O presidente Bolsonaro e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, publicaram em suas redes sociais críticas a matéria jornalistica exibida no Fantástico, realizada pelo médico Drauzio Varella, sobre presas trans em penitenciárias masculinas.
Dias depois da exibição, a imprensa noticiou que uma das detentas transexuais foi condenada por violência sexual e homicídio de garoto de 9 anos. A reportagem não mencionava o motivo da condenação.
O acórdão da condenação da trans, conhecida como Suzy, ganhou publicidade na internet, embora o processo tramite sob segredo de justiça.
Críticas
O presidente acusou a emissora de "tratar um criminoso como vítima" e lamentou a Constituição não permitir prisão perpétua em casos como esse.
O ministro da Educação disse que a Rede Globo "abraça demônios", referiu-se à programação como "lixo" e pediu que os internautas boicotassem a emissora. Weintraub ainda reiterou que "sonha com um Brasil onde, um dia, estupradores e assassinos de crianças sejam julgados, condenados e executados, tudo dentro da lei".
Em nota, a emissora declarou que os crimes das entrevistadas não foram mencionados porque este não era o objetivo da reportagem. O médico, também em nota, alegou que não busca saber o que seus pacientes fizeram de errado e ainda reiterou: "sou médico, não juiz".
A advogada de Suzy publicou carta escrita pela detenta em suas redes sociais por meio da qual afirmou que a emissora não perguntou nada referente ao "B.O." e finalizou: "Eu sei que errei e muito. Em nenhum momento tentei me passar como inocente. Desde aquele dia me arrependi e hoje estou pagando tudo que cometi".
As tags #DrauzioVarellaLixo e #BoicoteaGlobo figuraram entre os trending topics do Twitter desde a notícia. Outros nomes da política também se manifestaram sobre o assunto.
Pedido de desculpas
Nesta terça-feira, 10, o médico Drauzio Varella publicou vídeo no qual pede desculpas à família da vítima dos crimes cometidos pela trans entrevistada. "Posso imaginar a dor e peço desculpas para a família do menino que foi involuntariamente envolvida no caso."
O médico ainda diz que o episódio está sendo explorado politicamente e enfatiza que não vai se candidatar a nenhum cargo político.