A proteção feminina na era tecnológica e a educação digital são prioridades da Organização das Nações Unidas (ONU) no Dia Internacional da Mulher deste ano. Para a data, celebrada nesta quarta-feira (8/3), a ONU lançou a campanha Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para a igualdade de gênero. “Neste momento de tantos desafios tecnológicos, onde muitas dessas ferramentas alimentam a intolerância e os discursos de ódio, a inserção pela ONU da pauta feminina na agenda tecnológica representa solução criativa para ampla difusão das políticas de paridade de gênero, que diminuam o persistente modelo discriminatório e de expurgo das mulheres em todos os estratos da sociedade, como também permite distribuir em larga escala informação de qualidade sobre os direitos das mulheres e a importância do seu fortalecimento, sempre na perspectiva de alcançar uma sociedade mais inclusiva e solidária”, disse o presidente do IAB - Instituto dos Advogados Brasileiros, Sydney Sanches.
No Brasil, as mulheres são 75% das vítimas de violência na internet, segundo dados do Observatório Brasileiro de Violência On-line da Universidade de Brasília (UnB). A pesquisa, divulgada em 2020, também aponta que 85% dos agressores são homens. Segundo a ONU, um estudo que ouviu 51 países revela que 38% das mulheres já foram vítimas de crimes digitais. A diminuição desses números ao redor do mundo e a inclusão de mulheres na comunicação digital pautam a campanha da ONU. A ausência feminina no mundo tecnológico também tem impacto na economia global. Segundo o relatório UN Women’s Gender Snapshot 2022, da ONU Mulheres, essa exclusão retirou um trilhão de dólares do PIB de países de baixa e média renda nos últimos 10 anos.
A semente da luta pela igualdade de gênero começou a ser plantada em 8 de março de 1908, quando 15 mil trabalhadoras marcharam em Nova York pedindo reajustes salariais, direito ao voto e redução das jornadas de trabalho. O Partido Socialista da América foi o primeiro a declarar o acontecimento como efeméride, no ano seguinte à marcha. Em 1910, na Conferência Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague, representantes de 17 países concordaram com a instituição da comemoração. Desde 1975, a Organização reconhece 8 de março como um símbolo do combate à desigualdade e promove ações de educação de gênero.