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Juíza solta acusado em morte de torcedora: "delegado despreparado"

Segundo a magistrada, tudo indica que a garrafa que vitimou fatalmente a torcedora foi arremessada por outra pessoa que não o acusado.

12/7/2023

Nesta quarta-feira, 12, a juíza de Direito Marcela Raia de Sant’Anna, da vara do Júri de São Paulo/SP, revogou a prisão de Leonardo Felipe Xavier Santiago, suspeito de ter arremessado a garrafa de vidro que atingiu e matou a torcedora do Palmeiras Gabriela Anelli. O fato ocorreu durante confusão entre torcedores do Palmeiras e Flamengo no último sábado, 8.

Na decisão, a magistrada criticou a postura do delegado de polícia que conduziu o caso, pois, segundo ela, ele "se mostrou açodado e despreparado para conduzir as investigações"

Assista ao momento: 

Açodado e despreparado

Ao analisar o pedido formulado pelo MP/SP, a magistrada asseverou que "ao contrário do noticiado e afirmado pelo Delegado de Polícia, o autuado não confessou ter arremessado a garrafa contra os torcedores do time adversário".

No mais, pontuou que conforme imagens dos fatos feitas por pessoas desconhecidas, a pessoa que arremessou a garrafa contra os torcedores palmeirenses trata-se de um homem que possui barba, sendo, portanto, fisicamente diferente do autuado. Afirmou, ainda, que a pessoa das imagens vestia uma camisa clara, diversa da camisa do time do flamengo que o acusado vestia quando foi preso. 

“Tudo indica, portanto, que a garrafa que vitimou fatalmente Gabriella foi arremessada por outra pessoa que não o autuado, o que enseja a imediata revogação de sua prisão preventiva”, concluiu.

Por fim, a magistrada lamentou a postura do delegado de polícia no presente caso, que, segundo ela, "e mostrou açodado e despreparado para conduzir as investigações". Assim, por estes motivos, determinou a remessa dos autos ao DHPP, órgão especializado e preparado para a condução de investigações desta espécie. 

Entenda

O MP/SP havia pedido a revogação da prisão preventiva de Santiago, além do encaminhamento do inquérito sobre o caso ao DHPP - Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa para continuidade das investigações.

O pedido foi feito pelo promotor de Justiça Rogério Zagallo, após o delegado responsável pelo Departamento de Operações Policiais Estratégicas, César Saad, ter declarado publicamente que um homem preso preventivamente pelo crime admitiu o arremesso do objeto que golpeou a vítima.

De acordo com o pedido, vídeos levados ao MP mostram uma garrafa sendo lançada por outra pessoa. O MP/SP pede diligências que identifiquem o verdadeiro autor, a busca de mais imagens de câmeras de segurança e a oitiva dos guardas civis que estavam ao lado dos torcedores do Flamengo no momento do crime.

Leia a decisão.

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