aluguel, como se viu anteriormente, somam 16.500 reais. A vida íntima do senador Renan Calheiros diz respeito apenas a ele próprio. Não é um assunto público. Mas, quando essas relações se entrecruzam com pagamentos feitos por um lobista, o caso muda de patamar.

Guilherme Palmeira, membro do Tribunal de Contas da União, e o edifício onde o lobista pagava aluguel de 4 500 reais para o senador Calheiros: uma explicação tortuosa

O lobista Gontijo nega que a Mendes Júnior tenha se beneficiado da proximidade com Renan Calheiros para conseguir contratos com o governo: "Não temos nenhuma obra sendo executada no governo federal". Lembrado de que tem contratos com Infraero, Petrobras e Eletrobrás (todas áreas sob influência do senador), o lobista retruca: "Para nós, isso é obra privada". Perguntado sobre o flat que empresta ao senador, encerra a conversa: "Não vou responder mais nada". O lobista também ajudou a família Calheiros em campanhas políticas. Nas eleições de 2004, sempre por trás da contabilidade oficial, contribuiu com as campanhas de Renan Calheiros Filho (filho do senador), de Robson Calheiros (irmão do senador) e de José Wanderley (afilhado político do senador). Certa vez, o lobista chegou a reclamar que os pedidos financeiros de Renan Calheiros estavam exagerados. "Cláudio, arruma aí, pede emprestado", solicitava o senador, de acordo com a versão contada pelo lobista a um interlocutor que conversou com VEJA. Não se sabe o tamanho da ajuda que o lobista deu. Renan Filho foi eleito prefeito de Murici, Robson Calheiros ganhou a suplência de vereador e o médico José Wanderley não se elegeu. No ano passado, emplacou como vice do tucano Teotonio Vilela, governador de Alagoas.

As relações empreiteiro-familiares do clã Calheiros também envolvem o deputado Olavo Calheiros, outro irmão de Renan. No âmbito da Operação Navalha, a polícia captou um diálogo entre Zuleido e Fátima Palmeira, diretora da Gautama, em que eles conversam sobre uma emenda que teria sido oferecida pelo deputado Calheiros, que beneficiaria a empresa. "É o seguinte: aqui, o Olavinho passou aquela emenda que ele tem para a gente", diz Zuleido. "Empreiteiro é bravateiro, quer vender prestígio", justifica Olavo Calheiros, informando que a emenda foi apresentada há dez anos. Pode ser mesmo uma bravata, mas o deputado Olavo Calheiros sempre atuou como uma espécie de abre-alas para empreiteiros amigos. Zuleido, quando tinha dificuldades para se encontrar com ministros para tratar de licitações de obras e liberações de recursos, acionava Olavo Calheiros. O deputado marcava audiência com o ministro e levava o empreiteiro na bagagem. Dois ex-ministros de Lula relataram a VEJA que receberam Olavo Calheiros em audiências às quais ele, de surpresa, apareceu acompanhado pelo empreiteiro Zuleido Veras.

Na imagem à esquerda, Fátima Palmeira, diretora da Gautama, flagrada pela Polícia Federal em um aeroporto; na foto à direita, ela aparece na posse do parente Guilherme Palmeira, no TCU

As investigações sobre a Gautama de Zuleido Veras também mostram que os tentáculos do empreiteiro chegavam ao Tribunal de Contas da União. Em uma conversa captada pela polícia, Zuleido insinua ter acesso privilegiado a pelo menos dois ministros do TCU – Augusto Nardes e Guilherme Palmeira, parente de uma personagem importante do escândalo, Maria de Fátima Palmeira, diretora comercial da Gautama. Renan Calheiros também é íntimo de Guilherme Palmeira. Em 2004, Palmeira chegou a informar o senador a respeito do curso do processo que tramitava no Tribunal Superior Eleitoral sobre a cassação do então governador de Alagoas, Ronaldo Lessa – assunto que interessava a Renan Calheiros. A VEJA, o ministro Guilherme Palmeira confirma que é amigo de Renan, conhece Zuleido Veras, mas diz que nunca atuou em processos de interesse da Gautama. "Ao menos que eu me lembre, não!" Conta que chegou até a receber algumas vezes Fátima no gabinete, mas encaminhou-a ao relator dos processos. O ministro, de fato, tem memória fraca. Ele foi relator do processo número 008 887/2002, que apura irregularidades num contrato da Gautama com a prefeitura de Porto Velho. Consultado por VEJA, mas sem conhecer o caso concreto, o advogado Roberto Caldas, membro da Comissão de Ética Pública da Previdência, diz que a relação financeira entre um parlamentar e um lobista de empreiteira é condenável. Diz ele, falando em tese: "Evidentemente, esse tipo de relação é inaceitável para alguém que ocupe um cargo público".

