Neste domingo, 26, episódio lamentável ocorreu com o ministro Luís Roberto Barroso, do STF. S. Exa. palestrava durante o Brazil Forum UK em Oxford, na Inglaterra, quando foi grosseiramente interrompido por uma pessoa da plateia. Naquele momento, o ministro dizia que, ao presidir o TSE, teve que gastar tempo e energia debatendo a volta do voto impresso “com contagem pública manual”. Era nessa linha a PEC levada à votação na comissão especial da Câmara dos Deputados e rejeitada pelos parlamentares. A mulher que o interrompeu disse que era "mentira" e que "ninguém teria falado em contagem manual".
Já nesta segunda-feira, 27, em Lisboa, Barroso conversou com Migalhas sobre o ocorrido. Segundo o ministro, a divergência faz parte da vida, porém a manifestação foi feita em “hora imprópria”.
“Como regra geral você não interrompe um expositor aos gritos.”
Barroso afirmou, ainda, ser uma pessoa que não se deixa contaminar nem pelo ódio, nem pela falta de educação alheia.
Por fim, classificou o episódio como “pequeno”, no qual “pessoas espiritualmente desencontradas usam para aparecer um minutinho na rede”.
Veja a íntegra do vídeo:
O gabinete do ministro também emitiu uma nota de esclarecimento sobre o assunto, veja a íntegra:
O ministro Luís Roberto Barroso afirmou ontem, em evento na Universidade de Oxford (Inglaterra), que, quando presidia o Tribunal Superior Eleitoral, teve que gastar tempo e energia debatendo a volta do voto impresso “com contagem pública manual”. Era nessa linha a Proposta de Emenda à Constituição levada à votação na comissão especial da Câmara dos Deputados. Sua afirmação foi alvo de alguns questionamentos. A verdade, no entanto, brilha por si só. Basta, portanto, relembrar os fatos:
- O texto final apresentado pelo relator da PEC 135/2019, que previa o voto impresso, afirmava expressamente: “Altera a Constituição Federal a fim de assegurar o direito do eleitor de verificar a integridade de seu próprio voto por meio da conferência visual de registro impresso, bem como objetivando garantir que a apuração do resultado das eleições se dê por meio de contagem pública e manual dos votos.” O texto do deputado Felipe Barros, de 4 de agosto de 2021, pode ser lido aqui.
- Votaram a favor desse texto – que acabou rejeitado –, apoiadores do Presidente da República, conforme votação divulgada pela Câmara.
- Na mesma linha, em diversas manifestações públicas, o próprio Presidente da República defendeu a “contagem pública dos votos”, como se confirma neste link (de 8:40 a 10:22) e neste tuíte: - “Parabéns ao povo brasileiro. - Eleições democráticas somente com contagem pública dos votos.”
- Portanto, o que o Ministro Luís Roberto Barroso afirmou corresponde à exata realidade dos fatos, à pura verdade. Como tem afirmado o ministro, o voto impresso, em boa hora rejeitado pela Câmara dos Deputados, poderia trazer de volta o caminho da fraude eleitoral. Essa é a posição do ministro, que respeita as opiniões diferentes.
- Uma mentira muitas vezes repetida jamais libertará.