Desde abril, o procurador aposentado do MP/SP, Mário Papaterra Limongi, integra o escritório de advocacia Tofic Simantob Perez e Ortiz Advogados como sócio-consultor.
Em entrevista ao Migalhas, ele contou como se deu sua chegada à banca. “Eu sentia que minha trajetória no Ministério Público estava chegando ao fim. Eu vinha trabalhando de uma maneira muito burocratizada e pouco motivada. Por isso sentia a hora de parar. Ao menos tempo, ainda tinha muita energia. Foi quando recebei o convite do Tofic, com quem eu já tinha uma boa relação e já conhecia bem. Então acho que posso dar minha colaboração como consultor.”
Papaterra ingressou no MP em 1976, atuou por nove anos no 1º tribunal do Júri e foi designado para a assessoria da Procuradoria-Geral de Justiça como coordenador do Centro de Apoio Criminal. Sua experiência de quase 47 anos será somada à expertise da banca na atuação de casos desafiadores, complexos e rumorosos, já que além de conhecimento ele entende a realidade de uma ação penal, sua história, fatos e circunstâncias.
Com a dose de humanidade necessária a todo advogado criminal, Papaterra diz que sempre aprendeu muito com os advogados que enfrentou, tanto que ocasionalmente acatava teses compatíveis com a defesa em nome da melhor solução ao caso concreto. “Eu sempre consegui entender que o júri permite uma colocação conjunta e adequada. Para se fazer justiça não é necessária uma condenação absurda e nem uma absolvição sem lógica. É possível encontrar um meio termo.”
Apesar de atuar como sócio consultor, ele confidencia que está ansioso para atuar como advogado em algum tribunal do júri. “Eu tenho me envolvido em alguns processos e em alguns casos já com a visão do advogado. Tenho muita vontade de fazer júri como defensor para ver como eu vou me sair, como eu vou me sentir do outro lado.”
Ele finaliza dizendo que está muito feliz nessa nova fase profissional. “Eu estou me divertindo muito trabalhando nesse time. É muito bom, muito interessante e vejo muita seriedade em toda atuação.”