Migalhas Quentes

Atuação data-driven potencializa desempenho de advogados em audiências

Plataformas com tecnologias emergentes de mineração e crawling são cada vez mais usadas para aumentar a eficiência das estratégias jurídicas.

16/9/2021

A cena clássica dos filmes de julgamento na qual o advogado encaixa uma informação perfeita e ganha a causa sem contestação, garantindo a unanimidade dos votos dos jurados a favor da sua tese, está cada vez mais ao alcance dos profissionais de Direito com o avanço das tecnologias emergentes.

É o que acredita a Kronoos, uma plataforma de compliance que realiza pesquisas em mais de 2,5 mil fontes para conferir a idoneidade de pessoas e empresas.

(Imagem: Pixabay)

Para a plataforma, a medida que a advocacia caminha para um ambiente data-driven, os operadores do Direito já são capazes de coletar dados relevantes das testemunhas e das partes, para se antecipar e diminuir o ambiente de incerteza próprio das audiências judiciais.

Data-driven se refere a processos organizacionais orientados a dados. Exemplificando, quando a empresa baseia a tomada de decisão e o planejamento estratégico na coleta e na análise de informações – e não em intuições ou simples experiências.

A prestação de serviços terceirizados de tecnologia para o ambiente jurídico tem crescido continuamente e deve alcançar uma movimentação financeira de US$ 30 bilhões em todo o mundo até 2027, segundo um estudo divulgado pela empresa especializada em pesquisas Global Market Insights.

O advogado, professor e pesquisador de novas tecnologias, Bernardo de Azevedo, afirma que até pouco tempo, as pesquisas mais complexas para preparar uma defesa robusta em uma audiência duravam dias para serem concluídas, mas atualmente podem ser feitas em questão de minutos.

“Em uma audiência cível, por exemplo, se o profissional sabe que a parte autora litiga com outras pessoas de forma excessiva, poderá elaborar uma bateria de questionamentos para colocar em xeque a real motivação da demanda ajuizada contra seu cliente”.

Já em uma audiência criminal, Azevedo comenta que, se o advogado sabe que a vítima tem antecedentes por difamação e injúria, poderá utilizar tais dados para confrontá-la ou mesmo para sustentar a tese de culpa exclusiva da vítima. “Em suma, caberá ao profissional, com criatividade e  técnica, saber manusear os dados e aplicá-los dentro de sua estratégia jurídica”, afirma.

O especialista afirma que, embora não exista ainda nenhuma pesquisa publicada até o momento sobre esse tema, o que se percebe no contato com advogados atuantes em diversas áreas, é que está havendo uma adoção maior de tecnologia na área jurídica. “Os profissionais estão percebendo o potencial das ferramentas tecnológicas para otimizar suas atividades, aumentar a produtividade e obter mais resultados”, afirma.

A Kronoos, uma das principais plataformas fornecedoras deste tipo de pesquisa, afirma ter detectado um crescimento de 20% na carteira de clientes e 45% no faturamento somente durante o primeiro trimestre deste ano. A startup realiza pesquisas em mais de 2.500 fontes para conferir a idoneidade de pessoas e empresas. Baseada em tecnologias de ponta para mineração de dados e crawling, a solução consegue pesquisar em minutos junto à Receita Federal, Tribunais de Justiça, Diários Oficiais, Listas Restritivas, Birôs de Crédito, Google, Dados Cadastrais, sites da ONU, OFAC, INTERPOL e outras, apontando com  precisão o envolvimento de pessoas e empresas em casos de fraudes, corrupção, lavagem de dinheiro, terrorismo, crimes ambientais ou emprego de mão de obra escrava e infantil, entre outros problemas.

O CEO da Kronoos, Alexandre Pegoraro, comenta que além de economizar tempo e reduzir custos dos advogados, a plataforma amplia significativamente a eficiência do desempenho na defesa das teses e isso fica evidenciado com o aumento  do ganho de causas.

"Encontramos rapidamente os dados que os profissionais de direito escolhem ter em mãos no momento da audiência. Desta forma, com menos esforços e investindo uma quantidade menor de recursos, eles têm a oportunidade de obter maior quantidade de resultados positivos nos julgamentos”.

Para o professor Bernardo de Azevedo, o uso dessas plataformas tecnológicas se consolida a cada dia como a melhor maneira de evitar aquilo que Alexandre Morais da Rosa chama de ‘Espírito da Escada de Denis Diderot’. De acordo com a teoria citada, se a resposta correta veio somente quando se estava descendo a escada do tribunal, e não no momento necessário, o profissional perdeu a oportunidade de produzir prova. “De nada adianta se lamentar, depois da audiência, por não ter feito uma pergunta importante. Por isso, se preparar com antecedência é fundamental”, conclui.

_______

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Notícias Mais Lidas

Moraes torna pública decisão contra militares que tramaram sua morte

19/11/2024

PF prende envolvidos em plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

19/11/2024

Leonardo Sica é eleito presidente da OAB/SP

21/11/2024

CNJ aprova teleperícia e laudo eletrônico para agilizar casos do INSS

20/11/2024

Ex-funcionária pode anexar fotos internas em processo trabalhista

21/11/2024

Artigos Mais Lidos

ITBI na integralização de bens imóveis e sua importância para o planejamento patrimonial

19/11/2024

Cláusulas restritivas nas doações de imóveis

19/11/2024

Estabilidade dos servidores públicos: O que é e vai ou não acabar?

19/11/2024

O SCR - Sistema de Informações de Crédito e a negativação: Diferenciações fundamentais e repercussões no âmbito judicial

20/11/2024

Quais cuidados devo observar ao comprar um negócio?

19/11/2024