Nesta quinta-feira, 5, o Tribunal de Rochefort, sudoeste de França, rejeitou a queixa dos vizinhos que acusaram o galo Maurice de acordá-los muito cedo em razão do seu canto. Por respeito às tradições rurais, os magistrados condenaram os incomodados ao pagamento de mil euros por danos morais.
A dona de Maurice não escondeu a emoção:
"Não tenho palavras. Vencemos. É uma vitória para todas as pessoas na minha situação. Espero que crie jurisprudência (...) Todo mundo vai ser protegido: sinos, sapos etc."
Galo na Justiça
Maurice trocou o galinheiro pelo banco dos réus em 2017, quando um casal de aposentados, que todo ano passa o verão em Saint-Pierre-d'Oléron, o acusou formalmente de poluição sonora.
Em defesa, a dona do galo, Corinne Fesseau, explicou que o animal é inofensivo, que o casal de denunciantes vai pouco à ilha e são incapazes de absorver a vida no campo: “espero que essas pessoas entendam o significado da ruralidade”, afirmou.
No dia 4 de julho, a Justiça deu início ao julgamento do caso, mas Maurice e sua dona não compareceram à audiência realizada na Corte de Rochefort.
Manifestação
A ilha de Oléron, onde vive Maurice, é a segunda maior da França e chama a atenção de turistas por ser charmosa e pacata. Lá, o galo acabou se tornando símbolo de resistência rural e dezenas de milhares de franceses de todo o país assinaram uma petição em defesa da ave.
À imprensa francesa, o prefeito de Saint-Pierre-D’Oléron, Christophe Sueur, defendeu que o caso de Maurice é reflexo de como vive a sociedade contemporânea: com pouco espaço para a tolerância.