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1º) Sobre os pagamentos mencionados, não existe, nem nunca existiu, qualquer participação da Mendes Júnior.

2º) Sobre as insinuações a respeito de contratos da Mendes Júnior com a Petrobras, Infraero e outros declaramos que são instituições de visibilidade pública com as quais mantemos contratos objetivos, resultantes de concorrências, e que estão disponíveis de maneira ampla a qualquer inquirição concreta.

3º) Finalmente, sobre outros órgãos do Ministério de Minas e Energia, não temos nenhum contrato.

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Em face da reportagem que circula neste fim de semana na revista Veja sob o título "O senador e o lobista", dando conta que um funcionário da Mendes Júnior, senhor Cláudio Gontijo, ocupa "um escritório no 11° andar do Edifício OAB", o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil esclarece que seu edifício-sede, localizado no SAS, Quadra 5, Lote 1, Bloco M, em Brasília/DF, abriga e sempre abrigou em seus onze andares exclusivamente os órgãos da entidade, como Diretoria, Plenário, auditórios e salas destinadas às suas gerências, câmaras e comissões. A sede da OAB Nacional é um projeto de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer, cuja obra foi concluída no final de 1999 e inaugurada na gestão do então presidente da entidade, Reginaldo Oscar de Castro.

Antes da inauguração da sua sede própria em janeiro de 2000, o Conselho Federal da OAB ocupava dois andares de um prédio ao lado, na mesma Quadra 5, Lote 2, Bloco N, onde funcionam, atualmente, apenas a Biblioteca Arx Tourinho e o Centro Cultural Evandro Lins e Silva.

O Conselho Federal da OAB esclarece, ainda, que os demais andares do referido prédio – que não é denominado Edifício OAB como citado na reportagem da revista Veja - não pertencem, e nunca pertenceram, à entidade dos advogados.

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  • Nota do presidente do Senado negando as acusações

Nota, na íntegra, com palavras destacadas no documento distribuído pela assessoria do senador:

"Considerando as matérias jornalísticas veiculadas nas últimas horas conferindo maliciosamente outra dimensão às minhas relações pessoais, cumpre-me esclarecer:

1º) Nunca recebi qualquer recurso ilícito ou clandestino de qualquer empresa ou empresário;

2º) Jamais tive qualquer despesa ou gasto pessoal ou de meus familiares custeados por terceiros. Meus compromissos sempre foram honrados com meus próprios recursos.

3º) Todas as minhas atividades relacionadas ao exercício dos mandatos que me foram honrosamente conferidos pautaram-se pela mais absoluta transparência. Não tenho nada a esconder ou dissimular. As doações efetuadas para minhas campanhas eleitorais foram efetivadas em absoluta conformidade com a lei e constaram das respectivas prestações de contas;

4º) É intolerável que de uma turbulência circunscrita à minha mais íntima privacidade se queira extrair ilações desarrazoadas e conclusões perversas;

5º) Sempre defendi a liberdade de imprensa. É pedra angular do regime democrático. Mas seu exercício pressupõe seriedade e responsabilidade, sob pena de transformar-se em instrumento de interesses mesquinhos e inconfessáveis.

Brasília-DF, 25 de maio de 2007.

Senador Renan Calheiros"

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  • Folha de S. Paulo - 28/5

Renan vai ao Senado rebater acusação de ligação com lobista de empreiteira

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai hoje à tribuna da Casa para rebater as acusações de envolvimento com o lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior. Ele vai se defender das acusações de que o lobista pagaria parte de suas despesas pessoais em pronunciamento marcado para as 15h30 desta segunda-feira.

