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Fundação Armando Alvares Penteado - FAAP inaugura centro de estudos americanos

8/5/2007


Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP

Centro de estudos americanos é inaugurado no Brasil

Numa discussão sobre as relações entre EUA e América Latina, é alto o risco de que analistas sociais, economistas, políticos e antropólogos brasileiros e americanos discordem sobre todos os pontos. Mas reunidos ontem para inaugurar o Centro de Estudos Americanos, o primeiro do Brasil, na Fundação Armando Alvares Penteado - FAAP, eles concordaram em pelo menos um aspecto: há uma série de equívocos na percepção que os brasileiros têm dos americanos e vice-versa - e isso precisa ser revertido.

"Na América Latina, o Wal-Mart e a Microsoft têm mais influência que a Casa Branca e o Pentágono", disse o analista americano Abraham Lowenthal, da University of Southern California, exemplificando o que ele qualificou de distorção. "É um erro dos americanos acreditar que toda a América Latina caminha para a esquerda - só a Venezuela está seguindo idéias antagonistas às dos EUA, mas mesmo assim continua nos vendendo petróleo", completou Lowenthal, que é especialista <_st13a_personname productid="em América Latina." w:st="on">em América Latina.

"Ninguém escapa da influência dos EUA. Mas a América Latina está na área de influência direta, no seu 'backyard' (quintal), para o bem e para o mal", disse o ex-ministro e embaixador Rubens Ricupero, um dos diretores do centro.

O analista americano Peter Hakim, presidente do grupo de estudos Diálogo Inter-Americano, também acredita que a América Latina deve tirar mais vantagens de estar no 'quintal' dos EUA. "Os brasileiros não aproveitam as vantagens que os EUA têm a oferecer: um mercado quase ilimitado (que os chineses e mexicanos bem conhecem), investimentos gigantescos (que os asiáticos sabem usufruir) e conhecimento científico e tecnológico", afirma Hakim, lembrando que o erro é mútuo, já que os EUA também não aproveitam como poderiam o potencial brasileiro, principalmente em questões comerciais.

Para reverter esse quadro de percepções erradas e oportunidades ignoradas, um dos obstáculos é neutralizar o antiamericanismo no Brasil. "Esse sentimento não vai diminuir tão cedo porque ele não é causado pela relação dos EUA com a América Latina", diz Hakim. "Mas sim por sua política externa em geral, com a guerra no Iraque, Guantánamo e essa insistência em querer seguir suas próprias regras ao sentir-se ameaçado."


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Fonte: O Estado de S. Paulo

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