Nesta terça-feira, 17, a Alesp aprovou a perda definitiva do mandato do ex-deputado Arthur do Val, conhecido como “Mamãe falei”. A penalidade se deu em razão de áudios do ex-parlamentar que foram tornados públicos na internet - Arthur do Val proferiu uma série de falas misóginas no contexto da guerra Ucrância x Rússia. Ele disse que mulheres ucranianas são fáceis porque são pobres.
"São fáceis porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas 'minas', em dois grupos de 'mina'. É inacreditável a facilidade."
Em abril deste ano, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alesp aprovou a cassação de Arthur do Val. Logo em seguida, ainda no mesmo mês, o parlamentar renunciou ao cargo. Acontece que a renúncia de Arthur do Val não impediu a tramitação do processo no parlamento paulista e agora teve seu desfecho oficial: ele ficará inelegível por oito anos.
Relembre
No mês passado, o deputado esteve na Ucrânia após arrecadar doações para ajudar refugiados após a invasão russa ao país. No áudio, ele diz que, na fila de refugiadas, só tem "deusa".
"Sem noção, inacreditável, é um bagulho fora de série. Se pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui. [...] "Passei agora quatro barreiras alfandegárias, duas casinhas pra cada país. Eu contei, são doze policiais deusas. Que você casa e faz tudo que ela quiser. Eu estou mal cara, não tenho nem palavras para expressar. Quatro dessas eram 'minas' que você se ela cagar você limpa o c* dela com a língua. Assim que essa guerra passar eu vou voltar para cá".
Ele confirmou que as declarações são suas e disse que foram feitas em grupo privado. Ele também pediu desculpas e disse que cometeu erro.
Posteriormente, em nota publicada nas redes sociais, a OAB/SP, por meio de sua diretoria e pelas comissões da Mulher Advogada, de Direitos Humanos e de Diversidade Sexual e de Gênero, repudiou a declaração do deputado estadual. "Trata-se de demonstração revoltante de opressão de gênero e que merece resposta imediata", diz trecho da nota.