Segundo assessores de Renan, o senador deve rebater uma a uma todas as acusações feitas contra ele pela revista "Veja" deste final de semana. Para se defender, ele deve apresentar declarações do Imposto de Renda de anos anteriores.

Reportagem da Folha deste domingo informa que a estratégia de defesa foi combinada anteontem durante reunião de Renan com os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo, José Sarney (PMDB-AP) e o ex-senador Luiz Otávio.

De acordo com a reportagem da "Veja", Gontijo arcaria com o pagamento de parte das despesas pessoais de Renan. Entre as despesas que seriam arcadas por ele estaria o aluguel de R$ 4.500 de um apartamento de quatro quartos em Brasília para a jornalista Mônica Veloso - com quem Renan tem uma filha. Ele também pagaria uma pensão mensal de R$ 12 mil para a jornalista. Veloso não foi localizada até o momento.

Em nota, a construtora negou o suposto pagamento. "Sobre os pagamentos mencionados, não existe, nem nunca existiu, qualquer participação da Mendes Júnior", diz a nota.

Na sexta, Renan divulgou nota para negar as acusações. Ele afirma ser "intolerável" que sobre assuntos de sua vida particular se façam "ilações desarrazoadas e conclusões perversas".

Renan afirma ainda que nunca recebeu dinheiro ilícito ou clandestino "de qualquer empresa ou empresário".

O senador disse também que "jamais" teve despesas ou gastos pessoais seus ou de familiares "custeados por terceiros".

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  • Estado de S. Paulo - 28/5

Lula cobra de Renan explicação sobre denúncias

Em uma rápida conversa por telefone com o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou solidariedade ao aliado, que tem exercido papel muito importante na defesa do governo e na aprovação de propostas de interesse do Palácio do Planalto. O presidente, no entanto, não se comprometeu a trabalhar pela defesa de Renan.

Reportagem da revista Veja desta semana revela que até o início do ano a empreiteira Mendes Júnior pagou R$ 16,5 mil mensais à ex-jornalista Monica Veloso, com a qual Renan tem uma filha de três anos. O dinheiro cobriria a pensão e o aluguel de um apartamento, onde ela morou até recentemente.

Renan divulgou nota assegurando que ninguém paga as suas despesas, nem pessoais nem de seus familiares. Apesar da resposta do presidente do Senado, ele poderá ser chamado a depor no Conselho de Ética. Reunião do colegiado foi marcada pelo corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), para a próxima quarta-feira.

Segundo informação de assessores, Lula foi solidário com Renan, na conversa que tiveram na sexta-feira à noite, mas deixou claro que a Polícia Federal tem autonomia. “Renan, sou solidário a você”, disse o presidente. “Estou muito solidário e tenho certeza de que você vai explicar as acusações.”

A pessoas próximas, na noite de sexta-feira, Lula reafirmou que o governo condena julgamentos precipitados. Acha que Renan está sendo vítima disso. Mas, como se procurasse marcar uma posição, insistiu em que a ajuda se limita à solidariedade. “Não mais do que isso”, comentou. Para Lula, Renan deve ser tratado como todos os demais investigados, “sem exageros”.

A informação de que tinha as despesas pessoais pagas por uma empreiteira pode custar a Renan um processo no Conselho de Ética do Senado. Além disso, pode ser convocado a depor na CPI da Navalha - se esta for criada, para investigar corrupção de políticos e servidores ligados à empreiteira Gautama - e responder a processo no seu partido.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) acha que Renan deve explicações à legenda e quer levá-lo ao Conselho Político. O líder do partido no Senado, Waldir Raupp (RO), porém, acha que primeiro é preciso ouvir o presidente do Senado. Somente depois é que o partido veria o que fazer.

Na nota que divulgou na sexta-feira, Renan negou ter recebido qualquer “recurso ilícito ou clandestino” de empresa ou empresário. Afirmou que não teve nenhuma despesa pessoal ou de familiares custeada por terceiros. Também em nota, a Mendes Júnior informou que “não existe, nem nunca existiu, qualquer participação” da empreiteira nos pagamentos. Conforme a Veja, Cláudio Gontijo, funcionário da construtora, confirmou que fazia os pagamentos à jornalista, mas não revelou a fonte do dinheiro, que era entregue mensalmente.

