Logo no início, o livro relembra o caso da grande rebelião de 2017 no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, o Compaj, que ganhou destaque da grande mídia como a segunda maior chacina desde o Carandiru, em 1992. Porém, ao contrário do famoso massacre em São Paulo, na penitenciário Anísio Jobim, a maior parte dos crimes foram cometidos por detentos contra outros detentos. Eventos similares seguiram em outras prisões, mostrando que havia algo estranho acontecendo no sistema penitenciário brasileiro.
Assim surge a pergunta do sociólogo Eduardo Matos de Alencar "eu percebia que naquela torrente confusa de queixas e lamentos de um preso desesperado, residia a chave para a interpretação de um enigma: de quem é o comando de uma prisão?". A resposta conduz a reflexão do autor ao encontro de um autêntico personagem conceitual: o chaveiro, termo empregado pelo sistema penitenciário pernambucano, para designar detentos que exercem atividades de controle direto dos pavilhões.
A obra tem origem em uma extensa pesquisa do autor em uma das maiores prisões brasileira, o Complexo do Curado, no Recife/PE, onde analisou todos os aspectos daquele ambiente, registrando cada detalhe para compor o livro, que apesar de geograficamente limitado ao Pernambuco, retrata uma realidade do sistema carcerário brasileiro.
Sobre o autor:
Eduardo Matos de Alencar é escritor, sociólogo e analista político. Doutor em sociologia pela UFPE. Trabalhou durante quase uma década em governos municipais e estaduais, com passagem por organizações internacionais, em programas como UPP Social e Pacto pela Vida. Desde 2014, abandonou o serviço público e tem se dedicado a escrever e analisar a realidade nacional a partir do que viveu na prática cotidiana da política e de Estado brasileiros.
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Ganhadora:
Milena de Souza Lima, advogada em Votuporanga/SP