“O mercado de seguros é absolutamente importante para qualquer país no mundo, e para o Brasil é especialmente importante.” Assim afirmou Alessandro Octaviani, superintendente da Susep - Superintendência de Seguros Privados, em entrevista à TV Migalhas durante a 38ª Conferência Hemisférica de Seguros, realizada pela FIDES - Federação Interamericana de Seguros.
Segundo Alessandro, em alguns países o mercado de seguros chega a atingir 10% do PIB. No Brasil, a variação fica entre 4 e 7%, a depender dos critérios utilizados.
Na visão do superintendente, o seguro autoriza que o investidor fique tranquilo em poder investir mais.
“A gente pode criar mais investimentos porque desde o começo desses investimentos nós temos tranquilidade. É por isso que regulamos e fiscalizamos esse mercado.”
Desafios
Ao Migalhas, o membro da Susep apontou três grandes macrodesafios para a regulação do mercado de seguros. São eles:
1 – Acesso ao seguro. “Nosso país não pode se contentar em ter tão pouca gente segurando seus bens.”
2 – Melhorar a qualidade daquilo que é ofertado. “Não basta colocar gente para dentro desse mercado se a gente não zelar pela qualidade do que é vendido, isso tanto para o consumidor pessoa física quanto para o consumidor pessoa jurídica.”
3 – O que é feito com o dinheiro? “Temos que ser capazes de impulsionar esse dinheiro para conectá-lo com grandes projetos de desenvolvimento nacional.”
Fiscalização
Ainda, Octaviani explicou como a Susep atua na fiscalização das seguradoras. “Se começa a vir um amontoado de negativas, na verdade o que está sendo vendido não é um seguro adequado, é um pastel de vento.”
De acordo com o superintendente, esse tipo de prática traz insegurança jurídica e uma falta de confiança do consumidor no produto que ele quer adquirir.
Ele ressaltou, também, que o órgão precisa ter uma política de combate à fraude na gestão das reservas técnicas.
Transformação ecológica
Por fim, divulgou que o próximo grupo de trabalho da Susep tratará sobre seguros e transformação ecológica, chamado “Seguros, Previdência e Transformação Ecológica”.
Segundo o profissional, esses setores da economia são capazes de olhar para os desafios da transformação ecológica e acrescentar algo a eles, fazendo com que a gestão da transformação ecológica seja melhor.
“As seguradoras são leitoras, receptoras de risco. Se você está fazendo uma atividade não ecologicamente adequada, a seguradora pode te guiar para um novo patamar.”
Na outra ponta, destacou que para fazer a leitura adequada desses riscos, as seguradoras terão que desenvolver tecnologias que sejam ambientalmente adequadas.
“O mercado de seguros, com uma boa regulação, pode ser um fator propulsor do país como um todo a um novo patamar de organização da nossa economia, rumo a uma economia sustentável, uma economia verde, com a qual o Brasil contribua para o mundo.”