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  • Biografia do Senador

Eleito para o segundo mandato de senador, em 2002, Renan Calheiros alcançou, em 2005, a presidência do Senado e, conseqüentemente, do Congresso Nacional.

Nascido em Murici/AL, em 1955, revelou-se no movimento estudantil, nos anos 70, quando se elegeu presidente do Diretório Acadêmico da área de Ciências Humanas e Social da Universidade Federal da Alagoas - UFAL. Ainda estudante de direito, em 1978, Renan Calheiros elegeu-se deputado estadual pelo Movimento Democrático Brasileiro - MDB. Dois anos depois, tornou-se líder da bancada na Assembléia Legislativa de Alagoas. Com o fim do bipartidarismo, Renan filia-se ao PMDB e, agora bacharel em Direito, elege-se deputado federal em 1982.

Na Câmara dos Deputados, em Brasília, em seu primeiro mandato, integra as comissões de Trabalho e Legislação Social, Constituição e Justiça, Comércio e Indústria. Em 1984, chega a vice-líder do partido de 1984-1985.

Em 1986, Renan assume a Presidência do PMDB alagoano. Elege-se deputado federal constituinte. Chegando a Brasília é conduzido pela bancada peemedebista a vice-líder para o biênio 1986/87. Na Assembléia Nacional Constituinte atuou como titular da subcomissão de Negros, População Indígena, Pessoas Deficientes e Minorias, e da Comissão de Ordem Social. Aparece ainda como suplente da subcomissão dos Direitos Políticos, dos Direitos Coletivos e Garantias. Integrou a Comissão de Soberania e dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher.

Em 1988, com a promulgação da Constituição “Cidadã”, Renan torna-se titular da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Em 1990, Renan Calheiros foi Líder do Governo na Câmara dos Deputados.

Com o fim do mandato parlamentar em 1992, assume a vice-Presidência Executiva da Petrobras Química - Petroquisa, subsidiária da Petrobras, onde atuou entre 1993 e 1994.

Na eleição de 1994, é eleito senador por Alagoas. Logo que assumiu, em 1995, assume a coordenação do Grupo de Trabalho de Reforma e Modernização do Senado Federal. Entre 1995 e 1997, preside a Fundação Ulysses Guimarães. No cargo de senador, preside também a Comissão de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, função que acumula com a coordenação da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (1995-96). No Senado, foi ainda titular das Comissões de Constituição e Justiça, Infra-Estrutura, Assuntos Sociais e de Educação.

No dia sete de abril de 1998, o senador Renan Calheiros toma posse no cargo de Ministro de Estado da Justiça. Em julho de 1998 exerceu a função de vice-presidente da XI Conferência dos Ministros da Justiça dos Países Ibero-Americanos, ocorrida em Lisboa. Em novembro do mesmo ano, presidiu, em Brasília, a reunião dos Ministros do Interior do Mercosul, Bolívia e Chile. Renan deixou o cargo em junho de 1999.

No Poder Executivo, Renan foi ainda presidente do CONTRAN; do CONANDA; do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - CDDPH; do Conselho Nacional de Segurança Pública -CONASP. Em 2001, assumiu a Liderança do PMDB no Senado e integrou o comando nacional do partido. Na eleição geral de 2002, o povo alagoano reelegeu o senador Renan Calheiros.

Renan publicou entre outros, Em Defesa de um Mandato Popular, em 1979; Regaste da Democracia; em 1984; Constituinte: é preciso ousar um novo Brasil; em 1987; Velho Chico, em 1997; Navegando pela vida do São Francisco, em 1999; Sem Justiça não há Cidadania, em 1999; Nordeste, uma nova visão!, 2000; Desafios de Agora, em 2003; Direitos do Cidadão Especial, em 2004; Cartilha do Idoso, em 2004; Cartilha Especial Cidadania, em 2005; Acessibilidade, 2005.

Renan Calheiros é casado com a artista plástica Verônica Calheiros e tem três filhos.

Fonte: Página pessoal do Senador

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