Migalhas Quentes

Advogado xinga autora, advogada e servidora em petição: “vagabunda”

Juiz determinou que a OAB seja oficiada para que seu comitê de ética tome as providências necessárias em relação à conduta inadmissível do advogado.

13/11/2023

Advogado será investigado após xingar a autora de um processo, uma advogada e uma servidora do TJ/TO em petição. Ele usou palavras ofensivas como “vagabunda”, “vadia” e “puta aproveitadora”. Ao tomar ciência dos fatos, o juiz de Direito Jossaner Nery Nogueira determinou que a OAB seja oficiada para que seu comitê de ética tome as providências necessárias em relação à conduta inadmissível do advogado. Além disso, solicitou que a Corregedoria-Geral da Justiça avalie a postura do profissional.

Em seu despacho, o juiz enfatizou que não tolera ameaças, sejam elas de natureza administrativa ou de qualquer outro tipo. Ele considerou inconcebível que um advogado, especialmente representando seus próprios pais, como indicado na petição em questão, tenha a capacidade de expressar publicamente as ofensas presentes no documento, que não está sob sigilo.

O magistrado destacou que esse episódio é mais uma evidência de que a sociedade está doente.

“Nem mesmo em um processo judicial algumas pessoas são capazes de conter seus maus sentimentos, atrasos, ofensas, grosserias, azedumes, ódios e maus secretos. Parafraseando o Ministro Barroso, é bílis, é desonra, desmoralização para a advocacia. Vergonha é o sentimento que paira sobre aqueles que tiveram e terão acesso às palavras escritas pelo advogado no evento 82.”

Advogado xingou mulheres em petição.(Imagem: Reprodução/Arte Migalhas)

Quanto ao caso em questão, trata-se de uma cobrança de dívida envolvendo o casal (pais do advogado) e a parte autora. Os réus devem mais de R$ 32 mil referentes a 15 meses e 22 dias de atraso nos aluguéis de um imóvel em Palmas, incluindo dívidas relacionadas ao não pagamento do IPTU.

O processo teve origem na Corte de Conciliação e Arbitragem do Tocantins, que ordenou o pagamento, não cumprido pelos réus, levando à instauração do processo judicial.

Diante do não cumprimento, o juiz determinou a penhora de valores disponíveis na conta do pai do advogado e bloqueou 30% do salário da mãe, servidora pública da Secretaria do Estado da Educação, visando assegurar o pagamento à parte credora.

Em sua resposta ao juiz, o advogado questiona a necessidade de apresentar procuração, alegando que representa diretamente seus pais no processo.

Leia a decisão.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

"Quer me fazer de otário": Advogado xinga, juiz vê crime e oficia PF

4/8/2023
Migalhas Quentes

Advogado chama juiz de "Sua Alteza" e polícia de "calça frouxa"

3/8/2023
Migalhas Quentes

Advogado com histórico de polêmicas ofende juíza: “afetação hormonal”

24/4/2023
Migalhas Quentes

Advogado ofende juíza no Dia da Mulher; parte é multada em R$ 81 mil

10/3/2023
Migalhas Quentes

Advogado é condenado por chamar parte contrária de “golpista”

29/1/2021

Notícias Mais Lidas

Nova lei dispensa advogado de adiantar custas em cobrança de honorários

14/3/2025

Após petição com "bolo e parabéns", processo parado há 5 anos avança

14/3/2025

STJ: Juiz pode exigir emenda da inicial em caso de litigância abusiva

13/3/2025

STF aplica critério de sobras eleitorais em 2022 e sete perdem mandato

13/3/2025

STJ permite penhora de imóvel alienado fiduciariamente por dívida condominial

13/3/2025

Artigos Mais Lidos

Possibilidade de penhora do bem de família vultuoso: Uma análise jurisprudencial

14/3/2025

Cessão onerosa de quotas em empresas familiares: Riscos e cuidados para uma operação segura

13/3/2025

Contribuinte do IPTU segundo STJ

14/3/2025

Indenização do acionista minoritário por prejuízos diretos: Há algo de novo no front?

14/3/2025

STF decide que não incide ISS sobre industrialização por encomenda

14/3/2025