A PEC do voto impresso pode estar com os dias contados. Os jornais têm mostrado uma movimentação entre partidos e parlamentares a fim de esfriar a pretensão conduzida pelo presidente Jair Bolsonaro. Dirigentes de 11 partidos adversários das PEC deflagraram o processo de substituição de integrantes na comissão para fazer maioria e derrubar a proposta.
Na segunda-feira, 5, a PEC 135/19 quase saiu de pauta depois de um requerimento, mas o relator decidiu manter a discussão.
Fato é que a PEC está em tramitação na Câmara, e a urna eletrônica, usada há 25 anos e sem histórico de fraudes, está agora posta em xeque. Diante das acusações, o TSE passou a se movimentar, e o ministro Barroso, presidente da Corte Eleitoral, tem trabalhado de forma incansável para mostrar o funcionamento e a segurança do atual sistema.
Outros atores do mundo político também se manifestaram recentemente sobre o tema.
Retrocesso
Quando esteve na Câmara, Barroso afirmou que, se aprovado, o sistema deverá ser adotado pelo TSE, mas, em sua opinião, a medida representa "retrocesso". "Vai piorar. Vai ficar bem pior. Aliás, a vida vai ficar parecida com o que era antes."
O ministro reforçou o que já tinha dito em declarações anteriores: que o sistema de votos eletrônicos utilizado no Brasil é totalmente confiável e auditável, e que o voto impresso criará risco imenso de judicialização das eleições.
- Veja os pontos levantados na apresentação do ministro.
A questão da judicialização das eleições é, de fato, uma grande preocupação. Isto porque o poder, que é do povo, pode parar nas mãos de juízes.
Sobre isso, nunca é demais lembrar, os TREs possuem integrantes que são escolhidos justamente pelo presidente da República.